Leio, no excelente blog do colega acadêmico Jefferson Tolentino, esta nota, pequena em palavras, mas extraordinariamente importante em sua dimensão política e histórica:
Japão pede desculpas à Coréia do Sul por ações coloniais
Desculpas sempre são bem vindas, não é?
Pois bem, o Ministro de Relações Exteriores do Japão, Katsuya Okada pediu desculpas nesta quinta-feira a Coréia do Sul por mais de três décadas de submissão. Segundo o diplomata, esse período é descrito como um “tragic incident“
Okada fez esse pedido, inusitado, durante uma conferencia de notícias ao lado do Ministro de Relações Exteriores da Coréia do Sul, Yu Myung-hwan.
“I believe it was a tragic incident for Koreans when they were deprived of their nation and their identity,” Okada said, according to the Yonhap news agency.
“I can fully understand the feelings of (Koreans) who were deprived of their identity and nation. I believe we must never forget the victims,” he added.
Para relembrá-los, o incidente trágico descrito ocorreu entre 1910 e 1945.
Esse período de expansão militar nipônico é marcado pelos relatos de mulheres que serviram de escravas sexuais para os soldados japoneses. Cerca de 200.000 mulheres, entre chinesas e coreanas, foram escravizadas e até hoje tentam ver reconhecidas essas barbaridades e indenizadas.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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7 comentários:
Só a título de curiosidade...Os militares japoneses se referiam a essas escravas sexuais como " mulheres para o conforto" (em japonês:従軍慰安婦). A despeito disso, que me conste, Dr. Paulo, o Japão já pediu inúmeras vezes desculpas por este episódio...Ou não??
Max.
Meu caro Anônimo,
O Japão já pediu desculpas "n" vezes, mas isso não é o suficiente.
Ele precisa reconheceu que cometeu crimes, e isso ele nunca fez.
Apenas acha que foram tragicos incidentes, equivocos, erros...
O Japão precisa se redimir pelos crimes cometidos...
Paulo Roberto de Almeida
Entendi. Bom, ao que parece, reconhecer estes atos como "crimes" redundará em mega indenizações.
Obrigado. Max.
Certamente. Nada que o Japao nao possa pagar, mesmo se resultar em algumas dezenas de milhões de dolares.
As velhotas coreanas e chinesas que foram humilhadas enquanto jovens, e que tiveram a "sorte" de escapar com vida, merecem isso, pois isso as marcou profundamente.
Acho que o Japão nunca encerrará sua história certamente condenável da primeira metade do século 20, enquanto nao reconhecer seus crimes, se arrepender sinceramente (e não apenas protocolarmente), colocar nos livros didáticos de história toda a verdade de ignomínias e crimes, e assim ganhar o respeito dos vizinhos asiáticos.
Toda reparação começla por assumir responsabilidade pelo que se fez.
Paulo Roberto de Almeida
Caro Dr. P.R.A.,
Sugerimos a leitura da obra do Dr.Yoshiaki Yoshimi(da Universidade Chuo;Tóquio):"Confort woman: Sexual slaves in the Japanese Military during World War II"; Columbia University Press, 2002.
Sds
Vale!
"..colocar nos livros didáticos de história toda a verdade de ignomínias e crimes, e assim ganhar o respeito dos vizinhos asiáticos...".
Dr. Paulo, será que os livros didáticos chineses registram os crimes cometidos ao longo da revolução Cultural? Dois pesos ,duas medidas...não?
Max.
Max,
Mil desculpas, mas nunca tive oportunidade de responder ao, ou de comentar o seu comentário. Excesso de mensdagens e de trabalho.
Os livros didáticos chineses não podem, e não poderão enquanto durar o Estado orwelliano que responde pelo nome de "socialismo com características chinesas", ter livros de história na acepção plena dessa palavra.
Se você conhece o romance de Orwell ou a história do século 20 e a do PCC e sua dominação de 60 anos sobre o povo chinês, entenderá o que estou falando.
A história é deformada, mas isso não ocorre só na China.
Ela também é deformada no Brasil, mas temos pelo menos a possibilidade de publicar versões alternativas, o que obviamente não existe na China.
Um dia os chineses poderão relatar todo o horror que foi a ditadura maoista, a "grande fome" do "grande salto para [trás]" de 1959-1962, e o enorme desastre que foi a Revolução Cultural, que não matou tanta gente como o desastre anterior -- ele mesmo responsavel, provavelmente, por 25 milhões de mortos -- mas que simplesmente arrasou com as universidades chinesas por mais de 20 anos.
Não existe aqui dois pesos e duas medidas, apenas um peso e uma única medida, a do PCC.
É assim, as simple as that...
Paulo Roberto de Almeida
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