O Secretário de Estado americano acusa a China de fazer aquilo que os EUA fizeram durante décadas...
- ”Ataque à China marca início da viagem de chanceler dos EUA à América Latina” - A China é um ator “predatório”, que oferece à América Latina um modelo de desenvolvimento que pode levar à “dependência e ao endividamento”. Foi com essas críticas que o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, iniciou ontem seu tour de seis dias por países da região, palco de uma nova disputa geopolítica. “A América Latina não precisa de novos poderes imperiais”, disse. As declarações foram dadas horas antes do início da viagem, que não inclui o Brasil. Na agenda, uma das prioridades será a Venezuela. Poucas horas antes de embarcar, Tillerson levantou a possibilidade de um golpe militar para pôr fim à crise venezuelana e garantir uma “transição pacífica” de poder. “Na história da Venezuela e de outros países da América Latina, com frequência são os militares que cuidam disso. Quando as coisas estão tão ruins que a liderança militar conclui que não pode mais servir aos cidadãos, eles devem administrar uma transição pacífica”, declarou durante apresentação da estratégia dos EUA para a região. “Se isso será ou não o caso aqui, eu não sei.”
- Em sua primeira visita à América Latina, o chefe da diplomacia dos EUA passará por México, Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica. Fontes ouvidas pelo Estado disseram que o Brasil não foi incluído em razão da crise política e da ausência de uma agenda bilateral que pudesse produzir resultados concretos. “O Brasil está em uma fase de transição, com um governo fraco e impopular, cuja legitimidade é questionada”, disse Michael Camilleri, diretor do programa de Estado de Direito do Inter-American Dialogue, que trabalhou no Departamento de Estado de 2012 a 2017. “Até que as coisas se assentem, não há muito o que fazer no Brasil.” Em conferência telefônica com analistas, uma fonte da diplomacia americana também disse que os EUA deram prioridade a países que estão aprovando reformas, como a Argentina. Quando visitou a região no ano passado, o vice-presidente Mike Pence também excluiu o Brasil do roteiro.
- As declarações de Tillerson em relação à China representam uma mudança radical da retórica dos EUA em relação à crescente influência do país na região. “A China está usando instrumentos de governo para puxar a região para a sua órbita”, afirmou, fazendo referência à ação de estatais e a empréstimos. “A questão é a que preço?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário