O Magnitsky Imperador Trump
Miguel Gustavo de Paiva Torres
Embaixador
A Lei Global Magnitsky foi promulgada em 2012 por Barack Obama com o intuito de combater a corrupção e gravíssimos atentados aos direitos humanos, internalizando, nos Estados Unidos, punições severas a ditadores sanguinários que buscavam em território norte-americano refúgio para seus patrimônios móveis e imóveis, produtos de saques bilionários contra o seu próprio povo e nação.
Desde a gestão de Jimmy Carter, o governo e as instituições norte-americanas vinham empreendendo uma cruzada universal contra violações absurdas de direitos humanos em países considerados ainda bárbaros, sanguinários e genocidas.
Nascido com palavras mortas de uma Constituição que pregava a igualdade de todos, a república norte-americana teve sua infância e adolescência marcada por guerras civis, pelo massacre continuado de negros e batalhas urbanas das máfias ao longo de todo o seu território.
O dinheiro foi colocado como valor máximo e supremo da nação. Com ele, o poder político e a indústria das armas dizimaram os povos originários, avançando para o Oeste, e seguiu em suas fragatas impondo a bandeira estrelada às ilhas e aos continentes em todo o globo.
Tinham começado em sua fronteira, massacrando miseráveis mexicanos e se apoderando de enorme fatia do México, incluindo metade da Califórnia, onde se deu a Corrida do Ouro.
Mas a retórica da constituição, da república civilizada e dos direitos humanos prosseguiu como se história não houvesse. O que valeria seriam as narrativas a serem construídas.
Com a descolonização europeia no pós-guerra, os Estados Unidos, com os seus novos barões do dinheiro e do poder, ocuparam o planeta, começando pela Europa e, no final dos anos 80, conseguiram derrubar o muro de Berlim e o agonizante império soviético do Leste. Apoiaram todas as espécies de ditaduras sanguinárias mundo afora, desde que estivessem dispostas a rezar por sua cartilha de produção de riqueza para os cofres dos seus bancos privados e Tesouro Nacional. Ninguém pode negar essa face dos Estados Unidos.
O que é engraçado, risível, cínico e hipócrita é que eles insistem na oficialização dessa narrativa de guardiões dos direitos humanos universais como uma “nova história”, inaugurada, agora no século XXI, pelo eleito presidente Donald Trump, já conhecido nos meios políticos internacionais como Imperador do Mundo.
Profeta do caos e do fim dos tempos, viu na Lei Global Magnitsky a oportunidade de misturar Chiclete com Banana: Nicolau Maduro, Al Qaeda, Talibãs e o juiz da Suprema Corte Brasileira, Alexandre de Moraes, como perversos criminosos, corruptos e demolidores dos direitos humanos.
É sério. Trata-se de entregar o Brasil, via CIA e Agência de Segurança Nacional, à família Bolsonaro, gente disposta a servir aos Estados Unidos da América e a Israel. Isso sem gastar munição, poupadas para possíveis enfrentamentos com Putin, XI Jin Ping e Kim Yong, além das demais potências nucleares.
Dono de cassinos falidos propositalmente para não pagar fornecedores e trabalhadores, o Imperador odeia a Justiça em qualquer parte do mundo, principalmente no seu terreiro, onde livrou-se da prisão aos 45 minutos do segundo tempo, elegendo-se “democraticamente” com o empurrão final da ambiciosa juventude das “big techs” e amparado pelo obsoleto instituto legal do “Foro Privilegiado”.
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