Achei interessante como resumo da obra do bruxo do Cosme Velho, sempre presente nos exames de ingresso para a carreira diplomática.
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A literatura de Machado de Assis e sua importância na redação do CACD Machado de Assis é um dos maiores escritores da Literatura Brasileira, reconhecido por sua genialidade, ironia sutil e habilidade em retratar a sociedade de seu tempo. No contexto do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), o conhecimento sobre sua obra pode fazer a diferença, especialmente na prova de Língua Portuguesa, que exige uma interpretação crítica e análise textual refinada. Embora o edital não tenha uma disciplina específica de Literatura, suas obras são uma rica fonte para ampliar o repertório cultural e desenvolver argumentos consistentes na redação e nos exercícios dissertativos. Neste artigo, vamos explorar a trajetória de Machado de Assis, o contexto histórico-literário em que ele viveu e as cinco obras mais importantes para quem se prepara para o CACD. Quem foi Machado de Assis? O gênio autodidata Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro. Filho de uma lavadeira e de um pintor, teve uma infância marcada pela pobreza, frequentando a escola pública por pouco tempo e nunca ingressando no ensino secundário. Sua educação foi resultado de um esforço autodidata, aprendendo português, francês e inglês por meio de leituras intensas. Mesmo com uma origem humilde, Machado de Assis ascendeu socialmente graças à sua dedicação e talento literário. Trabalhou como tipógrafo, revisor e funcionário público, ao mesmo tempo em que publicava suas primeiras poesias, crônicas e contos. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual se tornou o primeiro presidente. Machado viveu durante o Segundo Império e acompanhou a transição para a República, mas manteve-se um crítico perspicaz das relações sociais, políticas e econômicas de sua época. Conservador e monarquista, suas obras refletem um olhar aguçado sobre as contradições da sociedade brasileira, muitas vezes utilizando a ironia como principal recurso estilístico. Contexto Literário: do Romantismo ao Realismo Machado de Assis transita entre o Romantismo e o Realismo, mas é no Realismo que sua produção literária alcança seu auge. Suas primeiras obras, como Ressurreição(1872), ainda trazem traços românticos, com histórias focadas em dilemas amorosos e finais idealizados. No entanto, a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), inaugura-se uma nova fase, marcada pelo pessimismo, pela crítica social e pelo aprofundamento psicológico das personagens. No Realismo, Machado abandona as idealizações românticas e passa a retratar a sociedade brasileira de forma crua, expondo hipocrisias, egoísmos e ambições desmedidas. Esse período é essencial para entender a evolução literária no Brasil e fornece um repertório importante para o candidato ao CACD, que pode ser utilizado na análise de textos dissertativos. Cinco Obras Essenciais de Machado de Assis Conhecer a obra de Machado de Assis é indispensável para quem busca enriquecer seu repertório cultural. A seguir, destacamos cinco das suas obras mais importantes, com um breve resumo de cada uma. 1. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) Essa obra marca a transição de Machado para o Realismo e é considerada uma das mais inovadoras da literatura brasileira. Narrada em primeira pessoa por Brás Cubas, um "defunto-autor", o livro apresenta uma visão cínica e irônica da sociedade. O protagonista relata suas memórias após a morte, expondo as fraquezas humanas, a hipocrisia social e o vazio das ambições materiais. Por que ler? 2. Dom Casmurro (1899) Um dos romances mais conhecidos de Machado, Dom Casmurro conta a história de Bento Santiago, que narra suas memórias de juventude e sua relação com Capitu. A obra é famosa pela ambiguidade, levantando a eterna dúvida: Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Com uma narrativa densa e introspectiva, o romance aborda temas como ciúme, traição e memória. Por que ler? 3. Quincas Borba (1891) Essa obra faz parte do que se cunhou chamar de trilogia realista de Machado, ao lado de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A trama gira em torno de Rubião, herdeiro de Quincas Borba, um filósofo excêntrico que desenvolveu a teoria do "Humanitismo". A obra é uma crítica à ingenuidade humana e às ilusões de grandeza, acompanhada de uma análise implacável das relações de poder e interesse. Por que ler? 4. Esaú e Jacó (1904) Situado no período de transição entre o Império e a República, Esaú e Jacó acompanha a história dos irmãos gêmeos Pedro e Paulo, que vivem em constante conflito. A obra reflete as tensões políticas e sociais do Brasil no final do século XIX, funcionando como uma metáfora para o próprio país. Por que ler? 5. Memorial de Aires (1908) Último romance de Machado de Assis, Memorial de Aires tem um tom mais melancólico e reflexivo. Narrado pelo conselheiro Aires, o livro aborda a passagem do tempo, a velhice e a resignação diante das adversidades da vida. Por que ler? |