Pela manhã fomos à Getty Villa, um monumento arquitetônico e uma homenagem de um grande colecionador, o homem mais rico do mundo em sua época, aos gregos e romanos, com uma infinidade de obras maravilhosas, que se combinam perfeitamente ao ambiente arquitetônico construído para abrigá-las.

Carmen Lícia e eu passamos horas caminhando, e depois almoçamos no restaurante da própria Villa, antes de pegarmos a estrada para atravessar o deserto de Mojave, e o Death Valley (de raspão), em direção a uma outra maravilha construída pelo homem.
A viagem é tranquila, embora o trânsito das vias expressas de Los Angeles, e até San Bernardino seja alucinante de intenso. Provavelmente demoramos mais para fazer menos de 50 milhas do que nas 200 outras restantes, pelo deserto e pelas montanhas, embora sempre com um tráfego intenso, tanto de carros quanto de caminhões.
Nos hospedamos no The Venetian, que faz, com o Palazzo, ao lado, o maior conjunto veneziano depois da própria Veneza. Quem desejar saber como é, e quão grande é, este hotel com canais e gôndolas, 36 restaurantes, dezenas de lojas de luxo, centenas de mesas de jogo (que ainda não visitamos), pode entrar no site do hotel.
Inacreditável: eu tinha vindo a Las Vegas para ver o kitsch, e reformulei totalmente minha concepção de luxo, sofisticação e raffinement, pois não existe nada absolutamente kitsch, ou brega, e tudo é de muito bom gosto, com excelente decoração.
Ainda não comecei a fotografar, mas fiz duas no iPad, enquanto aguardava o jantar no Tintoreto: ataquei de linguine com camarões Pescadora, e um copo de Pinot grigio. Carmen Lícia se contentou com uma salada caprese (muzzarella de búfala e tomates) e um copo de Chianti.
Espresso, mais um passeio rápido, e descanso.
Amanhã, terça-feira, vamos à descoberta de Las Vegas e já nem temos mais certeza de que o Parque Nacional do Grand Canyon estará aberto para a próxima etapa da viagem: o governo está fechando, por falta de orçamento, e com isso fecham todos os parques nacionais...
Bem, não se pode dizer que o Congresso americano brinque em serviço: se é verdade que a peça orçamentária é a coisa mais importante da vida de uma nação, então os EUA são uma nação verdadeira, não o arremedo de país que temos, onde o orçamento não vale nada, nem o papel onde é impresso...
Paulo Roberto de Almeida
Las Vegas, 1/10/2013