O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Vladimir Putin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vladimir Putin. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Russia: A Eurasia de Putin: “Oligarcas e Autocratas, uní-vos!” - Paulo Antonio Pereira Pinto


Mundorama, 09/01/2012

Logo após ter sido declarado novamente candidato a Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin anunciou, em outubro passado, proposta de novos vínculos para um espaço pós-soviético, que sugere caminho no sentido de uma “União das Repúblicas do Exterior Próximo”. Em sua dimensão política, a idéia poderá não ser mal recebida por dirigentes de países emancipados da URSS, em 1991, que anseiam por emular a forma de governança ditada por Moscou, como recurso para manterem-se no poder. Em algumas dessas capitais, tratar-se-ía apenas de retocar vícios herdados e preservados, a partir da independência da União Soviética. O artigo, a seguir, não pretende tratar, em detalhes, das implicações econômicas de tal proposta.
O retorno ao ordenamento antigo poderia ser conveniente para lideranças que desejam se manter no poder, por exemplo, ao Norte e Sul do Cáucaso. Neste lado da cordilheira, a real preocupação é evitar que a turbulência que se vive, no momento, no Oriente Médio e África do Norte, possa afetar a  conveniente situação de inércia regional, como resultado de manifestações locais a favor de maiores direitos políticos. O ressurgimento do paradigma soviético de governança, reitera-se, seria oportuno para lideranças que se sentem ameaçadas.
O artigo de Putin “Um novo projeto de integração para a Eurasia: o futuro que nasce hoje”2, sugere, nessa perspectiva, algo mais parecido com roteiro de um bem organizado retorno a um passado saudoso, do que movimento em direção a novo objetivo. Isto porque, durante a existência da URSS, Moscou dirigia todos os detalhes da organização político-sócio-econômica das Repúblicas Socialistas, entre as quais se incluíam as “Transcaucasianas”3. A réplica deste mesmo projeto permeia a descrição da proposta do ex e futuro Presidente da Federação Russa.
Assim, Vladimir Putin retoma, com o conceito da União Eurasiática, a defesa da fusão de mecanismos de integração existentes, com vistas à criação de um pólo de poder no mundo contemporâneo e ponto entre a Europa e a região da Ásia e Pacífico. O líder russo revela que a meta é chegar a “patamar superior de integração”4. Na prática, isso significaria a reconstrução de relações com os países do “exterior próximo”, que integravam tanto o Império Russo, quanto a União Soviética.
Lembra-se que, durante a existência da URSS, enquanto novas “Repúblicas”, traçadas a partir de Moscou, foram se consolidando, classes dirigentes fortaleceram-se com métodos de governança soviéticos, tais como julgamentos e execuções sumários, e “desaparecimentos”. Na medida em que estas “modalidades de controle social” íam se incorporando aos hábitos locais, vínculos de cumplicidades congelavam  elites que se mantinham no poder, às custas do emprego da violência contra seus próprios nacionais.
Pode ser oportuno, neste ponto, recordar, em linhas gerais, como se consolidaram os vínculos russo-caucasianos. Seria possível estabelecer 1820, segundo bibliografia disponível, como marco de partida para este cenário, quando  o Império Persa renunciou a suas pretensões quanto à área, enquanto os otomanos também perderam aqui sua autoridade. A partir de então, à exceção de curto período – entre 1918 e 1921 – após a Revolução Bolchevique e a guerra civil que se seguiu, o Norte e Sul do Caúcaso permaneceram sob a dominação russa, até a desintegração da União Soviética.
Hoje, a parte Meriodional integra a Federação Russa e a Austral é  composta por Azerbaijão, Armênia e Georgia, ainda sujeitos a forte influência econômica, de políticas energéticas e de segurança emanadas de Moscou.
Ressalta-se, a propósito, que não se considera aqui estar esta região  “predestinada” a ser controlada pela longínqua Moscou. Aos russos, como se sabe, coube um custo enorme  para garantir seu domínio. A consolidação das fronteiras imperiais, até as margens do Mar Cáspio, consumiu uma centena de anos, com atos que, hoje, seriam considerados genocidas, como a queima de povoados caucasianos, assassinatos da população nativa e deportações maciças. Lembra-se que, até os dias atuais, movimentos de insurgência continuam a desafiar a autoridade russa na  Chechênia e Daguestão.
Ocorreu, como se sabe, longa evolução, desde os tempos quando o Império Russo, em sua fase modernizadora sob Pedro “o Grande”, expandiu-se, a partir do Mar Negro, rumo ao Cáspio. Os novos invasores consideravam, então, ser aquela região habitada por populações primitivas, incluindo muçulmanos, pagãos e até adeptos do Cristianismo. Tratava-se de gente que escravizava mulheres européias, saqueavam comerciantes e tribos diversas que guerreavam entre si. Eram, portanto, “bárbaros” que deveriam ser “civilizados” pelas forças imperiais russas.
Tal postura perduraria até meados do século XIX, quando noticiário na Europa Ocidental e América do Norte começou a divulgar a luta dos povos das altitudes do Cáucaso contra os invasores russos. Criou-se, então uma certa analogia entre o que se passava nesta parte do mundo com o que acontecia nas fronteiras do “West” dos EUA. Tinha início uma fase de romantismo alimentado por autores renomados como Pushkin e Tolstoy, ao descreverem a “nobreza” daqueles povos, vítimas de atrocidades dos dirigentes em Moscou. “Fast foward”, e chega-se à segunda metade do século XX, quando a União Soviética procura fortalecer seu “caráter multicultural”, como etapa natural no sentido da “tomada definitiva do poder pelo proletariado”.
Buscava-se, então, criar condições regionais que refletissem a forma como russos e outros cidadãos soviéticos concebiam seu próprio país. Grupos de danças da região Transcaucasiana, com suas vestimentas típicas, o vinho da Georgia, o brandy da Armênia e os tapetes do Azerbaijão, tornaram-se símbolos daquele parte da URSS, bem como da “maneira soviética de ser e sentir”. Daí, este exotismo todo ser, naquele período, celebrado e satirizado, ao invés de temido. Filmes populares consolidavam a boa índole e naturalidade das pessoas do Sul da URSS, bem como as boas maneiras e ânsia de vida de suas populações.
Tais manifestações artísticas, no entanto, gradativamente passaram a ter conteúdo de protesto quanto à ausência de liberdades. Emblemático foi o lançamento do filme “Repentance”,  uma das obras mais significativas do final do período soviético. Dirigido por Tengiz Abuladze, nacional da Georgia, em 1986, a película cinematográfica aborda a política de violência e disputas territoriais, resultantes de ambições pessoais que levaram populações da URSS à ruína. O enredo trata da morte de um Sr. Varlam, prefeito autoritário de município não identificado, naquele país, ao Sul do Cáucaso. Após o enterro, a população local verifica que o corpo continua ressurgindo, em diferentes lugares, como se tivesse “vida própria”. Descobre-se, finalmente, que uma mulher, cuja família havia sido vítima de crueldades do falecido dirigente, era a responsável, após cada renovado enterro, pelo reaparecimento do cadáver. Levada a julgamento, a cidadã é considerada insana. Mas, perante o tribunal, a acusada consegue fazer denúncias que desmoralizam o ex-Prefeito Varlam. O filme transmitia a mensagem inconfundível de que, então, a União Soviética tinha que assumir o seu passado autoritário, para que  “os fantasmas de seus tiranos” deixassem de assombrar o processo de reformas político-econômicas exigidas no país.
Assim, no que diz respeito ao Cáucaso – mesmo com a independência de Azerbaijão, Armênia e Georgia -  no final da década de 1990 e início dos anos 2000, velhos hábitos ligados à doutrina estalinista de governança perduravam,  apesar do colapso da estrutura do Estado Soviético. Da mesma forma que o enredo do “Repentance”, citado acima, reivindicações herdadas do período de hegemonia da URSS, sobre esta região, continuavam a ressurgir, sem que mitos daquelas sete décadas de escuridão tivessem sido enterrados – como o corpo do falecido Prefeito Verlam.
Ao mesmo tempo, partes do Cáucaso, mantinham práticas antigas de governança. Isto tem sido possível, em virtude do legado do pensamento estalinista de vincular nações a territórios, bem como à disponibilidade de armamento russo, deixado para trás, quando do recuo de seus exércitos, alimentando, assim, a capacidade de destruição mútua das partes que identificavam conflitos históricos, entre si, reais ou imaginários.
Cabe retornar, neste ponto, ao argumento mencionado nos parágrafos iniciais, no sentido de que seria conveniente, para  autoridades ao Norte e Sul do Cáucaso, o ressurgimento do paradigma soviético. Conforme se procurou argumentar, normas de conduta e cumplicidades então cultivadas continuam a sustentar  regimes políticos nesta região, que se sentem, no momento, ameaçados pelas turbulências causadas pelo arco de instabilidade no Norte da África e Oriente Médio.
É a conveniência da promessa de estabilidade – cabe ressaltar – oferecida pela proposta de Putin que agrada autoridades destas ex-Repúblicas Soviéticas. Afinal acena-se com um “patamar superior de integração” com a reconstrução das relações com os países do “exterior próximo”, que integravam o Império Russo e a URSS.
Seria possível, então, a partir da formação desta nova “União de Repúblicas”, poder contar com o apoio de Moscou, caso  a juventude local queira livrar-se da persistente invocação, pelas classes dirigentes, de passado cheio de massacres – ocorridos ou não – sem referência a projeto de paz futuro, como forma de controle social. Haveria, então, a possibilidade de manter esta realidade opressiva, sem o evento de manifestações em defesa de liberdades individuais.
Autocratas e Oligarcas, uní-vos! – seriam as novas palavras de ordem, emanadas de Moscou. A utopia a ser agora  perseguida, no espaço pós-soviético, representaria “um futuro que nasceu”, com apelo a público bastante distinto daquele proletário, há quase um século, e beneficiaria, hoje, os que pretendem se perpetuar no poder, no Norte e Sul do Cáucaso.
Paulo Antônio Pereira Pinto é diplomata. Primeiro Embaixador do Brasil residente em Baku, Azerbaijão. Serviu, anteriormente, como Cônsul-Geral em Mumbai, entre 2006 e 2009 e, a partir  de 1982, durante vinte anos, na Ásia Oriental, sucessivamente, em Pequim, Kuala Lumpur, Cingapura, Manila e Taipé. Na década de 1970 trabalhou, na África,  nas Embaixadas em Libreville, Gabão, e Maputo, Moçambique e foi Encarregado de Negócios em Pretória, África do Sul.  As opiniões expressas são de sua inteira responsabilidade e não refletem pontos de vista do Ministério das Relações Exteriores (papinto2006@gmail.com)

sábado, 17 de dezembro de 2011

"Putinizando" a historia: ou como ser totalitario abertamente

Nostálgico ou não da finada União Soviética, o que tenta fazer o atual "cônsul" Bonaparte, em versão russa, é simplesmente uma deformação da história real, mas que apenas revela suas tendências inerentemente totalitárias.
Ainda bem que a população russa começa a acordar para a realidade, o que não impedirá, claro, uma espécie de Dezoito Brumário semi-legal, pelas vias eleitorais, mas tornará mais difícil a implantação de uma ditadura aberta.
Paulo Roberto de Almeida

Putin ataca a Gorbachov por desintegración de la URSS

Rússia – BBC – 15/12/2011

El primer ministro ruso, Vladímir Putin, criticó hoy al ex presidente soviético, Mijaíl Gorbachov, por permitir hace 20 años la desintegración de la Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
“Había que luchar por la integridad territorial de nuestro Estado de manera más insistente, consecuente y osada, y no esconder la cabeza bajo la arena, dejando el culo al aire”, dijo Putin, citado por las agencias rusas.
Putin, un reconocido nostálgico del Estado totalitario comunista, considera que “había que haber lanzado a tiempo la reforma económica de la Unión Soviética y fortalecer la reestructuración democrática en el país”.
Y subrayó que la situación en la Rusia de finales de los años 90 del siglo pasado “era mucho más dramática que en los últimos años de la URSS”.
“La economía se hubiera hundido como resultado de la crisis del 98, la esfera social estaba en cero y el Ejército dejó de existir. Y nos topamos con la agresión del terrorismo internacional, el separatismo y estalló una guerra civil. Y Rusia estaba al borde de la desintegración”, dijo.
Putin añadió: “Y ustedes saben lo que yo comencé a hacer para conservar la integridad de la Federación de Rusia”.
Desde las controvertidas elecciones parlamentarias del 4 de diciembre que estuvieron marcadas por las numerosas denuncias de fraude oficialista, Gorbachov ha sido inusualmente crítico con las autoridades rusas.
“El mejor paso por parte de las autoridades sería que presentaran su dimisión”, aseguró Gorbachov en declaraciones a la emisora de radio “Eco de Moscú”.
Además, comentó a la agencia Interfax: “Los dirigentes del país deben admitir que tuvieron lugar numerosas falsificaciones y fraudes, y que los resultados no reflejan la voluntad de los electores”.
Gorbachov ha llamado al Kremlin y el gobierno a aceptar las demandas de anular los resultados electorales y convocar nuevos comicios legislativos, y ha advertido que, en caso contrario, la oposición podría recurrir a métodos no democráticos.
Las repúblicas soviéticas de Rusia, Ucrania y Bielorrusia firmaron el acta de defunción de la URSS al firmar el 8 de diciembre de 1991 el acuerdo de Bielovézhskaya Puscha.
“La Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas ha dejado de existir como sujeto de derecho internacional”, rezaba el documento.
El imperio soviético desapareció definitivamente el 25 de diciembre de 1991, cuando Gorbachov admitió en un discurso por la televisión el fin de la URSS.
Seguidamente, la bandera soviética de la hoz y el martillo fue arriada en el Kremlin y media hora después, izada la tricolor de la Federación de Rusia.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Putin: o novo czar - Amy Knight (New York Review of Books)


Putin’s Risky Course

Amy Knight

New York Review of Books, Ocotber 2011
An activist of 'Army of Putin' cuts a birthday cake in honor of Vladimir Putin, Moscow, October 7, 2011
As Russian Prime Minister Vladimir Putin celebrates his 59th birthday today, it is arguably an especially happy occasion for him. Two weeks ago, on September 24, President Dmitry Medvedev announced that he would step aside so that Putin, instead of him, could represent the United Russia Party in the March 2012 presidential elections. This means that Putin—who after years of dominating the political scene is unlikely to face a credible challenger—could serve as leader of the Kremlin until 2024, when he will turn 72, around the same age as his predecessors in the Soviet era. But perhaps Putin should not celebrate too soon.
To start with, Putin’s decision to anoint himself as the presidential candidate so far in advance of elections is a risky political course. Medvedev, who is still president for the next seven months, does not appear happy about the plan. When he announced it in his speech to the Kremlin-sponsored United Russia Party Congress, Medvedev suggested the decision had been mutually agreed upon with Putin as far back as 2007; Putin for his part appeared to promise to the congress that he would make Medvedev his prime minister after he comes into office in early May. But just two days later, on September 26, Medvedev seemed to give full vent to his discontent, when he fired Finance Minister Alexei Kudrin, a close Putin associate, at a meeting of the president’s Modernization Commission.
Kudrin had been in Washington at the IMF meetings when Medvedev made the announcement about the presidential race. Apparently caught by surprise, Kudrin told reporters that he would not be able to work under Medvedev as prime minister because of their policy disagreements over government expenditure. Medvedev responded by telling Kudrin at the meeting on the 26th that his statements in Washington were “inappropriate and inexcusable” and asked him to tender his resignation. When Kudrin replied that he would first consult with the prime minister, Putin, Medvedev snapped back: “You may consult with whomever you like, including with the prime minister, but while I am president, I make such decisions myself.”
Medvedev’s bold action suggests that a smooth transition to the presidency for Putin is unlikely. For starters, Medvedev ignored the fact that he had no formal authority to fire Kudrin. According to article 83 of the Russian Constitution, the president nominates and dismisses ministers “at the suggestion of the prime minister.” So the order for the dismissal should have been initiated by Putin. (For his part, Putin—doubtless wanting to avoid further conflict—hastily prepared the order after the fact and Kudrin was formally dismissed at the end of the day. But Putin has made a point of stating publicly that Kudrin will remain in the government.)
Furthermore, Kudrin has been a particularly important figure in the Kremlin, both for the high regard in which he is held in Russia and the West and for his longstanding ties to Putin. (Clifford Gaddy of the Brookings Institution considers Putin and Kudrin to be so close that he dubbed the two “Pudrin.”)
One can only assume that this daring and uncharacteristic move against Putin was prompted by Medvedev’s public humiliation on September 24. Indeed, contrary to what was claimed at the party congress, Medvedev had in recent months made no secret of his own presidential ambitions. In a June 19 interview with the Financial Times, he responded to a question about whether he planned to run for a second term by saying that “any leader who occupies a post such as president is simply obliged to want to run [for re-election].”
Although many observers have portrayed Medvedev as a clone of Putin who was all along simply warming the president’s seat until Putin returned to power Medvedev has been publicly at odds with Putin on several occasions.
In December, 2010, for example, when asked about members of the liberal opposition, who had recently created the People’s Freedom Party, Putin was vitriolic in condemning them, whereas Medvedev defended the oppositionists’ right to have their voice heard: “These are public political figures. People relate to them differently. They each have their own electoral base.” As it turns out, the People’s Freedom Party was denied registration for the December 4 parliamentary elections, so its leaders—Boris Nemtsov, Mikhail Kasyanov, Vladimir Ryzhkov and Vladimir Milov—have asked supporters to vote against all candidates as a protest against the Kremlin’s political monopoly. (In the Duma, Putin’s United Russia now controls 315 seats, while the Communist, Liberal Democratic, and Just Russia parties have just 57, 40, and 38 seats, respectively.)
That same month, Putin accused former oligarch Mikhail Khodorkovsky, who was appealing a second criminal sentence in a Moscow court, of being a murderer and said that, “a thief should stay in jail.” Medvedev then chastised the prime minister publicly: “It is absolutely clear that neither the president nor anyone else in government service, has the right to state their position on this case, or any other case, before sentencing.” Whereas Putin, who considers Khodorkovsky to be his arch-enemy (mainly because the latter funded opposition political parties in 2003), Medvedev has said more than once that Khodorkovsky’s release on parole would “pose no danger to society.” (Though he has yet to use his presidential powers to ensure that the Russian judiciary acts fairly and independently with regard to the case.)
More recently, in March 2011, after Putin voiced disapproval of the UN Security Council resolution authorizing military intervention in Libya and compared it to a call for a “medieval crusade,” Medvedev again admonished him: “Under no circumstances is it acceptable to use expressions that essentially lead to a clash of civilizations, such as ‘crusade’ and so on.” Under Medvedev’s auspices, Russia abstained from voting on the resolution, thus paving the way for NATO military action.
As Aleksei Venediktov, editor in chief at Radio Ekho Moskvy observed: “There were many issues like this between them. They have different styles. One of them was brought up as a Brezhnev-era officer and the other as a Gorbachev-era lawyer. These people see the world differently.” In Venediktov’s view, Putin decided to run again because he felt that Medvedev’s loyalty was crumbling: “this meant either putting a new person in place for the coming six years in order for loyalty to start from zero, a fresh person, obliged to [Putin] for everything, or to sit in the seat [of the presidency] himself.”
Indeed, Medvedev seems to doubt Putin’s apparent promise to designate him prime minister. As part of his tirade against Kudrin on September 26, he fumed that “there is no such thing as the new government [i.e. formed by the new president in 2012.] No one has been handed an invitation to join.” In the meantime, Medvedev can continue to cause trouble. As Russian political observer Pavel Felgenhauer observes: “the lame duck president may still theoretically attack Putin, using the immense powers concentrated in the Kremlin.” Once he returns to the presidency (if all goes as planned) Putin could face even greater challenges. Putin’s approval ratings—while still high by western standards—have declined by ten percent since last year, to 68 percent according to a September Russian Levada Center poll. (Medvedev’s approval rating was 62 percent). As president, Putin could see his popularity plummet if the Russian economy stagnates and living standards fall.
The International Monetary Fund (IMF) has recently forecast that Russia’s economy will grow more slowly than previously estimated for 2011 and 2012 because the outlook for oil prices has worsened and capital continues to leave the country. Russia’s dependence on natural resources, its severely outdated economic infrastructure, and poor business climate will continue to threaten growth. In addition, corruption continues to plague the bureaucracy at all levels and Putin has shown no inclination to tackle the problem.
In a recent interview on Ekho Moskvy, Gennady Gudkov, a retired FSB colonel who is deputy chairman of the Duma Committee on Security, predicted that a severe crisis would occur within just a few years of a Putin presidency—a crisis that could, he implied, bring the traditionally passive Russian people out on to the streets. (In January 2005, there were massive protests throughout the country by pensioners against Putin because their benefits had been reduced.) 
Western leaders, for the most part, pinned their hopes on Medvedev as president in 2012, because he has demonstrated a greater willingness than Putin to cooperate on a wide range of issues. Now they will apparently have no choice but to do business with Putin. Hopefully that will not prevent them from continuing to press for human rights in Russia. Coincidentally, Putin’s birthday falls on the same date as the murder, five years ago, of celebrated Russian journalist Anna Politkovskaya, a vehement and courageous critic of the then president, who famously disparaged her reputation after her death. Although Russian authorities have charged the alleged hit men (a new trial is expected in the next few months) the more crucial question of who ordered the murder has yet to be resolved. 
It is worth noting that in a new Levada Center poll about the Politkovskaya case released this week, over half of respondents said that the initiator of the crime would never be found and one out of four believe that the Russian security services, Putin’s main stronghold of support within the governing elite, are behind the murder. We might conclude from these responses that Russian people are not ignorant or naïve about their government; they are just fatalistic. As the Arab uprisings have reminded us, fatalism is not necessarily a permanent state.
October 7, 2011, 2:35 p.m.