É sempre mais fácil enxergar e criticar o copo meio vazio. É claro que é triste constatar que mais de 40% das crianças brasileiras de 7 anos são analfabetas funcionais, mesmo já tendo atendido a dois anos de cursos de alfabetização. Mas aqui vou preferir enxergar o copo meio cheio.
Pela primeira vez temos um indicador sério de alfabetização, e não um me-engana-que-eu-gosto. A barra do teste é alta para uma criança de 7 anos, e tem muito adulto no Brasil que não a ultrapassaria. Além disso, há meta para os Estados, de acordo com suas próprias condições, e os gestores estaduais podem, se quiserem, atrelar a remuneração dos professores a essa meta.
É incrível saber que um indicador básico como esse só foi implementado no ano passado, e esse é só o 2o ano de sua aplicação. Camilo Santana, ministro da educação, participou do esforço que colocou o Ceará no topo de todos os rankings nacionais de educação, certamente implementando ideias como essa. Trata-se de um trabalho de longo prazo, que exige foco e continuidade.
Cheguei a escrever aqui, quando Camilo Santana foi indicado para o ministério da Educação, que o grande selo de qualidade havia sido uma crítica de um professor aposentado de uma Federal qualquer, que afirmava que o Ceará “treinava os alunos para irem bem nas provas” e abria mão de uma “educação cidadã”. Concluí que estávamos no caminho certo, e este índice é uma prova disso.
