Bem, talvez o ritmo atual de "apuraçao" da ultima falcatrua com dinheiro publico tenha algo a ver com as eleicoes, mas o resto se conforma ao que sempre vimos no Brasil. Os escandalos vao ficando velhos e sendo suplantados pelos mais "novos".
Nao tenho comentarios a fazer, apenas transmito certo estado de espirito, se me faço compreender...
Paulo Roberto de Almeida
"Só apurar quando não adiantar" - coluna Carlos Brickmann
Coluna de quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Se o Mensalão, cinco anos depois, ainda não tem nenhuma sentença; se os dólares na cueca estão esquecidos, sem que se saiba de quem eram, para quem iam e de onde vieram; se o dinheiro dos aloprados, quatro anos depois, continua sem teto, sem que se tenha apurado de onde saiu e por quem foi entregue, por que tanta surpresa com mais um adiamento da sindicância sobre Erenice Guerra, principal auxiliar da ministra-candidata Dilma Rousseff, de tal forma que só se saiba alguma coisa - se alguma coisa se souber - depois do segundo turno?
Quem investiga as irregularidades que podem ter ocorrido na Casa Civil da Presidência da República é a Casa Civil da Presidência da República. Se algo ilegal for apurado, prejudicará a candidatura da ex-ministra da Casa Civil da Presidência da República. Então, caro leitor, deixa pra lá. Não é o sucessor de Dilma Rousseff e Erenice Guerra na Casa Civil da Presidência da República, ministro Carlos Esteves Lima, que vai querer ficar com a batata quente nas mãos.
A idéia geral é que, já que ficar de pé é cansativo, o melhor é sentar em cima dos escândalos. E não acredite que, passado o segundo turno, a sindicância vá andar mais depressa. Se ganhar a situação, por motivos óbvios (e a oposição, desanimada pela derrota, não terá como levantar os estandartes de guerra). Se ganhar a oposição, tudo bem: será a hora de dividir o poder. De, na pitoresca expressão que se usa para evitar frases grosseiras, "cuidar da governabilidade", de garantir a maioria. Erenice passa a ser um episódio menor, a ser esquecido.