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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Heranca maldita dos companheiros: a refinaria com os bolivarianos, que foi de 3 a 20 bilhoes de dolares...

O primeiro aspecto a ser notado neste assunto foi o atentado contra a soberania nacional cometido pelos companheiros. Eles começaram aceitando que o ditador Hugo Chávez determinasse onde seria construída a refinaria brasileira.
Ou seja, em lugar de uma decisão puramente técnica, ou de melhor localização geográfica dessa nova planta da Petrobras -- e pelo menos cinco estados do Nordeste a reivindicavam -- os companheiros decidiram que cabia a Chávez decidir, o que é uma inacreditável renúncia de soberania dos companheiros. A própria ex-ministra de Minas e Energia, que vinha tratando do assunto desde o início do governo companheiro, confirmou, ao assumir a Casa Civil, que o lugar da refinaria já estava decidido: seria em Pernambuco e se chamaria Abreu e Lima, porque assim Chávez tinha decidido.
Os companheiros continuaram acreditando na palavra sem valor dos bolivarianos durante todos esses anos, quando ele NUNCA cumpriram NENHUM dos compromissos assumidos.
O segundo aspecto a ser notado é que a refinaria foi feita para processar petróleo venezuelano, quando aquele país enfrenta -- aliás desde antes de 2005 -- problemas enormes de produção e venda de petróleo, e a própria Petrobras teve de desistir de explorar petróleo na Venezuela por causa do caos que virou o setor do petróleo naquele país sob Chávez, com mudanças constantes nas regras e nenhuma segurança quanto aos investimentos.
O terceiro aspecto é que, independentemente do fato de os bolivarianos terem ludibriado, enganado, mentido para os companheiros, e independentemente do fato que a extrovenga teria de processos petróleo bolivariano, os custos de construção simplesmente quadruplicaram ou quintuplicaram, sem qualquer explicação credível: eles foram de 3 ou 4 bilhões de dólares para perto de 20 bilhões atualmente.
Como nos outros escândalos da Petrobras, pode-se tratar de crime premeditado. Ou seja, os negócios são feitos deliberadamente assim, para que outros "objetivos" sejam cumpridos, e vocês podem imaginar o que sejam esses outros objetivos.
Paulo Roberto de Almeida


Petrobrás abriu mão de cobrar 'calote' da Venezuela em obras de refinaria
Lisandra Paraguassu, Andreza Matais e Fábio Fabrini / BRASÍLIA
O Estado de S. Paulo, 24/03/2014 

Parceria internacional. Como a PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, nunca formalizou associação para construir planta de refino em Pernambuco, empresa brasileira está impedida de cobrar investimentos prometidos pelo então presidente Hugo Chávez.

Documentos inéditos da Petrobrás aos quais o Estado teve acesso mostram que a empresa brasileira abriu mão de penalidades que exigiriam da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo Brasil para o projeto e o começo das obras na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. O acordo "de camaradas", segundo fontes da estatal, feito entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez deixou o Brasil com a missão de garantir, sozinho, investimentos de quase US$ 20 bilhões.

O acordo previa que a Petrobrás teria 60% da Abreu e Lima e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), 40%. Os aportes de recursos seriam feitos aos poucos e, caso a Venezuela não pagasse a sua parte, a Petrobrás poderia fazer o investimento e cobrar a dívida com juros, ou receber em ações da empresa venezuelana, a preços de mercado. Essas penalidades, no entanto, só valeriam depois de assinado o contrato definitivo, de acionistas. Elas não chegaram a entrar em vigor, já que o contrato não foi assinado.

Os documentos obtidos pelo Estado mostram que a sociedade entre a Petrobrás e PDVSA para construção da refinaria nunca foi assinada. Existe hoje apenas um "contrato de associação", um documento provisório, que apenas prevê, no caso de formalização futura da sociedade, sanções pelo "calote" venezuelano.

Desde 2005, quando esse termo de compromisso foi assinado pelos dois governos, até o ano passado, a Petrobrás tentou receber o dinheiro devido pela PDVSA - sem sucesso. Em outubro do ano passado, quando o investimento na refinaria já chegava aos U$ 18 bilhões, a estatal brasileira desistiu.

Os venezuelanos não negam a dívida. No item 7 do "contrato de associação" a PDVSA admite sua condição de devedora (ver ao lado). Antes desse documento, ao tratar do fechamento da operação, uma das condições era o depósito, pelas duas empresas, dos recursos equivalentes à sua participação acionária em uma conta no Banco do Brasil - o que a o governo da Venezuela nunca fez.

Em outro documento obtido pelo Estado, a Petrobrás afirma que estariam previstas penalidades para o "descumprimento de dispositivos contratuais". Como nos outros casos, essa previsão não levou a nada, porque as penalidades só seriam válidas quando a estatal venezuelana se tornasse sócia da Abreu e Lima - e isso não ocorreu.

Chávez e Lula. A ideia de construir a refinaria partiu de Hugo Chávez, em 2005. A Venezuela precisava de infraestrutura para refinar seu petróleo e distribuí-lo na América do Sul, mas não tinha recursos para bancar tudo sozinha. Lula decidiu bancar a ideia. Mas Caracas nunca apresentou nem os recursos nem as garantias para obter um empréstimo e quitar a dívida com a Petrobrás.

Em dezembro de 2011, em sua primeira visita oficial a Caracas, a presidente Dilma Rousseff tratou o assunto diretamente com Chávez, que prometeu, mais uma vez, uma solução. Nessa visita, o presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, chegou a anunciar que "havia cumprido seus compromissos" com a empresa e entregue uma "mala de dinheiro em espécie" e negociado uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento da China. Esses recursos nunca se materializaram.

O projeto inicial, que era de US$ 2,5 bilhões, já chegava, em outubro do ano passado, aos US$ 18 bilhões, quando a Petrobrás apresentou ao seu Conselho de Administração a proposta de assumir integralmente a refinaria. A estimativa é que o custo total fique em torno de US$ 20 bilhões.

Para justificar os novos valores, a empresa cita ajustes cambiais e de contratos, gastos com adequação ambiental e o fato de ter ampliado a capacidade de produção de 200 mil para 230 mil barris por dia. Os novos itens e a ampliação da produção explicariam o custo oito vezes maior que o inicial.


Procurada pelo Estado, para falar sobre o "calote" da Venezuela, a Petrobrás informou que nada comentará.

Marco de 1964: a derrocada do governo Goulart - materia da FSP

O jornal Folha de S.Paulo, através de textos, audios, videos, e imagens, esmiuça os vários ângulos da crise político-militar que redundou no golpe de 31 de março de 1964. 

Veja o link abaixo:

Venezuela: uma democracia pujante, defende seus direitos, covardemente atacada por um agente estrangeiro...

A deputada Maria Corina Machado foi transformada em agente estrangeiro, por uma interpretação valente, soberana, altiva da Assembleia Nacional Bolivariana, que assim defende o país de ataques do imperialismo panamenho, o mais agressivo de todos...
Paulo Roberto de Almeida

María Machado deja de ser diputada por violar Constitución al aceptar cargo de Panamá
24/03/2014

El presidente de la Asamblea Nacional (AN), diputado Diosdado Cabello, informó este lunes que María Corina Machado dejó de ser diputada de la República al aceptar y ejercer el cargo como representante alterno del Gobierno de Panamá ante la Organización de Estados Americanos (OEA), en Washington.

Cabello apuntó que la vocera de la derecha venezolana violó el artículo 191 de la Constitución, que establece: "Los diputados o diputadas a la Asamblea Nacional no podrán aceptar o ejercer cargos públicos sin perder su investidura, salvo en actividades docentes, académicas, accidentales o asistenciales, siempre que no supongan dedicación exclusiva".

"Estando allá (en la OEA) hubo declaraciones, acciones, peticiones, de la señora María Machado como funcionaria del gobierno panameño. Eso es público, notorio y comunicacional, de hecho y de derecho, cuando ella actuaba estaba aceptando cualquier cargo que le estaba dando el gobierno panameño", expresó el presidente del Parlamento venezolano, quien además dio lectura al comunicado de Panamá a la OEA, en el que solicitaba la acreditación de Machado "como representante alterno de la delegación de la República de Panamá ante la OEA a partir de la fecha (20 de marzo de 2014)".

Cabello precisó que no se trata de un nombramiento accidental ni por un día sino "a partir de la fecha" y Machado actualmente ocupa el cargo de representante alterno de Panamá ante la OEA.

Machado también violó el artículo 149 de la Constitución Nacional, que establece: "Los funcionarios públicos y funcionarias públicas no podrán aceptar cargos, honores o recompensas de gobiernos extranjeros sin la autorización de la Asamblea Nacional".

"Sería la violación del artículo 149 porque siendo funcionaria pública aceptó un cargo de un gobierno extranjero sin la autorización de la Asamblea Nacional", puntualizó Cabello, en referencia al nombramiento de Machado ante la OEA, donde Machado expresó su apoyo a las acciones de violencia perpetradas en algunos sectores del país desde el 12 de febrero pasado por parte de grupos de choque de la derecha venezolana, que han causado la muerte a más de 30 personas, así como numerosos destrozos, con el objetivo de derrocar el Gobierno del presidente Nicolás Maduro, elegido por la mayoría del pueblo.

La vocera de la derecha, apuntó el presidente de la AN, representa a "un gobierno hóstil contra el Gobierno y pueblo de Venezuela".

El 5 de marzo pasado, el Gobierno venezolano decidió suspender las relaciones políticas, diplomáticas y económicas con Panamá, dada la injerencia del Gobierno de Ricardo Martinelli en los asuntos internos de Venezuela y promover sanciones en su contra dentro del seno de la OEA.

Pierde la inmunidad parlamentaria

Diosdado Cabello recordó que la semana pasada la Fiscalía General de la República recibió pruebas para iniciar una investigación y un antejuicio de mérito a Machado, por estar presuntamente involucrada en delitos contra la independencia y la seguridad de la nación, llamados a la violencia, instigación a delinquir, terrorismo, violación a la Constitución y traición a la patria, con el objetivo de promover un golpe de Estado y la intervención extranjera en asuntos internos de Venezuela.

Con el objeto de allanarle la inmunidad parlamentaria, el presidente de la Asamblea Nacional en compañía de la bancada socialista presentó ante la Fiscalía los documentos que dan cuenta de la presunta vinculación de Machado en los referidos hechos.

Este lunes, el diputado aclaró que ya no hace falta allanarle la inmunidad parlamentaria a Machado "porque según el artículo 191, según este nombramiento (por parte de Panamá), y según sus actuaciones y acciones la señora Machado dejó de ser diputada".

Cabello manifestó que la vocera opositora tiene derecho a expresarse y acudir a donde quiera pero no puede violar la Constitución Nacional.

Agregó que la ahora ex parlamentaria, que firmó el decreto que derogó los poderes de la República el 12 de abril de 2002, deja de tener acceso al Parlamento y su curul lo ocupará el diputado suplente, con todas las atribuciones que la ley establece.

"¿Qué significa que no es diputada? No tiene inmunidad parlamentaria, no tiene acceso a la Asamblea Nacional -como cualquier diputado- puede ser investigada directamente por todas las cosas que han venido ocurriendo, y a eso hay que sumarle con más fuerza (el delito de) traición a la patria", sentenció el diputado.

Machado derrotada en la OEA

El viernes pasado, en la sede de la OEA, María Corina Machado recibió el rechazo del organismo hemisférico, que decidió no hacer pública su intervención en la Sesión Ordinaria del Consejo Permanente.

En un acostumbrado debate sobre las reuniones de la OEA, Nicaragua propuso desarrollar a puerta cerrada la reunión, propuesta que recibió el respaldo de 22 embajadores de los Estados miembros, mientras que 11 manifestaron estar en contra y uno expresó su abstención.

Tras la votación, el representante de Brasil, Breno Dias da Costa -quien votó a favor de que la reunión fuera privada- dijo que esta decisión no buscó "impedir un diálogo, sino impedir un 'show' para una platea externa", reseñaron agencias internacionales.

Agencia Venezolana de Noticias (AVN) / Lunes 24.03.2014
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La diputada María Corina Machado fue retenida a su llegada al Aeropuerto de Maiquetía por funcionarios de la Guardia Nacional (GN), así lo informó su...

Industria e politicas industriais: algum cuidado especial? - SamuelPessoa (FSP)

Indústria e câmbio, a missão

 Samuel Pessôa


A chave do problema é a capacidade de poupança do país; ela altera tanto o câmbio como o crescimento

Não há evidência de que a indústria de transformação seja especial sob algum critério. Isto é, não há evidência de que o retorno social da atividade industrial seja maior que o da agricultura, o da pecuária, o da indústria extrativa mineral ou o das diversas atividades do setor de serviços.

Todas as atividades têm seu valor econômico definido pelo seu impacto no produto total. Desse ponto de vista, todas as atividades são igualmente importantes e seu impacto para o crescimento econômico é corretamente medido pelo seu impacto no produto.

Com exceção de algumas poucas atividades, em que há claramente falhas de mercado que justifiquem tratamento especial, a política econômica deveria tratar os diversos setores da atividade produtiva de maneira simétrica.

As exceções mencionadas no parágrafo anterior referem-se à atividade de inovação tecnológica e ao investimento educacional. No primeiro caso, o ganho privado de inovar é claramente inferior ao ganho para a sociedade. A criação de um novo produto ou processo ou a adaptação de produtos e processos desenvolvidos alhures --quando bem-sucedidas-- geram a possibilidade de muitos outros participantes entrarem nesses mercados. Quando malsucedida, o custo será incorrido somente pelo inovador.

Com relação ao investimento educacional, os maiores salários futuros, fruto da melhora educacional, não são um bom colateral para o crédito educacional. Faz sentido o subsídio público.

Em resumo, na ausência do estímulo público, os incentivos puramente individuais poderiam levar a menos inovação e educação do que seria ótimo para a sociedade, e todos perderiam.

Mesmo não havendo, como já mencionado, evidência da natureza especial da indústria de transformação, há inúmeros analistas que pensam diferentemente. E, portanto, acreditam haver forte relação causal entre indústria e crescimento econômico.

Para esses analistas, é necessária política macroeconômica que contribua para desvalorizar o câmbio. O câmbio desvalorizado estimula a atividade manufatureira, contribuindo para acelerar o crescimento.

Dani Rodrik, professor e brilhante pesquisador titular da cadeira em homenagem a Albert Hirshman do Instituto de Estudos Avançados da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Princeton, publicou no fascículo de outono de 2008 da respeitadíssima revista do Brookings Institution o influente artigo intitulado "A taxa de câmbio real e o crescimento econômico".

No artigo, Rodrik apresenta um farto conjunto que evidencia correlação entre câmbio e crescimento. Câmbio desvalorizado colabora para acelerar o crescimento.

No entanto, a evidência de Rodrik não é robusta. Outros estudos fizeram a mesma pergunta e chegaram a outros resultados. Quando isso ocorre, a prática é avaliar a evidência conjunta dos trabalhos que fizeram a mesma pergunta.

Texto de trabalho do FMI de dezembro de 2010 (nº 270), escrito por Nicolás Magud e Sebastián Sosa, avalia a evidência que temos a partir de um sumário de 60 trabalhos que investigaram o tema nas últimas duas décadas, incluindo, evidentemente, o trabalho de Rodrik.

Há, de fato, evidência contundente de que câmbio valorizado correlaciona-se negativamente com crescimento: 24 trabalhos chegaram a esse resultado, ante 3 que obtiveram resultado oposto. Com relação a câmbio desvalorizado, o resultado é cinza. De 20 trabalhos, 11 sugerem que câmbio desvalorizado reduz o crescimento, e 9, que não reduz. O leitor interessado pode verificar a figura 3 à página 24 da publicação.

Em síntese, é possível que haja correlação positiva entre desvalorização do câmbio e crescimento econômico, mas esse resultado não é robusto. Adicionalmente, se de fato houver tal correlação, nada garante que exista causalidade do câmbio no crescimento.

Em outras palavras, é possível que uma terceira variável, a capacidade de poupança do país, altere simultaneamente tanto o câmbio quanto o crescimento. Esse é, no meu entender, o verdadeiro canal causal, a chave do problema. E indica por que incentivar a indústria não vai ajudar a estimular o crescimento no Brasil. A falta de espaço, porém, obriga-me a deixar o último capítulo para a semana que vem.

SAMUEL PESSÔA, formado em física e doutor em economia pela USP, é pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Escreve aos domingos nesta coluna.

Panama: o unico pais a salvar a honra perdida da AL no caso daVenezuela-OEA - Mac Margolis

O Panamá é bom de briga

 Mac Margolis


Na diplomacia, o Panamá não é exatamente um peso-pesado. Uma pequena tripa do istmo centro-americano, o país tem a população de Espírito Santo e um PIB menor do que o faturamento do Walmart. Teve seu momento de glória há um século, quando o Theodore Roosevelt traçou o canal do Atlântico ao Pacífico. Hoje, o Canal do Panamá depende de reformas urgentes, mas o diminuto país continua a surpreender.

Agressivo e altivo, o governo panamenho fala quando o resto da região silencia e não foge de brigas com vizinhos graúdos. O estilo choca-se com a comedida diplomacia da América Latina, onde a condescendência é a regra até com vizinhos que atropelam direitos humanos e o único inimigo consensual é Washington.

Pela atitude pouco companheira e a recusa ao nacionalismo barato, o governo panamenho já foi acusado de fantoche dos gringos. Assim foi na semana passada, quando o Panamá pressionou para que a deputada venezuelana María Corina Machado falasse ao Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Líder importante da oposição ao governo de Nicolás Maduro, a deputada pretendia expor ao colegiado regional o que se passa nas ruas conflagradas da república bolivariana, onde pelo menos 31 pessoas morreram em confrontos ocorridos em meio à recente onda de protestos antichavistas.

A OEA vetou María Corina. Talvez pela afinidade latina com o socialismo do século 21 de Hugo Chávez. Ou, quem sabe, para não arriscar a mesada companheira – os 110 mil barris diários de petróleo barato que Caracas envia a 17 países amigos no programa Petrocaribe. Foi a senha para o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, que convidou a oposicionista venezuelana para integrar sua delegação nacional na OEA, cedendo-lhe o assento do próprio embaixador. Assim, reprisou um gesto dos anos 80, quando a oposição do Panamá pediu o apoio da Venezuela para expor na OEA a repressão do então ditador Manuel Antonio Noriega. No entanto, não assim foi desta vez. Possessos, os bolivarianos manobraram para sufocar a insurreição. Na sexta-feira, a poucos minutos do início da eunião, o conselho decidiu, por 22 votos a 11, fechar as portas da OEA ao público. Para “não criar um circo”, o Brasil votou com os bolivarianos, trocando a lona pela mordaça.

Sem limites. Pode haver um componente pessoal na rusga entre Caracas e Cidade do Panamá, na qual os dois mandatários só faltam xingar a mãe um do outro. “Lacaio rastejante”, o presidente Maduro chamou seu colega panamenho. “Imaturo”, revidou Martinelli, fazendo graça com o nome do venezuelano, a quem acusou de conduzir seu país “à falência”.

No entanto, não é apenas o fígado que fala. Conservador e capitalista desenvergonhado, o panamenho nunca escondeu seu desprezo pelo enclave chavista, que vai de La Paz a Havana.

Em julho, Martinelli provocou um paroxismo continental quando mandou apreender o cargueiro Chong Chon Gang, que saíra do Porto Mariel, em Cuba, rumo à Coreia do Norte. Oficialmente, o navio carregava açúcar. Os fiscais do canal desconfiavam de cocaína. Acharam uma verdadeiro arsenal.

Especialistas das Nações Unidas encontraram um sofisticado esquema de contrabando de armas. Nos contêineres, havia seis plataformas lançadoras de mísseis, dois caças MiG-21 desmontados, armas e munição. Mesmo assim, o governo de Cuba esperneou, escorado pelos companheiros bolivarianos, que alegaram ingerência por encomenda dos gringos.

A festa de desaforos entre os dois países continua. No início de março, o Panamá pediu à OEA que debatesse os confrontos nas ruas da Venezuela. Maduro deu o coice: expulsou o embaixador panamenho e rompeu o comércio bilateral. A OEA curvou-se à decisão. Os bolivarianos conseguiram calar a deputada María Corina dentro do colegiado já famoso pelo silêncio obsequioso. Fizeram-lhe um imenso favor, levando-a ao palco internacional, o mais novo para-raio da tempestiva revolta contra o chavismo.

É COLUNISTA DO 'ESTADO' E CHEFE DA SUCURSAL BRASILEIRA DO PORTAL DE NOTÍCIAS VOCATIV 

A fabrica de escandalos dos companheiros: desta vez com Viagra (agoravai...)

pílula azul
É… Guardem este nome: Labogen Química Fina e Biotecnologia. Segundo a Polícia Federal, trata-se de um dos braços do esquema de lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, o mesmo que levou à prisão o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que colaborou com o rolo da refinaria de Pasadena.
Pois bem: essa tal Labogen assinou com o Ministério da Saúde um contrato de R$ 150 milhões para o fornecimento de citrato de sildenafila, o princípio ativo do Viagra. A PF descobriu que essa “empresa” não tem planta industrial e que o remédio seria fabricado por outro laboratório, ao qual a Lobogen repassaria 40% do contrato. Ou por outra: segundo a Polícia, a turma pagaria R$ 60 milhões pelo remédio e embolsaria nada menos de R$ 90 milhões. Uma  beleza!
“Eles” estão começando a perder qualquer modéstia, né? Os escândalos subiram de patamar. Já começam na casa dos R$ 100 milhões. Leiam reportagem publicada na VEJA desta semana.
*
Pré-candidato petista ao governo de São Paulo nas eleições deste ano, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha é citado nominalmente no inquérito da Polícia Federal que investiga a rede de lavagem de dinheiro comandada pelo doleiro Alberto Youssef. Em um dos relatórios da Operação Lava-Jato, há ainda uma foto de Padilha ao lado de um homem que os investigadores apontam como laranja de Alberto Youssef, no ato de assinatura de um contrato que levou a investigação para dentro do Ministério da Saúde.

A imagem foi interceptada pelos agentes na caixa de e-mails de um dos investigados. O contrato foi assinado por Padilha com a Labogen Química Fina e Biotecnologia, uma empresa que, segundo a Polícia Federal, é tudo menos um laboratório farmacêutico, e ainda assim foi contemplada com uma parceria em que planejava receber 150 milhões de reais em vendas de remédios para o ministério. Um grande — e suspeitíssimo — negócio.
Pelo modelo de contratação adotado, o Ministério da Saúde escolhe empresas privadas dispostas a fazer parceria com laboratórios públicos para a produção de remédios. A Labogen, com sede em São Paulo, foi uma das escolhidas no ano passado para fornecer citrato de sildenafila, medicamento com o mesmo princípio ativo do famoso comprimido azul para disfunção erétil. O ministério informou que as empresas interessadas em firmar parcerias passam por um rigoroso processo de seleção e análise de capacidade técnica que envolve vários órgãos públicos. No papel, segundo o ministério, a situação da Labogen estava o.k.
No mundo real, a polícia concluiu que a Labogen não tem uma planta industrial e passa longe de ser uma companhia de porte, compatível com os valores milionários a ser recebidos do governo. Documentos juntados no inquérito mostram que, na verdade, os remédios seriam fabricados por um outro laboratório, de Goiás, ao qual a Labogen repassaria 40% do valor do contrato. Sem produzir um único comprimido, a empresa do doleiro pretendia faturar 90 milhões de reais. Os sócios da Labogen figuram como titulares de remessas milionárias para contas no exterior, operações que os investigadores dizem ser simuladas. A empresa tinha planos de ampliar a lista de remédios a ser fornecidos ao governo. Diz a PF: “Pode-se estar diante, portanto, de mais uma ferramenta para sangria dos cofres públicos”.

Venezuela: um ditador chamado de... ditador! Elementar, Nicolas...

Venezuela protestas

Leopoldo López llama a Maduro “dictador de Venezuela” y le pide que renuncie

Infolatam/Efe
Caracas, 23 de marzo de 2014
Las claves
  • El dirigente dijo que aunque está "encerrado y aislado" se siente "fuerte y firme" como el pueblo venezolano que desde hace más de un mes realiza protestas en contra del Gobierno de Maduro.
  • El dirigente está preso en la cárcel militar de Ramo Verde, cercana a Caracas desde hace más de un mes, después de que una marcha convocada por el movimiento estudiantil y por el bando opositor al que pertenece, el 12 de febrero pasado, terminara en violencia y dejara tres muertes y decenas de heridos.
El dirigente opositor venezolano Leopoldo Lópezpidió al jefe de Estado, Nicolás Maduro, que renuncie a la Presidencia a través de una carta distribuida entre los cientos de miles de personas que marcharon el sábado en contra de su gestión, un escrito en el que calificó al gobernante de “dictador de Venezuela”.
“Desde la cárcel le pido a Dios que te ilumine para que des el paso valiente y patriota de renunciar y así abrirle paso a un mejor futuro para todos los venezolanos”, se lee en la carta de López que fue leída por su esposa, Lilian Tintori, ante los manifestantes que atendieron a la convocatoria hecha por el mismo dirigente preso.
“También quiero decirte, a ti y a los que te acompañan, que de no dar el paso que te corresponde, nos tendrás a millones de venezolanos en las calles y fuera de ella, luchando para lograr el cambio político que nos corresponde como derecho, cuyas vías consagra nuestra Constitución”, apunta López en la carta.
El dirigente dijo que aunque está “encerrado y aislado” se siente “fuerte y firme” como el pueblo venezolano que desde hace más de un mes realiza protestas en contra del Gobierno de Maduro.
“Te invito a que desde la soledad del poder de quien no tiene la capacidad de conducir los destinos de la nación y solo le ha quedado la represión y la violencia, a que pienses cómo sería Venezuela si tu renunciaras”, dice López a Maduro en su misiva.
El dirigente está preso en la cárcel militar de Ramo Verde, cercana a Caracas desde hace más de un mes, después de que una marcha convocada por el movimiento estudiantil y por el bando opositor al que pertenece, el 12 de febrero pasado, terminara en violencia y dejara tres muertes y decenas de heridos.
Un tribunal de Caracas cursó orden de aprehensión contra López el mismo día de la marcha acusándole entre otros cargos de homicidio y terrorismo, tras los enfrentamientos que se produjeron al término de esa manifestación y el dirigente se entregó a las autoridades el 18 del mismo mes.
Fue a partir de esa marcha que el país se sumió en una ola de protestas contra la gestión de Maduro que no ha parado y que, según datos oficiales, ha causado 31 muertes, más de 450 heridos y cerca de dos mil detenidos, de los que 121 permanecen en prisión.

Escandalo da Petrobras: PT e barao belga, grandes amigos (ou, uma mao lava a outra...)

Entre companheiros eles se entendem: provavelmente toda a operação foi feita para isso mesmo, para que uma parte do dinheiro voltasse para quem estava na origem da venda corrupta.
O que esta matéria revela é apenas as doações legais ao partido dos companheiros. Provavelmente deve existir um tesouro de piratas enterrado em algum paraíso fiscal, em nome de companheiros graúdos...
Tudo explicado, quase não precisa de CPI, que só vai fazer confusão e criar confusão.
Uma boa investigação policial revelaria tudo isso, mas posso apostar que isso não vai acontecer.
Quem conhece o Brasil, os políticos brasileiros, e os companheiros, vai concordar comigo.
Paulo Roberto de Almeida

Depois de vender Pasadena para a Petrobrás, o barão da Astra botou dinheiro nas campanhas de Lula e de Dilma

CLIQUE AQUI para entender os negócios do barão. "Ele é um parasita, sempre grudado no dinheiro público, na Bélgica ou no Brasil", diz o jornalista belga Marco Van Hees, de Bruxelas, em entrevista ao Estadão de sábado. 


Em 2006 ele empurrou a refinaria Pasadena para a Petrobrás de Lula e Dilma, mas nunca esqueceu o bom negócio que fez com os governos do PT. Em função disto, fez estas contribuições financeiras para Lula e Dilma, via sua empresa brasileira, a Tractebel, bem conhecida no RS porque controla as usinas de Machadinho e Itá, entre outros negócios. Veja quanto ele deu:

2006, campanha de Lula – R$ 300 mil
2010, campanha de Dilma – R$ 900 mil
Ele também doou para o filme “Lula, filho do Brasil”.


Este barão belga, Alberto Frère, 83 anos (foto acima), o  homem mais rico daquele País, era o dono da refinaria Pasadena, por meio da Astra Transcor Energy, que foi comprada por U$ 42 milhões como sucata e vendida por U$ 1,12 bilhão para a Petrobras. Ele comprou esta refinaria em 2005 e vendeu 50% para a Petrobras em 2006, já por mais de U$ 300 milhõe, passando o restante para a estatal no ano seguinte por US$ 800 milhões.
. Este senhor possui 8% das ações da GDF Suez Global LNG, ocupando a cadeira de vice-presidente mundial nesta mega organização, maior produtora privada de energia do planeta. A GDF Suez possui negócios com a Petrobras no Recôncavo Baiano, mas seu principal negócio no Brasil é a Tractebel Energia, dona de um faturamento de quase R$ 6 bilhões anuais. É dona de Estreito, Jirau, Machadinho, Itá e dezenas de hidrelétricas, termelétricas, eólicas. 

domingo, 23 de março de 2014

Diplomatas e os desafios do presente: acoes e omissoes - Paulo Roberto de Almeida

Diplomatas e os desafios do presente: ações e omissões

Paulo Roberto de Almeida

Diplomatas, antes de serem servidores do Estado, ou funcionários de algum governo, são cidadãos de um país, membros de uma nação, indivíduos possuidores de consciência individual, de valores morais, seja adquiridos em família, ou no curso de sua formação e exercidos ao longo de toda uma vida e no âmbito de suas atividades profissionais. Falar dos diplomatas enquanto pessoas significa reconhecer-lhes o caráter de cidadãos que buscaram exercer sua vocação nos assuntos internacionais do seu país. O país, por definição, é sempre maior do que a instituição que os abriga, e obviamente do que o próprio poder institucional, o Executivo, no qual exercem sua atuação.
Diplomatas também possuem certas características individuais que os distinguem dos demais servidores do Estado, ou de profissionais do setor privado. O local de nascimento é, em grande medida, um acidente geográfico; o serviço do Estado pode ser o produto de um determinado contexto social ou o resultado de uma escolha deliberada, mas a consciência está de certa forma vinculada à vocação do diplomata. Alguns podem ter nascido em um país, mas acabaram servindo a outros, como nos casos de Henry Kissinger e Madeleine Albright.
Diplomatas são potencialmente “internacionais”, ainda que eles possam ser patriotas entranhados, dispostos a dar a vida pelo seu país de origem, ou a serviço do Estado para o qual trabalham. A nação à qual pertence esse Estado é, também por definição, superior ao Estado, embora em alguns casos o Estado precede a nação, e pode até ter participado do seu processo de formação. Nesse tipo de situação, o Estado pode extravasar seus limites naturais e até seu mandato constitucional, que seriam os de servir à nação, para servir-se da nação. Como o Estado é uma entidade impessoal, cabe a um determinado governo a tarefa de submeter servidores do Estado aos seus interesses específicos, ou seja, colocá-los a serviço de políticas definidas pelo grupo político que detém o poder legalmente e temporariamente. 
Diplomatas são pessoas que, em primeiro lugar, precisam exibir um enorme conhecimento sobre o seu país e sobre o mundo. Para chegar a tal nível de saber, muito superior ao das pessoas comuns, talvez equivalente ao de vários especialistas reunidos – em economia, em direito, em história, em política, em línguas, em cultura, de modo geral – os diplomatas se preparam intensamente para o concurso de admissão, e depois continuam estudando seriamente, tanto para o desempenho prático de suas tarefas correntes, quanto para eventualmente ultrapassar novos patamares de qualificação que constituem requisitos para a ascensão funcional. O fato de os diplomatas se submeterem a tantas exigências de estudo, de poder observar outras realidades e de efetuar uma comparação entre essas realidade e a sua própria, os torna naturalmente propensos a manter um espírito crítico sobre todas e cada uma delas, inclusive e principalmente sobre a sua própria. Esse fato os torna naturalmente conscientes e preocupados.
Sobre o quê, exatamente, deveriam eles estar conscientes e preocupados? Obviamente sobre a realidade que os cerca, que condiciona o seu trabalho e que determina suas ações, ou omissões. Trata-se de uma constatação prima facie: existem ações e omissões, do trabalho diplomático, na vida profissional dos diplomatas, na sua percepção do mundo, que devem tocar algumas cordas em sua consciência, e talvez deixá-los preocupados com o sentido de algumas dessas ações ou omissões.
Não é preciso recorrer à palavra crise – bastante desgastada por usos e abusos recorrentes – para referir-se ao estado atual de preocupações dos diplomatas, com o seu trabalho, com o seu país, com a região.  Circunstâncias geográficas, relações de cercania impõem um conhecimento direto do que se passa ao redor, após o que essas realidades vizinhas passam a impactar no trabalho diplomático e também a consciência dos diplomatas. Seriam eles indiferentes ao que se passa no ambiente regional?
Nesses lugares, os valores da liberdade, da democracia, dos direitos humanos estão sendo claramente colocados em perigo. As condições essenciais para uma vida digna e para o exercício das liberdades individuais já desapareceram; ou elas estão sob constante ameaça, a continuarem as políticas atualmente em curso. A situação de indivíduos, ou de grupos inteiros, está sendo minada pelo exercício do poder arbitrário, pelo desrespeito à lei, pelo uso da força ou da violência contra os que não se submetem ao poder arbitrário. Mesmo a mais elementar das liberdades, a de expressão, vem sendo ameaçada pela progressiva extensão de um credo que, mesmo minoritário, utiliza-se do controle do poder para permitir, única e exclusivamente, a expressão de suas próprias crenças e opções políticas. Padrões morais que julgávamos estabelecidos desde o final das tiranias do século XX parecem ceder ao crescente predomínio daqueles que não pretendem se submeter ao império da lei; estes atuam como se as vitórias eleitorais lhes dão automaticamente o direito de impor seus interesses peculiares, geralmente de caráter partidário.
Diplomatas não deveriam ser indiferentes a essas realidades. Presentes em todos os lugares nos quais podem ser diretamente observados fenômenos como esses, ou muito bem informados pelos meios de comunicação disponíveis, eles podem refletir sobre todos eles, e formar suas próprias ideias sobre o sentido de suas ações – ou omissões – em face de realidades que rompem com certos padrões morais, ou com o que está escrito em leis fundamentais, ou até nos discursos oficiais.
O que os diplomatas observam, o que eles constatam, o que eles informam o que eles fazem, ou de deixam de fazer, as instruções que eles recebem, como tudo isso impacta suas consciências, como tudo isso se reflete em suas preocupações cidadãs, ou como simples seres humanos? Qual o sentido moral de certas ações ou omissões? Qual a coerência intrínseca entre elas e o que figura na lei, nos princípios fundamentais, ou ainda, nos valores que eles acreditam defender, que deram sentido ao seu esforço para ingressar na carreira e que lhe guiou os primeiros passos no itinerário que ele julgam digno de suas aspirações e dos projetos que eles fizeram para suas vidas e para o país?
Quando existe um questionamento sobre tudo isso é porque determinadas realidades estão impactando a consciência dos diplomatas enquanto cidadãos, estão preocupando os diplomatas enquanto representantes de um país, enquanto agentes de um Estado, eventualmente enquanto servidores de um determinado governo. As diferentes realidades recobertas por esses conceitos, os limites que alguns deles podem impor ao exercício de alguns outros não deveriam impedir os diplomatas de pensar sobre o sentido de suas ações – ou omissões – e de expressar seus sentimentos de alguma forma, mesmo que de maneira indireta e não identificada.
Em alguns momentos da vida de uma nação, a dignidade pessoal e a consciência de continuar aderindo a certas posturas morais, a defesa de valores e princípios que se conformam a padrões civilizatórios – os mais altos que a humanidade alcançou ao longo de uma longa e tortuosa caminhada nos séculos precedentes – todas essas expectativas individuais ou coletivas deveriam estar acima das contingências circunstanciais ou dos interesses de grupos que monopolizam, por momentos, o poder político.
Diplomatas sabem disso. Não deveria ser difícil expressar essas ideias concretamente, e dissentir, quando a dissensão está do lado dos padrões morais, contra interesses partidários que apontam claramente para outra direção. CQD.


Hartford, 23 março de  2014