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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 24 de outubro de 2020

Alexandre Schwartsman e a curva da taxa de juros no Brasil: expectativas ainda negativas (InfoMoney)

 

AQUI SE PAGA

ALEXANDRE SCHWARTSMAN

 Riscos crescentes de problemas quanto à capacidade de pagamento da dívida levaram ao aumento das taxas de juros mais longas na comparação com as mais curtas. Ao contrário dos países ricos, o Brasil ainda paga juros reais positivos para se endividar, ou seja, terá que voltar a produzir superávits primários.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NA INFOMONEY, EDIÇÃO DE 21 DE OUTUBRO DE 2020

Há algumas semanas, ao escrever sobre as mudanças no regime monetário norte-americano, analisei os fatores que influenciam a chamada “curva de rendimento”, isto é, a linha que mapeia para cada prazo (um mês, três meses, seis meses, 2 anos, etc.) a taxa de juros correspondente. Notei então que as taxas de juros mais longas refletem (em algum grau) as expectativas sobre a sequência de taxas mais curtas.

Se, por exemplo, sabemos que o juro para 1 ano é de 5% e para o ano seguinte 10%, a taxa de juros para uma aplicação por dois anos tem que ser (aproximadamente) 7,5% ao ano, pois ao final de dois anos renderá 15,5%, o mesmo que uma aplicação de 5% no primeiro ano seguida de uma de 10% no segundo ano. Se a taxa de 2 anos for inferior a 7,5% ao ano, ninguém comprará o papel, preferindo fazer a aplicação em dois momentos distintos; se for superior a 7,5% ao ano, ninguém fará a aplicação em dois passos, preferindo a taxa mais alta.

Todavia, se complicarmos um tanto o exemplo, os resultados podem se tornar ainda mais interessantes, em particular para entender o que vem ocorrendo por aqui.

Considere a possibilidade de não receber de volta o dinheiro aplicado a partir do segundo ano. Digamos que a chance de levar um calote seja 25% Assim, com 75% de chance você recebe um determinado retorno; com 25% você perde tudo (estou forçando a mão, mas, acredite, fica bem mais fácil para ilustrar o problema).

Pergunta: qual seria a taxa de juros no segundo período necessária para manter o retorno de 10% (o mesmo do exemplo acima), imaginando que a investidora só se guie pelo valor esperado da aplicação (em economês castiço, seja “neutra com relação a risco”)?

Quem fizer as contas há de concluir que a taxa de juros nesse caso teria que ser 46,67% ao ano. Com 75% de chance os R$ 105 aplicados no segundo ano se transformariam em R$ 154; com 25% de chance, virariam pó, ou seja, o valor esperado seria 0,75×154 + 0,25×0 = 115,50.

Agora a taxa de juros para dois anos não seria mais 7,5% ao ano; seria aproximadamente 24% ao ano (a média geométrica entre 5% e 46,67%). Também nesse caso com 75% de chance o investidor receberia R$ 154 ao final do segundo ano e com 25% de chance voltaria para casa com as mãos abanando.

Obviamente, para deixar a conclusão mais clara carreguei a mão tanto na chance de calote, como na recuperação de zero do valor investido. Em condições normais a chance de calote costuma ser mais baixa e o investidor em geral recupera um valor ainda positivo de sua aplicação. Se aquela for 10% e o investidor conseguir recuperar, digamos, 90 centavos para cada real investido, a taxa de juros no segundo período seria 12,7% e a taxa para aplicação por dois anos 8,8% ao ano.

A moral da história diz menos dos números em si e mais do reflexo dos riscos de não receber o dinheiro de volta sobre as taxas de juros, em particular sobre taxas de diferentes prazos, dado que a chance de calote costuma ser maior para períodos mais longos. Posto de outra forma, a existência de um risco de não receber (integralmente) a aplicação faz com que a curva de rendimentos se torne mais inclinada, isto é, que as taxas para prazos mais longos subam relativamente àquelas para aplicações mais curtas.

É evidente que algo semelhante se passa no país. O gráfico abaixo mostra a curva de rendimentos no último dia de 2019 (a linha preta) em comparação ao observado na sexta passada (a linha vermelha). Apesar da queda das taxas mais curtas (até 3 anos), influenciada pela redução expressiva da Selic, além desse horizonte houve aumento considerável da taxa de juros, culminando em diferença de 1,20 ponto percentual no juro de 10 anos hoje relativamente ao observado no final do ano passado.

Fonte: Autor com dados da ANBIMA

É bem verdade que a escolha de 31 de dezembro de 2019 como base de comparação é arbitrária. Para observar, porém, o mesmo fenômeno por outra ótica, o gráfico abaixo apresenta a diferença entre o juro de 10 anos e o juro de 3 anos ao longo do tempo desde a adoção do atual regime fiscal, qual seja, o teto para o gasto federal instituído ao final de 2016.

Fonte: Autor com dados da ANBIMA

Nota-se que a inclinação da curva de juros, medida desta forma, aumentou significativamente no período mais recente na comparação com 2019. Em parte, diga-se, por força dos impactos da epidemia nos mercados financeiros, mas o movimento mais recente não pode ser atribuído a tal fenômeno.

Também não pode ser atribuído à expectativa de política monetária mais apertada, dado o anúncio do BC no começo de agosto acerca da adoção da “prescrição futura”, isto é, sua promessa quanto a manter a Selic estável até a inflação projetada se aproximar da meta.

Pelo contrário, resulta essencialmente do risco fiscal crescente, expresso, entre outras formas, pelas disputas sobre o orçamento de 2021, em particular as tentativas de contornar o teto de gastos para viabilizar o Renda Cidadã.

Assim, em meados do ano o Tesouro podia se financiar por 10 anos a taxas próximas a 7% ao ano; nas duas últimas semanas a taxa para 10 anos tem ficado teimosamente ao redor de 8,3% ao ano, o que corresponde a uma taxa real de juros na casa de 3,75% ao ano aproximadamente.

Não é por outro motivo que o Tesouro tem reduzido o prazo de suas emissões, quando não usando os recursos da Conta Única, deixando para o BC a tarefa de controlar a liquidez por meio de operações compromissadas.

De qualquer forma, tais desenvolvimentos deixam claras as implicações do risco da perda de controle das contas públicas: juros mais altos e dificuldades na rolagem da dívida.

Tornam também nítidos os limites que nossos keynesianos de quermesse ainda se recusam a enxergar: ao contrário das economias desenvolvidas, o juro real brasileiro ainda é elevado (para prazos mais longos), ou seja, cedo ou tarde teremos que voltar a produzir superávits primários para reverter a tendência de expansão da dívida com relação ao PIB, sob pena de perdermos de vez seu controle e, com ele, qualquer vestígio de estabilidade macroeconômica.

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ALEXANDRE SCHWARTSMAN – DOUTOR EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA, BERKELEY, E EX-DIRETOR DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL É PROFESSOR DO INSPER E SÓCIO-DIRETOR DA SCHWARTSMAN & ASSOCIADOS

@alexschwartsman
aschwartsman@gmail.com

 

Tariffs and the Textile Trade between Brazil and Britain (1808-1860) - Thales A. Zamberlan Pereira

Um importante estudo de história econômica que desmonta parcialmente aquelas teses "bonitas", mas carentes de comprovação empírica, sobre a não industrialização do Brasil, no século XIX, por causa dos tratados desiguais, da "tarifa inglesa" ou por falta de protecionismo adequado, por parte de um dos melhores historiadores econômicos da atualidade.

Paulo Roberto de Almeida


 Tariffs and the Textile Trade between Brazil and Britain (1808-1860) 

Thales A. Zamberlan Pereira 

FGV – EESP 

thales.pereira@fgv.br 

draft: October 2020 


Abstract 

The commercial treaty with Britain in 1810, along the authorization of foreign trade in ports in 1808, are among the most important institutional changes in nineteenth century Brazil. The 1810 treaty lowered tariffs for British manufactures while maintaining high tariffs in Britain for Brazilian sugar and coffee. These terms are generally viewed as disastrous for the Brazilian economy, although there is still limited quantitative information about how much the tariff affected the demand for British imports. This paper provides new qualitative and quantitative evidence on the operation and effect of Brazil’s imports tariffs in the period. I find that the effect of the tariffs is significantly different from what traditional literature assumes. First, the monetary instability in the 1820s and conflicts over product price assessment often led the de facto tariff to be higher than the 15% es-tablished by the treaty. Second, even with higher rates, quantitative analysis shows they did not have decrease imports of British textiles. 

Acesso

https://www.dropbox.com/s/knzwi7npvreliz3/Pereira%20-%20Brazil%20Import%20Tariffs%20revisado.pdf?dl=0


1. Introduction 


In 1843, during the final days of the commercial treaty initiated in 1810, an article in the first issue of the newspaper The Economist criticized the preferential treatment given to Britain in exchange for a “liberal” commercial policy from Brazil. Brazil’s main export products paid significantly higher duties compared to the British colonies. Sugar paid duties 150 percent higher and coffee 100 percent higher (The Economist 1843, 4). [The Economist. 1843. “Expiring Commercial Treaty with the Brazils,” September 2, 1843, 1 edition. www.economist.com/node/2002191]  Only cotton had a moderate tariff, being similar to the imposed on the United States. The commercial treaty of 1810, which was initially an agreement with Portugal, continued after Brazil’s independence in 1822. Brazilian officials renewed the treaty in 1827. British imports had an official nominal tariff rate of 15 percent between 1810 and 1843, which is considered a low tariff compared to other countries Brazil traded with at the time. Thus, even the British foreign secretary George Canning argued, in 1826, that the commercial treaty was advantageous to Britain and “more onerous to Brazil.” 

The obvious imbalance of privileges between Brazil and Britain has led the 1810 treaty to be largely condemned by Brazilian historiography (Manchester 1964, 92; Prado Jr. 1972; Pantaleão 2003, 95; Wilcken 2005, 155). Historians such as Alan Manchester, among others, characterized the lower tariff for British manufactures as a “permanent” source of commercial losses to Brazil (Ricupero 2007, 46). Moreover, the sudden increase in the imports of British textiles during the 1810s led to the view that the treaties prevented the development of local manufactures, blocking Brazil’s path to modern economic growth (Luz 1975, 23; Pryor 1965, 99). Stanley Stein argued that the beginning of the textile industry in Brazil was only possible due to the higher import tariffs after 1844 (Stein 1979, 28). Despite not blaming the commercial treaties for Brazil’s failure to industrialize, Celso Furtado argued that a 15 percent tariff “limited the autonomy of the Brazilian government in the economic sector” (Furtado 2006, 71, 143–44). 

Even though there is a longstanding view on the negative consequences of the commercial treaties, there is still limited quantitative information on how tariffs affected Brazilian imports (especially textiles) during the first half of the nineteenth century. The main source of foreign trade in Brazil during the nineteenth century – government statistical yearbooks – provides only aggregate data after 1821. There are no statistics for different countries and products before the 1840s (IBGE 1939; Lago 1982). Even critics of the view that Brazil was an “informal British colony,” such as Stephen Haber and Herbert Klein, based their arguments on the same official sources (Haber and Klein 1997). Some studies that use British sources, on the other hand, do not correct for the well-known problem of outdated prices in the ledgers of imports and exports and overestimate the trade imbalance between Britain and Brazil (Arruda 2008; Imlah 1948). 

By using archival evidence from the British Foreign Office, the Board of Trade, and price information from newspapers, this paper provides new information about how tariffs worked in Brazil after 1810 and discusses how imports of cotton textiles responded to changes in taxation. It extends the work of Arthur Pryor (1965) on the evolution of Brazil’s tariff policy, providing evi-dence that the effective tariff rate in Brazil was sometimes higher than that established by the trade treaties with Britain. The higher average tariff occurred in two ways. First, the Brazilian govern-ment sometimes attempted to increase revenue by overvaluing British products at customhouses, which increased the de facto tariff rate. The government overvalued British products by taxing imported products at official prices from a book of rates, which was called pauta. The use of official values for assessing imports is known in the literature, but it has been largely ignored in the debate over the effects of trade treaties (Lima 1908, 399). Second, that the tariff departed from the 15% established by the treaty because of monetary instability that occurred during the late 1820s. As prices on the book of rates were not often adjusted, sudden changes in the exchange rate had a significant impact on the average tariff level. 

(...)


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O dilema dos grandes números: minha lista consolidada (mas abreviada) de trabalhos, de 1968 a 1992 - Paulo Roberto de Almeida

 O dilema dos grandes números: minha lista consolidada (mas abreviada) de trabalhos, 

de 1968 a 1992

  

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivoapresentar uma pequena parte da lista de trabalhosfinalidadetransparência] 

 

Só os matemáticos, sempre, e os computadores, mais recentemente, não enfrentam dilemas com os grandes números. Os matemáticos antigos, no mundo clássico, tinham noção do que eram grandes distâncias e grandes quantidades, grandes volumes de grãos, por exemplo, ou moedas de ouro, mas não tinham muitos meios de expressar essas grandes quantidades de forma prática ou precisa. Até a invenção dos chamados números arábicos – na verdade hindus –, havia certa dificuldade em trabalhar com números astronômicos; na notação romana, por exemplo, como seria, para os romanos, indicar milhões de sestércios naqueles algarismos alfabéticos que eles usavam? 

Os censos medievais começaram a lidar com grandes volumes de pessoas, animais e ativos financeiros, mas tudo era feito de maneira algo improvisada, inclusive por que não havia padronização de pesos e medidas, até a disseminação do sistema métrico decimal que veio junto com a Revolução francesa (mas alguns países, entre eles a nação economicamente mais poderosa do mundo, ainda não o adotou completamente). Os computadores vieram ajudar na tarefa de contar, mas só nas últimas décadas eles passaram a lidar com volumes gigantescos; as primeiras calculadoras manuais, por exemplo, tinham limitações de inclusão, assim como as calculadoras eletrônicas da primeira geração. Contar muita coisa é árido.

Eu, por exemplo, não sei quantos livros possuo, pois estão espalhados em duas bibliotecas separadas, em várias peças na residência atual, e já não cabem nas estantes; em algum momento desisti de contar, assim como de arrumar, e não consigo achar livros que eu sei que tenho, mas não sei onde foram parar (provavelmente atrás de algum outro). O mesmo ocorre com os trabalhos escritos, originais e publicados. Se eu não tivesse decidido, já com muitas pastas e classificadores acumulados, a numerar cada um deles, e fazer listas seriais, eu estaria perdido nos grandes números dessa produção intelectual. Eis a razão deste pequeno texto, que pretende introduzir uma lista parcial desses trabalhos finalizados, apenas originais, por enquanto (existem muitos outros em preparação, quase finalizados, mas que ainda não receberam número, o que só ocorre no ponto final). 

Uma lista que fiz de todos os trabalhos escritos, desde a juventude até o final de 2019 somava exatamente 3.559, e se estendia por mais de 550 páginas com interlinha simples, sendo que neste ano de 2020 já estou no número 3.750. Os publicados, por sua vez, já somam 1.471 trabalhos, em todas as categorias (livros, capítulos, ensaios, artigos, notas, prefácios, orelhas, etc.) e, nas duas listas, originais e publicados, existe bastante duplicação, um pouco à la Lavoisier (ou seja, aproveitamento de trabalhos anteriores, trechos ou inteiros, para redigir novos), ou compilações (livros), que recolhem diversos trabalhos já feitos. Em qualquer hipótese, é muita coisa, e a partir de certo momento eu já não tinha mais como colocar tudo em classificadores, como fazia no começo – furando textos impressos e acumulando lentamente o conjunto, ou enfiando trabalhos publicados em pastas de arquivo –, o que coincidiu mais ou menos com o advento do computador pessoal e os novos meios eletrônicos de gravação e estocagem de trabalhos (por mais frágeis que possam ser esses suportes digitais). 

Listar e organizar serialmente todos os trabalhos originais e publicações é necessário e importante para quem, como eu, é um leitor e “escrevinhador” compulsivo (desde a era, pré-histórica, dos cadernos de notas, que subsistiram, mas perderam relevância a partir do final dos anos 1980), assim como sou um “publicista” razoável, com algumas dezenas de livros e centenas de artigos e ensaios publicados. Outros milhares de trabalhos aguardam finalização, ainda em cadernos de notas, ou nos muitos working files do computador. Até que eu termine o que considero como importante numa fase em que já começo a planejar a fase derradeira da atividade intelectual, começo, portanto, a colocar em ordem a produção já acumulada desde o começo de minha vida acadêmica, pois existem muito mais coisas inéditas do que publicadas: são 3.750 originais para 1.471 publicados, ou seja, uma relação de 0,39, ou pouco menos de dois quintos (sem mencionar as centenas, talvez milhares, de trabalhos iniciados, interrompidos, planejados, quase terminados, mas ainda não finalizados).

Da lista original de produzidos, produzi uma lista parcial compilando os primeiros 24 anos de atividades intelectuais efetivas, que foram muito pouco “produtivas”, pois correspondeu, na maior parte do tempo, a um período de máquina de escrever, com um intenso uso de caderno de notas, até praticamente o doutoramento (1983-84), para o qual, finalmente, efetuei minhas primeiras grandes aquisições de equipamento: uma IBM elétrica de esfera circular e uma máquina Xerox, sendo que ambas me custaram, na Suíça, o preço de um carro usado, praticamente. O primeiro computador, um MacIntosh Plus, exclusivamente à base de disquete de 720 KB, só apareceu em 1988, sendo que o disco rígido só foi adquirido alguns meses depois, por absoluta necessidade. A partir daí, a produtividade aumentou, obviamente, assim como essa prática meio marota do “Lavoisier”, ou seja, a recuperação de matéria já escrito para compor novos trabalhos, o que na máquina de escrever era trabalhoso. 

Para esta primeira lista eu eliminei toda a informação intermediária e repetitiva, ou seja, tudo o que não fosse título, local e data, e eventual publicação. As fichas originais, que registram a natureza da produção, seu conteúdo aproximado, a destinação, e variantes ou usos posteriores, foram suprimidos, pois do contrário a lista, aqui reduzida a 18 páginas, poderia subir ao triplo, pelo menos. Para que se tenha uma ideia da diferença de tamanho entre a ficha original e a atual notação sintética, reproduzo aqui dois resultados desse “emagrecimento”:

 

014. “La Formation Sociale Brésilienne : étude de son structure sociale”, Bruxelas, janeiro-abril 1973, 18 + 20 p. manuscritas. Estudo de caráter acadêmico sobre a estrutura de classes no Brasil tradicional, preparado para Prof. Rudolf Abel, da Universidade Livre de Bruxelas. Transcrição incompleta do manuscrito.

014. “La Formation Sociale Brésilienne : étude de son structure sociale”, Bruxelas, janeiro-abril 1973, 18 + 20 p.

056. “Estratégias da política externa brasileira entre 1960/1978”, Brasília, agosto 1978, 6 p. Análise das diversas etapas da diplomacia brasileira, preparada como texto de apoio à campanha presidencial do PMDB, inserido no documento “Justificativas para uma possível reformulação da política externa brasileira na África”. Entregue, em setembro de 1978, ao staff do candidato do Partido, General Euler Bentes Monteiro. Inédito. Documento constando dos fundos do Arquivo Nacional, sob o título: “Justificativa para uma possível reformulação da política externa no Brasil na África”, como tendo sido elaborado por “grupo subversivo de esquerda”; Fundo: SNIG; AC_ACE_11577_78.PDF; A1157711-1978; DATA: 17/9/1978; 30 páginas.

056. “Estratégias da política externa brasileira entre 1960/1978”, Brasília, agosto 1978, 6 p. Documento constando dos fundos do Arquivo Nacional, sob o título: “Justificativa para uma possível reformulação da política externa no Brasil na África”, como tendo sido elaborado por “grupo subversivo de esquerda”; Fundo: SNIG; AC_ACE_11577_78.PDF; A1157711-1978; DATA: 17/9/1978; 30 p.

 

A redução de cada uma das fichas foi, portanto, substantiva, o que impedirá, aos leitores da lista que foi disponibilizada na plataforma Academia.edu (linkhttps://www.academia.edu/44359441/Paulo_Roberto_de_Almeida_Lista_consolidada_de_trabalhos_1968_1992), conhecer a informação precisa de cada um dos trabalhos (natureza, finalidade, destino), uma vez que muitas fichas são enigmáticas, como estes exemplos: 

045. “Introdução à realidade brasileira”, São Paulo, abril-maio 1977, 3 p. + 10 p.

052. “Economia Brasileira”, São Paulo, agosto 1977, 7 p. 

076. “A Estrutura e as Tendências do Movimento Não-Alinhado: Posição do Brasil”, Roma, 23 setembro 1981, 8 p. 

088. “Défense Publique de la Thèse : Exposé oral”, Bruxelas, 6 junho 1984, 11 p.

 

Os que desejarem conhecer as listas completas precisam consultar as relações anuais que figuram em meu site (neste link: http://pralmeida.org/originais/), onde também figuram as listas anuais de trabalhos publicados (http://pralmeida.org/publicados/). Antigamente, meu velho provedor me permitia, de modo mais ou menos fácil, disponibilizar cada um dos trabalhos (em formato texto ou pdf), mas uma ruptura nesse serviço me obrigou a depender mais fortemente das plataformas Academia.edu e Research Gate, com algum serviço acessório quando possível. Quando eu me tornar um técnico em informática, ou dispuser de assistentes para um serviço decente, a produção completa poderá se tornar acessível de modo mais prático; mas antes eu preciso colocar em ordem minha biblioteca, contar os livros e organizar tudo de maneira racional (mas já doei centenas de livros para bibliotecas, pois não consigo mais acumular toda a parte impressa (que compreende ainda muitos papeis a serem processados um dia). 

Sem mais, passemos à primeira lista abreviada, as 18 primeiras páginas das muitas dezenas, e centenas, que serão paulatinamente preparadas (com controle dos links para os trabalhos que se encontram disponíveis em bases digitais). Ei-la:

 

Lista consolidada de trabalhos, 1968-1992 (formato abreviado)

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.compralmeida@me.com)

 [Objetivo: consolidar trabalhos; finalidade: publicação]

Atualizado em 23/10/2020.

Do n. 001 ao n. 308

 

Introdução ex-post: de 1964 a 1968: 

308)        “A Jangada”, São Paulo, 22 de julho de 1964, 1 p. Poema autógrafo.

[Cadernos de notas, leituras, trabalhos, relatos]

 

1968: 

001. “Quais os Fatores que Determinam uma Escolha Profissional Consciente?”, São Paulo, maio 1968, 9 p. 

002. “Café”, São Paulo, 25 setembro 1968, 2 p.

(...)

Para o resto, remeto ao arquivo em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44359441/Paulo_Roberto_de_Almeida_Lista_consolidada_de_trabalhos_1968_1992)

 

Brasília, 3749, 24 de outubro de 2020


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Um poeta desafia o chanceler acidental em irônicas coplas - Guilherme Casarões

Poesia numa hora dessas?


Guilherme Casarões, colega acadêmico especialista em política externa e diplomacia brasileira, teve sua veia poética tomada por um desafio inesperado: o fato de o patético chanceler acidental ter declarado, num infeliz Dia dos Diplomatas (para os alunos do Instituto Rio Branco, cujo patrono, o verdadeiro poeta João Cabral de Mello Neto, foi acusado de ser comunista pelo autor fracassado de romances distópicos que ninguém leu), que era diplomata e poeta, ou poeta e diplomata (não importa agora).

Casarões resolveu responder com suas trovas desafiadoras, que reproduzo abaixo, a partir de seu Twitter.

Acho que vamos ter vários repentistas, que se desempenharão ao melhor de suas capacidades, só para responder ao péssimo poeta parnasiano que se tornou chanceler acidental. Se ele tivesse ficado só na literatura, teria causado menos desastres para o Brasil. Para a literatura não sei, mas para o Itamaraty certamente... 

Um poeta fracassado, mas não só nas invectivas contra os diplomatas e a diplomacia.

Paulo Roberto de Almeida

 

Guilherme Casarões

@GCasaroes

 

Quer dizer que @ernestofaraujo é poeta? 

Pois bem. Então também sou. 

Aproveitei e fiz uma poesia em sua homenagem:

 


 

Das profundezas da nobre burocracia 

Por amor ao mito, saí em campanha 

Lancei até um blog, coisa tacanha 

Na língua tupi, rezei Ave-Maria

 

Meu inimigo sempre foi o globalismo 

Conspiração denunciada pelo professor 

A globalização corrompida pelo marxismo 

Combate-se com coragem, fé e amor

 

Fui escolhido pela minha lealdade 

Mas também por um artigo estridente 

Em que defendo que a salvação do Ocidente 

Virá de Trump, paladino da verdade

 

No Itamaraty, a revolução é de direita 

Nações unidas pela soberania do Deus vivo 

Velhos valores, ou o diplomata aceita 

Ou baterá carimbo em Antananarivo

 

O lema agora é João oito trinta-e-dois 

Acabou, colegas, o projeto totalitário! 

Esquerdopatas, favor voltar pro armário 

Oikofobia, aqui não, nós somos bois

 

Novo Brasil, nosso papo é com Hungria 

Polônia, Índia, Israel, só fina gente 

Pela liberdade, minimizei a pandemia 

Pra quê ciência, se por aqui nem está quente?

 

Tradição da diplomacia, desapareça! 

Até chamei de comunista o Melo Neto 

Xinguei Ricupero, Amorim, quem mais mereça 

Pois se venderam a tão nefasto projeto

 

“Especialistas” me chamam de desvairado 

Não tenho culpa, analfabetos funcionais 

Sou deusplomata e com meu chefe Eduardo 

Seremos sempre párias internacionais

 

Mas, no fim das contas, pouco importa 

Se Trump vence, o Brasil será gigante 

Politicamente correto já virou letra-morta 

Em nosso reino da direita ruminante

 

E se perder? Tal hipótese não existe 

Nosso analista já previu: Biden já era 

Para não virar rodapé, a gente resiste 

Se a contagem demorar, a gente espera