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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Publicidade infantil: o Estado brasileiro consolida sua vocacao fascista

O Estado, obviamente, é uma entidade impessoal. São pessoas de mentalidade fascista e de instintos anticapitalistas que impulsionam esses ataques contra a liberdade individual.
Paulo Roberto de Almeida 

Governo atinge publicidade infantil

Veja, 17/04/2014
Resolução de conselho ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República acaba com a publicidade infantil no Brasil
O Senado aprovou nesta quarta-feira, 16, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) um projeto de lei complementar com novas regras para a criação de municípios no País. A proposta é fruto de um acordo da base aliada com o governo para que não fosse derrubado o veto presidencial a um projeto semelhante, aprovado em novembro do ano passado, mas que iria gerar um custo maior aos cofres públicos.
Desde o dia 4 deste mês, o Brasil integra ao lado de Suécia, Noruega e da província de Quebec, no Canadá, uma restrita lista de países que proíbem a publicidade direcionada ao público infantil. Nesse caso, a comparação com nações ricas é mais motivo de preocupação do que de notoriedade. A imposição contra o livre exercício da propaganda é de autoria do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), subordinado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O órgão determinou nove critérios considerados abusivos na comunicação mercadológica dirigida à criança. O texto, aprovado em assembleia realizada em março e publicado no Diário Oficial da União, proíbe, por exemplo, a veiculação de campanhas com músicas cantadas por crianças, uso de bonecos e excesso de cores, desenho animado, entre outros detalhes que inviabilizam qualquer produção – deixando espaço apenas para campanhas institucionais de utilidade pública. O mercado reagiu estarrecido à resolução: nove entidades representativas assinaram um documento no qual declaram não reconhecer a legitimidade da resolução. “O Poder Legislativo, exercido pelo Congresso Nacional, é o único foro com legitimidade constitucional para legislar sobre publicidade comercial”, diz a nota.
A resolução se sobrepõe a um já estruturado arcabouço autorregulatório que estabelece os limites do exercício da publicidade no Brasil. O sistema de fiscalização capitaneado pelo Conar e auxiliado por artigos do Código de Defesa do Consumidor e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que versam sobre abusos da comunicação publicitária direcionada a menores de 12 anos, é considerado um dos mais sólidos do mundo. Além disso, em 2009, as principais empresas do ramo alimentício que atuam no país assinaram acordo nos mesmos moldes de um pacto internacional, o EU-Pledge, para restringir a publicidade de alimentos com alto teor de sódio, gordura e açúcar direcionada às crianças.
Diante disso, causou espanto uma determinação radical, elaborada por um conselho composto por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Fundação Abrinq, Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), entre outras. Faz parte também do quadro de eleitos para integrar o Conanda o Instituto Alana, a principal defensora do fim da publicidade infantil no país. A ONG é mantida pela pedagoga Ana Lúcia Villela, maior herdeira individual do Itau-Unibanco, que tem fortuna estimada em 1,1 bilhão de dólares, segundo a revista Forbes. A preocupação com a relação entre criança e consumo foi objeto de sua tese de mestrado e embasa, desde 2006, um projeto que visa minimizar o impacto do consumismo na infância.
A intenção dos defensores da proibição é que a resolução ajude a balizar a fiscalização em torno dos abusos, previstos, segundo eles, de forma pouco específica na legislação. “A criança por estar em uma fase peculiar de desenvolvimento psíquico e mental não tem condição de responder igual aos adultos às propagandas e por isso ficam expostas a subterfúgios que a convencem a consumir”, diz a diretora do Instituto Alana, Isabella Henriques.
O mercado publicitário aguarda as primeiras movimentações restritivas para se posicionar juridicamente diante do que classificam como resolução inconstitucional. De acordo com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), o público infantil abocanha cerca de 0,5% do mercado publicitário e as inserções que falam diretamente com as crianças representam 0,1% do total de anúncios na TV aberta na faixa em que os menores de 12 anos são 50% da audiência.
“A preocupação não é apenas com o prejuízo financeiro que a resolução causa, mas principalmente com a censura que ela representa. O exercício da comunicação brasileira não pode ficar à mercê de pequenos grupos”, diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Anunciantes, Rafael Teixeira.
Reclamações
É insignificante o volume de reclamações que chegam ao Conar a respeito de abusos cometidos em campanhas voltadas ao público infantil. Em 2013, do total de 340 denúncias recebidas pelo órgão, apenas 22 se referiam a exageros cometidos contra menores de 12 anos, das quais dez foram aceitas pelo conselho – que recomendou o cancelamento das peças publicitárias ou, em casos mais brandos, alterações pontuais.
O volume investido em publicidade direcionada a esse público também é ínfimo quando comparado ao mercado como um todo. O setor de brinquedos, um dos maiores anunciantes, é o 19º no ranking de segmentos da economia que mais anunciam. De acordo com levantamento do Ibope Media, de janeiro a dezembro do ano passado, os fabricantes e importadores de brinquedos investiram 910 milhões de reais em publicidade – 1% do aporte em mídia feito no país no ano que é de 112,6 bilhões de reais.
Mesmo na TV paga, que concentra a maior parte de investimentos em publicidade infantil, por concentrar a maior audiência desse público, as crianças representaram o último target na lista de intenções de investimentos por parte dos anunciantes em 2013, com 23% do planejamento de receitas, segundo o Mídia Dados, levantamento anual do setor de TV paga elaborado pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA).
Redoma
Restringir a publicidade infantil não assegura que as crianças fiquem imunes aos apelos consumistas da sociedade em que vivem. Segundo pesquisa realizada pela Pós-Gradução em Comunicação e Práticas de Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o programa de televisão mais visto por crianças entre 8 e 10 anos da classe C é a novela das nove da TV Globo, seguido pelos jogos de futebol exibidos pela emissora nas noites de quarta-feira. Em terceiro e quarto lugar, respectivamente, estão os filmes e o reality show Big Brother Brasil. Atrações, portanto, voltadas ao público adulto e permeadas por propagandas dos mais diferentes produtos e com apelo inadequado a pouca idade. “A influência da publicidade é menor do que as muitas outras que circundam as crianças, como a família e dos amigos. A chave para protegê-las está na educação e no diálogo com os pais, que devem mostrar o que é melhor para elas através de exemplos”, diz a pesquisadora Fernanda Cintra de Paula, da ESPM.
Para a diretora da Alana, a luta é que a publicidade de produtos e serviços infantis seja direcionada aos pais que, por sua vez, teriam o discernimento de escolher o melhor para seus filhos. O argumento é que marcas têm feito parte de ações educacionais dentro das escolas. A resolução do Conanda proíbe qualquer divulgação de produtos ou serviços no ambiente escolar. Um dos casos emblemáticos é um vídeo do sucesso estrondoso do YouTube Galinha Pintadinha, que inclui patrocínio de uma marca de sabonetes em clipe de música que ensina as crianças a lavar as mãos.
O cartunista Maurício de Sousa foi às redes sociais nesta sexta-feira protestar contra a resolução. Em sua página no Instagram, ele publicou a foto de uma menina chamada Verônica segurando um cartaz com a seguinte mensagem: “Eu tenho direito de assistir publicidade infantil. A televisão não é só para os adultos. Alguém sabe quais produtos infantis lançaram por esses dias?”. Maurício foi achincalhado e, horas depois, tirou a publicação da rede social. A foto de Verônica com o cartaz foi substituída por uma dele seguida de uma legenda em que explicou a atitude. “Há mais de 40 anos, minha empresa faz, sim, publicidade de produtos que levam a marca dos meus personagens. Sempre de maneira responsável e criteriosa, porque nossa preocupação constante é o respeito à criança. Penso que é justamente por isso que meus personagens são tão queridos há mais de quatro gerações. Assim, a fim de evitar mal-entendidos, optei por deletar a imagem que postei mais cedo.”
Câmara – A discussão sobre a proibição da publicidade infantil é antiga no Brasil. Uma série de projetos de lei tramitaram no Congresso nos últimos anos, o mais recente de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). O texto apresentado em 2001 foi aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara em setembro do ano passado. A matéria deverá ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, se aprovada, ir à plenário para votação.
O deputado Milton Monti (PR-SP), que lidera uma frente na Câmara contra a proibição da publicidade infantil, afirmou que irá protocolar um decreto legislativo para anular a resolução do Conanda. “O Estado não pode ser o tutor da sociedade, isso é um grande equívoco. No fundo, medidas como essa são uma tentativa de atingir os veículos de comunicação e especialmente a liberdade editorial”.

Dois males companheiros: gastos publicos crescentes e intervencionismodo governo na economia -Rodrigo Constantino

Gasto público e intervencionismo: os dois grandes vilõesRodrigo Constantino, 14/04/2014

Dois artigos publicados hoje no GLOBO, um em cima do outro, resumem bem o quadro lamentável de nossa economia. Um deles, de Fabio Giambiagi, mostra como o gasto público crescente tem sido o grande vilão do Brasil. O problema, como o economista reconhece, é que a origem disso está na cultura nacional:
É preciso repensar o Estado brasileiro. Um dos problemas é que a demanda por mais gasto público é parte da cultura nacional. Quase todos os brasileiros são contra a “gastança”, mas muita gente acha natural se aposentar perto dos 50 anos, ter um amigo que “arrumou um cargo no Governo” ou ter um primo “encostado no INSS”. É necessário que esse tema entre na agenda nacional. O ponto de partida é criticar esse processo. Para isso, nossa oposição faria bem em lembrar a velha frase do ex-ministro Gustavo Capanema, de que “pouco importa que a oposição não tenha fundamento ou seja injusta; importante mesmo é que ela ponha o Governo em apuros”. Está na hora de alguém questionar seriamente esse processo contínuo de aumento do gasto público.
O outro, de Raul Velloso, fala do intervencionismo estatal na economia, mostrando como o governo Dilma desconfia do sistema de preços, fundamental para o bom funcionamento econômico. Esse já foi tema de coluna de Maílson da Nóbrega na Veja recentemente, e merece toda a atenção. Um governo arrogante que ignora a importância dos preços livres vai conseguir apenas prejudicar nosso desenvolvimento. Diz Velloso:
O fato é que as autoridades não parecem acreditar nas sinalizações que o sistema de preços proporciona, contrariando séculos de experiência e a consolidação do mercado como a melhor solução para reger as relações econômicas de qualquer país. Por isso, ou pela mera busca de ganhos eleitorais, as recentes intervenções no domínio econômico podem conduzir o Brasil a uma situação de permanente baixo crescimento. A verdade é que a política econômica praticada nos últimos tempos perdeu funcionalidade, fixando-se em tentar resolver problemas por ela mesma criados.
Em resumo, gastos públicos crescentes e excesso de intervenção estatal na economia são dois dos principais vilões nacionais. Infelizmente, o PT tem boa dose de culpa, mas não conseguiria causar tanto estrago se não contasse com o apoio da mentalidade predominante no país, que enxerga o governo como um messias salvador da Pátria. É hora de mudar essa cultura; e também de trocar de governo.
Rodrigo Constantino

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A felicidade se encontra em coisas simples, como a leitura, por exemplo - Paulo Roberto de Almeida

Reflexão sobre a felicidade a partir de coisas simples...

Paulo Roberto de Almeida

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”
Cora Coralina, poeta de Goiás (1889-1985)

Tomei conhecimento tardiamente da frase acima de Cora Coralina e, quando dela me “apossei”, constatei que outros milhares de leitores, um tribo imensa de curiosos, professores e candidatos a poetas já a tinham incorporado em centenas de outras citações, provavelmente esparsas e incompletas. O Google “devolveu” 107 mil resultados para uma busca com essas palavras entre aspas, o que descontando as inúmeras repetições consolida, ainda assim, vasto repositório de citações de uma frase simples e no entanto imensamente poética e cativante.
Creio, como muitos outros antes de mim, que a felicidade pode estar justamente nesse ato de ensino-aprendizado, que de fato me parece uma dupla atividade, nos dois sentidos captados pela poeta de Goiás velho. Sempre aprendemos algo tentando ensinar alguma coisa a outras pessoas, pois a própria atividade docente constitui um aprendizado constante. Eu pelo menos estou sempre lendo algo para melhorar minhas aulas, trazendo novos materiais em classe, enviando artigos aos alunos, esforçando-me para que eles consigam superar o volume forçosamente limitado daquilo que é humanamente possível transmitir em sala de aula.
Eu me permitiria acrescentar à singela constatação da poeta goiana uma outra fonte de felicidade, que aliás está implícita no seu sentido do ensino: o hábito da leitura. Aproveito para transcrever uma outra frase, de um escritor e dramaturgo conhecido, autor reputado popular, ainda que personalidade sabidamente complicada:
“Eu não tenho o hábito da leitura. Eu tenho a paixão da leitura. O livro sempre foi para mim uma fonte de encantamento. Eu leio com prazer e com alegria”. Ariano Suassuna.
Creio poder dizer que eu não tenho apenas a paixão da leitura. Talvez minha atitude esteja mais próxima da obsessão, da compulsão, um verdadeiro delirium tremens na fixação do texto escrito, qualquer que seja ele, do mais simples ao mais elaborado. Quando digo obsessão, não pretendo de forma alguma referir-me a algo doentio, fora de controle, pois sou absolutamente calmo e controlado em minhas visitas a livrarias e bibliotecas: contemplo com calma cada lombada ou capa e apenas ocasionalmente retiro um livro para consultar seu interior. Não me deixo dominar pelos livros e de forma alguma sou um bibliófilo ou mesmo um colecionador de livros. Na verdade, não consigo me enquadrar em nenhuma categoria dessas que supostamente compõem o mundo dos amantes de livros.
Para começar, não tenho nenhum respeito pelos livros, nenhuma devoção especial, nenhum cuidado em manuseá-los ou guardá-los (muito mal, por sinal, pois acabo me perdendo na selva de livros que constitui minha caótica biblioteca, se é que ela merece mesmo esse título). Os livros, para mim, são objetos de uso, de consumo, de manuseio indiferente, eles só valem pelo seu conteúdo, como instrumentos de aquisição de um saber, que este sim, eu reputo indispensável a uma vida merecedora de ser vivida.
Não hesitaria um só instante em trocar todos os meus livros por versões eletrônicas, se e quando esse formato se revelar mais cômodo e mais interessante ao manuseio e leitura. Não hesito em sacrificar um livro se devo lê-lo em condições inadequadas, pois o que vale é o que podemos capturar em seu interior, não sua aparência externa ou sua conservação impecável. Ou seja, não sou um colecionador de livros, sou um “colhedor” de leituras, um agricultor da página impressa, um cultivador do texto editado, eventualmente também um semeador de conhecimento a partir dessas leituras contínuas.
De fato, o que me permite ser professor, resenhista de livros (tudo menos profissional, já que só resenho os livros que desejo) e, talvez até, um escrevinhador contumaz, antes que de sucesso, é esse hábito arraigado da leitura ininterrupta, em toda e qualquer circunstância, para grande desespero de familiares e outros “convivas”. Estou sempre lendo, algumas vezes até quando dirijo carro – o que, sinceramente, não recomendo –, mas ainda não encontrei um livro impermeável à água para leitura na ducha (na banheira seria mais fácil, mas não tenho paciência para esse tipo de prática).
Creio que a felicidade pode ser encontrada nesse tipo de coisas simples: um bom livro, uma boa música, um ambiente acolhedor, um sofá confortável, o que, confesso, raramente acontece comigo. Acabo lendo na mesa do computador, segurando o livro com a perna e teclando de modo desajeitado ao anotar coisas para registro escrito do que li. Aliás, as duas mesas de trabalho que existem em meu escritório, já não comportam mais nenhum livro: as pilhas se acumulam dos dois lados do teclado, e a outra mesa já está alta de jornais, revistas e livros, muitos livros, que também se esparramam pelo chão, como as batatinhas daquele poema infantil.
Leitor anárquico que sou, tenho livros em processo de leitura espalhados pelos diversos cômodos da casa, um pouco em todas as partes, novamente para desespero dos familiares. Não creio que  venha a mudar agora esses maus hábitos. O que me deixa mesmo pensativo é a dúvida sobre quantos anos ainda terei pela frente para “liquidar” tod os os livros (meus e de outras procedências), que aguardam leitura. Preciso de mais 80 ou 100...
       

Brasília, 1838: 19 novembro 2007

Escandalos da Petrobras: deu no New York Times... - Simon Romero



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 Brazil’s Star, Petrobras, Is Hobbled by Scandal and Stagnation



RIO DE JANEIRO — No company has embodied Brazil’s rise like the oil giant Petrobras.
Bolstered by some of this century’s largest oil discoveries, Petrobras soared into the top ranks of global energy producers. Executives at the state-controlled company boasted that it could even outstrip Apple as the world’s most valuable publicly traded company. Political leaders here said Brazil was on the cusp of energy independence.
Now Petrobras is coming to symbolize something else entirely: the disarray afflicting Brazil’s sluggish economy and the reassessment of growth prospects in emerging markets around the world.
Instead of surging, Petrobras’s oil production has stagnated, heightening Brazil’s reliance on imported oil. Petrobras finds itself mired in corruption investigations and claims of managerial incompetence. And its debt load is exploding: Petrobras now ranks as the world’s most indebted company, dependent, more or less, on United States mutual funds to finance its ambitious investment plans.

Photo
A view of Petrobras’s Abreu e Lima oil refinery, currently under construction in the Brazilian state of Pernambuco. The refinery’s estimated cost has risen to $18.5 billion from an initial $2.5 billion. Investigators are looking into whether bribery was involved.CreditYasuyoshi Chiba/Agence France-Presse — Getty Images

“The decline of Petrobras has been stunning, swift and painful,” said Fábio Fuzetti, a partner at Antares Capital Management, a São Paulo investment firm. “This is the energy company that served as the model for others in developing countries,” he said. “Now it’s the example of precisely what not to do.”
Despite these problems, executives at Petrobras point out that the company still has clear strengths. The company, which remains profitable over all despite mounting losses from importing fuel, is a pioneer in deep-sea exploration. And Petrobras commands coveted assets around the world, including oil and gas reserves of about 13 billion barrels.
In a statement, a spokeswoman for Petrobas said that debt levels had climbed as the company invests in offshore oil and expanding refining capacity. “We’ll have an inflection point in our debt starting in 2015, when revenue generation will surpass investment, initiating a trajectory of debt reduction,” said Paula Almada, the spokeswoman.
Pointing to the tension building over Petrobras’s woes, senators grilled the company’s chief executive, Maria das Graças Foster, on Tuesday. She contended that losses related to a controversial Houston refinery deal were being overestimated. Defending the company’s strategies, she said, “No operation is 100 percent safe.”
So far foreign bondholders, who now fund a record 43 percent of the company’s giant investment program, have been remarkably patient. But analysts warn that much of this largess has been driven by the global liquidity glut. If Petrobras’s troubles continue to mount, it could run into resistance on international markets.
The ills that plague Petrobras — too much debt and spending for too little return — reflect a larger concern that the golden age for Brazil, China, Russia and Turkey, once the vanguard of the emerging-market boom, is coming to an end.
“The problem with Brazil is that the days of 4 percent growth are gone,” said Tony Volpon, a Latin America expert at Nomura Securities, who expects the country’s economy to expand at well below 2 percent this year.
The problems at Petrobras, which is 60.5 percent owned by Brazil’s government, have come into sharp relief in recent weeks as the company grapples with a simmering scandal over its acquisition of a Houston refinery, beginning in 2006 and completed years later, at an estimated cost of $1.19 billion from Astra, a Belgian oil trading company that bought the refinery for just $42.5 million in 2005.
Police here also recently arrested one of Petrobras’s most powerful former executives, Paulo Roberto Costa, who led refining operations until 2012. Investigators say he was involved in a sprawling money-laundering scheme and may have received bribes related to the construction of a refinery that has ballooned in cost to $18.5 billion from $2.5 billion.
The list goes on. Petrobras faces scrutiny over claims that its employees received $139 million in bribes from SBM Offshore, a Dutch supplier of oil rigs. Petrobras said this month that an internal audit had not found evidence of the bribes, but federal investigators are still examining the matter. Another investigation is looking into claims of gross overbilling in an $825 million contract with Odebrecht, the Brazilian construction and oil services giant.
Despite the scandals, Petrobras remains Brazil’s most powerful company. Even as the company aims to invest about $220 billion over the next five years, Mr. Volpon points out that most other companies in Brazil are not following suit. On the global stage, he says, Brazilian companies, hobbled by high interest rates, inflation and an expensive currency, are becoming less competitive.
Meanwhile, Petrobras, in the last five years, has sold $51 billion worth of bonds to yield-starved global investors, nearly a quarter of all corporate bonds emanating from Brazil and the most of any emerging-market company, according to data compiled by Thomson Reuters.
But the munificence of foreign investors is not bottomless. As interest rates in the United States creep up and as Brazil’s finances come under greater stress, Petrobras’s top creditors — which include mutual fund giants like Pimco, Fidelity and BlackRock — may well view their exposure as too risky and begin to unload their bonds.
“It’s just such a big issuer,” said Gary N. Kleiman, an emerging-market investment consultant who says that a Petrobras sell-off could ignite a broader emerging-market pullback. “We are just waiting for this thing to blow up.”
Citing the increasing debt load, Moody’s downgraded the company’s debt last October to Baa1, the third-lowest investment grade rating offered by the credit agency.
The effect on Petrobras’s financing ambitions has been minimal.
Nearly a year after setting an emerging-market record with an $11 billion bond sale, the company tapped the bond market last month for yet another monster offering. Petrobras raised $8.5 billion, the biggest corporate debt offering of the year, period.
Meanwhile, as corruption scandals ensnare Petrobras, the company is struggling to lift oil and gas production, which fell 2.2 percent in 2013 to an average of 2.55 million barrels a day. There are signs this year that Petrobras may finally be succeeding in reversing such declines; the company’s oil production in Brazil climbed 0.3 percent in February from the previous month.
Perhaps Petrobras’s biggest challenge is that it is not just an energy company. It is also at the heart of a fierce debate here over the extent of the Brazilian government’s use of its wealth to achieve political and economic goals.
In an effort to keep inflation from accelerating during an election year, President Dilma Rousseff’s government has prevented Petrobras from raising fuel prices to meet the cost of importing refined gasoline and diesel. At the same time, domestic fuel consumption has surged since the Brazilian authorities offered incentives to car manufacturers to raise production.
The result is that Petrobras’s losses in its refining, transportation and marketing operations reached $8 billion in 2013.
Throughout the economy, examples abound of Petrobras being stretched thin by policies aimed at asserting greater state control over the oil industry, like measures requiring Petrobras to buy equipment domestically, effectively propping up inefficient industries in Brazil like shipbuilding.
Speaking at a Brazilian shipyard on Monday, Ms. Rousseff lashed out a critics of Petrobas and her government’s energy policies, describing the oil giant as Brazil’s “mother company.” Contending that any corruption at Petrobas would be rooted out by investigators, she accused political opponents of a “smear campaign” against the company.
Still, as these so-called local content rules make Petrobras’s costs skyrocket — and increase the company’s debt — energy analysts here are also growing dismayed over the crisis in Brazil’s once-envied ethanol industry, which has been shuttering dozens of plants as producers fail to compete in price with Petrobras’s subsidized gasoline.
Facing budgetary pressures, the authorities have also quietly stopped strengthening Brazil’s sovereign wealth fund. Created in 2008 soon after Petrobras announced its major oil discoveries, the fund was viewed as a pillar of efforts to establish greater financial stability in Brazil, as commodities exporters like Norway, Chile and Canada have done.
But in an attempt to meet a budget target for the 2012 fiscal year, officials withdrew about 80 percent of the money in the fund, leaving it with just $1.3 billion. Instead of replenishing the fund with proceeds from oil exports, Petrobras has grown more dependent on importing fuel and building costly projects, forcing its debt up.
Petrobras remains far from approaching the levels of political tension and opaque dealings that now characterize Petróleos de Venezuela, the acutely politicized oil producer owned by Venezuela’s government that was once considered an industry leader and a bastion of technical expertise.
But some contend that Petrobas is also being stretched by Brasília’s political ambitions. “Petrobras’s woes are the result of well-defined government policies,” said John Forman, a former head of the regulatory agency overseeing Brazil’s oil industry. “That’s where things get complicated, because changing the policies is challenging indeed.”