O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Politica externa brasileira: passado, presente e futuro: palestra-debate, Paulo Roberto de Almeida

Logo mais vou à FESP, em Curitiba, para uma primeira palestra-debate, com meu amigo, professor Wagner Rocha D'Angelis, quando também aproveitarei para lançar o meu mais recente livro:
1305. Paulo Roberto de Almeida, Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9); apresentação na página da editora (link: https://www.editoraappris.com.br/produto/2835-contra-a-corrente-ensaios-contrarianistas-sobre-as-relaes-internacionais-do-brasil-2014-2018). Expediente postado no blog Diplomatizzando (11/02/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/02/contra-corrente-ensaios-contrarianistas.html). Apresentação postada na plataforma Academia.edu (links: http://www.academia.edu/38338893/ContraCorrenteShort.pdf e https://www.academia.edu/38338893/Contra_a_Corrente_ensaios_contrarianistas_sobre_as_RI_do_Brasil_2014-2018_2019_). Relação de Originais n. 3403.
Eis o cartaz das duas palestras, esta noite e amanhã cedo:


A apresentação já se encontra disponível, como abaixo.

3469. “Política externa brasileira: passado, presente e futuro”, Brasília, 23 maio 2019, 29 slides, para palestras, apresentação e lançamento do livro Contra a Corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil, 2014-2018 (Curitiba: Appris, 2018), em Curitiba, a convite de Wagner Rocha D’Angelis. Power Point colocado em formato pdf na plataforma Research Gate (29/05/2019; link: https://www.researchgate.net/publication/333456985_Politica_externa_brasileira_passado_presente_e_futuro).

A geopolitica da informacao: paper do Harvard Belfer Center - Eric Rosenbach, Katherine Mansted

The Geopolitics of Information

Information is now the world’s most consequential and contested geopolitical resource—data is the “new oil.” Data-driven innovation is not only disrupting economies and societies, it is reshaping relations between nations—with potentially seismic consequences.

In a new Belfer Center paper, Eric Rosenbach and Katherine Mansted explore how key technological advancements have ushered in a new era of information geopolitics. This era is changing how states engage with their citizens and with each other, define their national interest and strategic priorities, and project power onto the world stage. In particular, the belief that the data-driven economy is a winner-takes-all environment is pushing states and their domestic industry much closer together. To compete and thrive in the 21st century, the authors write, democracies, and the United States in particular, must develop new national security and economic strategies that address the geopolitics of information.

Rosenbach and Mansted argue that the United States must adopt a national strategy guided by four principles:
  1. Security and economic strategy must be data-centric;
     
  2. Privacy is a national security priority;
     
  3. A whole-of-government strategy for information competitiveness is required;
     
  4. Prioritize coordination with the private sector.
     
This is not an easy path, the authors acknowledge, and it is one strewn with difficult balances. Democracies must build their capacity to produce, refine, and protect information, but avoid the temptations of protectionism and monopolism. They must defend the information environment from subversion and manipulation, but redouble efforts to protect institutions, rights, and democratic values from information authoritarians who are seeking to subvert and undermine them. “The difficulty of the task must not deter us from attempting it,” Rosenbach and Mansted write. “Anything less could strike a serious blow to national security, internal stability, and democracy itself.”
Read the full report »
http://links.hks-belfercenter.mkt4851.com/ctt?kn=4&ms=MjE1NjQxODUS1&r=MzQxMTk0NDYyMjAS1&b=0&j=MTUwMTg1MTkwMQS2&mt=1&rt=0

Trump vs China: a guerra Fria Econômica se transforma em guerra quente tecnológica

Minha opinião sobre o atual conflito econômico provocado pelo estúpido presidente americano contra a China, uma “trade war” que se converte em feroz guerra tecnológica, estimulada pelos paranoicos do Pentágono. 
O aprendiz de feiticeiro, “defensor da Civilização Ocidental” segundo um patético seguidor brasileiro, acelera assim a decadência da “civilização ocidental” liderada pelo Império americano, tudo em função da “lei das consequências involuntárias” e da ainda mais poderosa Lei de Murphy (aliás, ironicamente, inventada por um americano, assim como o Peter Principle, aquele que eleva um incompetente como Trump ao nível mais alto de sua própria incompetência).

Eu imaginava que a Guerra Fria Econômica se desenvolveria em etapas prolongadas numa série de frentes secundárias, com intermediários diversos, ou seja, uma espécie de protracted war combinada a proxy wars, como ocorreu ao longo de toda a Guerra Fria Geopolítica entre EUA e URSS.
Agora a Guerra Fria Econômica se converte repentinamente numa guerra aberta, suscitada não apenas pela estupidez econômica de Trump — o mais estúpido de todos os presidentes americanos —, mas também pela paranoia estratégica (outra estupidez) dos militares do Pentágono.
Isso vai representar um enorme atraso para o mundo, crescimento lento, perda de oportunidades para todos, mas também, contraditoriamente, um avanço inevitável em certas frentes, ainda que de forma fragmentada.
O mundo será menos global, menos “globalista” (contra o temor, portanto, dos antiglobalistas estúpidos, aliados idiotas de Trump), com menor dinâmica na integração global das economias.
Uma perda temporária, que será aproveitada pela China para deslocar ainda mais o Império americano.
Estaremos pior, em face da “autocracia chinesa”?
Não creio: a China não pretende exportar o seu modelo político autocrático, apenas os seus produtos e serviços, e lucrar muito com isso.
Algum dia, a China será uma democracia.
Idiotas como Trump apenas retardam essa evolução inevitável.
Paulo Roberto de Almeida
Curitiba, 29 de maio de 2019

El País, Madri – 28.5.2019
El problema no está en tu móvil Huawei, el problema se llama 5G
La quinta generación de telefonía móvil se ha convertido en el nuevo arma de destrucción masiva en la guerra declarada por Trump a China
Ramón Muñoz

El veto del Gobierno estadounidense, primero a las redes, y ahora a los móviles del fabricante asiático es una declaración de guerra que va mucho más allá de las hostilidades arancelarias. El anuncio de Google de que dejará de dar soporte a los smartphones de Huawei ha sido un golpe de efecto mundial. Millones de usuarios se levantaban el pasado lunes azorados al enterarse de que su móvil podía convertirse en un cascarón vacío porque Android, el sistema operativo con el que funcionan, ya no dispondría de actualizaciones del sistema de Google.
Siendo gravísimo el hecho de que una decisión gubernamental condene a la obsolescencia a millones de dispositivos, en realidad, es solo el primer aviso del volcán. La mayor erupción, la definitiva, está por venir bajo las siglas 5G. Esta tecnología no es solo un avance más. Gracias a la quinta generación del móvil funcionarán los coches autónomos, los robots industriales podrán procesar en tiempo real cualquier orden, lo que les convertirá en máquinas eficientes y casi humanas capaces no solo de sustituir a operarios de una fábrica sino a un cirujano en un quirófano para realizar una operación a distancia.

El inicio de la era de la invención

“El 5G marcará el comienzo de lo que llamamos la era de la invención. Es mucho más profundo que lo que vimos antes con el paso al 4G o cualquier avance anterior. Y no es una exageración. El 5G y la inteligencia artificial significarán miles de millones de elementos conectados, enormes cantidades de datos y todos ellos en la nube. Cambiará la forma de compartir archivos, las compras online o la reproducción de contenidos”, según dijo Cristiano Amon, presidente de Qualcomm en el Congreso Mundial del Móvil (MWC19) de Barcelona.
El 5G dará paso a la cuarta revolución industrial gracias a saltos de innovación, que supone una disrupción tecnológica total. Las conexiones 5G son 10 veces más rápidas (aunque en laboratorios se han alcanzado velocidades 250 veces más rápidas) que las 4G actuales. Gracias a esa inmediatez, se podrán ver contenidos en realidad virtual o en calidades inimaginables como la televisión en 8K.
En segundo lugar, multiplica por 100 el número de dispositivos conectados con el mismo número de antenas. Se resuelve así el problema de la cobertura en grandes aglomeraciones como estadios de fútbol y conciertos. Además, reduce también a una décima parte el consumo de batería de los dispositivos (alarmas, células o chips) lo que les da más autonomía para funcionar durante años.

Permitirá la conducción autónoma

No obstante, el mayor avance del 5G será la reducción de la latencia, el tiempo de respuesta que tarda un dispositivo en ejecutar una orden desde que se le manda la señal. Cuanto más baja, más rápida será la reacción del aparato que accionemos a distancia. El 5G reduce ese retardo a un milisegundo. Esa repuesta instantánea es la que permite que la conducción autónoma sea segura pero también que se dirija a distancia los sistemas de comunicación, seguridad o defensa. De ahí que Trump haya centrado toda su artillería en Huawei, porque domina la construcción de redes 5G.
Lo que subyace en el pulso tecnológico entre EE UU y China tiene que ver con la más honda preocupación estadounidense por una primacía china en la carrera militar y el 5G figura en el centro de esa inquietud. El Pentágono advierte de ello en un informe al Congreso, en el que destaca el desarrollo de firmas como Huawei y ZTE y señala que el esfuerzo de Pekín por “construir grandes grupos empresariales que logren un rápido dominio del mercado con un amplio abanico de tecnologías complementa directamente los esfuerzos de modernización del Ejército y trae consigo implicaciones militares serias”.

El control de los sistemas de comunicaciones y defensa

En un lenguaje mucho más crudo se expresaba el general retirado James L. Jones: “La tecnología 5G de Huawei es la versión siglo XXI del mitológico Caballo de Troya”, advertía en un documento de recomendaciones publicado el pasado febrero por el Atlantic Council, uno de los grandes laboratorios de ideas de Washington.
“Si China controla la infraestructura digital del siglo XXI —razonaba— explotará su posición para sus propósitos de seguridad nacional y tendrá una influencia coercitiva en EE UU y sus aliados, ya que estas redes procesarán todo tipo de datos, y China desde luego las usará para llevar a cabo espionaje”. Y agregó: “la expansión del 5G chino amenazará la interoperabilidad de la OTAN, ya que EE UU no podrá integrar su red 5G segura con ningún elemento de los sistemas chinos”.
El presidente estadounidense cree que Huawei puede instalar en las redes una capa oculta (lo que se conoce como puerta trasera) con la que el Gobierno chino controlará las comunicaciones de todo el mundo, incluyendo los EE UU. Huawei insistió una y otra vez esta semana en que esa acusación es falsa, y ofrece a cualquier autoridad el acceso a sus redes para que puedan comprobarlo por sí mismas.
Liderazgo en tecnología
En Europa, Huawei tiene una cuota de mercado del 35% que en España se dispara hasta el 60% en las redes de nueva generación. Más de 2.500 patentes relativas al 5G llevan su nombre, y tiene contratos con unos 40 operadores. Si estos, incluyendo los españoles (Telefónica, Vodafone y Orange), secundan el bloqueo a Huawei les sería imposible desplegar a tiempo una red 5G. De hecho, Europa ya va con retraso respecto a países como EE UU, Japón, China o Corea. Solo Nokia y Ericsson le hacen sombra, pero la tecnología y despliegue de la firma china es más avanzada y menos costosa.
“Nuestras tecnologías 5G van al menos dos años por delante y serán líderes mundiales durante mucho tiempo. Nuestras estaciones base de 5G se pueden instalar a mano. No hace falta torres ni grúas ni cortar carreteras para construirlas ya que tienen el tamaño de un maletín. Por eso, es precisamente el departamento de 5G el que ha sido objeto de los ataques de los EE UU”, dijo esta semana Zhengfei en declaraciones recogidas por medios chinos.
El fundador de Huawei, cuya biografía arranca como militar del Ejército Rojo, calmó a una audiencia enfervorecida, y les pidió que no recurrieran al nacionalismo ni al populismo en respuesta al bloqueo estadounidense.

Respuesta de China al desafío de Trump

China tiene muchas armas tecnológicas y comerciales en su arsenal para responder al desafío. La primera es que es el primer inversor mundial en innovación y su retirada de los países occidentales causaría daños considerables. También puede cortar el grifo de las exportaciones de los metales raros, imprescindibles para los teléfonos móviles. Pero sin duda, la más temible es que aplique los planes de contingencia que dice tener para esquivar el aislamiento estadounidense (el plan b del que habla Huawei) y desarrolle un sistema operativo que reemplace a Android, y acabe con el cuasimonopolio de Google, con una cuota de mercado del 85%.
El plan pasa por avanzar también en el desarrollo de sus propios chips de procesamiento y de memoria, rompiendo el cerco que le han impuesto los fabricantes como Intel, Qualcomm, Xilinx, Broadcom, Micron Technology y Western Digital, o la británica ARM. Los conglomerados industriales chinos como Huawei pasarían una larga travesía del desierto pero al final estarían en disposición de destronar a los gigantes norteamericanos como Google, Cisco, Microsoft o Qualcomm, cuyo dominio nadie discute ahora.
Está en juego algo más que la desilusión de millones de usuarios de Huawei. El 5G representará el 15% de las conexiones móviles globales en 2025, y cerca del 30% en mercados como China y Europa, y del 50% en EE UU, según la GSMA. En ese año, la cantidad de conexiones globales del Internet de las Cosas se triplicará hasta los 25.000 millones. Ahora toca decidir si quién controla esas redes inteligentes y maneja a distancia los dispositivos tendrá su despacho en Pekín o en Washington.

TRUMP, ENTRE LA GUERRA FRÍA Y EL ACUERDO COMERCIAL

El temor a que China controle las comunicaciones y los datos en el futuro es lo que convierte lo que parecía una guerra comercial en una liza trascendental en la industrial tecnológica y, en el fondo, en la génesis de una posible carrera armamentística. Es decir, que el problema no es el móvil, ni el 5G a secas, sino todo lo que Pekín pueda llegar a desarrollar con esa red más allá de los usos civiles. Por eso, Washington también se plantea vetar a la compañía china de video vigilancia Hikvision.
La tensión no nace con la Administración de Trump. Sin embargo ha sido esta, nutrida de halcones en materia comercial la que ha apretado las tuercas a Pekín de un modo que Barack Obama, pese a compartir el diagnóstico, no se atrevió.
Eso sí, se trata de una presión contradictoria, marca de la casa en el estilo negociador de Trump, que pese a la escalada de las últimos días pugna por sellar un gran acuerdo comercial con China.
Las proporciones de una guerra económica entre Estados Unidos y China son mayúsculas. El flujo comercial entre ambas potencias mueve unos 2.000 millones de dólares y el actual grado de interconexión entre producción, suministro y finanzas provoca que el pulso, en realidad, afecte a medio planeta. Para Washington, la complicidad de la Unión Europea y el resto aliados en la presión contra Pekín resulta básica, pero la respuesta es mucho más fría de lo que la Casa Blanca querría.

(Grato ao embaixador Pedro Luís Rodrigues, pelo provimento da informação)

Venezuela: a queda no abismo refletida nos números

Números impressionantes da degringolada venezuelana, uma tragédia humana refletida em indicadores jamais vistos num país que não foi destruído por nenhuma guerra, apenas pelos seus próprios dirigentes.

Socialismo Siglo XXI:
Economia en caída libre
 III Trimestre 2013-III Trimestre 2018
PIB -52,4%
Actividad Petrolera -47,5%
Actividad no Petrolera -51,4%
Minería -50,8%
Manufactura -76,3%
Electricidad -29,6%
Comercio -79,4%
Construcción -94,7%
Comunicaciones -2,2%
Transporte -63,6%

Después de 3 años en la oscuridad, BCV libera estadísticas económicas de Venezuela que corroboran la más grande depresión vista alguna vez en la región, compresión de las importaciones de casi 80% en 6 años, e hiperinflación desde Dic. de 2017. La catástrofe venezolana es oficial.

Crisis en Venezuela: el banco central publica cifras oficiales años después: desplome del 22% e inflación de 130.000% en 2018 - BBC News Mundo

Entre los hallazgos más relevantes, resalta el pago de $4.461 millones en intereses sobre bonos durante 2018, además de los $6.521 millones de capital/intereses a China/Rusia.


Otro elemento que resalta el desastre económico del país está referido a la cifras del PIB. Entre 2013 y 2018, los datos del BCV confirman una contracción brutal de la actividad de 55%, mientras que el PIB privado retrocedió 66% en el mismo lapso.






terça-feira, 28 de maio de 2019

Ditadura militar brasileira: relações diplomáticas Brasil-França - livro de Paulo César Gomes

Livro revela relações entre a ditadura brasileira e o governo francês



Historiador Paulo César Gomes analisa em Liberdade Vigiada como os dois países atuaram durante a ditadura por meio de suas representações diplomáticas e consulares. Resultado de quatro anos de pesquisa, livro reúne informações da Embaixada e do Consulado-Geral do Brasil na França, do Ministério de Relações Exteriores e do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

Após o golpe militar de 1964, os recursos diplomáticos foram mobilizados com a finalidade de assegurar a legitimidade do novo regime e, durante muito tempo, prevaleceu a versão de que a diplomacia brasileira não se envolveu nas arbitrariedades da ditadura. Em 2011, no entanto, a Lei de Acesso à Informação possibilitou o acesso aos acervos documentais da época e o mundo secreto do Itamaraty estava então desprotegido. O historiador Paulo César Gomes, que atuou como pesquisador na Comissão da Verdade, debruçou-se sobre esse material e cruzou com informações do próprio governo francês. O resultado está no livro “Liberdade vigiada”, que a Editora Record acaba de lançar.

O livro examina de que forma as práticas repressivas que caracterizaram esse período da história brasileira, bem como as denúncias de tais práticas no exterior, influenciaram as relações entre os dois países. Em entrevista ao blog da Editora Record, Paulo conta que embora o governo francês tivesse plena consciência das ações arbitrárias que vinham sendo cometidas pela ditadura, amplamente veiculadas pelos principais jornais franceses, nunca se pronunciou publicamente sobre o tema. Todas as conversas eram mantidas no âmbito das correspondências sigilosas, que só recentemente vieram a público com a liberação dos documentos secretos.

“É possível afirmar que os dois grandes eixos da colaboração franco-brasileira durante a ditadura eram reforçar a cooperação comercial, e atuar conjuntamente para que as denúncias feitas por exilados brasileiros na França e, também, por religiosos, com destaque para dom Hélder Câmara, não afetassem negativamente as relações bilaterais. De início, o governo francês chegou a fazer críticas, no âmbito interno, à ruptura institucional que ocorreu no Brasil. Seja como for, logo depois das eleições indiretas que levaram Castelo Branco à Presidência da República, o governo francês reconheceu oficialmente o novo regime”, completa. O autor lembra ainda que a visita oficial do presidente francês Charles De Gaulle ao Brasil, no segundo semestre de 1964, foi a primeira de um chefe de Estado de uma grande potência após o golpe.

“Liberdade vigiada” percorre as relações franco-brasileiras do início da ditadura até a Anistia e mostra como só na década de 80, no governo de François Mitterand, começaram a aparecer documentos chamando atenção para as violações aos direitos humanos. Antes mesmo de ser presidente, Miterrand, como parlamentar, já havia alertado para as violações praticadas no Chile.
________

Paulo César Gomes nasceu em Brasília, é historiador e doutor em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e é autor de vários artigos acadêmicos. Em 2014, publicou pela Editora Record o livro Os bispos católicos e a ditadura militar brasileira: a visão da espionagem. É criador e editor do site de divulgação científica História da Ditadura: www.historiadaditadura.com.br
_______

O lançamento será no Rio (Livraria Da Vinci), nesta quinta, 30, às 18h.Também está confirmada noite de autógrafo em São Paulo (Tapera Taperá), no dia 8 de junho, sábado, às 16h.

LIBERDADE VIGIADA
Paulo César Gomes
560 páginas | R$ 74,
Rio de Janeiro: Editora Record, 2019