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sábado, 30 de maio de 2020

Ricupero: "política externa bolsonarista é um completo desastre"- Marco Antonio Villa

#MarcoAntonioVilla #Entrevista #RubensRicupero

Rubens Ricupero: “A política externa de Bolsonaro é um desastre.”


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30 de mai. de 2020

O mais interessante são os comentários que se seguem: 

Mais de 900 comentários até as 20:00hs do dia 30/05/2020

Manifesto Estamos Juntos #JUNTOS - Texto e número de signatários

Segundo os organizadores do manifesto Estamos Juntos, os signatários já passam de 20 mil. É muito provável, mas no site, segundo contei, havia pouco mais de 1620 nomes, e nenhum diplomata, ao menos expressamente declarado.
Continuaremos seguindo o itinerário do movimento.
Paulo Roberto de Almeida

Manifesto Estamos Juntos #JUNTOS

Brasil, 29 de maio de 2020


Somos cidadãs, cidadãos, empresas, organizações e instituições brasileiras e fazemos parte da maioria que defende a vida, a liberdade e a democracia.
Somos a maioria e exigimos que nossos representantes e lideranças políticas exerçam com afinco e dignidade seu papel diante da devastadora crise sanitária, política e econômica que atravessa o país.
Somos a maioria de brasileiras e brasileiros que apoia a independência dos poderes da República e clamamos que lideranças partidárias, prefeitos, governadores, vereadores, deputados, senadores, procuradores e juízes assumam a responsabilidade de unir a pátria e resgatar nossa identidade como nação.
Somos mais de dois terços da população do Brasil e invocamos que partidos, seus líderes e candidatos agora deixem de lado projetos individuais de poder em favor de um projeto comum de país. 
Somos muitos, estamos juntos, e formamos uma frente ampla e diversa, suprapartidária, que valoriza a política e trabalha para que a sociedade responda de maneira mais madura, consciente e eficaz aos crimes e desmandos de qualquer governo. 
Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum. Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia. 
Defendemos uma administração pública reverente à Constituição, audaz no combate à corrupção e à desigualdade, verdadeiramente comprometida com a educação, a segurança e a saúde da população. Defendemos um país mais desenvolvido, mais feliz e mais justo.
Temos ideias e opiniões diferentes, mas comungamos dos mesmos princípios éticos e democráticos. Queremos combater o ódio e a apatia com afeto, informação, união e esperança. 
Vamos juntos sonhar e fazer um Brasil que nos traga de volta a alegria e o orgulho de ser brasileiro.

Segue uma lista de signários que pode ser seguida aqui: 

(página não ativada no momento, provavelmente por estar sobrecarregada)


Alucinados do bolsovalismo à solta na Funag-MRE - Renato Onofre (FSP)

Os idiotas absolutamente ignorantes em matéria de relações internacionais continuam se pautando pelos alucinados que apitam na política externa, e com isso afundam um pouco mais o já depauperado Itamaraty.
Paulo Roberto de Almeida

Investigado por fake news ataca negócios com a China em seminário no Itamaraty

Na apresentação, foi dito que o Brasil é vítima de neocolonialismo do país asiático e que brasileiro vai acabar aprendendo a comer morcegos

BRASÍLIA
Um ativista bolsonarista alvo da operação policial ordenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) contra fake news atacou negócios com a China em seminário promovido pelo Itamaraty.
Nos debates sobre o mundo pós-pandemia, entraram na mira de participantes organismos internacionais e o “novo normal”.
Segundo um dos debatedores, a China compra portos, setor elétrico e transportes para colonizar o Brasil. “Em breve vamos estar comendo morcegos”, disse o youtuber Bernardo Kuster aos diplomatas.
Além dele, participou do ciclo de seminários virtuais da Funag (Fundação Alexandre de Gusmão) o blogueiro Allan dos Santos, também alvo da Polícia Federal.
Kuster falou na 3ª edição do evento, realizada no dia 19 de maio, uma semana antes de agentes baterem à sua porta. Da sua casa, os policiais saíram com celulares e computadores. O analista conservador descreveu a China como a inimiga de países nacionalistas, como o Brasil.
Kuster disse que discutiu “uma fita” com “um amigo muito versado em geopolítica”. Ele chegou à conclusão de que a China está apostando em uma forma de neocolonialismo para reconquistar poder. O plano, segundo ele implementado pelo dirigente Xi Jinping, teria a ajuda da ONU (Organização das Nações Unidas). O objetivo seria favorecer o domínio chinês no hemisfério Sul.
“A China iria jogar parte de sua economia para fora, comprando portos, fazendo aquisições diretas ou indiretas, para a partir do mercado internacional fazer crescer novamente sua economia e, assim também, colonizar outros países”, disse Kuster.
Entre os planos, ele apontou compras feitas pelos chineses nos setor elétrico, entre outros negócios. Para ele, essas são “novas táticas de guerras”.
“Aqui na cidade onde eu moro, Londrina, os chineses já compraram a Belagrícola, que é uma das maiores empresas da região. Eles já compraram os setores de energia de São Paulo e as questões [no setor] de transportes”, afirmou.
A Funag, que promoveu o seminário, é um órgão de pesquisa e divulgação ligado ao Itamaraty.
Em nota, o ministério minimizou os ataques afirmando que “as opiniões expressadas pelos convidados não devem ser vistas como posições da Funag ou do Ministério das Relações Exteriores”.
Para o Itamaraty, os palestrantes são pessoas “bem informadas e preparadas”.
Não há remuneração aos debatedores, segundo o ministério. As atividades foram todas online.
Ataques à China feitos pela ala ideológica têm preocupado integrantes do governo.
Presidente Jair Bolsonaro com o dirigente chinês Xi Jinping, em outubro de 2019, em Pequim
Presidente Jair Bolsonaro com o dirigente chinês Xi Jinping, em outubro de 2019, em Pequim - Noel Celis/AFP
Após a divulgação da reunião ministerial do dia 22, a ala militar e a equipe econômica passaram a temer uma crise com a potência asiática, que é o principal parceiro comercial do Brasil. No encontro, o país asiático foi criticado por ministros.
De janeiro a abril deste ano, a China comprou US$ 20,9 bilhões em produtos brasileiros. O saldo comercial foi positivo para o Brasil em US$ 9 bilhões.
Com os EUA, segundo maior parceiro comercial do Brasil, houve forte retração nas exportações e no saldo total. As vendas para os americanos somaram US$ 7 bilhões. A balança total foi negativa em US$ 3 bilhões no mesmo período.
Para Kuster, nesse cenário de crise, o país asiático precisa responder pela pandemia. “A China tem certa culpa e precisa ser responsabilizada no futuro. Eles conseguiram desestabilizar o Brasil e outros governos nacionalistas”, afirmou.
O youtuber insinuou haver ligações da OMS (Organização Mundial da Saúde) com o país asiático. “Existe uma série de implicações dessa ligação espúria entre o governo comunista chinês e, ao que tudo indica, a diretoria da OMS.”
O discurso foi construído para culpar o comunismo.
“Se você não é anticomunista, ou você é um isentão que permite que essa coisa prolifere ou então você é cúmplice moral de assassinato em massa”, disse, ao atacar críticas à política externa do Brasil.
Além do youtuber, falaram contra o país asiático outros palestrantes ligados a blogs conservadores como Terça Livre, Conexão Política e Brasil Sem Medo.
Allan dos Santos, do Terça Livre, participou do 4º seminário virtual realizado na terça-feira (26), véspera da ação policial. O blogueiro falou por 24 minutos sobre o “novo normal” pós-pandemia.
Ele afirmou que nenhuma pandemia causou tanto medo, mas minimizou a letalidade da Covid-19 e as formas de contágio.
“Temos visto algumas resoluções espantosas, como bares na Itália onde pessoas usam chapéus de macarrão
—aquele isopor usado na piscina— para poder participar de um momento lúdico como tomar um café com amigos. E todas essas medidas têm endereço específico, que é o ‘new normal’”, disse Santos.
O criador do Terça Livre afirmou que não há um debate público sobre como será o mundo no pós-coronavírus e sugere que há um “um controlador, um juiz, que tem o monopólio da discussão”.
Ele apontou a imprensa como esse ente controlador.
Nos quatro seminários, houve quem comparasse o uso de máscaras a hábitos desenvolvidos em campos de extermínio soviéticos sob a ditadura de Stálin.
Os palestrantes também discutiram as liberdades individuais diante das determinações de estados e municípios, efeitos sociais do isolamento prolongado e tensões entre movimentos políticos nacionalistas e multilateralistas.
Na gestão do chanceler Ernesto Araújo, seguidores e alunos do escritor Olavo de Carvalho tomaram espaços antes reservados nos debates a diplomatas e professores de relações internacionais.
A guinada à direita da Funag foi promovida pelo presidente da instituição, Roberto Goidanich, ministro de segunda classe do Itamaraty. Ele assumiu o órgão em março do ano passado e, desde então, alinhou os debates ao olavismo.
As conferências com atores conservadores começaram em 2019. Elas, porém, ganharam um fôlego renovado durante a pandemia da Covid-19.
A Funag, diz o ministério, busca oferecer à sociedade “uma visão abrangente que possa se somar a outras já amplamente difundidas”.

Inquérito das fake news deve chegar ao núcleo do ‘gabinete do ódio’ - Rafael Moraes Moura (OESP)

Como diz o meu amigo David Fleischer, vem chumbo grosso por aí
Paulo Roberto de Almeida

Inquérito das fake news deve chegar ao núcleo do ‘gabinete do ódio’
Próxima etapa da investigação poderá mirar grupo de assessores do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro
Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo
30 de maio de 2020 | 05h00
BRASÍLIA – O avanço da investigação sigilosa do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares deve chegar ao núcleo próximo do presidente Jair Bolsonaro, segundo o Estadão apurou. Com previsão de ser concluído em 15 de julho, mas a possibilidade concreta de ser novamente prorrogado, o inquérito já fechou o cerco sobre o “gabinete do ódio”, grupo de assessores do Palácio do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do chefe do Executivo. A existência desse núcleo foi revelada em reportagem do Estadão de setembro do ano passado.
Comandante do “gabinete do ódio”, Carlos não foi alvo da operação da Polícia Federal ocorrida na quarta-feira por determinação do relator do inquérito das fake news, ministro Alexandre de Moraes. A ofensiva, considerada “abusiva” pelo Palácio do Planalto, resultou na apreensão de documentos, computadores e celulares em endereços de 17 pessoas suspeitas de integrar uma rede de ataques a ministros do STF e na convocação de depoimento de oito deputados bolsonaristas.
A expectativa de integrantes do STF é a de que, se em um primeiro momento Moraes optou por focar nos tentáculos operacionais do “gabinete do ódio”, o filho do presidente da República deve ser atingido já na etapa final do inquérito, com o aprofundamento das investigações. O cálculo político que estaria sendo feito é o de que o envolvimento de nomes mais graúdos nessa etapa poderia comprometer os trabalhos.
A investigação é conduzida no Supremo pelo delegado federal Igor Romário de Paula, que integrou a Lava Jato em Curitiba, e é tido como um aliado do ex-ministro Sérgio Moro, e também por Denise Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher. Em meio às acusações de Moro de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF, Moraes decidiu blindar o grupo e determinou que o inquérito deveria continuar nas mãos desses delegados, independentemente das trocas no comando da corporação.
Ao determinar a operação de busca e apreensão, que mirou empresários e blogueiros bolsonaristas, o ministro definiu o “gabinete do ódio” como uma “associação criminosa”. “As provas colhidas e os laudos periciais apresentados nestes autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como ‘Gabinete do Ódio’, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, escreveu Moraes.
A operação contra aliados bolsonaristas foi criticada na sexta-feira, 29, por Carlos no Twitter. “Nunca tiveram provas, apenas narrativas. Revelações literalmente inventadas por 2 parlamentares e agora apoiadas por biografados. Forçam busca e apreensão ilegais para criarem os fatos e ganharem fôlego”, escreveu. “Eu não sei o que estão fazendo. Não chego perto do meu pai há um bom tempo. Apenas exibi minha liberdade de falar enquanto posso!”, emendou.
. Nunca tiveram provas
. Apenas narrativas
. Revelações literalmente inventadas por 2 parlamentares e agora apoiadas por biografados.
. Forçam busca e apreensão ilegais para criarem os fatos e ganharem fôlego.
. Levam ao TSE.
. Então cassam a chapa.
. Será? — Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) May 29, 2020
O filho do presidente ainda postou uma declaração antiga de Moraes em julgamento do STF, quando o ministro falou “que quem não quer ser criticado, ser satirizado, fique em casa, não se ofereçam ao público”. “Querer evitar isso por uma ilegítima intervenção estatal na liberdade de expressão é absolutamente inconstitucional”, disse Moraes na ocasião.
Inquérito
inquérito das fake news foi aberto por determinação do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, à revelia do Ministério Público, o que provocou críticas da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Ordem dos Advogados do Brasil e, na época, de colegas da Corte.
Na ocasião, o ministro Marco Aurélio Mello chegou a chamar o inquérito de “natimorto”. De lá pra cá, no entanto, diminuiu a resistência interna da Corte às investigações, que encontraram na rede ameaças de incendiar o Supremo e matar ministros com tiros à queima-roupa. Interlocutores de Moraes avaliam que, hoje, a maioria da Corte apoia o inquérito como uma “defesa institucional do STF” contra ataques.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta semana a suspensão do inquérito. A decisão será do plenário do Supremo. A Associação Nacional dos Procuradores da República também contesta a investigação em outra ação.
Em outra frente, um ano e dois meses depois de ingressar no Supremo para também contestar o inquérito das fake news, a Rede mudou de posição e pediu ontem a Fachin o arquivamento da ação. A lei sobre ações de controle de constitucionalidade, porém, prevê que, se a ação for proposta, não se admitirá depois desistência.
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