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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Brasil em Desenvolvimento (not so fast...) - resenha Paulo R Almeida


17. “A dura (e lenta) marcha do desenvolvimento nacional”, Brasília, 22 maio 2005, 2 p. Resenha de Ana Célia Castro, Antonio Licha, Helder Queiroz Pinto Jr. e João Saboia (orgs.): Brasil em Desenvolvimento (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005, Vol. 1: Economia, Tecnologia e Competitividade, 546 p.). Publicado na Desafios do Desenvolvimento (Brasília: IPEA-PNUD, ano 2, nº 11, junho 2005, p. 64; link: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1777:catid=28&Itemid=23). Relação de Trabalhos nº 1433. Relação de Publicados nº 565.
A dura marcha do desenvolvimento nacionalImprimirE-mail
Paulo Roberto de Almeida
A obra em dois volumes resulta de seminários organizados por professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no final de 2003, cobrindo grandes temas da economia e da ciência e tecnologia, com a participação de formuladores de políticas e de acadêmicos brasileiros e estrangeiros. O debate partiu da idéia de que o desenvolvimento é um processo sustentado de crescimento, transformação produtiva e distribuição de riquezas, ou seja, uma definição fortemente lastreada nos conceitos do economista Celso Furtado, cujo texto "Para recuperar o dinamismo" abre a edição. Os 15 trabalhos constantes do primeiro volume cobrem problemas cruciais de gestão macroeconômica, de infra-estrutura, de competitividade, do papel da ciência e inovação e das tecnologias da informação. Surpreendentemente, os organizadores iniciam a discussão sustentando que, "à diferença da década de 50, não existe neste começo de século 21 uma definição clara dos caminhos para o desenvolvimento brasileiro".

Os autores, com base num exame das restrições de curto prazo e das dificuldades estruturais existentes, procuraram elucidar as razões das limitações e dos obstáculos que se interpõem à definição de um projeto de médio e longo prazos para o desenvolvimento brasileiro. As tarefas e recomendações formuladas ao longo do livro parecem, mas nem sempre são fáceis de serem concretizadas: promover a modernização tecnológica com base em metas e objetivos estratégicos; integrar políticas macroeconômicas, tecnológicas, industriais, de regulação de mercados e de comércio exterior; promover políticas de inclusão social com base na educação e no emprego; superar os problemas de financiamento de longo prazo; articular os papéis do Estado e do mercado na infra-estrutura; articular as ações das instituições e do setor privado para a ciência e a tecnologia; estruturar blocos comerciais e negociar acordos internacionais.

Os organizadores acreditam que o momento é propício para a definição dessas estratégias de desenvolvimento e, como acadêmicos, acham que não se pode desvincular as políticas da teoria. Eles também consideram que as condições necessárias e suficientes para gerar um ciclo virtuoso de desenvolvimento não surgem automaticamente, mas dependem de "intervenções públicas específicas e coordenadas", o que talvez já seja mais difícil de assegurar. Em todo caso, tanto no seio da academia quanto no âmbito do governo e entre os grandes grupos econômicos nacionais parece estar emergindo um consenso sobre o conjunto de tarefas indispensáveis para sustentar um novo ciclo de desenvolvimento. Celso Furtado, por exemplo, acredita que isso requer uma alteração nos mecanismos estruturais de concentração da renda. Outros autores preferem enfatizar os requerimentos tecnológicos e de infra-estrutura, inclusive nas áreas do conhecimento e da inclusão digital.

Todos concordam em que a retomada do crescimento depende de aumento nos investimentos e que isso terá de ser feito em bases diferentes daquelas existentes nos anos 50. A presença ativa do Estado é vista como "uma regularidade da história" em quaisquer experiências de países bem-sucedidos. Mas poucos autores concordariam, por exemplo, em que o Estado brasileiro pode ter atuado, na fase recente, como obstáculo importante ao crescimento ao drenar recursos do setor privado para seu próprio consumo. Este debate será retomado no segundo volume da obra, Instituições Políticas e Sociedade, que se dedica, justamente, ao papel do Estado e das instituições na elaboração e na implementação de políticas de longo prazo relativas às estratégias de desenvolvimento.

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Aqui vai a minha versão: 

A dura (e lenta) marcha do desenvolvimento nacional

Brasil em Desenvolvimento (2 volumes)
Ana Célia Castro, Antonio Licha, Helder Queiroz Pinto Jr. e João Saboia (orgs.)
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005
Vol. 1: Economia, Tecnologia e Competitividade, 546 p.


Os dois volumes resultam de seminários organizados por professores da UFRJ no final de 2003, cobrindo grandes temas da economia e da ciência e tecnologia, com a participação de policy-makers e de acadêmicos brasileiros e estrangeiros. O debate partiu da idéia que o desenvolvimento é um processo sustentado de crescimento, transformação produtiva e distribuição de riquezas, ou seja, uma definição fortemente embasada em Celso Furtado, que aliás abre a obra com um texto curto, “Para Recuperar o Dinamismo”. Os quinze trabalhos constantes do primeiro volume cobrem problemas cruciais de gestão macroeconômica, de infra-estrutura, de competitividade, do papel da ciência e tecnologia e das tecnologias da informação. Surpreendentemente, os organizadores abrem a discussão dizendo que, “à diferença da década de 50, não existe neste começo de século XXI uma definição clara dos caminhos para o desenvolvimento brasileiro” (p. 13).
Os autores, com base num exame das restrições de curto prazo e das dificuldades estruturais existentes, procuraram elucidar as razões das limitações e obstáculos que se interpõem à definição de um projeto de médio e longo prazo para o desenvolvimento brasileiro. As tarefas e recomendações formuladas ao longo do livro parecem óbvias a qualquer policy-maker, mas nem sempre fáceis de serem concretizadas: promover a modernização tecnológica a partir de metas e objetivos estratégicos; integrar políticas macroeconômicas, tecnológicas, industriais, de regulação de mercados e de comércio exterior; promover políticas de inclusão social com base na educação e no emprego; superar os problemas de financiamento de longo prazo; articular os papéis do Estado e do mercado na infra-estrutura; articular as ações das instituições e do setor privado para a ciência e tecnologia; estruturar blocos comerciais e negociar acordos internacionais.
Os organizadores acreditam que o momento é propício para a definição dessas estratégias de desenvolvimento e, como acadêmicos, acham que não se pode desvincular as políticas da teoria. Eles também consideram que as condições necessárias e suficientes para se gerar um ciclo virtuoso de desenvolvimento não surgem automaticamente, mas dependem de “intervenções públicas específicas e coordenadas”, o que talvez já seja mais difícil de assegurar. Em todo caso, tanto no seio da academia, quanto no âmbito do governo e entre os grandes grupos econômicos nacionais parece estar emergindo um consenso sobre o conjunto de tarefas indispensáveis para sustentar um novo ciclo de desenvolvimento. Celso Furtado, por exemplo, acredita que isso requer uma alteração nos mecanismos estruturais de concentração da renda. Outros autores preferem enfatizar os requerimentos tecnológicos e de infra-estrutura, inclusive nas áreas do conhecimento e da inclusão digital.
Curioso que, a despeito da ênfase reconhecida na necessidade de desenvolver programas voltados para a universalização da educação com qualidade, nenhum dos textos aborda essa questão em profundidade, para ressaltar, por exemplo, as enormes carências do Brasil nesse aspecto, que estão na raiz das desigualdades distributivas condenadas por Furtado. O economista falecido em 2004 achava que o poder no Brasil ainda carrega o peso considerável do patrimônio rural e urbano, o que deixa na sombra o papel considerável do Estado (para o bem e para o mal) nas últimas décadas de realizações e descaminhos do processo brasileiro de desenvolvimento.
Todos concordam, assim, em que a retomada do crescimento depende de um aumento nos investimentos e de que isso terá de ser feito em bases diferentes daquelas mobilizadas nos anos 1950. A presença ativa do Estado é vista como “uma regularidade da história”, em quaisquer experiências de países bem sucedidos. Mas, poucos autores concordariam, por exemplo, em que o Estado brasileiro pode ter atuado, na fase recente, como um obstáculo importante ao crescimento, ao drenar recursos do setor privado para seu próprio consumo. Os acadêmicos ainda tendem a acreditar que o papel do Estado é indispensável e que os “gênios” dos anos 50 (Prebisch e Furtado) não estavam tão errados assim. Este debate precisa ser retomado no segundo volume da obra, Instituições Políticas e Sociedade, que se dedica, justamente, ao papel do Estado e das instituições na elaboração e na implementação de políticas de longo prazo relativas às estratégias de desenvolvimento. Continua no próximo mês… 
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org)
[Brasília, 1433: 22 de maio de 2005]

A Revolucao Industrial, por seu mais famoso historiador: David Landes - resenha Paulo R Almeida


16. “Um Prometeu Industrial Desengonçado”, Brasília, 17 abril 2005, 2 p. Resenha de David S. Landes: Prometeu Desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, de 1750 até os dias de hoje (2ª ed.; Rio de Janeiro: Campus, 2005, 628 p.). Publicado na revista Desafios do Desenvolvimento (Brasília: IPEA-PNUD, ano 2, nº 10, maio 2005, p. 76; link: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1772:catid=28&Itemid=23). Relação de Trabalhos nº 1420. Relação de Publicados nº 561.

Um Prometeu industrial desengonçadoImprimirE-mail
por Paulo Roberto de Almeida
A tradução do título para o português é imprecisa: trata-se de um Prometeu unbound, isto é, liberado, não unchained. Mas isso não tira o valor da segunda edição deste clássico, agora com novo prefácio e epílogo - no mais o texto permanece igual ao de 1969, originalmente um ensaio da Cambridge Economic History. David Landes, professor emérito de Harvard, já tinha feito um complemento a Adam Smith, em A Riqueza e a Pobreza das Nações (Campus, 1998), soberbo nos desenvolvimentos globais, mas falho no que toca à América Latina e ao Brasil, analisados pela ótica enviesada da ("esqueçam-o-que-escrevi") teoria da dependência de FHC.

O titã liberado é o sistema fabril: seu aparecimento na Inglaterra chocou Marx, que condenou a vil exploração do proletariado. Ele ainda não tinha visto nada, pois a China modorrava na imobilidade industrial. Hoje as fábricas chinesas não se distinguem, pelas condições de trabalho, das manufaturas de Manchester do século 19. A história é européia, mas esse Prometeu desajeitado que é a grande indústria leva seus grilhões ao mundo, o que desespera os antiglobalizadores, mas encantaria Marx, que confiava no papel revolucionário do capitalismo para destruir as "muralhas da China", o despotismo asiático e os reinos bárbaros do Oriente.

A China, a Índia e as nações islâmicas fracassadas do Oriente Médio constituem, precisamente, o objeto do epílogo, a parte verdadeiramente nova do livro. Landes argumenta que a globalização "não é uma causa, nem uma ideologia. É simplesmente a procura de riqueza". A civilização industrial do Ocidente foi a mais formidável máquina de criação de riquezas da história, ao associar possibilidades tecnológicas com o faro pelos negócios de homens liberados das restrições do mercantilismo. Por que esse processo revolucionário ainda não conseguiu romper os grilhões do subdesenvolvimento? É que empréstimos, ensinamentos e presentes podem até ajudar, mas de nada adiantam se o movimento não for conduzido a partir de dentro.

Landes demonstra como as condições tecnológicas e institucionais foram reunidas na Europa Ocidental e continuam a distinguir o Ocidente desenvolvido, ainda que países do Oriente - como o Japão, a Coréia e, agora, a China - lhe tenham seguido os passos. Esses bons alunos da escola européia, a começar pelos Estados Unidos, copiaram as técnicas, não necessariamente as instituições e as políticas econômicas. Landes diz que não é relevante que os "orientais" não tenham seguido a via do liberalismo, e sim que tenham integrado suas economias aos mercados globais, algo que os pregadores de uma industrialização à la List dificilmente reconhecem.

O cerne do livro não é uma discussão das economic policies dos "copiadores" e sim um fascinante racconto storico do desenvolvimento tecnológico da industrialização européia. São seis capítulos, com poucas seções internas e relativamente poucas estatísticas, mas muitos dados qualitativos e análises sobre cada fase. Uma introdução metodológica explica por que a revolução industrial ocorreu na Europa e não em outros lugares. Coloca a questão - que será seguida ao longo do livro - das razões pelas quais as mudanças ocorreram em épocas e locais determinados da Europa, isto é, como o padrão de desenvolvimento diferiu de um país para outro. Nesse sentido, a Europa é um grande laboratório, por ter nações ricas e pobres, grandes e pequenas, todas as formas de governo e um rico mosaico de tradições culturais.

Desde a Revolução Industrial inglesa, disseminada pelo continente, até o período entre guerras e a reconstrução subseqüente, Landes descreve as indústrias mais relevantes do ponto de vista tecnológico: têxtil, metalúrgica, química e de maquinaria, além da mineração de carvão por seu papel energético. Todas elas são situadas no contexto da organização industrial, isto é, da coordenação dos fatores de produção e do manejo dos produtos manufaturados. O resultado é um painel fascinante das raízes da "hegemonia" ocidental, não em virtude de uma história colonialista e opressora, e sim da capacidade de mobilizar e transformar as forças da natureza, liberando o Prometeu desengonçado do capitalismo industrial dos velhos grilhões da miséria educacional e da secular opressão da pobreza material.
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Confesso que não conferi para ver se foi publicado in totum, por isso reproduzo aqui. Aliás, cansado dos cortes dos meus editores, comecei, finalmente, a fazer resenhas mais curtas...

Um Prometeu Industrial Desengonçado

David S. Landes: Prometeu Desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, de 1750 até os dias de hoje (2ª ed.; Rio de Janeiro: Campus, 2005, 628 p.)

O título do livro, em português, é impreciso: trata-se de um Prometeu unbound, isto é liberado, não unchained. Isso não muda o valor da segunda edição deste clássico, agora com novo prefácio e epílogo; no resto, o livro permanece igual ao texto de 1969, originalmente um ensaio da Cambridge Economic History (1965). David Landes, emérito de Harvard, já tinha feito um complemento a Adam Smith, em A Riqueza e a Pobreza das Nações (Campus, 1998), superbo nos desenvolvimentos globais, mas falho no que toca a América Latina e o Brasil, vistos pela ótica enviesada da (“esqueçam-o-que-escrevi”) teoria da dependência de FHC.
O titã liberado refere-se ao sistema fabril: seu aparecimento, na Inglaterra, chocou Marx, que condenou a vil exploração do proletariado. Ele ainda não tinha visto nada, pois a China, até ali a maior economia, modorrava na imobilidade industrial, só voltando a praticar a abjeta exploração mais de dois séculos depois. Hoje, as fábricas chinesas não se distinguem, pelas condições de trabalho, das manufaturas de Manchester do século XIX, mas as marcas são ocidentais. A história é européia, mas esse Prometeu desajeitado que é a grande indústria leva seus grilhões ao mundo, o que desespera os anti-globalizadores, mas encantaria Marx, que confiava no papel revolucionário do capitalismo para destruir as “muralhas da China”, o despotismo asiático e os reinos bárbaros do Oriente.
A China, a Índia e as nações islâmicas fracassadas do Oriente Médio constituem, precisamente, o objeto do epílogo, a única parte verdadeiramente nova do livro. Landes argumenta que a globalização “não é uma causa, nem uma ideologia. É simplesmente a procura de riqueza” (p. 600). A civilização industrial do Ocidente foi a mais formidável máquina de criação de riquezas da história, ao associar possibilidades tecnológicas com o faro pelos negócios de homens liberados das restrições do mercantilismo. Por que esse processo revolucionário não conseguiu ainda romper os grilhões do subdesenvolvimento no resto do planeta? É que empréstimos, ensinamentos, presentes podem até ajudar, mas de nada adianta se o movimento não for conduzido a partir de dentro.
Landes demonstra como as condições tecnológicas e institucionais foram reunidas na Europa ocidental e continuam a distinguir o Ocidente desenvolvido, ainda que países do Oriente – como o Japão a Coréia e, agora, a China – lhe tenham seguido os passos. Esses bons alunos da escola européia, a começar pelos Estados Unidos, copiaram as boas técnicas européias, não necessariamente as instituições e as políticas econômicas. Landes diz que não é relevante que os “orientais” não tenham seguido a via do liberalismo e sim que eles tenham integrado suas economias aos mercados globais, algo que os pregadores de uma industrialização à la List dificilmente reconhecem.
O cerne do livro não é uma discussão das economic policies dos “copiadores” e sim um fascinante racconto storico dos desenvolvimentos tecnológicos que permearam a industrialização européia. São seis capítulos, com poucas seções internas e relativamente poucas estatísticas, mas muitos dados qualitativos e análises sobre o estado das técnicas em cada fase. Uma introdução metodológica visa explicar por que a revolução industrial ocorreu na Europa, e não em outros lugares, e coloca a questão – que será seguida ao longo do livro – de por que as mudanças ocorreram em épocas e locais determinados da Europa, isto é, como o padrão de desenvolvimento diferiu de uma nação para outra (nesse sentido, a Europa é um grande laboratório, por ter nações ricas e pobres, países grandes e pequenos, todas as formas de governo e um rico mosaico de tradições culturais).
Desde a revolução industrial inglesa, seguida de sua disseminação no resto do continente, até o período do entre-guerras e a reconstrução subseqüente, Landes retraça as indústrias mais relevantes do ponto de vista tecnológico: têxteis, metalurgia, química e maquinaria, com a mineração de carvão apenas pelo seu papel energético. Todas elas são situadas no contexto da organização industrial, isto é, a coordenação dos fatores de produção e o manejo dos produtos manufaturados. O resultado é um painel fascinante das raízes da “hegemonia” ocidental, não em virtude de uma história colonialista e opressora, e sim pela sua capacidade de mobilizar e transformar as forças da natureza, liberando o Prometeu desengonçado do capitalismo industrial dos velhos grilhões da miséria educacional e da secular opressão da pobreza material.

Paulo Roberto de Almeida (www.pralmeida.org)