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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Companion to Marxist Economy: uma digressao sobre o nada...


Alguém ainda acredita que a "economia política" marxista sirva para outra coisa senão filosofia política?
Quantos departamentos sérios de economia usam, de fato, QUALQUER categoria econômica marxista -- mais valia, lei tendencia da baixa da taxa de lucro, pauperizacao, MDM, etc -- para qualquer outra coisa senão digressões inúteis no campo da economia?
NUNCA vi qualquer economista digno desse nome usar o ferramental marxista, a não ser para fazer política...
Isso não funciona em NENHUM departamento de economia.
Melhor ver com os Fefelechs da vida...
Paulo Roberto de Almeida 




The Elgar Companion To Marxist Economics

Edited by Ben Fine, Professor of Economics and Alfredo Saad-Filho, Professor of Political Economy, School of Oriental and African Studies, University of London, UK with Marco Boffo, PhD candidate, School of Oriental and African Studies, University of London, UK

January 2012 432 pp Hardback 978 1 84844 537 6

Hardback $225.00 on-line price $202.50

Description
This Companion takes stock of the trajectory, achievements, shortcomings and prospects of Marxist political economy. It reflects the contributors’ shared commitment to bringing the methods, theories and concepts of Marx himself to bear across a wide range of topics and perspectives, and it provides a testimony to the continuing purpose and vitality of Marxist political economy.
Contents
Contributors include: G. Albo, R. Albritton, D. Ankarloo, S.J. Ashman, A.J. Ayers, R. Balakrishnan, J. Banaji, S. Bisnath, M. Boffo, T.J. Byres, A. Campbell, P. Cerni, P. Chattopadhyay, S. Clarke, A. Colás, G.C. Comninel, M. Di Meglio, P.L. dos Santos, G. Duménil, B. Fine, J. Ghosh, G. Hoe-Gimm, H. Goodacre, B. Gruffydd-Jones, B. Harriss-White, K. Hart, M. Itoh, H. Jeon, B. Jessop, D. Johnston, R. Kiely, S. Knafo, D. Laibman, D. Lévy, D. Lo, T. Marois, P. Masina, S.D. Mavroudeas, D. Milonakis, S. Mohun, S. Newman, P. Patnaik, U. Patnaik, L. Pradella, H. Radice, A. Saad-Filho, S. Savran, G. Slater, T. Smith, E. Swyngedouw, B. Tinel, A. Toscano, J. Weeks, E. Wood, A. Zack-Williams, P. Zarembka, Y. Zhang
This Companion takes stock of the trajectory, achievements, shortcomings and prospects of Marxist political economy. It reflects the contributors’ shared commitment to bringing the methods, theories and concepts of Marx himself to bear across a wide range of topics and perspectives, and it provides a testimony to the continuing purpose and vitality of Marxist political economy.

As a whole, this volume analyzes Marxist political economy in three areas: the critique of mainstream economics in all of its versions; the critical presence of Marxist political economy within, and its influence upon, each of the social science disciplines; and, cutting across these, the analysis of specific topics that straddle disciplinary boundaries. Some of the contributions offer an exposition of basic concepts, accessible to the general reader, laying out Marx’s own contribution, its significance, and subsequent positions and debates with and within Marxist political economy. The authors offer assessments of historical developments to and within capitalism, and of its current character and prospects. Other chapters adopt a mirror-image approach of pinpointing the conditions of contemporary capitalism as a way of interrogating the continuing salience of Marxist analysis.

This volume will inform and inspire a new generation of students and scholars to become familiar with Marxist political economy from an enlightened and unprejudiced position, and to use their knowledge as both a resource and gateway to future study.
Contents:

Introduction
Ben Fine and Alfredo Saad-Filho

1. Accumulation of Capital
Paul Zarembka

2. The Agrarian Question and the Peasantry
Terence J. Byres

3. Analytical Marxism
Marco Boffo

4. Anthropology
Keith Hart

5. Capital
Jayati Ghosh

6. Capitalism
Ellen Wood

7. Centrally Planned Economy
Dic Lo and Yu Zhang

8. Class and Class Struggle
Utsa Patnaik

9. Classical Political Economy
Hugh Goodacre

10. Combined and Uneven Development
Samantha J. Ashman

11. Commodification and Commodity Fetishism
Robert Albritton

12. Competition
Paresh Chattopadhyay

13. Consumerism
Paula Cerni

14. Contemporary Capitalism
Greg Albo

15. Crisis Theory
Simon Clarke

16. Dependency Theory
John Weeks

17. Ecology and the Environment
Barbara Harriss-White

18. Economic Reproduction and the Circuits of Capital
Ben Fine

19. Exploitation and Surplus Value
Ben Fine

20. Feminist Economics
Radhika Balakrishnan and Savitri Bisnath

21. Feudalism
George C. Comninel

22. Finance, Finance Capital, and Financialisation
Thomas Marois

23. Friedrich Engels
Paresh Chattopadhyay

24. Geography
Erik Swyngedouw

25. Global Commodity Chains and Global Value Chains
Susan Newman

26. Globalisation and Imperialism
Ray Kiely

27. International Political Economy
Alejandro Colás

28. Karl Marx
Lucia Pradella

29. Knowledge Economy
Heesang Jeon

30. Labour, Labour Power, and the Division of Labour
Bruno Tinel

31. Labour Theory of Value
Ben Fine

32. Market Socialism
Makoto Itoh

33. Marx and Underdevelopment
Mauro di Meglio and Pietro Masina

34. Marxism and History
George C. Comninel

35. Method of Political Economy
Branwen Gruffydd-Jones

36. Mode of Production
Jairus Banaji

37. Money
Paulo L. dos Santos

38. Neoliberalism
Gérard Duménil and Dominique Lévy

39. Neoclassical Economics
Dimitris Milonakis

40. Neo-Ricardianism
Sungur Savran

41. New Technology and the 'New Economy’
Tony Smith

42. Political Science
Alison J. Ayers

43. Population and Migration
Deborah Johnston

44. Productive and Unproductive Labour
Simon Mohun

45. Race
Alfred Zack-Williams

46. Radical Political Economy in the United States
Al Campbell

47. The Rate of Profit
Simon Mohun

48. The Regulation Approach
Stavros D. Mavroudeas

49. Rent and Landed Property
Erik Swyngedouw

50. The Social Structures of Accumulation Approach
Stavros D. Mavroudeas

51. Socialism, Communism and Revolution
Al Campbell

52. Sociology
Alberto Toscano

53. The State
Bob Jessop

54. 'Transformation Problem’
Alfredo Saad-Filho

55. The Transition from Feudalism to Capitalism
David Laibman

56. Transnational Corporations
Hugo Radice

57. Unemployment
Gary Slater

58. Value Form Approach
Samuel Knafo

59. Vladimir I Lenin
Prabhat Patnaik

60. The Welfare State
Daniel Ankarloo

61. World Economy
Gong Hoe-Gimm

References

Index

4 comentários:

Carlos Magno disse...

´´Alguém ainda acredita que a "economia política" marxista sirva para outra coisa senão filosofia política?``

Ter feito Economia Política I e a simples leitura de História do Pensamento Econômico de E.K.Hunt e Chutando a Escada de Ha Joon Chang já me fazem desconfiar de suas colocações. Não que eu tenha condições de debater Microeconomia com o diplomata, mas, é implicância demais, não é a toa.
Conheço muita gente que ainda vê algo de bom na teoria marxista, não só em Economia, mas, também em História, Geografia, Sociologia, Pedagogia, Psicologia, Letras, etc. Você, sem ser formado em Geografia nem Pedagogia, tenta desmerecer Milton Santos e Paulo Freire, o que para qualquer pessoa que tenha feito algo em Educação, é um disparate!!! É o mesmo que dizer que os trabalhos de Eric Hobsbawm, David Harvey, Lev Vygotsky, Ciro Flamarion Cardoso ou Ilmar Rohloff de Mattos não prestam por eles serem marxistas!!!
Tem gente que não vê nada de bom em Marx, Keynes, Thorstein Veblen, Gunnar Myrdal, Piero Sraffa, Michael Kalecki etc. É só Pareto, Von Mises, Hayek, Friedman, Walras, Marshall e todos os demais ´´guerrilheiros`` do Laissez Faire. Se você pensa dessa forma, tem todo o direito, apenas não se esqueça que diversos departamentos de Economia que dão ênfase ao paradigma ortodoxo, tipo IBMEC, PUC, FGV, etc, também estão fazendo política, afinal de contas, como diria Foucault: ´´Saber é poder``.
Se o departamento de uma universidade pública ensina Marx e os heterodoxos, é doutrinação, se numa particular, ou pública mesmo, só se ensina os ortodoxos, é ´´livre pensamento``, é ´´ciência pura``. Como se política e economia fossem dimensões que não interferissem uma na outra, como se o mercado não precisasse do Estado...

´´Quantos departamentos sérios de economia usam, de fato, QUALQUER categoria econômica marxista -- mais valia, lei tendencia da baixa da taxa de lucro, pauperizacao, MDM, etc -- para qualquer outra coisa senão digressões inúteis no campo da economia?``

Para você, departamento sério é o que defende o Laissez Faire, o restante não presta.

´´NUNCA vi qualquer economista digno desse nome usar o ferramental marxista, a não ser para fazer política...
Isso não funciona em NENHUM departamento de economia.``

O mesmo dito anteriormente. O mais irônico é que eu conheço marxistas que não são comunistas, porém, não conheço UM, isso mesmo, UM ortodoxo que Não seja liberal. O simples fato de você ter um blog pra divulgar ideias liberais já é fazer política. O senhor se finge de morto pra fazer ´´maldade`` com o coveiro. Eu é que não caiu nessa.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Carlos Magno,
Você não me leu direito: a minha pergunta foi outra: quem, qual, dos cursos serios de economia, em qualquer lugar do mundo, hoje, usa qualquer categoria marxista para explicar algum fenômeno econômico concreto?
Estou falando de economia, não de filosofia ou política...
Ou seja, produção, poupança, investimento, equilíbrio dos mercados, etc. Coisas concretas.
Não poesia, do tipo forças produtivas, relações de produção, ou baboseiras do tipo mais-valia...
Acho que o Brasil, e a França, andam extremamente atrasados em estudos sérios...
Infelizmente.
Outra coisa é história do pensamento econômico: ou seja, pode-se até estudar o que disseram filósofos sociais do tipo de Marx, Engels e outros sonhadores.
Outra coisa é Economics...
Se você me provar que algum economista sério trabalha com categorias econômicas marxistas ganha um livro.
Mas é para tratar de processos e fenômenos econômicos, não de sociedade, poder, relações de classe, enfim, essa poesia toda...
Pode tentar...
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

Caro antipolitico e antipoetico,
Não há condições de avaliar o que quer definir como "economista sério", já que pressupõe como não-sério qualquer um que use o tal ferramental.

Primeiro, liberais são tão ou mais políticos que marxistas, no que concerne ao poder político real sem dúvida, basta verificar a presença de suas teses dominando o debate político.

Segundo, Marx trata absolutamente em termos econômicos, aliás, é insistentemente acusado de economicista em seu metodologia, e trata sim de poupança, movimento de preços, processo de produção, etc. Claro, me refiro, sobretudo, ao O Capital.

Terceiro, se for se dar ao trabalho de um pesquisa empírica, observará que a economia política ou liberalismo clássico, neoclássico e neoliberalismo falharam retumbantemente.

Quarto, Marx, no O Capital, como diz o subtítulo, realiza um crítica da economia política partindo de seus pressupostos, esses pressupostos dependem de uma economia plenamente globalizada e plenamente liberal, de modo que tais contradições possam emergir... Isso nunca ocorreu, porque as crises econômicas provocadas pelas políticas liberais, interromperam ou retrocederam essas tendências, como na cria de 1929 que reteve o liberalismo até fins de 1970 com o keynesismo, e agora com a crise de 2008.

Marx é o único que ofereceu uma crítica sistemática sobre as contradições tendênciais do capital, e não foi o único, mas o pioneiro. Hoje temos a teoria dos ciclos de Shumpter, a teoria da armadilha de líquidez de Keynes, ou a crítica do utilitarismo no economia comportamento,etc... Em suma, Marx oferece contribuições para compreender as crises, porque os mercados estão longe de serem eficientes ou mesmo, racionais...

Concluindo, se ler toda a bibliografia de Marx encontrará com muito esforço alguma poucas linhas de predições políticas, exigindo ainda muita interpretação e boa vontade, agora compara isso com Adan Smith, Hayek, Misses, que fazem descaradamente proselitismo político da primeira a ultima linha... Liberalismo econômico é pura política travestida de pseudo-ciência já desmascarada incontáveis vezes pela história ou mesmo por outros economistas menos midiaticos.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Dificil converter um true believer.
Fundamentalistas são refratarios às provas materiais, à pesquisa isenta, aos dados da realidade.
Eles gostam de grandes frases.
Não há nada que possa ser feito.
Vão ter um sucesso enorme, na vida...
Paulo Roberto de Almeida