Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Educacao: insistindo nos erros, gastando dinheiro a toa...
Infelizmente, vamos continuar patinando nas falsas solucoes, e nao se pode esperar nada de inteligente do MEC ou de seu suposto ministro de titulo comprado.
Paulo Roberto de Almeida
Colunista da Época aconselha Mercadante a adotar estratégia "menos devastadora" para capacitar professores
Redação Comunique-se, Qui, 17 de Janeiro de 2013
“Ministro, acorde!”, é o que o colunista e editor da seção ‘Mente Aberta’ da revista Época, Luís Antônio Giron, gostaria de falar ao Ministro da Educação. O texto "Professores analfabetos digitais?", publicado nessa quarta-feira, 16, critica o posicionamento de Aloizio Mercadante e o aconselha a adotar uma estratégia “menos devastadora” de capacitação de docentes.
Para o colunista da Época, o encantamento pela tecnologia pode levar à “completa imbecilização”. Giron sugere que Mercadante apresente projetos que realmente sejam promissores para melhorar a qualidade do ensino brasileiro. “Vou aconselhar o ministro (que pretensão, mas não posso evitar) a adotar uma estratégia menos devastadora para capacitar os professores e seus alunos. Não que isso pareça preocupar o ministro. Ele, pelo jeito, só quer brilhar com um discurso que pensa ser ‘inovador’”, disse.
O Ministro, segundo o jornalista, defende que os professores são “analfabetos digitais”. Giron, entretanto, fundamenta seus argumentos dizendo que o Brasil deveria seguir o exemplo de países onde o ensino é estruturado. “Não acredito em milagres. Os grandes projetos estruturais de educação nas nações mais desenvolvidas – como Estados Unidos, Inglaterra, Suécia e França – se constroem a partir de bases sólidas de pesquisa e desenvolvimento das várias disciplinas”, explicou.
O colunista diz que trata-se do "fado" de Mercadante, que está na iminência de “cometer o maior equívoco de sua carreira: tomar os professores por ignorantes e jogar os alunos no poço dos leões da tecnologia da informação, confundindo-a com a solução final da educação”.
Acordo com Salman Khan
O Ministério da Educação e a presidente Dilma Rousseff receberam o norte-americano Salman Khan, criador da “Khan Academy”, nos últimos dias. A intenção era promover um debate sobre educação digital. Mercadante disse que vai lançar um edital para a aquisição de livros didáticos digitais. A mídia, por sua vez, repercute desde o ano passado o projeto de distribuição de tablets para professores da rede pública de ensino. Giron considera que se o governo firmar contrato com Khan, o norte-americano ficará mais rico que o escritor Ziraldo e alfineta: “cujos cartuns infantojuvenis são adotados do Oiapoque ao Chuí como se fossem obras didáticas”.
Mercadante está "fadado" a “cometer o maior equívoco de sua carreira"
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Addendum PRA em 18/-1/2013, 19h11:
Acrescento um link para um simpático depoimento de alguém que se fez por seu próprio esforço, graças a uma boa professora, bons livros e uma imensa vontade de aprender. Ao que eu saiba, essas são as melhores tecnologias para o aprendizado real; essas tecnologias do governo são subterfúgios para quem não quer enfentar o problema real:
http://gilrikardo-blog.blogspot.com.br/2013/01/minha-escola.html
7 comentários:
Estimado professor Paulo Roberto Almeida,
Gostaria de saber porque o senhor se refere ao ministro como sendo "de título comprado".
Procurei na internet informações mas encontrei apenas uma menção de que o mesmo teria utilizado material seu já publicado em sua tese de doutorado pela Unicamp.
Estamos aqui sempre acompanhando o blog e agradecemos a iniciativa de "filtrar informações" nessa era da abundância digital.
Abraço,
RAA
Perdo-me caro professor, mas em se tratando de escola, educação, etc... não me contenho, subo às tamancas e lembro desde quando eu era criancinha lá nos quintos do Rio Grande do Sul escuto essas lenga-lengas de “projetos culturais” que no fundo representam mais uma fonte de oportunidades para os famosos apaniguados ou acomodações politiqueiras. Morei em vilas, sou pobre até hoje, nunca precisei de projetos para me instruírem de nada. Aprendi a ler e continuo tentando aprender a escrever aos cinquenta anos de idade. Nem por isso fujo da responsabilidade de tentar ser um cidadão, além de assumir a parte que me cabe na construção da sociedade. Nunca esperei nada do estado e de quem quer mais que o seja, desde que me entendi por gente aceitei o desafio de viver a vida dentro do esforço que de mim deveria brotar. Não foi fácil... não tem sido fácil... mas é gratificante, é grandioso e muito prazeroso caminhar com as próprias pernas, pensar com a própria cabeça longe das ditas ações de planejamentos culturais... feliz ou infelizmente, se tem algum tentáculo do estado, tô fora! A vida assim me ensinou. E assim sou feliz.
Abaixo um link onde conto a minha volta após 45 anos à escola de meu primeiro ano primário... foi lá onde tudo começou para mim...
http://gilrikardo-blog.blogspot.com.br/2013/01/minha-escola.html
Desde já agradeço.
Eu postei uma pergunta referente à alcunha de "ministro do título comprado". Perdeu-se o post?
Corrigindo: a informação encontrada dizia que o ministro teria utilizado material de sua própria autoria previamente publicado.
Ok, reconhecimento PhD "la garantia soy yo".
O ministro NUNCA seria doutor numa Universidade seria. Infelizmente a UniCamp se prostituiu ao condescender com uma farsa montada para dar titulo a um incompetente.
Encontrei esta seqüência de correspondências entre a revista época e a assessoria da Unicamp.
http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2012/03/perguntas-de-epoca-e-respostas-da-unicamp-sobre-o-doutorado-de-mercadante.html
Se, de fato houve distorção dos procedimentos regulares, é mais um caso a somar-se ao "erro" do currículo da presidente.
Abraços,
RAA
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