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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ops; deve ser outro pais: isolacionista, protecionista, etc; qual sera'?

Quando leio, não entendo direito de que país se está falando: "condenou medidas que levam ao isolamento e ao protecionismo".
Seriam os Estados Unidos, ou a União Europeia? Ou será a China, o Chile, a Nova Zelândia.
Mistério...
Deixa ver se eu entendi:
"criticou a substituição de negociações bilaterais por multilaterais."
O jornalista certamente queria dizer o contrário do que escreveu, a menos que não saiba escrever, não saiba o significado das palavras, não saiba bem do que está falando.
Mas, invertendo os conceitos, vejamos o que isso quer dizer.
Será que os países estão impedidos de fazer acordos de livre comércio, dos quais existem mais de 500 no mundo, devidamente registrados na OMC?
Ou apenas os EUA e a UE, como as duas maiores potências econômicas mundiais, com a China e alguns pequeninos do G8, estariam impedidos de negociar acordos minilateralistas?
Parece que existem países capazes de resolver todos os problemas do mundo na base do diálogo, do respeito mútuo,  do direito internacional, da não-intervenção. Isso é muito bom.
A gente já estava pensando que podia haver brucutus dispostos a resolver esses problemas na base da pancadaria, do intervencionismo, do unilateralismo, do hegeminismo. Coisa feia...
Ainda bem que existem países diferentes no mundo...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma condena negociação que isola países e defende reformas no FMI e Banco Mundial
Agência Brasil, 17/06/2013

A presidenta Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira (17/6) a substituição de negociações bilaterais por multilaterais. A afirmação foi feita no momento em que a União Europeia (que reúne 27 países) e os Estados Unidos fecham um acordo de livre comércio, durante a Cúpula do G8 (que reúne os países mais industrializados e desenvolvidos no mundo).
Dilma (em formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco) condenou medidas que levam ao isolamento e ao protecionismo.
Dilma disse que as dificuldades internas, tanto no Brasil quanto em outros países, devem ser enfrentadas com apoio dos seus parceiros e, não com a intervenção externa. Segundo ela, essa posição é válida, inclusive, para momentos de crise econômica, como a enfrentada no passado pelo Brasil.
“Ao olhar a crise não propúnhamos, não propusemos e não propomos o isolamento, o protecionismo. Mas, sim, a consolidação da nossa cooperação, dos laços regionais, ampliando e fortalecendo”, disse.
Paralelamente, Dilma criticou a adoção de ações intervencionistas no lugar do diálogo e das negociações de paz.
“Isso nos leva a uma clara defesa do multilateralismo como condição de afirmação da personalidade própria de todos os povos e também do Brasil. O multilateralismo como único instrumento capaz de resolver graves contenciosos mundiais”, destacou Dilma.
Em seguida, acrescentou: “[Todas essas ações devem ocorrer] em clima de respeito mútuo e sem imposições unilaterais, aliás essa é uma característica que faz o Brasil ser respeitado por muitos povos”.
Dilma defendeu a urgente e profunda reforma dos organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
Para ela, é fundamental que esses órgãos reflitam a nova configuração de forças do mundo.
Dilma criticou a estrutura do Conselho de Segurança, que é da década de 40 do século 20, e leva à “carência de representatividade e legitimidade” em defesa da paz mundial.
“Esses princípios nos mostram que a governança mundial necessita de urgente e profunda reforma, seja como o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial, o [conceito de] Bretton Woods [acordo firmado em 1944 com o objetivo de assegurar a estabilidade monetária einternacional], que se reflita  nesses organismos a nova configuração de forças e também nas próprias Nações Unidas, o Conselho de Segurança, hoje muitas vezes carente de representatividade e legitimidade para defender a paz mundial”, disse a presidenta.
Dilma lembrou que o mundo vem passando por “grandes e aceleradas transformações”, que são acompanhadas pelo Brasil.
“Soubemos acompanhar essas mudanças e responder aos desafios, mas ainda há muito o que fazer”, ressaltou a presidenta, destacando as principais características da política externa brasileira: respeito à soberania dos países e adoção do diálogo e da negociações como métodos.
Ao se dirigir aos novos diplomatas, a presidenta ressaltou o que considera um momento histórico para o Brasil.
“Vocês representam o país que se encontrou consigo mesmo, que recuperou sua autoestima e que está pronto a dar uma contribuição decisiva para um mundo de paz, de desenvolvimento, de justiça social, um mundo que tem de se afastar das guerras e escolher o diálogo como meta de política externa”, disse Dilma aos formandos.
A oradora da turma de formandos do Rio Branco, Luana Alves de Melo, ressaltou que a política externa brasileira de respeito à diversidade, aos direitos humanos, à dignidade e à preservação do meio ambiente representa vitórias.
“É a diplomacia do respeito da diversidade, da pluralidade, do respeito e da não discriminação”, destacou Luana.
Homenageado pela turma de formandos, o ministro da Defesa, Celso Amorim, que foi chanceler, ressaltou a importância do esforço brasileiro na busca pela integração regional e o combate às propostas hegemônicas. 
“Fortalecemos a integração regional e desconstruímos propostas hegemônicas”, disse.

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