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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Venezuela: o regime chega em sua fase demencial

Venezuela

Maduro acusa Capriles por 'esquema de prostituição gay'

Herdeiro de Chávez baixa o nível ao ampliar perseguição a opositor – e conta com o apoio de parlamentares. ‘Responda, homossexual’, cobrou um deles

Veja.com, 15/08/2013
Candidatos à presidência da Venezuela, Nicolas Maduro e Henrique Capriles
Nicolás Maduro e Henrique Capriles durante a disputa eleitoral venezuelana (Leo Ramirez/AFP)
Em mais um capítulo da ofensiva de Nicolás Maduro contra as vozes contrárias ao seu governo, o herdeiro de Hugo Chávez acusou nesta quarta-feira o líder opositor Henrique Capriles de ser cúmplice de uma rede de corrupção e "prostituição gay" que funcionaria no estado de Miranda, governado por Capriles. A denúncia acontece dois dias depois de o presidente venezuelano anunciar que pediria "poderes especiais" ao Parlamento para combater a corrupção no país – uma manobra autoritária que a oposição enxergou como o início de uma “caça às bruxas”.

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Baixo nível - Na última terça, o chefe do gabinete de Capriles em Miranda, Oscar López, foi acusado pela bancada governista da Assembleia Nacional de envolvimento em uma rede de prostituição, lavagem de dinheiro e narcotráfico. Nesta quarta, Maduro garantiu que há provas do que ele chamou de "orgias da rede de prostituição gay e de transformistas" e acusou o governador de Miranda de acobertar o esquema.
Em um espetáculo de nível rasteiro até para os padrões do chavismo, parlamentares governistas ofenderam o líder opositor em plena Assembleia Nacional ao cobrar explicações sobre o caso. “Responda, homossexual! Aceite o desafio, bicha”, bradou Pedro Carreño, do partido governista PSUV, dando voz às constantes insinuações chavistas de que o solteiro Capriles seria gay.
Resposta - O líder da oposição lamentou a baixaria na Assembleia e afirmou que a sessão foi "um circo de dar pena". "Isso demonstra que não houve avanços, infelizmente retrocedemos. Esse Parlamento é uma vergonha", disse ele. Capriles também manifestou solidariedade aos que se ofenderam com os ataques de Carreño. "A todas as minorias, nossa palavra de respeito. Nós acreditamos em uma sociedade onde todas as pessoas têm os mesmos direitos, independente de sua forma de pensar ou de seu sexo."

O governador de Miranda ainda refutou as acusações contra Oscar López e acusou os chavistas de covardia por usar denúncias contra um membro de seu gabinete na tentativa de atacá-lo. “Venham diretamente a mim”, desafiou. Derrotado nas eleições de abril por uma pequena margem de 1,49 ponto percentual, Capriles contesta o resultado do pleito, acusa os chavistas de fraudarem o processo eleitoral e não reconhece Maduro como o seu presidente.

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