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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Nazismo bolivariano: uma "noite dos longos punhais" no fascismo chavista? - The Guardian

The Guardian, um jornal que sempre foi simpático à causa bolivariana, relata um episódio que pode ser o prenúncio de uma "noite dos longos punhais" no bolivarianismo esquizofrênico em que se transformou o país vizinho.
Como no início do partido nazista na Alemanha, seria preciso definir quem manda, e quem aproveita das benesses do partido. Na Alemanha, a coisa foi resolvida numa noite só, com esbirros da SS, a serviço de Hitler, liquidando eventuais competidores no partido nazista.
Talvez seja a isso que estamos vendo agora na Venezuela...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela militia members killed by police as violence escalates
The Guardian, 8/10/2014

José Odreman, leader of Shield of the Revolution group, shot dead after raid on HQ – which he said was politically motivated
Five people have been killed and four injured in a clash between Venezuelan police and members of a pro-government militia, raising fears of a surge in political violence.
The incident began on Tuesday when a police special forces unit raided the headquarters of the Shield of the Revolution colectivo in downtown Caracas. The initial confrontation – in which one colectivo member was killed – led to an eight-hour standoff during which police and militia members exchanged shots around the high-rise building while helicopters hovered overhead. Three policemen were taken hostage by the group.
During a lull in the shooting, another militia leader, José Odreman, told reporters that his comrade had been shot dead in his sleep. Odreman, a former policeman, also warned that if anything were to happen to him, the responsibility would be in the hands of the justice minister, Miguel Rodríguez Torres.
“I lay full responsibility on you of what might happen to me. Enough comrades have been sacrificed”, Odreman said on camera addressing Rodriguez Torres.
Shortly afterwards, Odreman was shot dead. Photographs posted on social networks showed Odreman being held captive by security officers followed by videos where his dead body can be seen lying in a pool of blood.
The clash comes a week after the murder of a rising star in the country’s ruling United Socialist party (PSUV). Robert Serra, 27, became the youngest member of the country’s national assembly when he was elected in 2010, after gaining prominence organising counter-demonstrations against student protests in 2007. He and his partner, Maria Herrera, were found stabbed to death in their home on 1 September.
Speaking with reporters before his death, Odreman hinted that there was a link between the two incidents. Asked by journalists if the raid was somehow related to Serra’s death, Odreman replied: “mathematics doesn’t fail”.
José Gregorio Sierralta, the commander of the judicial police, and Rodriguez Torres both denied any link between the two incidents, describing Odreman as the leader of a gang which had been under investigation for mulitple murders.
Venezuela’s colectivos are civilian militia groups established to defend the Bolivarian revolution of the late president Hugo Chávez. They have been accused of harrassing opposition activists and played a prominent role in street fighting during a wave of anti-government protests earlier this year.
After Odreman’s death, a series of pictures appeared on social media showing the militia leader alongside high-ranking officials including the late Chavez, former vice-president José Vicente Rangel and President Nicolás Maduro’s wife, Cilia Flores.
Analysts fear confrontations between pro-government groups herald a fresh round of political violence in the highly polarised nation.
“Chavismo is a big de-centered movement that emphasises participation and defence of the revolution. That in itself would be difficult to control. But in the current situation the government does not have a clear monopoly of the means of lethal force and that makes this very dangerous”, said Prof David Smylde, a senior fellow at the Washington Office on Latin America.
Maduro and other high-ranking government officials have blamed Serra’s death on members of the opposition. Earlier this month, Rodriguez Torres accused the former Colombian president, Álvaro Uribe, of having links with Venezuelan opposition militants he alleged were planning a series of political assassinations, to create political turmoil.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Decreto bolivariano: o Rubicao dos democratas (e dos fascistas tambem...)

Abaixo meio artigo do jornalista Reinaldo Azevedo sobre o decreto bolivariano dos companheiros querendo institucionalizar a sua forma de sovietes no Brasil.
Creio, sem arroubos exagerados e sem falsas analogias históricas, que se trata de um Rubicão, que como sabem os mais velhos é aquele rio ao norte de Roma, que Cesar atravessou com suas legiões, contra os alertas do Senado republicano, para instaurar sua ditadura pretoriana, ou cesarista, para os mais afeitos a esse tipo de analogia. Mas é um Rubicão para as duas partes: tanto para os fascistas travestidos de gramscianos gentis -- quando são neobolcheviques mascarados mas tão perversos quanto os reais -- quanto para nós, os democratas sinceros, que queremos barrar a caminhada do Brasil para o abismo do bolivarianismo tropical.
O jornalista acha que a mandatária tem de recuar de sua "tentativa de "venezuelização" do Brasil. Pois eu acho que ela não recuará, mas tem de ser recuada. Ela tem de ser barrada e expelida, pela via democrática das eleições. Do contrário ainda nos arrependeremos amargamente de não ter barrado as tropas do fascismo que acabam de atravessar o seu Rubicão por meio de um decreto fascista.
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 13/06/2014
 às 5:59

Leia trecho de meu artigo na Folha: “Dilma de Caracas”

Com alguma impaciência, noto que há certos analistas com muita opinião e nenhuma memória. É claro que se pode ter uma sem outra. E outra sem uma. Memória sem opinião é banco de dados. Opinião sem memória é tolice. Trato do decreto comuno-fascistoide de Dilma Rousseff, o 8.243, que institui a tal “Política Nacional de Participação Social” e entrega parte da administração federal aos “movimentos sociais”, num processo de estatização da sociedade civil.
Sempre que alguém especula sobre a crise da democracia representativa, procuro ver onde o valente esconde o revólver. O assunto voltou a ser debatido nos últimos dias em razão do decreto, que chega a definir, Santo Deus!, o que é sociedade civil. E o faz com a ousadia do autoritarismo temperado pela estupidez. Lê-se lá: “Sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Quando um governo decide especificar em lei que o “cidadão” é parte da sociedade civil, cabe-nos indagar se é por burrice ou má-fé. Faço a minha escolha.
O “indivíduo” só aparece no decreto para que possa ser rebaixado diante dos “coletivos” e dos “movimentos sociais institucionalizados” e “não institucionalizados”, seja lá o que signifiquem uma coisa, a outra e o seu contrário. Poucos perceberam, como fez Oliveiros S. Ferreira, em artigo publicado em “O Estado de S. Paulo”, que o Decreto 8.243 institui uma “justiça paralela” por intermédio da “mesa diálogo”, assim definida: “mecanismo de debate e de negociação com a participação dos setores da sociedade civil e do governo diretamente envolvidos no intuito de prevenir, mediar e solucionar conflitos sociais”.
Ai, ai, ai… Como a Soberana já definiu o que é sociedade civil, podemos esperar na composição dessa mesa o “indivíduo” e os movimentos “institucionalizados” e “não institucionalizados”. Se a sua propriedade for invadida por um “coletivo”, por exemplo, você poderá participar, apenas como uma das partes, de uma “mesa de negociação” com os invasores e com aqueles outros “entes”. Antes que o juiz restabeleça o seu direito, garantido em lei, será preciso formar a tal “mesa”…
(…)
Leiam a íntegra aqui

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Venezuela: governos paralelos oficialistas para punir vitorias daoposicao

Existem inumeros paralelos entre a Venezuela atual e a ascensão do nazismo na Alemanha de 1933.
Paulo Roberto de Almeida 

Maduro nomeia aliados para “governos paralelos” em cidades da oposição 

Em atitude autoritária, presidente da Venezuela escolhe justamente os candidatos derrotados nas eleições municipais para controlar algumas regiões

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Presidente venezuelano Nicolás Maduro comparece a um centro de votação em Caracas durante as eleições municipais
Presidente venezuelano Nicolás Maduro comparece a um centro de votação em Caracas durante as eleições municipais - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
O venezuelano Nicolás Maduro está aperfeiçoando os métodos de seu antecessor Hugo Chávez para trapacear resultados eleitorais. Depois da divulgação dos primeiros resultados das eleições municipais que renderam algumas importantes vitórias da oposição em grandes centros da Venezuela, Maduro começou a nomear partidários para governos “paralelos” em cidades onde a oposição saiu vitoriosa. Os escolhidos para os cargos são justamente os candidatos do governo que foram rejeitados pelos eleitores no último domingo. 
Os casos começaram o ocorrer na Grande Caracas, onde o opositor Antonio Ledezma foi reeleito, e em Sucre, na região metropolitana da capital, onde Carlos Ocariz também conquistou um novo mandato. Em Caracas, Maduro nomeou como prefeito “paralelo” o jornalista e ex-ministro de Comunicação e Informação Ernesto Villegas. Já em Sucre, nomeou para o chamado cargo de “Protetor de Petare” (nome de um bairro da cidade) o ex-jogador de beisebol profissional Antonio Álvarez, conhecido como El Potro, informou o jornal espanhol El País.
Chávez já havia usado tal expediente em 2008. À época, furioso com a vitória anterior de Ledezma para a prefeitura de Caracas, ele ordenou mudanças na divisão do país e despojou o novo prefeito de seus poderes, retirando seu orçamento e criando um cargo de chefe de governo da região metropolitana, apontado pelo presidente. Foi para esse cargo que Maduro resolveu agora indicar Villegas.
Os governos paralelos também existem no âmbito estadual. O próprio chefe da oposição, Henrique Capriles, foi vítima desse tipo de manobra durante seu mandato como governador de Miranda, quando chavistas nomearam um de seus adversários para comandar uma estrutura paralela. Na prática, esses governos acabam concentrando os repasses de recursos federais e as atividades normalmente reservadas aos prefeitos, esvaziando o poder dos oposicionistas e funcionando como uma punição para o eleitorado. No caso de Caracas, Ledezma chegou a ser expulso do prédio da prefeitura, que acabou sendo cedido para um órgão federal. 
Segundo o El País, Maduro considera a ideia de nomear prefeitos paralelos também para outras cidades conquistadas pela oposição, como Maracaibo. E mesmo os prefeitos oposicionistas que conseguirem manter seus poderes, o presidente anuncia um futuro difícil. Maduro já avisou que só vai colaborar com aqueles que trabalharem para a aplicação do Plano da Pátria 2013-2019, o programa de governo que pretende acelerar a construção do bolivarianismo na Venezuela. 
Resultado - A contagem final dos votos nas eleições municipais ainda não foi divulgada, mas os números preliminares indicam que a oposição conseguiu conquistar cidades importantes, aumentando o número de municípios em seu poder em até 30%. Entretanto, eles não atingiram o objetivo de conquistar mais votos que os chavistas - considerando a contagem total de municípios. Tal vitória poderia significar um impulso para uma tentativa de referendo revogatório do mandato de Maduro a partir de 2015. 
Já para os chavistas, o resultado acabou servindo de teste para a legitimidade de Maduro, que conquistou a Presidência com uma margem apertada em abril deste ano. Embora não tenha conseguido uma margem tão confortável como nos tempos de Chávez, o governo conquistou mais de 200 municípios entre os 335 da Venezuela.

Venezuela: a herança maldita de Chávez 

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor, Nicolás Maduro. Confira:

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PDVSA em ruínas

O petróleo, extraído quase inteiramente pela PDVSA, a Petrobras da Venezuela, é responsável por 50% das receitas do governo venezuelano. Além do prejuízo de uma economia não diversificada, Chávez demitiu em 2003 40% dos funcionários da companhia após uma greve geral e os substituiu por aliados. A partir daí, as metas de investimento não foram cumpridas e a produção estagnou.
O plano de investimentos da PDVSA divulgado em 2007 previa a produção de 6 milhões de barris por dia este ano, mas entrega menos da metade. A exploração de petróleo caiu de 3,2 milhões de barris diários (em 1998) para 2,4 milhões (dado de 2012). O caudilho foi beneficiado, no entanto, pelo aumento do preço do produto e usou a fortuna para financiar programas assistencialistas e comprar aliados na América Latina. 
O presidente Nicolás Maduro deu continuidade às 'misiones', como são conhecidos os programas assistencialistas. O desafio será mantê-los e ainda investir na petrolífera e aumentar a produção. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Venezuela: o regime chega em sua fase demencial

Venezuela

Maduro acusa Capriles por 'esquema de prostituição gay'

Herdeiro de Chávez baixa o nível ao ampliar perseguição a opositor – e conta com o apoio de parlamentares. ‘Responda, homossexual’, cobrou um deles

Veja.com, 15/08/2013
Candidatos à presidência da Venezuela, Nicolas Maduro e Henrique Capriles
Nicolás Maduro e Henrique Capriles durante a disputa eleitoral venezuelana (Leo Ramirez/AFP)
Em mais um capítulo da ofensiva de Nicolás Maduro contra as vozes contrárias ao seu governo, o herdeiro de Hugo Chávez acusou nesta quarta-feira o líder opositor Henrique Capriles de ser cúmplice de uma rede de corrupção e "prostituição gay" que funcionaria no estado de Miranda, governado por Capriles. A denúncia acontece dois dias depois de o presidente venezuelano anunciar que pediria "poderes especiais" ao Parlamento para combater a corrupção no país – uma manobra autoritária que a oposição enxergou como o início de uma “caça às bruxas”.

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Baixo nível - Na última terça, o chefe do gabinete de Capriles em Miranda, Oscar López, foi acusado pela bancada governista da Assembleia Nacional de envolvimento em uma rede de prostituição, lavagem de dinheiro e narcotráfico. Nesta quarta, Maduro garantiu que há provas do que ele chamou de "orgias da rede de prostituição gay e de transformistas" e acusou o governador de Miranda de acobertar o esquema.
Em um espetáculo de nível rasteiro até para os padrões do chavismo, parlamentares governistas ofenderam o líder opositor em plena Assembleia Nacional ao cobrar explicações sobre o caso. “Responda, homossexual! Aceite o desafio, bicha”, bradou Pedro Carreño, do partido governista PSUV, dando voz às constantes insinuações chavistas de que o solteiro Capriles seria gay.
Resposta - O líder da oposição lamentou a baixaria na Assembleia e afirmou que a sessão foi "um circo de dar pena". "Isso demonstra que não houve avanços, infelizmente retrocedemos. Esse Parlamento é uma vergonha", disse ele. Capriles também manifestou solidariedade aos que se ofenderam com os ataques de Carreño. "A todas as minorias, nossa palavra de respeito. Nós acreditamos em uma sociedade onde todas as pessoas têm os mesmos direitos, independente de sua forma de pensar ou de seu sexo."

O governador de Miranda ainda refutou as acusações contra Oscar López e acusou os chavistas de covardia por usar denúncias contra um membro de seu gabinete na tentativa de atacá-lo. “Venham diretamente a mim”, desafiou. Derrotado nas eleições de abril por uma pequena margem de 1,49 ponto percentual, Capriles contesta o resultado do pleito, acusa os chavistas de fraudarem o processo eleitoral e não reconhece Maduro como o seu presidente.