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sábado, 16 de novembro de 2013

Qual a fonte das dificuldades economicas e sociais brasileiras, alem dacorrupcao? - Carlos Brickmann

Além da roubalheira generalizada, que ocorre em todos os níveis e para todos os lados, mas sempre envolvendo ou dinheiro público ou alguma (des)regulação pública, feita justamente para isso mesmo, a fonte mais visível, evidente, inevitável, do baixo crescimento, das desigualdades sociais e de todas as deformações e distorções que atingem (é o caso de se empregar esse verbo) o Brasil e seu sistema bizarro de (des)organização orçamentária é o agigantamento estatal, o crescimento desmesurado do ogro famélico, e com ele a proliferação de todos os mandarins e marajás que se julgam no direito de exigir (e extorquir) tratamento compatível com suas pretensões megalomaníacas.
Poucos países no mundo são tão idiotas a ponto de exigir, e impor, uma carga tributária total de aproximadamente 40% do seu sistema produtivo e de seus consumidores.
Os que praticam a primeira distorção se tornam absolutamente inviáveis no plano da competitividade internacional (e para dentro do país, cabe lembrar) e suas empresas perdem os dois mercados até fecharem.
Os que praticam a segunda distorção, possuem rendas per capita cinco ou seis vezes superiores à dos brasileiros, e compensam a extração fiscal com o oferecimento de serviços públicos compatíveis com tal carga fiscal.
Em todo caso, países normais que exibem níveis elevados de taxação possuem também graus elevados de produtividade do capital humano e do sistema produtivo em geral, podendo, portanto, funciobar e ser competitivo ainda assim (Alemanha, Japão, EUA).
O Brasil, simplesmente, não é um país normal, a começar pela praga dos "dez vezes sem juros" ( um disfarce para juros embutidos de 50 a 100% do preço final do bem ou serviço) e por algumas outras distorções como estas relatadas na coluna do jornalista Carlos Brickmann.
Paulo Roberto de Almeida

Por trás das notícias
Coluna Carlos Brickmann
17/11/2013

OK, Mensalão, prisões, corrupção - chega! Noticiário político virou noticiário policial e esta coluna cansou. O mais importante é o que a fumaça da ladroeira encobre: que um assalto muito maior esfola o cidadão. O total de impostos pagos neste ano já superou R$ 1,4 trilhão. Esse monumental volume de dinheiro entregue aos governos reduz a capacidade de investimentos das empresas e a possibilidade de compra dos indivíduos; desestimula a iniciativa individual - pois, num bom número de casos, ganhar mais significa receber menos, já que o imposto dá um salto. É tanto dinheiro que permite gastos públicos injustificáveis - dos milhares de funcionários do Congresso à gigantesca frota de carros para governantes e políticos em geral, de recursos para o Mensalão às mordomias oficiais.

No ano passado o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo levou 12 dias a mais para atingir R$ 1,4 trilhão. São os impostos crescendo, ano a ano.
Corrupção? Café pequeno, mesmo sendo muita. No excelente Blog do Noblat (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/) do dia 15, além do Mensalão, há cinco casos de corrupção, envolvendo diversos partidos, diversos Estados e Municípios, diversos níveis de poder. O ministro Luís Roberto Barroso diz que "a corrupção não tem partidos (...) Nestes poucos meses, explodiram escândalos em um Ministério, em um importante Estado e em uma importante prefeitura". 

É muita corrupção e combatê-la é importante. Mas não tão importante quanto a Grande Esfola Tributária, mãe de todos os casos de ladroeira governamental.

Lá...
O ex-presidente alemão Christian Wulff está sendo julgado em Hannover. Motivo: um amigo, produtor de cinema, pagou sua visita à Oktoberfest de Munique e sua conta de hotel, no alor total de R$ 2.170 (700 euros). É pouco? Por isso, Wulff teve de renunciar à Presidência e abandonou os planos de candidatar-se a primeiro-ministro, na sucessão de Angela Merkel. Os promotores lhe ofereceram um acordo, desistindo da acusação se admitisse a culpa e pagasse € 20 mil de multa. 

Wulff recusou: disse que preferia ser julgado e defender sua honra.

...e cá
Sete deputados federais brasileiros, para cumprir três compromissos em Nova York nesta segunda, 18, viajaram na última quarta, recebendo diárias pelo período integral. Henrique Alves (PMDB) tem direito a US$ 550 por dia; Fábio Faria (PSD), Márcio Bittar (PSDB), Esperidião Amin (PP), André Figueiredo (PDT), Danilo Fortes (PMDB) e Eduardo da Fonte (PP) recebem US$ 428 de diária. Os sete pegaram jatinho da FAB de Brasília para São Paulo, seguindo então, sempre por conta da Câmara, para Nova York. Todos foram com as esposas - estas sem diárias. Dois assessores viajaram antes, para preparar tudo. 

E quais os compromissos tão importantes? Na segunda, encontrarão o presidente da Assembléia Geral da ONU, John Ashe, e o presidente do Conselho de Segurança, Liu Ji-ey. E darão entrevista à Rádio ONU. Cada passagem custa R$ 19 mil, ida e volta.

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