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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Decreto bolivariano no Brasil: as sombras do totalitarismo sovietico - Hermes Rodrigues Nery

AS SOMBRAS DO DECRETO 8243/2014

O PT quer sovietizar o Brasil, para viabilizar o socialismo em nosso País, utilizando-se do mesmo roteiro que fez sofrer milhões de pessoas no Leste Europeu do pós-guerra. O roteiro é o mesmo, com as sombras já conhecidas.
Hermes Rodrigues Nery

A releitura do capítulo "A construção da democracia popular", do livro "Continente Sombrio - A Europa no século XX", de Mark Mazower, reforça as inquietações sobre o projeto de poder do PT no Brasil (especialmente após o decreto 8243/2014), que visa implantar aqui o que se tentou fazer no Leste Europeu do pós-guerra, cujo roteiro bastante conhecido, traz graves apreensões, especialmente pelas conseqüências que a história recente já registrou, de triste memória.
No pós-guerra, a União Sovietica autorizou a criação de partidos e sindicatos que unissem as forças progressistas, de colaboracionistas com a ideologia marxista que levassem a democracia popular ser capaz de fazer a revolução comunista acontecer nos países destruídos pela guerra, transformados em satélites de Moscou. "A democracia popular foi claramente identificada com a ditadura do proletariado". Na Polônia, por exemplo, Mazower lembra o nome sugestivo do partido criado lá para tais objetivos: Partido dos Trabalhadores. O comunismo só avançaria com a "democracia popular" e não a chamada "democracia burguesa ou de partido". Feito isso, os próximos passos se tornaram conhecidos: os "julgamentos exemplares de figuras públicas anti-soviéticas", e o aumento das tensões, que exigiu perseguições, confinamentos, eliminação física inclusive dos descontentes.
A democracia popular estaria a serviço do "regime monolítico" determinado por Moscou. Inicialmente, coalizações foram feitas "para encobrir o controle comunista", mas depois, prevaleceu o pragmatismo das forças totalitárias. E o comunismo só tomou força e avançou, por causa da fraqueza e falta de coesão de muitos partidos, e também das forças conservadoras, sempre divididas, atônitas, acuadas, assustadas. Não foi possível agregar a resistência, por causa justamente da tibieza das lideranças. Políticos liberais e católicos principalmente hesitavam em fazer oposição quando podiam, e muitos vergonhosamente se acomodaram à nova situação, como colaboracionistas.
Mazower ainda conta que "a cultura, a educação e os meios de educação (...) estavam sob o domínio de Moscou". E mais: a polícia e o funcionalismo em geral se tornaram reféns dos comunistas. Muitos se curvaram à nova realidade e também passaram a colaborar, porque queriam mesmo era garantir seus empregos. Os que resistiram, foram expurgados. "Julgamentos exemplares converteram-se em demonstração visível de lealdade ao partido". E com a retórica da "democracia popular", os comunistas foram intimidando cada vez mais. "Só na Tchecoslováquia foram realizados julgamentos maciços de ex-socialistas, católicos e social-democratas". Muito tarde se percebeu no que resultou os serviços prestados pelas "democracias populares" naqueles países subjugados: o terror stalinista.
É claro que houve resistência, mas "a maioria dos presos foi mandada para os campos de trabalho (...) O trabalho tornou-se um castigo e também um meio de redenção, um direito e um dever por meio do qual os inimigos do 'proletariado' poderiam reintegrar-se à sociedade para participar  da grande Construção Socialista". E enquanto tudo acontecia, a máquina publicitária funcionava com vigorosa propaganda, para não alardear tanto, no lado ocidental da Europa, os horrores ocorridos nas "democracias populares". E mais terrível ainda foi a obcessão pelo "controle da terra pelo Estado", que gerou rebeliões camponesas: "os esforços do partido para subjugar os trabalhadores rurais pelo terror geraram uma inquietação generalizada". Na Romênia, houve pelo menos oitenta mil processos e deportações de camponeses, "30 mil em humilhantes julgamentos exemplares. Outros tiveram suas casas saqueadas pela milícia, a produção e o gado requisitado, sua família espancada ou ameaçada. Na Hungria milhares de agricultores definharam em campos de internamento, enfraquecendo ainda mais a economia rural". A coletivização, com a forma socialista de "fazenda coletiva ideal" gerou traumas e grandes rejeições. mesmo os que escaparam de lá se viam também com outros problemas agudizantes: "milhões de jovens camponeses apinhavam-se nas cidades, e os regimes tentavam resolver a iminente falta de moradia, desalojando proprietários 'burgueses'". Nas cidades tchecas ocorreram "expulsões maciças" desses "inimigos sociais". Medidas foram criadas "contra indivíduos socialmente perigosos". E mais: "As vítimas iam engrossar os exércitos de escravos usados em projetos grandiosos, como o canal Danúbio-Mar Negro (que envolveu 40 mil prisioneiros). Atrás das cercas de arame farpado eles viviam a céu aberto até conseguir erguer abrigos de junco e cavar poços de água. A escassez de alimento e as precárias condições de higiene levaram muitos ao suicídio".

E Mazower prossegue com o relato: 

"Até os trabalhadores comuns - supostamente a classe favorecida da nova ordem - sofriam restrições e pressões inesperadas. 'lutar sem trégua contra os inimigos dos proletários' - como o Partido Romeno se comprometera a fazer - significava atacar a própria força de trabalho. As autoridades não só proibiram greves e paralizações como restringiram a mobilidade da mão-de-obra e tentaram acabar com o 'absenteísmo'. na Bulgária, o 'abandono arbitrário' do emprego era punível com 'serviços corretivos'. os trabalhadores tinham de se registrar na polícia local para obter carteiras de identidade e profissional e corriam o risco de ser processados por 'violações da disciplina'. Além disso, agastavam-se com a falta de aumento salarial e incentivos convincentes, com o baixo padrão de vida, a escassez de alimento e de outros bens de consumo, as normas cada vez mais rígidas de 'sabotadores' e 'agentes'. Não podiam, porém, rebelar-se abertamente; tinham de policiar-se, sendo os sindicatos extensões do Estado".
  
Este é, portanto, o panorama sombrio que se descortina com o decreto 8243/2014, entre nós. O PT quer sovietizar o Brasil, para viabilizar o socialismo em nosso País, utilizando-se do mesmo roteiro que fez sofrer mihões de pessoas no Leste Europeu do pós-guerra. O roteiro é o mesmo, com as sombras já conhecidas. Por isso nos posicionamos de modo inequívoco pelo "não" a isso. Queremos o Brasil livre e desenvolvido, a nação pujante, cujo gigante não pode ficar agrilhoado como quer o governo do PT. Por isso é hora de fazer ressoar com vigor o nosso hino: "Ou ficar a Pátria livre / Ou morrer pelo Brasil".

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