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sábado, 6 de setembro de 2025

Venezuela: um trampolim para uma divisão do mundo em três mega-impérios? Análise do Prof. Vitelio Brustolin

Venezuela: um trampolim para uma divisão do mundo em três mega-impérios?

Análise do Prof. Vitelio Brustolin 

(Via Linkedin)

PRA: Cento e vinte anos atrás, na Venezuela, um Chávez avant la lettre, também coronel no comando do país (ainda não petrolífero), tentou dar um calote na divida externa do país caribenho. Canhoneiras europeias bombardearam Maracaibo, sob o olhar complacente dos EUA, então afirmando seu novo império. Na atualidade, o coronel Chávez e seu sucessor menos carismático ousaram desadiar o império americano. Até que chegou ao poder uma espécie de Chávez americano, disposto a retomar o caminho do império.

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Prof. Vitelio Brustolin:

Análise: Estados Unidos enviam caças F-35 para dissuadir Venezuela; trata-se de uma escalada?

Embora os Estados Unidos pudessem alvejar os F-16 venezuelanos que sobrevoaram um destroyer, a decisão foi aguardar que o primeiro movimento viesse da Venezuela, evitando criar um incidente em águas internacionais. A chegada dos 10 F-35 à região busca prevenir novas provocações e mostrar que o Pentágono está preparado, reforçando a dissuasão sobre o regime de Nicolás Maduro. Além de conter possíveis ataques, a operação transmite uma mensagem à oposição venezuelana: que há apoio externo caso tentem insurreições ou movimentos estratégicos contra o governo atual. 

Do ponto de vista do narcotráfico, a Venezuela não é hoje a principal rota da cocaína, que passam principalmente pela Colômbia, Peru, Panamá, Equador e México. Mesmo assim, o governo Trump utiliza a presença militar no Caribe como parte de um esforço mais amplo para combater o tráfico de drogas na região. Operações no Pacífico, como a Pacific Viper, lançada em agosto de 2025 pela Guarda Costeira e a Marinha dos EUA, interceptam navios de narcotráfico antes que cheguem às costas americanas, funcionando como um contrapeso às ações no Caribe.

Além do combate ao tráfico, os Estados Unidos demonstram interesse em outras questões estratégicas ligadas à Venezuela. O país possui as maiores reservas de petróleo do mundo, estimadas em 303 bilhões de barris, e Trump busca limitar a exportação venezuelana enquanto projeta poder na América Latina, pressionando países que mantêm relações comerciais com Caracas e tentando isolar o regime de Maduro. Paralelamente, ações contra o governo venezuelano têm como objetivo transmitir uma mensagem clara sobre o que os EUA esperam da oposição interna e do futuro político do país, mesmo diante da presença de 123 mil militares e milícias alinhadas ao regime.

Conversei sobre o tema com a Renata Lo Prete, no Jornal da Globo. Assista aqui: https://lnkd.in/d8HEPG5p

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