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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Os 5 maiores economistas do século XX e os 3 melhores brasileiros - Adolfo Sachsida (Gazeta do Povo)

Eu teria colocado Eugênio Gudin entre os três maiores brasileiros, e também Mário Henrique Simonsen, junto com Scheinkman.

História econômica

Os 5 maiores economistas do século XX e os 3 melhores brasileiros

Por Adolfo Sachsida

Gazeta do Povo, 01/09/2023

 

"Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.” (Isaac Newton)

 

Como qualquer ranking, este também tem o seu viés. No meu caso, escolhi os 5 maiores economistas que embutem um mix de contribuições teóricas e participação no debate público, seja deles mesmos ou de suas ideias. Assim, economistas de extrema sofisticação teórica, como Debreu ou Arrow, acabaram ficando de fora de minha lista. De maneira semelhante, economistas com amplo espaço no debate público, mas sem contribuições teóricas, tampouco aparecem em minha lista. Por óbvio, a lista expressa minha opinião e a influência que recebi desses economistas ou de suas ideias. Talvez no passado eu tivesse montado uma lista diferente, mas hoje, após minha passagem por dois cargos na alta esfera de administração pública federal (Ministro de Minas e Energia, e Secretário de Política Econômica), percebi com mais clareza a importância de narrativas, exposição pública e de ideias que despertem o debate junto ao grande público e possam ser implementadas de maneira mais concreta em políticas econômicas críveis e que levem ao crescimento e desenvolvimento econômico sustentável.

 

Os 5 grandes economistas do século XX:


5) Ronald Coase: Sua maior contribuição foi mostrar a importância do estabelecimento de direitos de propriedade para a resolução de problemas econômicos complexos. Esta é uma regra que todo formulador de políticas públicas deve ter em mente: estabelecer corretamente os direitos de propriedade é a solução para uma vasta gama de problemas relacionados a falhas de mercado. Favelas, invasão de terras, poluição, são alguns dos problemas que afligem a sociedade e que podem ser resolvidos via estabelecimento de direitos de propriedade. Coase neles!

 

 

4) Gary Becker: É o responsável pela aplicação do instrumental econômico a um amplo conjunto de problemas sociais. Becker expandiu a ciência econômica, seu instrumental analítico, forma de racionalizar os problemas e suas soluções, para todas as ciências sociais. A ideia de usar o instrumental econômico para resolver problemas relacionados a criminalidade, educação, interação social, entre outros, faz de Becker um dos grandes economistas do século passado.

 

3) Milton Friedman: Foi talvez o maior porta voz da importância de uma economia de livre mercado como o caminho para o crescimento e desenvolvimento econômico. Sempre presente no grande debate público, Friedman cobrava coerência de seus colegas que adoravam liberdade na academia, mas por vezes apoiavam medidas restritivas de liberdade na sociedade. Do ponto de vista teórico, entre outras contribuições, Friedman relacionava a inflação à expansão de moeda. Em outras palavras, para Friedman a expansão de moeda era a maior responsável pela inflação. Lição valiosa para o debate público atual. Friedman também é conhecido por seus alertas aos efeitos não-intencionais das intervenções governamentais na economia. Costumava dizer que as políticas públicas devem ser julgadas por seus efeitos, e não por suas intenções. Perfeito!

 

2) Robert Lucas Jr: É o grande nome da macroeconomia moderna. Seu empenho em elaborar os fundamentos microeconômicos da macroeconomia mudaram para sempre o estudo da macroeconomia. Lucas cobrava que os modelos macroeconômicos tivessem sólida base microeconômica. Além disso, Lucas popularizou o uso nos modelos econômicos da ideia de expectativas racionais (que já existia desde Muth, mas sem a devida atenção). Lucas também mostrou a importância de se ajustarem os modelos econométricos na presença de quebras estruturais, a famosa “Crítica de Lucas”. É difícil falar de macroeconomia moderna sem falar de Lucas. A rigor, é bem provável que Lucas seja um dos economistas mais citados em qualquer lista dos maiores economistas do século XX.

 

1) Friederich von Hayek: Gênio. Contribuições importantes nas áreas de direito, filosofia, história das ideias, além, é claro, de ter sido, em minha opinião, o maior economista do século XX. Seu artigo clássico “The Use of Knowledge in Society” (publicado na American Economic Review em 1945) é até hoje um dos estudos mais influentes no pensamento econômico. Hayek argumentava sobre a importância do mecanismo de preços para estabelecer a correta alocação dos recursos na economia. Além disso, políticas que mascarassem o mecanismo de preços – tal como o famoso congelamento de preços praticado amplamente no Brasil na segunda metade da década de 1980 – levariam inevitavelmente a um problema de escassez e terminariam reduzindo o bem-estar da sociedade. BINGO! Grande defensor do livre mercado, Hayek advogava também pelo uso de moedas privadas, tema em moda hoje em dia. Hayek também tem importantes contribuições sobre a teoria do ciclo econômico. Para ele o governo costumava ser o responsável por parte dos ciclos econômicos ao inflar artificialmente o canal de crédito na economia. Explicação essa que me parece ser um dos pilares da crise de 2015-16 (juntamente com o aumento expressivo do gasto público que antecedeu a crise). Hayek também escreveu o melhor livro de economia que já li: “O Caminho da Servidão” (livro de cabeceira de Margareth Thatcher).

 

Os economistas brasileiros

E os brasileiros? O artigo já está grande, mas achei importante ressaltar quem foram, em minha opinião, os três maiores economistas brasileiros do século XX:

 

Aloisio Pessoa de Araujo

José Scheinkman

Carlos Geraldo Langoni

Tive o prazer de trabalhar tanto com o professor Aloisio Araujo quanto com o professor Langoni. Fica aqui registrada minha admiração e agradecimento.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/adolfo-sachsida/os-5-maiores-economistas-do-seculo-xx-e-os-3-melhores-brasileiros/

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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Adolfo Sachsida explica a PEC dos gastos publicos, suas limitacoes e insuficiencias

Transcrevendo, e concordando a 150% com os argumentos.
Assista ao vídeo também: https://www.youtube.com/watch?v=6P7iBcgGg5Y
Paulo Roberto de Almeida

Considerações Sobre a PEC que Limita os Gastos Públicos
Adolfo Sachsida
Brasilia, 11/10/2016

A PEC 241 que impõe limite aos gastos públicos pelos próximos 20 anos está em discussão no Congresso Nacional. A grosso modo, a ideia básica dessa PEC é que o gasto público do próximo ano seja limitado pela inflação do ano corrente. Assim, o gasto público federal de 2017 terá como teto o gasto público ocorrido em 2016 corrigido pela inflação.
De cara devemos destacar uma mentira básica espalhada pelas esquerdas: o gasto com saúde e educação NÃO será reduzido em 2017. Pelo contrário, pode até aumentar. Aliás, saúde e educação só entrarão no regime da PEC a partir de 2018. Somente depois disso pode ser que tais gastos sejam reduzidos. E ai temos o primeiro problema da PEC: saúde e educação possuem disposições legais de gastos obrigatórios próprios que podem ir contra a PEC. No meu entender jurídico, a PEC (por ser emenda constitucional) prevalece sobre as demais disposições de gastos (aprovadas por leis ordinárias). De maneira mais clara, a PEC 241 estaria revogando as disposições anteriores que versam sobre os gastos com saúde e educação. Evidente que tal assunto, pela sua própria importância, deveria ter sido deixado claro.
Outra objeção que pode-se fazer sobre a PEC é sobre seu horizonte de tempo: 20 anos é certamente um horizonte longo demais para um mecanismo desse tipo. Mas o que realmente me incomoda é que essa PEC tem uma curiosidade, sua efetividade para reduzir o gasto público em relação ao PIB ocorre apenas no longo prazo. No curto prazo ajuste fiscal algum esta sendo feito. Sejamos claros aqui: o gasto público de 2017 será, em termos reais, maior que o de 2016. Isso ocorrerá por causa do mecanismo de indexação adotado. Em outras palavras, o governo Temer está propondo um ajuste fiscal que atingirá em cheio seu sucessor, mas afetará muito pouco a ele mesmo.
O governo prevê um déficit primário de R$ 170 bilhões para esse ano, e de outros R$ 139,5 bilhões para o ano que vem. A PEC 241 em nada muda essa realidade. Em resumo, nada de cortes significativos de gastos do governo até o final da administração Temer.
Claro que com o passar o tempo, e com a retomada do crescimento, o gasto público será reduzido EM RELAÇÃO AO PIB. E essa é a ideia central da PEC 241: desde a Constituição de 1988 o gasto público aumenta 0,5% do PIB ao ano no Brasil, a PEC 241 impede tal crescimento. Em minha opinião esse é o grande mérito dessa proposta, qual seja, impedir o crescimento contínuo dos gastos públicos federais em relação ao PIB. Mas repito: boa parte dos efeitos dessa PEC só será fará sentir após 2018.
Outro detalhe importante é saber se o governo pretende realmente sanar as contas públicas ou apenas ganhar tempo para terminar seu mandado presidencial. Vou ser claro: a PEC 241 NÃO FUNCIONA NA AUSÊNCIA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA. O que a PEC 241 faz é ganhar tempo para o governo. O governo terá dois anos para aprovar várias medidas que ajustem as contas públicas, mas se tais medidas não forem aprovadas fica IMPOSSÍVEL seguir o que determina a PEC 241. Isso ocorrerá pois, na ausência de outras reformas, parte significativa do gasto público terá que ser direcionado ao pagamento de pessoal ativo e inativo, e juros da dívida pública. Em palavras, será a paralisação do governo.
Três últimos problemas com a PEC 241: a) sou contra o congelamento linear de salários para funcionários públicos. Mesmo quando escrevi sobre as 23 medidas para equilibrar o orçamento federal tive o cuidado de deixar claro que reajustes salariais de servidores devem ser analisados caso a caso. Existem carreiras que estão em seu pico salarial, e outras que estão defasadas salarialmente. Não faz sentido usar a mesma regra de congelamento para todas elas; b) é fundamental incluir nessa PEC os gastos com empresas estatais. Ao final da década de 1970, e começo dos anos 1980, o governo brasileiro mostrou ao mundo o que é capaz de fazer quando se trata de ser criativo em matéria de aumentar gastos públicos. Deixar as empresas estatais de fora desse limite é um convite ao próximo governante usar tais empresas para financiar o gasto público; e c) acho importante a imposição de um teto para a dívida pública bruta.
Por fim, encerro dizendo o óbvio: as contas dos estados e dos municípios estão em pior situação que as contas da União. A União não pode continuar a ajudar e premiar os entes federados mais irresponsáveis a custa dos responsáveis. Essa PEC não resolve esse problema. É um absurdo o governo pedir sacrifícios a população e continuar usando juros subsidiados do BNDES para agradar aos amigos do rei, chega de dar empréstimos subsidiados via BNDES. Igualmente absurdo é o governo pedir sacrifícios a população e ao mesmo tempo aprovar programas populistas de aumento de gastos públicos (tal como o programa que ajuda na reforma de imóveis).
A PEC 241 foi um importante passo para o ajuste fiscal brasileiro. Apoio sua aprovação, mas é fundamental entendermos que ela é APENAS um primeiro passo necessário. Muitos outros ajustes ainda terão que ser feitos para restaurarmos as contas públicas brasileiras.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O Brasil pos-impeachment: politica e economia - palestras do ILCO


Com a recente concretização do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Michel Temer assume, em caráter definitivo, a presidência da república para um mandato de aproximadamente dois anos e meio. A conclusão do julgamento da presidente anterior pelo Senado Federal também acarretou na saída do Partido dos Trabalhadores do governo, que, após 13 anos no poder, retorna à oposição.

Quais serão as perspectivas para o País até o final de 2018? O ajuste fiscal será bem sucedido? Haverá reformas econômicas e políticas? O desemprego será reduzido, a inflação controlada e o PIB voltará a crescer? Como serão os próximos passos dos principais atores políticos até o ano eleitoral de 2018?

​Para discutir esses e outros questionamentos, o Instituto Liberal do Centro Oeste (ILCO) realizará, nos dias 21 e 22 de setembro, duas palestras de análise de conjuntura e perspectivas futuras da política e da economia brasileiras do pós-impeachment.
Os eventos são totalmente gratuitos, abertos a todos públicos e emitem certificado de comparecimento aos interessados.

# Dia 21 de setembro, quarta-feira (Política):

Palestra “O BRASIL PÓS-IMPEACHMENT: O QUE HÁ A TEMER”, com Raul José de Abreu Sturari, vice-presidente do Instituto Sagres e consultor de gestão e planejamento estratégico.

# Dia 22 de setembro, quinta-feira (Economia):

Palestra “ECONOMIA NO PÓS-IMPEACHMENT: MAIS DESAFIOS PARA O BRASIL”, com Adolfo Sachsida, economista e pesquisador do IPEA.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Um guia para o ajuste fiscal na economia brasileira - Adolfo Sachsida

Eis aqui o roteiro de saída da crise econômica em que estamos vivendo.
Mas não vai acontecer de graça, pois depende de um governo que disponha de credibilidade, o que certamente não é o caso atualmente.
Em todo caso, meus parabéns ao Adolfo Sachsida por dedicar um pouco de seu tempo para tentar salvar o Brasil dos bandidos que o assaltaram desde 2003.
A postagem original está aqui:
http://www.brasil-economia-governo.org.br/2016/03/16/um-guia-para-o-ajuste-fiscal-na-economia-brasileira-as-23-medidas/
Grande Sachsida.
Paulo Roberto de Almeida

Um guia para o ajuste fiscal na economia brasileira: as 23 medidas

1. Introdução
Apesar da constante negativa dos técnicos do governo, resta evidente que a situação fiscal da economia brasileira tem se deteriorado nos últimos anos. Tanto isso é verdade que, desde 2011, a equipe econômica do governo vem anunciando seguidos ajustes fiscais. Por exemplo, no início de 2011 o governo anunciou um ajuste da ordem de R$ 50 bilhões. Já em fevereiro de 2012 outro pacote fiscal foi anunciado, desse feita da ordem de R$ 55 bilhões. Em 2015 novo pacote de ajustes foi anunciado. A rigor nenhum desses ajustes foi levado a termo, contudo seu simples anúncio denota a preocupação das autoridades nacionais.
Em favor da estabilidade das contas públicas pode-se fazer referência aos seguidos superavits primários obtidos. Contudo, três observações se fazem necessárias nesse assunto: 1) boa parte do superávit tem sido obtida por meio de aumento na arrecadação de tributos, e não com a redução do gasto; 2) ocorreu uma verdadeira operação de maquiagem das contas públicas; e 3) mesmo se levando em consideração os itens 1 e 2, ainda assim o superavit primário tem se reduzido, tendo se convertido em déficit a partir de 2014. Isto é, a sustentabilidade fiscal da economia brasileira suscita dúvidas pertinentes
Do ponto de vista macroeconômico não restam dúvidas de que o lado fiscal desempenha papel importante no desenvolvimento econômico de longo prazo do país. Certamente existem agendas políticas e econômicas distintas. Contudo, é consenso geral de que o equilíbrio fiscal é uma meta de política econômica a ser perseguida. No momento em que escrevemos esse texto, nossa compreensão do cenário atual sugere a necessidade de um forte ajuste fiscal na economia Brasileira.
Este ensaio é apartidário, não se refere a nenhum candidato ou preferência ideológica específica. Aqui constatamos apenas que um forte ajuste fiscal terá que ser levado a cabo nos próximos anos. Este texto é então um guia prático para a realizaçào de tal ajuste. Além dessa introdução, na Seção 2 apresentamos um panorama geral do ajuste fiscal necessário para colocar a economia brasileira numa trajetória sustentável. A Seção 3 traz mais detalhes sobre cada proposta elaborada na seção anterior. A Seção 4 conclui este ensaio.

2. Panorama Geral do Ajuste Fiscal
O orçamento federal para o ano de 2012 era de R$ 866 bilhões, com o “corte” anunciado de R$ 55 bilhões ele se reduziu para R$ 811 bilhões. Contudo, dependendo de considerações técnicas, o governo federal teve uma despesa primária no ano de 2011 entre R$ 724 e R$ 757 bilhões. Isto é, o Brasil passou a ser o primeiro país no mundo que anunciou um ajuste fiscal que aumentavaem mais de 50 bilhões de reais (ao invés de diminuir) o gasto público.Mesmo em termos reais, o anunciado ajuste fiscal implicava aumento de despesas! No ano de 2015 não tem sido diferente, o governo anuncia cortes em relação ao orçamento, mas tem pouca capacidade de cortar os gastos em relação ao executado no ano anterior. No Brasil, ajuste fiscal deve ser feito por cortes de gastos em relação ao ano anterior, e não por anúncio de cortes orçamentários (que tal como no exemplo acima, podem implicar aumento de gastos).
Quando se conhece a estrutura do gasto público no Brasil, o primeiro detalhe que chama a atenção é a impossibilidade de se fazer grandes cortes de gastos num único ano. Assim, qualquer pacote fiscal deve ter em mente um horizonte mínimo de 3 a 4 anos. Grandes ajustes dependem de consistentes alterações ao longo dos anos. Essa é a única maneira de se produzir um ajuste fiscal sério no país. Junto com a redução do gasto público deve ser realizada uma reforma que reduza a carga tributária no Brasil.
Quem conhece contas públicas sabe que só existem 5 maneiras de se realizar grandes cortes orçamentários num único ano: 1) cortar investimentos; 2) cortar gastos sociais e transferências; 3) congelar o salário mínimo; 4) aumentar impostos; e 5) inflação. Estou desconsiderando a possibilidade de aumentar os restos a pagar, pois isso apenas transfere a dívida de um ano para outro – ainda assim, o Governo Dilma utilizou reiteradamente este instrumento.
Abaixo estão especificadas as medidas necessárias para a promoção de um ajuste fiscal duradouro na economia Brasileira. Frisamos novamente que a estrutura do gasto público impede sua redução se não forem feitas reformas importantes. De pouco adiantam medidas pontuais aqui. É fundamental que tanto a sociedade quanto a classe política compreendam que sem esse ajuste a situação de longo prazo de nossa economia tende a patamares inviáveis. Muitas vezes ouvimos a grande mídia repercutir sobre os ajustes fiscais ocorridos em alguns paises europeu, tais como na Grécia, como se os mesmos fossem uma questão de escolha política. Não, tais ajustes não foram questão de escolha, foram a consequência inevitável do colapso fiscal de determinados países.
No ritmo em que caminha a situação fiscal brasileira, em breve seremos obrigados a fazer ajustes dolorosos, independente de vontade ou negociação política. Sendo assim, sugerimos que devemos realizar tais ajustes antes do colapso fiscal, isto é, devemos realizar esses ajustes enquanto ainda existem margens de manobra e espaço para negociação política.

3. O Ajuste Fiscal Proposto
Dividimos essa seção em duas partes: a) redução do tamanho do Estado na economia pelo lado da despesa; e b) redução do tamanho do Estado na economia pelo lado da receita.

A. REDUÇÃO DO TAMANHO DO ESTADO NA ECONOMIA: LADO DA DESPESA
Medida 1: Tesouro – BNDES.
A mais fácil medida a ser tomada para o ajuste fiscal é o fim imediato das operações entre Tesouro Nacional e BNDES. Tais operações geram pesados ônus ao erário, e ao mesmo tempo fragilizam a situação fiscal do país.
De acordo com relatório do TCU,em 2011, o valor dos subsídios decorrentes das operações Tesouro-BNDES foram de R$ 19,2 bilhões (mais R$ 3,6 bilhões de custo orçamentário). Dados da Secretaria do Tesouro Nacional indicam que tais subsídios foram de R$ 7,6 bilhões em 2010, e R$ 1,4 bilhão em 2009. Observem a velocidade da evolução desses custos. Em 2014, após a aprovação da MP 633, o BNDES (e a FINEP) tiveram autorização para emprestar mais R$ 50 bilhões de reais a juros subsidiados. O custo para o contribuinte, apenas em relação a equalização de juros da expansão de R$ 50 bilhões, será de R$ 12,3 bilhões. No ano de 2015 outros R$ 30 bilhões foram transferidos do Tesouro para o BNDES. Tais transferências precisam parar imediatamente.

Medida 2: Substituir Investimento Público por Parcerias ou Concessões
Reduzir os gastos com investimento público. Essa é a maneira mais efetiva de se diminuir gastos no curto prazo. Em compensação o estímulo a parcerias público-privadas, ou a concessão a entes privados, pode ser uma política muito mais efetiva para melhorar a infra-estrutura do país.
Sem incluir empresas estatais, o investimento do governo central, estados e municípios é de aproximadamente de 2,3% do PIB.

Medida 3: Acabar com a regra atual de reajuste do salário mínimo.
Tal regra implica umpesado ônus para as contas públicas. Além disso, os efeitos deletérios dessa política sobre o mercado de trabalho podem parecer pequenos quando a economia está aquecida e a taxa de desemprego está baixa. Contudo, numa situação de retração econômica e de desemprego alto, esta regra de reajuste tem potencial para aumentar a taxa de desemprego entre os trabalhadores menos qualificados.
Congelar o salário mínimo ajuda muito nas contas da previdência e nas contas de alguns estados e municípios. Cada 1 real de aumento no salário mínimo pode impactar nas contas públicas em algo em torno de 350 milhões de reais/ano.

Medida 4: Minimizar os custos decorrentes da Copa do Mundo de 2014.
A escolha de sediar a Copa do Mundo foi um equívoco. Os recursos destinados à construção de estádios poderiam ter sido melhor utilizados numa série outra de programas. Dado que essa alternativa não é mais viável, faz-se necessário uma política pública que minimize os custos de manutenção com estádios. Nesse sentido, propomos duas frentes: a) recuperar o investimento público que foi feito por meio de empréstimos para a construção de estádios; e b) repassar a administração dos estádios a iniciativa privada.

Medida 5: Minimizar os custos decorrentes de sediar as Olimpíadas de 2016.
As mesmas ressalvas do item anterior se aplicam aqui. Afinal, num país sem esgoto e sem água encanada, isso não pode ser prioridade de políticas públicas.

Medida 6: Projeto de Lei que aumente a idade mínima para aposentadoria para 67 anos.
Não apenas a idade mínima de aposentadoria por idade deve ser aumentada, com uma regra de transição, como a aposentadoria por tempo de serviço deve ser extinta (novamente com regra de transição). Além disso, tanto homens como mulheres devem se aposentar com a mesma idade. Não se deve tentar corrigir problemas do mercado de trabalho (como a discriminação e a jornada dupla da mulher) no sistema de previdência. ESSA MEDIDA É FUNDAMENTAL PARA O EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO DAS CONTAS PÚBLICAS.

Medida 7: FIM da aposentadoria por tempo de serviço.
É simplesmente insustentável permitir que um trabalhador saudável se aposente aos 50 anos de idade.

Medida 8: Não elevação dos gastos com o bolsa família e implementação de uma regra compulsória de saída.
O problema do bolsa família não está na falta de recursos e nem em sua abrangência (com quase 14 milhões de famílias atendidas e orçamento para o ano de 2015 de R$ 27,7 bilhões). O problema do bolsa família está na ausência de uma regra de saída. Além disso, existem limites para o tamanho da população que pode ser mantida dentro desse sistema. Hoje aproximadamente 1 em cada 4 brasileiros depende do bolsa família. Não parece ser necessário aumentar ainda mais essa proporção.

Medida 9: Pente fino na necessidade de se realizar novos concursos públicos
Em anos de ajuste fiscal, a contratação de novos servidores deve ser vista com cautela. O que for possível postergar deve ser postergado.

Medida 10:Congelar o Salário dos Servidores Públicos.
Cada caso deve ser analisado separadamente. A regra de ouro aqui é, gradativamente, diminuir parte da excessiva atratividade do setor público. Salários altos, e risco, são características do setor privado. Quem quer ir para o setor público terá menos risco, mas ao custo de um salário menor. Sugestão pontual: congelar o salário dos servidores em 2016 (economia estimada de R$ 15 bilhões).

Medida 11: Forte redução com gastos de publicidade.
Deve-se incluir nessa redução não somente o gasto em publicidade do governo federal, mas também o gasto das empresas estatais e dos bancos públicos em propaganda.

Medida 12: Proibição do Banco do Brasil e da CEF de comprarem participação em bancos privados.
Tais operações costumam ser onerosas e cheias de risco. Se isso não for legalmente possível, então é melhor vendê-los.

Medida 13: Forte redução na quantidade de Ministérios.
Não faz o menor sentido uma estrutura federal composta de 39 ministérios. Tal número deve ser reduzido com a imediata redução do número de funcionários comissionados não concursados presentes nos mesmos. Reduzir o número de ministérios para 20, cortando em torno de 3000 cargos comissionados, e redução de estruturas físicas, tem o potencial de gerar uma economia entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão (dependendo de quais estruturase de quais cargos seriam cortados).

Medida 14: Imediata auditoria nos repasses para todas as ONG´s
Escândalos recentes mostram como é importante, do ponto de vista de moralidade do gasto público, verificar com rigor o repasse de entes governamentais a Organizações Não-Governamentais, abrindo inclusive processo judicial quando se fizer o caso. Inclui-se aqui também o fim do repasse para qualquer ONG ligada a movimentos ilegais (tais como as ligadas ao MST).

Medida 15: Revisão das Concessões de Indenização aos grupos denominados “Perseguidos Políticos”
Já se aproxima da casa de R$ 1 bilhão de reais por ano o valor de benefícios concedidos aos anistiados políticos. É fundamental rever o valor das indenizações que esse grupo recebeu nos últimos anos, inclusive com ações judiciais para recuperar somas indevidamente pagas. Adicionalmente, devem ser suspensos novas concessões de indenização a pessoas que dizem ter sido perseguidas pelo regime militar até que sejam esclarecidas as dúvidas aqui levantadas (sobre a utilização desse fundo para beneficiar grupos que nada ou pouco perderam em decorrência da perseguição sofrida durante o regime militar). Caberia, ainda, cassar as indenizações de quem for condenado em crimes contra o erário.

Medida 16: Regra para o “Restos a pagar”
Em grande parte das ocasiões, “restos a pagar” é uma maneira de o governo enganar a opinião pública (dizendo que economizou um dinheiro que na verdade gastou). É fundamental para a transparência das contas públicas a aprovação de uma lei que regule “restos a pagar”, impondo limites ao montante de despesa que pode ser postergado para outros exercícios..

Medida 17: Redução nas despesas com saúde
De acordo com dados preliminares é possível reduzir os gastos federais com saúde numa magnitude ao redor de 3 bilhões.

Medida 18: Redução dos gastos federais em educação
De acordo com dados preliminares é possível reduzir os gastos federais com educação numa magnitude ao redor de 3 bilhões.

Medida 19: Abandonar, pelos próximos 4 anos, os grandes projetos tais como o programa Minha Casa Minha Vida ou o PAC
Tais programas são dispendiosos, e antes de se aventurar neles é fundamental sanar as contas públicas do país. O governo deve finalizar imediatamente tais programas, passando imediatamente àiniciativa privada a responsabilidade por tais obras. Na ausência de interesse do setor privado recomenda-se a extinção de TODOS esses grandes projetos quando tal alternativa se faça possível.

B. REDUÇÃO DO TAMANHO DO ESTADO NA ECONOMIA: LADO DA RECEITA
Medida 20: Suspensão de vários dos incentivos tributários concedidos nos últimos anos
Não há espaço orçamentário para muitas concessões. Entre os incentivos tributários concedidos ao longo dos últimos anos, a mais famosa foi a desoneração sobre a folha de pagamentos, mas um amplo conjunto adicional de medidas foi implementado para levar benefícios fiscais a setores específicos da economia. Tais incentivos devem ser revogados. Apenas em 2014 essa conta chegou a R$ 88 bilhões. Pelo menos 1/3 desses benefícios deve ser revisto, gerando uma economia aproximada de R$ 30 bilhões.

Medida 21: Fim da Isenção de IR para LCI e LCA
Igualar as regras de Imposto de Renda que já incide sobre os CDB’s nas Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Receita estimada R$ 5 bilhões.

Medida 22: Grande processo de privatização de empresas públicas
Captar ao menos R$ 50 bilhões com a venda de ativos públicos (empresas públicas e participações acionárias em empresas privadas).

Medida 23: Ampla revisão da legislação ambiental
Essa legislação é um embaraço constante a realização de investimentos privados. Além disso, tal legislação trava também as parecerias público-privadas, e os próprios investimentos públicos.

4. Considerações Finais
Ajuste fiscal é isso. Ajuste fiscal corta gastos e corta projetos que talvez sejam importantes, mas que não são urgentes. As medidas anunciadas aqui são certamente impopulares, mas são necessárias para colocar o Brasil novamente numa trajetória fiscal sustentável.
Adicionalmente, faço um alerta: existe uma maneira política mais fácil de se fazer o ajuste fiscal. O nome da saída fácil é inflação. Na presença de taxas de inflação elevadas, os gastos do governo sofrem considerável redução (principalmente a folha de salários, que corresponde a aproximadamente 4,5% do PIB). Além disso, não devemos esquecer que o imposto inflacionário também é uma fonte extra de receita para o governo. Sendo assim, e como o governo é capaz de indexar seus tributos, altas taxas de inflação melhoram as contas públicas. Espero que tenhamos a sabedoria de não incorrer nesse caminho fácil. Querer melhorar as contas públicas por meio de inflação é o mesmo que decepar a mão para se livrar da unha encravada. De maneira alguma devemos recorrer ao expediente inflacionário para sanar nossos problemas fiscais.Infelizmente o governo já está indo nessa direção.
Por fim, deve-se ressaltar que as contas fiscais dos estados e municípios também estão em situação precária, com vários dos entes federativos a beira do colapso fiscal. Em vez de realizar um trabalho sério, e doloroso, de ajuste fiscal, o governo prefere ajustes fiscais fictícios que se baseiam em aumento da arrecadação, truques contábeis, e ganhos com o processo inflacionário. Esse não é o caminho para estabilizar as contas públicas brasileiras no longo prazo.

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sábado, 26 de dezembro de 2015

Terrorismo economico? Nao, so as previsoes de Adolfo Sachsida para 2016

Ou seja, terrorismo econômico, mas ele é justamente provocado pelo governo, não pelo economista, que só reflete os dados da realidade.
Não atirem no mensageiro...
 Paulo Roberto de Almeida

Blog do Adolfo Sachsida

sábado, 26 de dezembro de 2015

Previsões para 2016

PIB: queda de 2,5%

Inflação: 10%

Déficit primário do setor público consolidado de 3% do PIB

Desemprego: 10%


Vai ser um ano merda pra cacete. Infelizmente o governo Dilma NÃO FEZ um único ajuste na economia no ano de 2015, a consequência óbvia disso é a implosão fiscal que ocorrerá em 2016.

Quantas vezes eu pedi que se cancelassem as olimpíadas no Brasil??? Eu pedia isso enquanto ainda era possível tal cancelamento. As olimpíadas do Rio custarão algo como R$ 40 bilhões. Isto é, custará o equivalente a uma CPMF!!!! Isso num país sem escolas e sem saúde pública!!! Sem esgoto, sem infraestrutura básica!!!!!

O ano de 2016 será o ano do COLAPSO FISCAL da União, dos Estados e dos Municípios. Diversos municípios ficarão inadimplentes, os estados seguirão firme e forte rumo a insolvência, e a União vai se virar como puder. Prestem atenção: boa parte dos empresários prefere deixar de pagar os impostos, pois este governo usou e abusou do REFIS. Isto é, os empresários sabem que lá na frente terão um programa de refinanciamento de suas dívidas tributárias. Resultado: é melhor se endividar junto ao Fisco do que junto aos bancos. Isso vai gerar uma queda enorme na arrecadação, que também terá caído muito por causa da queda na atividade econômica.

Um governo prudente tentaria emplacar reformas para diminuir o gasto público, mas alguém acredita que o novo ministro da Fazenda vai emplacar medidas sérias para reduzir o déficit da previdência? Pelo contrário, em 2016 o gasto público continuará aumentando, mesmo num cenário de queda da arrecadação!!!!

O teste de seriedade para o novo ministro da Fazenda é simples: ele tem que fazer dois anúncios. Primeiro, NÃO HAVERÁ reajuste do salário mínimo em 2016 (cada 1 real de aumento no salário mínimo custa em torno de R$ 320 milhões nas contas da previdência). Segundo, não haverá reajuste para o funcionalismo público em 2016. Como ele não fará nenhum desses dois anúncios resta evidente que quem não faz o básico dificilmente fará o avançado (reforma trabalhista, reforma previdenciária, reforma tributária, abertura econômica, desburocratização, etc.).

A única coisa que o governo fará em 2016 será procurar por novas formas de se endividar mais (seja alterando regras, seja usando um dinheiro que não lhe pertence (tal como o assalto que os governos estaduais estão fazendo com o fundo previdenciário de seus funcionários, ou manobras para assaltar ainda mais o FGTS do trabalhador), seja criando permissões para gastar recursos que estão em litígio judicial, etc.).

Eu não tenho a menor dúvida de que em junho de 2016 teremos outro governo, só não sei qual governo será. Ãssim que começarem os saques a supermercados (e eles começarão em breve) a situação desse governo ficará ainda pior. A irresponsabilidade do STF (ao mudar o rito de um processo de outro poder com a finalidade única de tentar salvar a presidente Dilma) pode custar sangue. Rezo a Deus por uma saída institucional: impeachment, cassação de chapa, ou renúncia. Mas sempre existem saídas não institucionais, eu não as apoio. Mas elas existem.

Só para lembra-los: ainda existem diversas caixas pretas contábeis nesse governo. Cada uma delas é um esqueleto contábil novo, são mais dívidas, mais problemas. Caixa Econômica Federal, e BNDES são apenas dois desses exemplos.

O ano de 2016 será mais um ano ruim por culpa EXCLUSIVA das péssimas políticas econômicas adotadas pelo governo do PT. O custo da irresponsabilidade petista está matando o brasileiro, e quanto mais demorar para retirarmos o PT do poder mais caro será esse custo.

Para finalizar: é patética a fala do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, dizendo que fará reformas previdenciárias e trabalhistas. Alguém realmente acredita que o governo Dilma prepara um pacote para CORTAR direitos trabalhistas e previdenciários? Alguém realmente acredita que esse governo, que acabou de demitir Joaquim Levy, vai realmente fazer qualquer ajuste fiscal? Essa é apenas mais uma mentira desse desgoverno petista que jura de pé junto uma coisa, mas faz o seu oposto. Em 2016 teremos mais um ano ruim graças ao PT.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Quem disse que o governo nao foi avisado da catastrofe? - Adolfo Sachsida

Parece que os responsáveis pelo GRANDE DESASTRE, pela GRANDE DESTRUIÇÃO lulopetista estão argumentando que ninguém poderia prever quão difícil seria o ano d e 2015.
MENTIRA!
Diversas vezes, eu li artigos e alertas de economistas sensatos sobre os problemas que começavam a se acumular na economia e que resultariam nesse cenário que estamos vendo agora.
Esses economistas erraram, sim, mas porque foram moderados demais. Todos previam desastre, mas não se podia prever a extensão desse desastre porque o governo mentiu, e escondeu os números...
Abaixo uma coleção dos alertas feitas pelo Adolfo Sachsida, cuja postagem original está disponível neste link:
http://www.bdadolfo.blogspot.com.br/2015/12/um-cala-boca-para-os-vendidos.html

Paulo Roberto de Almeida

domingo, 20 de dezembro de 2015

Um cala a boca para os vendidos

Inacreditável o bando de vendidos dizendo que ninguém poderia ter antecipado a crise de 2015. Eu, Roberto Ellery, Mansueto Almeida, Alexandre Schwartzman, Rodrigo Constantino, entre outros alertamos diversas vezes para os problemas. Resultado: fomos taxados de derrotistas, da turma do quanto pior melhor. Agora que as coisas deram errado fingem que não foram alertados. Abaixo coloco a disposição do leitor 7 momentos onde alertei com muita antecedência sobre a crise. Mais do que isso: disse com todas as letras que 2015 seria o ano do ajuste.

Em 31 de julho de 2012 alerto que nossa economia se assemelhava perigosamente a da década de 1980. Aviso que estávamos nos aproximando de uma grande crise.

Em 14 de setembro de 2012 deixo claro que 2015 será o ano do ajuste.

Em 04 de maio de 2013 aviso num vídeo que 2015 será o ano do ajuste.

Em 12 de junho de 2013 aviso que ainda era possível evitar o desastre que ocorreria em 2015.

Em 08 de agosto de 2013 alerto novamente sobre a perigosa similaridade da situação atual com a década de 1980.

Em 12 de setembro de 2013 dou uma palestra completa mostrando os problemas da economia brasileira e alertando que 2015 seria o ano do ajuste.

Em 06 de agosto de 2014 cito os quatro ajustes que iriam ocorrer em 2015: contas públicas, inflação, taxa de câmbio, e mercado imobiliário.

Calem a boca vendidos! Vocês são bajuladores, escolha de vocês! Mas não digam que a crise era imprevisível! Aliás, entre outras coisas, eu previ também que quando a crise chegasse iriam dizer que ninguém previu!
Adolfo Sachsida

domingo, 12 de abril de 2015

Ditaduras nao se sustentam apenas pela forca bruta, certo? Elas dependem do apoio do povo, mas tambem dos funcionarios do Estado

Três colegas de condição profissional dizem uma coisa muito simples: ditaduras não se mantém apenas com base na força bruta. Além de certo apoio popular, eles precisam contar com a colaboração da maioria daqueles que fazem a máquina governamental funcional, que são os funcionários públicos.
Que estes tenham coragem de denunciar situações de corrupção, de mau governo, de opressão, de manipulação, de mentiras, enfim, de qualquer desvio de conduta.
Como neste caso da Venezuela, por exemplo,
As pessoas precisam vir dizer que o povo venezuelano está sofrendo sob as botas de mafiosos que obedecem ao comando da tirania cubana-castrista, e que é preciso acabar com isso. Libertar os prisioneiros políticos é apenas o começo.
Acabar com a ditadura chavista-cubana é o passo seguinte.
Acabar com governos corruptos e mentirosos é dever de todo funcionário de Estado.
Como eu, por exemplo.
Paulo Roberto de Almeida

Blog do adolfo sachsida, TERÇA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2015

O Sustentáculo do Poder dos Ditadores

Como um ditador se mantém no poder? Evidentemente, não é apenas devido ao uso da força bruta. Em qualquer ditadura do mundo, os ditadores são auxiliados por pessoas normais, daquelas que tomam cafezinho contigo e contam piadas. Contudo, muitos desses indivíduos, inofensivos em ambientes normais, assumem posturas agressivas e perigosas numa ditadura. O exemplo mais óbvio é representado por uma parcela dos burocratas a serviço do governo.

Os burocratas nazistas foram um importante sustentáculo de Hitler no passado. Atualmente, funcionários públicos ávidos por poder, ou se corrompendo em troca de uma simples gratificação salarial, ajudam Nicolas Maduro a incrementar ainda mais o regime bolivariano na Venezuela. Tudo isso sob o silêncio covarde de muitos observadores externos.

No Brasil, diversos burocratas justificam a ditadura bolivariana na Venezuela. Ou são cegos ou apenas querem o óbvio: sua gratificação. Protestar contra tal ditadura é perigoso mesmo no Brasil. Funcionários públicos que se posicionam publicamente contra essa afronta são marcados no serviço público. Outros burocratas chegam a escrever para jornais elogiando a “democracia” venezuelana.

Tal como apontou brilhantemente Edmund Burke “A única condição para o triunfo do mal é que os homens de bem não façam nada”. Neste texto nós cobramos dos burocratas brasileiros uma condenação firme e veemente da ditadura venezuelana. Como pesquisadores, como intelectuais, como cidadãos de bem exigimos que a ditadura bolivariana instalada na Venezuela seja denunciada.

O recente episódio da prisão arbitrária e imoral do prefeito da região metropolitana de Caracas é apenas mais um episódio desta triste história. Sabe como Hitler controlava os alemães? Ele os controlava por meio de conselhos (conselho de ética, conselho de cidadãos, etc.). Era assim que a máquina nazista enquadrava e perseguia os inimigos do regime. No Brasil estamos caminhando para situação idêntica.

Os cidadãos venezuelanos já são obrigados a combater uma tirania, não é necessário que sejam também obrigados a sofrerem com o apoio de burocratas brasileiros que apoiam esse regime. Você apoia Nicolas Maduro? Então saiba que apoias um ditador, um criminoso, um inimigo dos direitos humanos e da liberdade individual. E a história tem um nome para você: crápula.

Adolfo Sachsida 
Roberto Ellery Jr.
Rodrigo Saraiva Marinho

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Contra os emprestimos secretos do BNDES: Adolfo Sachsida entra na Justica...

Todo o meu apoio: esses empréstimos secretos a Cuba e a Angola são um escárnio contra toda a população brasileira, e me surpreende que o Congresso, especialmente o Senado, que tem a obrigação de aprovar todas as operações financeiras externas, aceite passivamente essa situação.
Nunca fomos tão humilhados em nossa condição de cidadãos desamparados em face da prepotência de um partido que pretende manipular impunemente todos os recursos que recolhe da sociedade, para emprestá-los sem critérios claros a regimes corruptos ou ditatoriais, que provavelmente não pagarão o que devem ao Brasil. Isso sem considerar aspectos ainda mais escabrosos dessas operações, que nunca ficam muito claros.
Se formos medir pelo "padrão Petrobras" de corrupção companheira, tudo se torna ainda mais preocupante.
Todo o meu apoio ao gesto corajoso do economista Adolfo Sachsida numa matéria que me interessa como contribuinte, como eleitor, como cidadão brasileiro consciente de seus direitos.
Paulo Roberto de Almeida

Blog do Adolfo Sachsida - Opiniões, terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sachsida Contra os Empréstimos Secretos do BNDES: Agora a Briga é na Justiça!

Para quem acompanha o blog não é novidade alguma as críticas que faço em relação as políticas adotadas pelo BNDES. Já disse e reafirmo, o próximo governo deve suspender imediatamente as transferências entre Tesouro e BNDES. Outras críticas ao BNDES também foram feitas aqui. Mas, de todas as operações do BNDES, nenhuma é mais absurda do que os empréstimos secretos. Você pode ler sobre tais empréstimos aqui, aqui, e aqui. Apenas para dar alguns exemplos.

Graças a ajuda do advogado Dr. Antônio Gomes protocolei ação contra esse procedimento do governo brasileiro e do BNDES. O pedido é simples: quero saber dos detalhes que envolvem a transferência de vultosos recursos públicos que, apenas em 2012, implicaram num desembolso do BNDES da ordem de US$ 875 milhões para Cuba e Angola.

A sociedade brasileira tem o direito de saber dos termos desse acordo. A sociedade brasileira tem o direito de saber para onde vão os recursos coletados de seus impostos. O governo brasileiro e o BNDES devem satisfações à sociedade. Minha briga com o BNDES agora é na justiça. Abaixo a cópia da página inicial da ação. Faça você também a sua parte, entre com ações judiciais contra os desmandos do governo petista. Ajude a sociedade brasileira a saber para onde vão os recursos de nossos impostos!!!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Adolfo Sachsida: um economista liberal atacado pela mafia companheira

Conheço Adolfo Sachsida de nome desde vários anos, por seus artigos e postagens no seu blog, e pessoalmente desde alguns anos, e posso dizer que tenho inveja dele: pela sua competência técnica na área econômica, pela sua maneira descontraída e compreensível de se expressar, pelo seu lado alegre de se fazer entender até pelos não iniciados em economia, sobretudo pela sua integridade moral. Participamos ambos de uma das edições dos Estudantes Pelas Liberdades e foi muito divertido, a despeito de estarmos em território não muito amistoso: a UnB dos tempos daquele reitor chavista, o Zé do MST.
O Adolfo é corajoso: acreditando e se batendo por suas causas, ele resolveu se candidatar a deputado pelo DF. Nem sei qual o partido, mas isso não importa muito. O Adolfo está acima dos partidos. Ele defende ideias e isso é muito perigoso para certos mafiosis totalitários, que nós sabemos quem são, mesmo sem a identidade deles. Estão no poder e dispõem de todos os recursos e de todos os meios, embora prefiram os ilegais e atuar clandestinamente. Ele está sendo atacado, por isso, em solidariedade a ele, posto aqui sua mensagem desta quarta-feira. Os mafiosos serão derrotados. 
Paulo Roberto de Almeida


Um blog dedicado à LIBERDADE.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014
MAV's me atacam na internet: notícias falsas tentam destruir minha reputação. O desespero está batendo neles... estamos crescendo!

Meus Caros,
No dia de hoje fui obrigado a ficar sem postar e sem responder comentarios, peço desculpas. Infelizmente, fui obrigado a passar o dia recolhendo provas e fazendo uma denúncia na delegacia de polícia.
Não me incomodo com piadas, ou brincadeiras. Isto faz parte, as vezes as piadas são boas outras não, paciência. Contudo, algo muito diferente é espalhar mentiras como se verdade fossem. Nos últimos dias passaram a circular na internet diversas mentiras a meu respeito. Apresentavam minha foto e em seguida um trecho mentiroso tipo "Não vote em Adolfo Sachsida, pois ele....". Então se você ver alguma foto minha seguida pelos 3 pontinhos, saiba que eu não tenho um único processo judicial contra mim. Repito: não existe uma única ação contra minha pessoa.
Se ouvirem que meu vizinho me processa, saibam que é mentira. Se aparecer que eu apoio bandidos, podem apostar que é mentira. Se disserem que eu apoio a violência, tenham certeza de que é mentira. Em resumo, como minha candidatura esta crescendo multiplicam-se as agressões mentirosas a meu respeito. Não sou ladrão, trabalho duro, e meu trabalho tem qualidade reconhecida internacionalmente. Sou bem preparado academicamente e não tenho "rabo preso" com ninguém, nem devo favores a quem quer que seja. Falo bem, e escrevo bem. Minhas ideias fazem sentido. Então só resta a eles atacarem minha honra. Obviamente não podem provar o que dizem, pois não sou e nem apoio bandido.
Sei que não preciso me explicar, minha vida é um livro aberto. Mas creio que por respeito as várias pessoas que tem me apoiado, é meu dever escrever esse texto. Deixando claro que não devo nada a ninguém. Por fim, uma breve visita ao perfil das pessoas que me difamaram mostra que TODOS são perfis falsos. Neles você não encontra endereço, não encontra ocupação, não encontra nada sobre os difamadores. Um dos fakes inclusive reagiu assim a meu pedido para que retirasse o conteúdo mentiroso de sua página "você pode até ser um "bom" economista, porém precisará mesmo de um ótimo advogado para te explicar o que é e como funciona uma Carta Rogatória, além de bom hacker para te explicar que na #DEEPWEB não existe justiça". Entenderam? A pessoa sabe que esta a mentir sobre minha pessoa, mas no fundo o que ela quer é atacar minha reputação, na crença na impunidade.
O lado bom disso é que o desespero dos adversários só pode significar uma coisa: estamos vencendo, estamos incomodando! Como eles não tem com o que me atacar, inventam e espalham mentiras em suas redes de perfis falsos. Peço que compartilhem essa postagem para que pessoas desavisadas não sejam enganadas por esses difamadores.
Adolfo Sachsida às 17:00

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Banco dos Brics: duas opinioes negativas - Roberto Ellery e Adolfo Sachsida

Começo com o vídeo do Adolfo Sachsida, pois basta clicar no link abaixo:

Uma Ideia Ruim Sempre Pode ser Piorada: O Banco dos BRICS

https://www.youtube.com/watch?v=xXwo5_-KDH8&list=UUdivG5uywW1-UHNG5NGpExQ

Agora leiam o artigo do Roberto Ellery em seu blog, sobre o qual o Sachsida justamente me chamou a atenção.
Paulo Roberto de Almeida

Banco dos BRICS: Desnecessário e Perigoso

Blog do Roberto Ellery,  16/07/2014

O assunto da semana é a criação do Banco dos BRICS. Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul decidiram criar um banco que será sediado em Xangai e que será uma mistura de FMI com Banco Mundial. Para começo de conversa é preciso deixar claro que FMI e Banco Mundial exercem funções diferentes e, não raro, conflituosas. Enquanto o Banco Mundial é um banco de desenvolvimento com a tarefa de financiar o crescimento econômico no mundo e reduzir a pobreza (ver aqui) o FMI é um fundo desenhado para socorrer países em crise de balanço de pagamentos (ver aqui). O Banco Mundial é aquele banco que você recorrer quando tem uma ideia que acredita ser boa e quer transformar a ideia em um negócio ou quer um financiamento para que sua ideia reduza a pobreza, o FMI é aquele banco que você procura quando está quebrado. O Banco Mundial é o “policial bonzinho” e o FMI é o “policial malvado”.
Pensar as duas funções em um único banco é um desafio que não vou enfrentar nesse post, apenas registro que as possibilidades de risco moral são inúmeras. Aqui vou separar cada função e questionar a relevância de cada uma delas para o Brasil. Começo pelo banco de desenvolvimento, um dos meus vilões favoritos. A verdade é que já temos um banco de desenvolvimento de dimensões consideráveis. Em 2012 o Banco Mundial emprestou U$ 32 bilhões (ver aqui e aqui), no mesmo ano o BNDES desembolsou R$ 156 bilhões, o que equivale a aproximadamente U$ 70 bilhões pelo cambio atual. É isto mesmo, em 2012 o BNDES desembolsou duas vezes mais que o total de empréstimos realizados pelo Banco Mundial. Se o Brasil tem um banco maior que o Banco Mundial que é só dele por qual razão vai criar outro banco concorrente do Banco Mundial?
Uma possível resposta é que o novo banco terá uma atuação internacional e nós queremos ajudar os países mais pobres. O problema é que o BNDES já financia projetos em outros países (ver aqui) e sem dar satisfação a chineses ou a russos. Outra resposta é que o BNDES está fazendo um excelente serviço e um novo banco seria uma forma de ampliar esses serviços. Já escrevi um bocado sobre os efeitos do BNDES aqui no blog, é só fazer uma busca. Os exemplos do fracasso das políticas do banco se amontoam, o caso mais emblemático é o do grupo X de Eike Batista o que eu tomei conhecimento mais recentemente é o da Eldorado (ver aqui). O próprio Luciano Coutinho, presidente do BNDES e um dos mentores da política de campeões nacionais, já percebeu que a política de campeões nacionais que norteou a atuação do BNDES deve ser abandonada (ver aqui).
Entretanto, na condição de liberal chato e sendo mais chato do que liberal, coloco mais uma vez o retrato do fracasso do BNDES em elevar a taxa de investimento brasileira. A figura abaixo mostra os desembolsos do BNDES, a taxa de investimento no Brasil e a taxa de investimento na América Latina e Caribe. Notem que a taxa de investimento no Brasil é menor que a da América Latina e Caribe (não retirei o Brasil do grupo América Latina e Caribe, portanto o Brasil está puxando o grupo para baixo), mas ainda, o gigantesco aumento dos desembolsos do BNDES não foi capaz de dar a taxa de investimento do Brasil uma dinâmica diferente da taxa de investimento da América Latina e do Caribe. O único momento em que isto aconteceu foi na sequencia da crise de 2008, minha conclusão é que os efeitos da atuação do BNDES parecem mais com a de uma política de curto prazo do que com o que se esperaria de um banco de desenvolvimento. Os dados para desembolso são do próprio BNDES, as taxas de investimento são do FMI.
O motivo para isto é simples: o Brasil não precisa de um banco de investimento. As grandes restrições para o investimento no Brasil estão no ambiente de negócios, investir em um país que muda regras o tempo todo é uma decisão de alto risco. Investimentos de longo prazo exigem estabilidade, exatamente o que não oferecemos. Peço que o leitor imagine a apreensão de quem acabou de investir no Brasil em um setor que concorre com produtos chineses. Com o novo banco os chineses serão favorecidos? Quem arrisca uma resposta? A verdade é que mesmo no Banco Mundial a estratégia de combater pobreza e estimular desenvolvimento com crédito barato vem sendo questionada. O crédito barato costuma acabar nas mãos dos amigos do governante de plantão que não necessariamente são os que têm os melhores projetos, mais grave, o crédito barato acaba sendo usado para manter governos no poder e atenta contra a democracia.
A atuação do banco dos BRICS como banco de desenvolvimento me parece trazer mais problemas do que soluções. Mas como fica a atuação como emprestador de última instância para países em crises de balanço de pagamentos? Aqui é mais delicado. Alguém sempre pode argumentar, com alguma razão, que a existência desse tipo de banco acaba por estimular um comportamento irresponsável que leva às crises que o banco vai resolver. Simpatizo com essa linha de raciocínio, mas tenho de reconhecer que crises existiam antes do FMI e que, portanto, o FMI não pode ser a causa única para crises. Parece razoável argumentar que já que crises existem é aceitável existir um banco que socorra países em crises. Mas como entra o Brasil nesta história?
A taxa de poupança do Brasil está entre as mais baixas do mundo (ver aqui). Exatamente por qual razão um país que não tem capital para financiar o próprio investimento e que importa capital vai se oferecer para financiar países sem crédito para honrar seus compromissos externos? Pior, se não ajustar o preços dos combustíveis o Brasil caminha ele mesmo para uma crise do balanço de pagamentos (ver aqui). Mas aí está a vantagem, podem argumentar os espertos de plantão, ao criar o banco dos BRICS o Brasil está se antecipando e conseguindo quem financie uma eventual crise no balanço de pagamentos, afinal a China é um dos maiores credores do planeta. É uma jogada interessante, mas não esqueçamos que malandro demais vira bicho. China, Rússia e mesmo Índia não são os bobos do jogo de poder internacional, pelo contrário, são atentos e não raro brutais neste jogo. Acreditar que a China está disposta a financiar uma crise brasileira para mostrar algo aos EUA é acreditar em fadas. Impressiona que os que falam pelos cotovelos a respeito da questão geopolítica não estejam nos explicando exatamente o que ganhamos e o que perdemos no jogo de poder com a criação do banco.
O post já está longo, termino com uma frase que gosto muito de um filme sobre pôquer que não estou lembrando o nome agora. O jogador do filme dizia que se em tantos minutos você não souber quem o otário da mesa então saia da mesa que o otário é você. Gostaria muito que os especialistas que defendem a criação do banco dissessem quem é o otário da mesa, por razões óbvias as autoridades não podem dizer, se não souberem é melhor recomendar que saiamos da mesa...

sábado, 17 de maio de 2014

Adolfo Sachsida: um homem de opinioes: aqui uma Grande Opiniao, com a qual concordo...

Adolfo Sachsida, um economista de Brasília, que conto entre meus amigos, é um homem de opiniões, tanto que seu blog tem exatamente esse nome: Adolfo Sachsida - Opiniões.
Dentre as frases do frontspício, esta de Edmund Burke, o pai dos conservadores:

"A única condição para o triunfo do mal é que os homens de bem não façam nada." (Edmund Burke).

E esta outra, logo em seguida, de um famoso liberal inglês:

"E, lembre-se, quando se tem uma concentração de poder em poucas mãos, freqüentemente homens com mentalidade de gangsters detêm o controle. A história provou isso. Todo o poder corrompe: o poder absoluto corrompe absolutamente.”
(Lord Acton).


Não me considero um conservador, sequer um liberal, pois sou absolutamente contrário a qualquer rótulo, classificações pré-estabelecidas, ou categorias estanques, dessas que se reúnem em clubes, tribos, partidos, agremiações, enfim, associações fechadas, pois não pretendo pertencer a nenhuma delas.
Mas tenho convicções explícitas, todas a favor das liberdades, da livre iniciativa, contra o Estado opressor, contra os gangsters que ocupam a política, agora e talvez no futuro, se não nos mobilizarmos contra a máfia que domina a política brasileira.
Por isso concordo inteiramente com ele, na opinião abaixo transcrita.
Não apenas concordo, como atuo de modo consequente. Nunca escondi de ninguém o que pensava, aliás desde o início deste governo celerado, amigo das ditaduras, fraudador da verdade histórica, mentiroso quanto a seus objetivos últimos, enganador da maioria dos brasileiros. Paguei um alto preço por isso. Mas estou em paz com minha consciência, algo inútil para certas pessoas.
Aqui segue uma GRANDE OPINIÃO.
Paulo Roberto de Almeida

SEXTA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2014

Papai, é verdade que se você ficasse quieto ganharia mais?

Blog do Adolfo Sachsida
Hoje minha filha me surpreendeu com essa pergunta "Papai, é verdade que se você ficasse quieto ganharia mais?".

Foi uma conversa importante, expliquei a minha filha que na vida existem valores inegociáveis. Expliquei a ela que todos temos obrigações morais, e quanto mais capazes somos maiores são tais responsabilidades. Mostrei a ela o desastre que foi o nazismo, e se ela iria querer que o papai se calasse caso vivesse naquela época. Menina inteligente, ela logo concluiu que no Brasil atual muitos estão deixando de trabalhar e de estudar para aderir ao puxa-saquismo, ao discurso fácil e que agrada os que estão no poder.

Sim minha filha, papai ganharia mais dinheiro se ficasse calado. Mas esse silêncio seria comprado a custa de um futuro pior para nosso país. Um futuro que reconheceria cada vez mais a filiação partidária, e não o mérito. Futuro esse que nenhum pai em sã consciência quer deixar a seu filho.

Não minha filha, papai não ganharia mais se ficasse calado. Dinheiro nenhum desse mundo pode pagar o sacrifício da próxima geração. Dinheiro nenhum desse mundo pode pagar a vergonha de deixar a você um pais pior do que recebi de meu pai. Dinheiro algum pode pagar um pai que vende sua alma para deixar de presente o inferno na terra para seu filho.

Sei que muitos colegas leem meu blog, e sei que vários de vocês tem filhos. Hoje minha filha me fez essa pergunta, e tivemos uma conversa agradável e honrosa. Sabe o que realmente me assusta? Me assustaria se minha filha tivesse perguntado "Papai, o que você fez para impedir que o mérito fosse substituído pelo partido? Onde você estava? Por que se calou? Você se calou frente a injustiça apenas para ganhar mais?".

Sabe amigos, alguns de vocês irão ouvir isso de seus filhos. Tem certeza de que vale a pena? Eu fiz a minha escolha.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Terrorismo na Copa? Paranoia ou possibilidade? - Adolfo Sachsida

Pode ser que ele exagere, e seja apenas um desses profetas de catástrofes sempre anunciadas e nunca ocorridas.
Mas, e se acontecer alguma coisa?
Fica a advertência...
Paulo Roberto de Almeida

Blog: adolfo sachsida - Opiniões

Um blog dedicado à liberdade

QUINTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2014

Terrorismo: Estamos Prontos?

Em menos de 1 mês começa a Copa do Mundo, existem infindáveis problemas, e tudo leva a crer que a Copa será um péssimo marketing para a imagem do Brasil no exterior. Contudo, um problema maior me preocupa: a questão terrorista.

Sim, é verdade que existirão diversas manifestações de rua. A essa altura parece pouco provável que as mesmas sejam não-violentas. Teremos o tradicional quebra-quebra, e a culpa será, como sempre acontece, posta na conta da polícia militar. O governo já deixou claro que pouco importa o que aconteça a culpa será da pobre polícia. Agindo bem ou mal os policiais já são o bode expiatório escolhido pelo governo. Aliás, essa declaração de Gilberto de Carvalho já deixa tudo claro: Carvalho diz que governo vai conter violência da PM nos protestos durante a Copa.

Mas o que me assusta mesmo é a possibilidade de um ataque terrorista durante a Copa do Mundo. Algumas autoridades parecem cometer um erro assustador: comparam a segurança durante a Copa com a segurança durante o Pan Americano do Rio de 2007. Durante o Pan do Rio, todas as atividades e delegações estavam no Rio de Janeiro. Isso facilitou em muito o trabalho do exército. Durante a Copa do Mundo serão 12 cidades-sedes e, para piorar, algumas delegações ficarão instaladas fora dessas cidades. Resumindo: são muitas cidades para patrulhar, não temos efetivos suficientes para tamanha dispersão geográfica.

Conter atentados terroristas é uma tarefa difícil, vide o exemplo do que ocorreu durante a Maratona de Boston ano passado. Mas parece que as autoridades brasileiras sequer se preocupam com essa possibilidade. A recente medida do Itamaraty, de liberar o visto de entrada para o Brasil para países com tradição de suporte a movimentos terroristas, é algo no mínimo imprudente.

Esse é apenas mais um dos motivos para eu ser contra as manifestações de rua que deverão ocorrer durante a Copa. Simplesmente não há como garantir a segurança dos envolvidos. O risco de um atentado terrorista é alto, e as consequências podem ser terríveis para todos.

Pode parecer paranoia minha, mas durante a Copa o Brasil poderá se juntar aos países vítimas de ataques terroristas. Então pergunto: o que o Brasil fez nesses últimos 7 anos para se preparar para essa cruel eventualidade? Por acaso o Brasil se deu ao trabalho de coordenar informações com órgãos internacionais? Por acaso pedimos a ajuda de países com mais experiência em lidar com essa ameaça? Por acaso treinamos equipes em número suficiente para tais eventualidades? Aliás, caso ocorra um ataque terrorista, quais serão as contramedidas? Será que ao menos tais contramedidas existem? Algum hospital, ou alguma equipe médica, ou alguma equipe policial, foi treinada para um eventual ataque com antraz?

São muitas as possibilidades e os riscos de um ataque terrorista. Acaso as autoridades brasileiras estão preparadas para tal desafio? Por isso reforço meu pedido: nada de manifestações durante a Copa, deixemos para nos manifestar nas urnas em outubro. Durante a Copa deixemos a polícia, e as forças armadas, se preocuparem com um eventual ataque terrorista. Que aliás já é um trabalho gigantesco e dificílimo.