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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Intervenção federal no RJ: guerra contra o crime organizado


O presidente da CD expõe as razões da intervenção federal no RJ. Alguns fingem não ver os problemas, muitos são ingênuos, a maioria quer que se faça alguma coisa, qualquer coisa...
Paulo Roberto de Almeida
DISCURSO DO PRESIDENTE DA CÂMARA, DEPUTADO RODRIGO MAIA, NA SESSÃO QUE APROVOU A INTERVENÇÃO NA SEGURANÇA DO RIO DE JANEIRO!

1. Desde a redemocratização do Brasil, marcada pela promulgação da Constituição de 1988, é a primeira vez que o Executivo Federal decide intervir num Estado, numa Unidade da Federação, no caso o Rio de Janeiro. Mais forte do que isso, pela segunda vez na história da República, o Governo intervém num Estado federado em plena vigência das liberdades democráticas e submete o seu ato ao rito constitucional disposto na Carta de 1988.

2. Estamos seguindo a Constituição democrática de 1988. Por isso, Câmara e Senado têm de votar o decreto de intervenção, aprovando-o ou suspendendo-o, como estabelece o art. 49, inciso IV, da Constituição Federal. Somos chamados a superar diferenças ideológicas, conceitos diversos de gestão da máquina pública, para mostrar união contra um inimigo comum a todos os homens e mulheres de bem, um inimigo comum a todos que têm espírito público: o crime organizado.

3. Estamos numa guerra contra o crime. A nossa arma é a Constituição e a nossa missão é defender a democracia, dando aos Estados os poderes excepcionais previstos na Constituição para assegurar a manutenção da ordem e do Estado Democrático de Direito. As Forças Armadas, a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estão sendo convocadas pelo Presidente da República, que é o seu comandante, para uma missão fundamental na defesa da democracia: combater e vencer o crime organizado.

4. Não se trata de intervenção militar — longe disso —, vamos votar aqui um decreto de intervenção do Governo Federal no Estado do Rio de Janeiro. Diga-se, de forma clara e direta: se fosse uma intervenção militar, esta Casa — com toda razão e com todo o meu apoio e energia — a derrotaria. Estamos nos preparando para votar um decreto de intervenção constitucional e democrática em um dos entes da Federação da nossa República. Isto está previsto no art. 84 da nossa Constituição. Infelizmente, essa intervenção torna-se urgente e necessária porque o poder estadual exauriu sua capacidade para impor autoridade.

5. É necessário asseverar isso: o Governo do Rio de Janeiro sucumbiu à desordem. Torna-se urgente e inadiável fazer prevalecer a ordem, levar de volta a paz de espírito às ruas do Rio de Janeiro e as de todo o País também. A intervenção fará a máquina do Estado convergir todo o seu poder e todos os seus instrumentos para a vitória contra o crime, contra os criminosos, contra os bandidos.

6. A intervenção é um instrumento constitucional, é dispositivo do livro basilar das democracias: a Constituição. A democracia é o poder do povo para o povo. Quando esse poder exercido pelo Estado é sequestrado, é roubado, é espoliado pelo crime organizado, só resta a esse mesmo Estado reagir usando as suas ferramentas, as armas que a Constituição nos dá para combater os bandidos. A intervenção é, neste momento, a maior das ferramentas.

7. O art. 49, inciso IV, da Constituição diz expressamente que cabe ao Congresso Nacional, por meio de votações em maioria simples, na Câmara e no Senado, aprovar ou suspender a intervenção já decretada pelo Chefe do Poder Executivo. O texto constitucional é claro quando fala em suspensão do decreto. A eventual rejeição do ato presidencial o suspenderia — e ele já produz efeitos desde a sua publicação. Ou aprovamos ou rejeitamos o decreto presidencial. Não cabe, portanto, a esta Casa eventuais emendas modificativas — é o que diz a nossa Constituição.

8. Não é razoável imaginar que o Rio consiga superar sozinho a exaustão da autoridade e a falência da gestão. É por isso que a intervenção federal se impõe. E é por isso que os três Poderes da República, cada um deles cumprindo seu papel constitucional, com a independência e a harmonia previstas na Carta Magna — e, sobretudo, ouvindo o apelo da sociedade —, agem firme e decisivamente para dizer aos criminosos e aos bandidos:

9. “Basta! Basta de assistir a famílias destroçadas por tragédias! Basta de nos chocarmos com a imensurável dor de pais e mães que perdem seus filhos e filhas brutalmente assassinados, em alguns casos cidadãos ou cidadãs, crianças mortas dentro de suas próprias casas por balas perdidas, vítimas inocentes tragadas pela criminalidade e transformadas em estatísticas. Basta de ver as nossas metrópoles como cidades partidas e medievais, onde muralhas e aparatos sofisticados de segurança são necessários e até indispensáveis para garantir ao cidadão o simples direito de andar nas ruas. Basta!” Conheço esta Casa. Sei que neste grave momento ela não faltará à sua responsabilidade.

10. O nosso papel não é apenas chancelar a intervenção no Rio, onde ela se impõe agora e já, mas é também o de deixar claro que o Estado brasileiro e nós, o Congresso Nacional, não seremos omissos onde e quando o crime organizado seguir ameaçando a autoridade do Estado. Afinal, cabe ao Estado — e só a ele — o uso coercitivo da força para manter a lei e a ordem. Ao colocar aqui, como Presidente da Câmara e como Deputado do Rio de Janeiro, a minha posição, faço-o com todo respeito a cada partido político, a cada um dos Parlamentares, a cada grupo ideológico representado neste Plenário.

11. E este Plenário é a representação do conjunto da sociedade brasileira. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o Governo Federal assegura ter realizado extensos estudos sobre todos os passos dessa intervenção. Ela é um caminho árido, é uma estrada na qual todas as forças do Estado, sob o comando do Presidente da República, só têm uma saída: vencer — vencer o crime organizado, vencer sem recuo. Estou certo de que o Poder Executivo sabe bem disso. Esta Casa acompanhará, avaliará e fiscalizará todos os atos dessa intervenção, que seguramente não encontrará limites nem orçamentários, nem burocráticos ou de qualquer ordem para assegurar a vitória do Estado e da sociedade sobre a bandidagem, sobre os criminosos, que a todos ameaçam.

12. O crime não pode vencer. Os criminosos têm que ser derrotados. Há uma frase de Winston Churchill que diz: “Na guerra é inútil dizer que vamos fazer o possível. Precisamos fazer tudo que for necessário.” Convoco cada um dos presentes a debater e deliberar o decreto presidencial da intervenção no Estado do Rio de Janeiro. Este é o papel necessário que nos cabe agora.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

A falencia do RJ antecipa a do Brasil? - Felippe Hermes (Spotniks, 2016)

O Rio de Janeiro faliu. E o Brasil tem muito a aprender com essa história.

O ano é 2010. O Brasil é a bola da vez no mundo. Em meio a uma crise que assola os países mais desenvolvidos do planeta, ocupamos a capa da revista “The Economist”, uma das mais importantes publicações já criadas, com a imagem de um cristo redentor decolando. O Brasil vivia uma festa. O país iria sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas e apenas alguns meses depois descobriria seu maior crescimento econômico em 35 anos. Do outro lado do Atlântico, na Europa, o cenário era o exato oposto. Apenas seis anos após sediar uma olimpíada, a Grécia era o centro de um continente em crise, o símbolo de um modelo que deu errado. Passado o mesmo tempo, já em 2016, prestes a sediar as Olimpíadas, a cena se repete – o Rio de Janeiro acaba de declarar falência. Muito mais do que coincidência, a história é, no fundo, uma grande lição.
Do Caburaí ao Chuí, os governos estaduais estão quebrados (dez deles já parcelam salários). Todos, sem exceção, gastam mais do que o recomendado com pagamento de funcionalismo público. Em três deles, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, já se gasta mais com aposentadorias e pensões do que com educação e saúde. Para onde quer que se olhe, o cenário é quase sempre o mesmo.
Para muitos estados, como o Rio Grande do Sul, por exemplo, que convive há mais de quatro décadas com déficit nas contas públicas, a situação pode ser considerada dentro dos padrões normais, ou ao menos dentro do esperado. Em outros casos, como o do Rio, no entanto, a situação ainda parece difícil de acreditar. Trata-se do mesmo Rio de Janeiro que há 10 anos esperava crescer o dobro da média nacional e atingir até 20% de participação no PIB brasileiro em 2016. O motivo pra euforia? A descoberta da camada pré-sal lá em 2007. O otimismo não rolou à toa. Apenas entre 2014 e 2016 o estado recebeu nada menos do que R$ 235 bilhões em investimentos, boa parte deste valor destinado à indústria do petróleo e à infraestrutura necessária para sediar os jogos olímpicos.
No papel, o Rio estava bombando. Como em uma das famosas apresentações de Eike Batista, seu ilustre morador, tudo parecia ajustado e pronto para explodir. Na prática, porém, as coisas desandaram tão rápido quanto pareciam crescer.
Poucos meses antes de sediar as Olimpíadas para as quais vem se preparando há quase uma década, o Rio declarou “estado de calamidade pública”. A medida emergencial significa que na prática o governo estadual terá acesso mais rápido à liberação de recursos por parte do governo federal (estimados em R$ 3 bilhões), permitindo pagar salários e horas extras, além de continuar investindo nas obras fundamentais para a realização dos jogos olímpicos.
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Com um déficit estimado para este ano em R$ 19 bilhões, ou quase metade do total arrecadado em 2015, o governo do estado não chegou até esse patamar sem nenhum motivo. Disfarçado por muito otimismo, algumas partidas marcantes de Copa do Mundo e uma enxurrada de investimentos por parte de estatais como a Petrobras, há alguns fatores que levaram o estado à situação atual. Entender estes motivos significa na prática se adiantar em alguns meses, ou na melhor das hipóteses, poucos anos, aquilo que tem boas chances de ocorrer ao governo federal. Abaixo, oferecemos um manual completo de como não evitar estes problemas.

Gaste mais com aposentados do que com estudantes

Falar que há problemas na previdência brasileira pode parecer chover no molhado. Há anos a reforma no setor vem sendo debatida e discutida. Evitar um déficit que pode alcançar a casa dos trilhões é provavelmente uma das mais urgentes medidas que qualquer governo poderia tomar. Apenas para este ano, por exemplo, o governo federal estima que o déficit dos 28 milhões de beneficiários do INSS deve atingir R$ 146 bilhões, valor próximo daquilo que deve ser alcançado pelos 1,2 milhão de aposentados e pensionistas do serviço público. Dizendo de outra forma, nada menos do que R$ 700 bilhões serão gastos em 2016 para pagar benefícios sociais (mais do que a arrecadação de todos os estados brasileiros).
Escondida em meio a esse debate nacional, a previdência dos estados chega a apresentar dados ainda mais assustadores. Para este ano, o déficit programado deve atingir R$ 51 bilhões. E quase 25% deste valor deve-se a um único estado: o Rio de Janeiro.
Em todo o país, apenas dois estados possuem mais aposentados do que trabalhadores na ativa: o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Em outras palavras, para cada médico, policial ou professor que lhe presta um serviço público, você precisa pagar por pelo menos dois.
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Como nos demais estados brasileiros, o Rio de Janeiro se especializou em um sistema no qual cada funcionário na ativa paga uma contribuição sobre seu salário, que é destinada a cobrir o salário daqueles que estão aposentados. A diminuição do número de funcionários na ativa em relação aos inativos tem se agravado nos últimos anos – e com ela a necessidade de aportes do Tesouro.
Ao contrário dos demais estados, porém, o Rio criou uma fonte específica e complementar de financiamento da sua previdência estadual: os royalties do petróleo. Em 2014, nada menos do que 55% dos pagamentos de aposentadorias e pensões tinham como origem os royalties aos quais o estado tinha direito. Cerca de 95% de todos dos royalties do estado se destinavam a cobrir gastos com previdência. Com a queda no preço do barril de petróleo, no entanto, a situação tornou-se insustentável. Royalties hoje bancam apenas 28% dos gastos com previdência. Cabe ao governo do estado complementar. Em 2015, isso significou aportar R$ 7 bilhões na “RioPrevidência”.
Entre 2007 e 2015, os gastos com previdência no Estado saltaram de R$ 5,7 bilhões para R$ 17 bilhões. Graças à receita abundante dos royalties, em especial quando o petróleo atingiu US$ 145 por barril, o estado pode reajustar pensões, elevando o gasto médio de R$ 900 para R$ 4 mil no período. Atualmente, cerca de 66 em cada 100 funcionários na ativa possuem a chamada “aposentadoria especial”, podendo se aposentar mais cedo do que as demais categorias (em especial, bombeiros, policiais e professores), o que contribui significativamente para elevar o déficit da previdência. O socorro ao fundo de previdência fez os gastos do governo estadual com aposentados e pensionistas saltar nada menos do que 118% apenas em 2015.
Juntos, os estados brasileiros possuem uma conta a ser paga de R$ 2,4 trilhões na previdência. Ao contrário do Rio, no entanto, a maioria deles não pode contar com a sorte de ter as maiores reservas de petróleo no país. Sozinhos, os gastos com previdência no Rio atingem mais do que aquilo que é gasto em saúde (R$ 3,96 bilhões), educação (R$ 4,04 bilhões) e segurança (R$ 5,18 bilhões), somados.

Uma repartição pública a céu aberto

Pouco mais de um século e meio como capital do país fizeram do Rio um estado onde se respira funcionalismo público. Nem mesmo cinco décadas de mudança da capital para Brasília foram capazes de apagar isso. Ainda hoje, inúmeras empresas estatais, bancos públicos e repartições das mais variadas possuem o Rio de Janeiro como sede. 
Não por acaso, há mais funcionários públicos federais no Rio de Janeiro hoje do que em Brasília. São cerca de 258,5 mil contra 178,5 mil funcionários públicos na atual capital federal. Em termos de salários, o Rio é destino de R$ 22 bilhões anuais contra R$ 10,3 bilhões de Brasília (incluindo aí apenas funcionários do Executivo).
Cerca de 1 em cada 5 trabalhadores no estado tem como empregador o setor público. São 18,64%, acima da média nacional. Como a Lei de Responsabilidade Fiscal não obriga os estados a contabilizarem gastos com previdência como sendo “gastos com pessoal”, a situação do estado passou anos como sendo aparentemente uma das mais positivas do país.
Toda maquiagem contábil, porém, não impediu que o Rio fosse o segundo estado do país a começar a parcelar salários. Mesmo sendo em teoria o estado que menos gasta com pessoal em todo o país (apesar de ser um dos que mais emprega), o Rio está oficialmente “incapacitado de pagar o funcionalismo”, nas palavras do próprio governador em exercício.
Justamente por não ferir o que manda a LRF (gastar no máximo 44% da sua receita corrente líquido com funcionalismo), o Rio se viu livre para elevar salários e amenizar o fato de que seus policiais e professores se encontram entre os cinco mais mal pagos do país.
Quando somado ao aporte que o Estado teve de fazer para pagar aposentados e pensionistas, a folha de pessoal teve custos de R$ 24,5 bilhões em 2015, sendo R$ 10,84 bilhões com inativos. A receita do estado, porém, teve queda, atingindo R$ 39 bilhões. Quando incluídos aí todo os gastos com funcionalismo inativo, o Rio de Janeiro gastou R$ 31,6 bilhões no ano, um crescimento de 146% desde 2009. No mesmo período a inflação medida pelo IPCA atingiu 57,29%.

Distribua benefícios e socialize o prejuízo

R$ 138 bilhões.
O valor, quase oito vezes o déficit que o governo estadual deve atingir em 2016, representa aquilo que, de boa vontade, os governadores do estado abriram mão de arrecadar em ICMS entre 2008 e 2013.
Para atrair empresas da área de petróleo, infraestrutura, siderurgia e bebidas, o governo do estado não se fez de rogado – botou a mão no bolso dos pagadores de impostos e distribuiu as benesses. Ao mesmo tempo em que elevava a distribuição de isenções fiscais, o governo fluminense aumentava também a sua já preocupante dívida. Ao final de 2013, o Rio devia R$ 107 bilhões, quase o dobro dos R$ 59,2 bilhões devidos em 2008.
A escolha de quem receberia os benefícios ficou a cargo do governo estadual. No meio de tantos bilhões, casos como a indústria de jóias, que recebeu isenções de R$ 230 milhões, chamam a atenção. Enquanto obrigava toda a população a bancar uma máquina pública cada vez mais pesada, o governo concedeu benefícios a uma indústria cuja base de consumidores é essencialmente a camada mais rica dos moradores do estado.
Dentro deste valor, há ainda casos mais curiosos, como o da montadora Nissan, que recebeu R$ 353 milhões em isenções, além de ter tido sua fábrica no estado financiada pelo próprio governo, ao custo de R$ 5,9 bilhões, com carência e prazo para pagamento em 30 anos.
Outros R$ 760 milhões via crédito de ICMS foram destinados a financiar a expansão da AMBEV em Piraí, onde o governador Pezão foi prefeito por dois mandatos. Menos de um ano antes, a empresa havia recebido R$ 850 milhões para financiar uma de suas sedes. A montadora alemã Volkswagen foi outra das beneficiadas, recebendo R$ 2,1 bilhões para se instalar no estado.
Para o governo, a prática estimula a geração de empregos. No acordo com a AMBEV, por exemplo, foram criadas 73 vagas de empregos. Somando os dois contratos, a empresa recebeu nada menos do que R$ 7 milhões por emprego gerado.

Use o cartão de crédito para bancar as festas

Reformado para os jogos Panamericanos, para a Copa do Mundo e agora para as Olimpíadas, o Maracanã já demandou sozinho R$ 1,2 bilhão do governo do Estado – quase 5 vezes o valor investido em sua construção na década de 40 (com valores são atualizados). Hoje sob concessão da empreiteira Odebrecht, o estádio é apenas um dos exemplos da festa que foi o Rio de Janeiro na última década. A expectativa das Olimpíadas, a final da Copa do Mundo e tudo que gira ao redor disso, fizeram o estado entrar em uma onda de gastos que pode chegar a R$ 39,1 bilhões, ou mais de duas vezes o valor estimado para o déficit deste ano.
O decreto emitido pelo governo em exercício é parte do plano para impedir que os serviços públicos no estado entrem em colapso antes das olimpíadas. Quase R$ 3 bilhões devem ser liberados. Após a festa, a conta ainda deve perdurar por algumas décadas.
Apenas a dívida do governo do estado com a União atinge mais de R$ 75 bilhões, ao custo de R$ 6,5 bilhões por ano – ou mais do que o valor gasto com a segurança no estado. O serviço total da dívida, no entanto, atinge R$ 10 bilhõeseste ano, mais do que os valores de saúde e educação somados. Como resultado, o estado investe menos da metade do que a lei determina em saúde.
O resultado da farra de gastos, porém, não deve se limitar ao próprio estado. Impedido por lei de dar calote na União (caso deixe de repassar a parcela da dívida, a União pode legalmente bloquear as contas do estado e impedir repasses), o governo do estado já aplicou calotes em outras dívidas. A Agência Francesa de Fomento, por exemplo, deixou de receber o que lhe era devido pelo estado ainda em junho deste ano. Para compensar, a União teve de arcar com o prejuízo. Cerca de 90% da divida já foi paga. Pagamentos futuros ainda são incertos.
O calote é parte de uma tragédia anunciada. Em maio deste ano, a agência Fitch já havia rebaixado a nota de crédito do Rio para BB-, ou “mau pagador”.
De fato, a situação do Rio de Janeiro não é alheia aos demais estados e muito menos ao próprio país. Ao longo das últimas duas décadas, governos estaduais têm se convertido a cada dia que passa em pagadores de salários, relegando investimentos. Enquanto o investimento público total no país saltou de 0,8% para 1,1% nos últimos 20 anos, os gastos públicos totais saíram de 25% para 36% – e ao que tudo indica, não deve haver nenhuma reversão deste cenário em um futuro próximo.
Para qualquer turista, o samba, o futebol, as praias, a caipirinha, o Corcovado e o Cristo Redentor são a cara do Brasil. Um olhar mais atento, porém, identificaria que a verdadeira coincidência entre o Brasil e o Rio nesse momento são os seus problemas econômicos. Evitá-los é o grande desafio das próximas décadas a qualquer liderança política que se preze.

domingo, 2 de outubro de 2016

Seminario 200 anos de Varnhagen, no IHGB, RJ: 25-26/10

Em homenagem aos 200 anos do nascimento do patrono da historiografia brasileira, Francisco Adolfo de Varnhagen (nascido em 17/02/1816, perto de Sorocaba, SP), o Instituto Histório e Geográfico Brasileiro organiza, em sua sede no Rio de Janeiro, seminário em homenagem ao grande historiador, diplomata e estrategista da nacionalidade, nos dias 25 e 26 de outubro, sempre pela tarde.
A parte final deste pequeno folder de programação, de apresentação de obras publicadas, ainda precisa ser ajustada, mas o essencial das palestras está confirmado.
O livro ali faltante é o resultante do seminário organizado pela Fundação Alexandre de Gusmão em abril passado, no Instituto Rio Branco, já objeto de algumas postagens minhas neste mesmo espaço, cujos dados são os seguintes:
Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.): Varnhagen (1816-1878): diplomacia e pensamento estratégico (Brasília: Funag, 2016, 260 p.;  disponível no site da Funag, link: http://funag.gov.br/loja/download/1156-varnhagen-1816-1878.pdf ). 


Publiquei pequeno resumo de minha contribuição a esse último livro, nestes dois artigos sequenciais de Mundorama:

“O pensamento estratégico de Francisco Adolfo de Varnhagen”, Mundorama; (primeira parte, 17/02/2016, link: http://www.mundorama.net/2016/02/17/o-pensamento-estrategico-de-francisco-adolfo-de-varnhagen-por-paulo-roberto-de-almeida/); divulgado por inteiro no Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/02/o-pensamento-estrategico-de-varnhagen.html).

  “Impactos do pensamento estratégico de Francisco Adolfo de Varnhagen”, Mundorama; (segunda parte, 19/02/2016, link: http://www.mundorama.net/2016/02/19/os-impactos-do-pensamento-estrategico-de-francisco-adolfo-de-varnhagen-por-paulo-roberto-de-almeida/).

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 2 de outubro de 2016.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

New York Times: fiquem longe da agua da Baia da Guanabara

‘Não caia na água do Rio’, alerta capa do New York Times

O Estado de S.Paulo, 19/05/2014
Foto de Ana Carolina Fernandes para o NYT
Um dos mais influentes jornais do mundo, o The New York Times publica nesta segunda-feira, na sua capa, uma dura crítica ao Rio, que será sede da próxima Olimpíada e, em menos de um mês, começa a receber jogos da Copa do Mundo. A matéria tem o título: “Aviso para os velejadores olímpicos: não caiam na água do Rio” e aponta o dedo principalmente para a ineficácia governamental para organizar os Jogos de 2016.
A matéria, que aparece na capa da edição europeia e também na distribuída nos EUA, é assinada por Simon Romero (correspondente no Rio) e Christopher Clarey e ilustrada com a imagem acima, da fotógrafa Ana Carolina Fernandes. Uma imagem que retrata um Rio muito diferente daquele que aparece na propaganda oficial do Rio/2016. Infelizmente, um cenário que os velejadores vão encontrar já em agosto, quando acontecerá o primeiro evento teste dos Jogos, exatamente da vela.
“Nico Delle Karth, um velejador austríaco que está se preparando para 2016, disse que é o lugar mais sujo no qual ele já treinou”. Assim começa a reportagem, uma das mais duras publicadas pela grande imprensa internacional sobre os preparativos para a próxima Olimpíada. “Ele encontrou de tudo, desde pneus de carros até colchões. A água cheirava tão mal que ele sentia medo de colocar o pé nela para encostar seu barco na areia”, prossegue o NYT.
O jornal lembra que, enquanto corre para terminar seus estádios a um mês da Copa, o Brasil já sofre “críticas mordazes” pela preparação para os Jogos de 2016. A matéria cita as críticas recentes de dois dirigentes importantes: Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação das Federações Internacionais, John D. Coates, vice-presidente do COI. Ambos lembraram dos atrasos nas obras: nem 10% do prometido está pronto.
“A Baía de Guanabara oferece o tipo de imagem de cartão postal que as autoridades do Rio querem mostrar como anfitriões dos Jogos de 2016, mas tornou-se o ponto central de reclamações, transformando águas poluídas do Rio em um símbolo de frustrações com os preparativos os Jogos”, escreve o jornal.
As críticas do NYT, extensas, passam pelo jogo de empurra-empurra entre governos municipal, estadual e federal sobre quem faz o que no Rio/2016, lembram que o velódromo do Pan foi desmontado para dar lugar a um 10 vezes mais caro, que o Engenhão está fechado e destacam que o problema da poluição não surgiu ontem.
A reportagem pode ser lida na íntegra no site do NYT.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Columbia University e o Brasil: Centro de estudos brasileiros em Columbia, Escritorio da Columbia no Rio de Janeiro

O fato de a Columbia University ter instalado um escritório de representação no Rio de Janeiro é uma excelente notícia para o estímulo dos intercâmbios recíprocos, assim como o é o apoio dado pela Fundação Lemann ao Centro de Estudos Brasileiros da Columbia em New York. Apenas gostaria de deixar registrado que esse centro foi criado, inicialmente, por iniciativa do Embaixador Rubens Barbosa, e o apoio de personalidades como Armínio Fraga, tendo sido seu primeiro diretor o conhecido brasilianista Albert Fischlow, depois seguido por Thomas Trebat, que justamente assumiu o escritório da Columbia no Rio de Janeiro.
Quanto ao centro, tendo seu mais recente diretor, Marc Hertzman, assumido um cargo de professor na Universidade do Illinois em Urbana, onde também existe um Centro de Estudos Brasileiros apoiado pela Fundação Lemann, aguarda-se a designação de um novo diretor.
Paulo Roberto de Almeida

March 19, 2013Bookmark and Share

Columbia Opens Global Center in Rio de Janeiro


In an ongoing strategy to broaden Columbia’s already extensive global presence and perspective, University President Lee C. Bollinger joins this week with faculty, alumni, Brazilian leaders and a delegation of international visitors to open a Columbia Global Center in Rio de Janeiro, Brazil—the University’s second in South America.
“The opening of our Rio center marks an important milestone in fulfilling Columbia’s distinctive vision of global engagement,” said Bollinger. “The driving principle of the Columbia Global Centers always has been to foster academic collaboration across national boundaries, discover new knowledge, and address challenges facing our society by connecting students and faculty on our home campuses in New York City to partners around the world. It is fitting that Rio de Janeiro, a truly global capital, completes the initial phase in the evolution of Columbia Global Centers, and we look forward to working here in ways that not only deepen our own understanding of Brazil and South America but enhance our contributions to life and learning.”
L-R: Provost John Coatsworth; Mailman School Dean Linda Fried; Marina Grossi, president of the Brazilian Business Council for Sustainable Development; Israel Klabin, director of the Brazilian Foundation for Sustainable Development; Sociology Professor Saskia Sassen; and Architecture Dean Mark Wigley at the opening of the Columbia Global Center in Rio de Janeiro, Brazil
L-R: Provost John Coatsworth; Mailman School Dean Linda Fried; Marina Grossi, president of the Brazilian Business Council for Sustainable Development; Israel Klabin, director of the Brazilian Foundation for Sustainable Development; Sociology Professor Saskia Sassen; and Architecture Dean Mark Wigley at the opening of the Columbia Global Center in Rio de Janeiro, Brazil
In addition to Rio, Columbia has opened centers in Amman, Beijing, Istanbul, Mumbai, Nairobi, Paris and Santiago. Columbia Global Centers promote and facilitate international collaborations, research projects, academic programming and study abroad, enhancing the University’s historic commitment to global scholarship and problem-solving.
With a series of panel discussions and special events this week, President Bollinger,Thomas J. Trebat, director of Columbia’s Rio center, and Safwan M. Masri, Columbia’s vice president for global centers, will join with deans, faculty members and local dignitaries to discuss the future of cities, global perspectives on education, freedom of expression and economic development.
Initial programs and projects based in Rio include a close partnership with Columbia’sGraduate School of Architecture, Planning and Preservation, which has already opened a Studio-X laboratory in the city for experimental work in urban design. The Center is facilitating Brazilian projects for Columbia Law SchoolColumbia Business SchoolColumbia University Medical Center, including the Mailman School of Public Health, and the School of International and Public Affairs. Columbia’s School of the Arts is looking to launch film projects in Brazil, and the Global Scholars Program also seeks a Brazilian component.
“From almost any perspective—economic, political, social, cultural—Brazil exudes vibrancy and growth and has enormous contributions to make to the global community of nations,” said Trebat. “With its national focus now turned squarely toward improving education for all of its citizens and expanding knowledge in all fields, Brazil and its iconic city of Rio de Janeiro are also absolutely perfect hosts for this, the newest Columbia Global Center.”
Columbia Global Centers encourage new relationships across schools, institutes, and academic departments within the University. Some of the research and scholarly initiatives are regionally focused while others involve multiple centers engaged in truly global conversations. The centers also support a significant expansion of opportunities for Columbia students to do hands-on research and service-learning abroad, particularly those who may not want to spend a full semester or academic year off-campus.
Some universities in the United States have built branch campuses and degree-granting schools abroad. Columbia is taking a different path. The Columbia Global Centers provide flexible regional hubs for a wide range of activities and resources intended to enhance the quality of research and learning at the University. They are built on the belief that establishing an interactive network of partnerships across geographic boundaries and collaborations across traditional academic disciplines can help address complex challenges by bringing together scholars, students, public officials, private enterprise and innovators from many fields.
The Rio center occupies about 2,500 square feet of office space in the heart of the city’s commercial center, with close proximity to local universities, research centers and the city transportation system. It houses a small classroom, a seminar room, and offices for use by faculty, students and staff. “The addition of an eighth node in Rio de Janeiro represents an important milestone in the evolution of the network of Columbia Global Centers,” said Masri. “The opportunities the vibrant city of Rio—indeed Brazil—has to offer are vast, in terms of student and faculty engagement as well as partnerships with local universities and institutions. The global center in Rio will also serve as an important hub as we embark on addressing global themes across the network; particularly universal education, health, and the future of cities and urbanization. Brazil is an incredible model of development and reform, provides easy access to the rest of the region, and has graciously welcomed and supported our presence, for which we are incredibly grateful.”
—by Columbia News Staff
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April 23, 2013Bookmark and Share

Lemann Foundation Makes Commitment to Brazilian Studies at Columbia


With the primary goal of building capacity to recruit and fund scholars and students dedicated to social and civic engagement in Brazil, the Lemann Foundation has signed a multi-million dollar agreement with Columbia University for the benefit of several related initiatives. The gift is Columbia’s largest ever for Brazil-related efforts and is the largest gift from a Brazilian donor.
“Combined with the University’s newly established presence in Brazil through its Global Center in Rio, this gift will substantially strengthen Columbia’s already-robust bilateral relationships,” said Columbia Provost John H. Coatsworth. “This generous gift stands out as a game changer for Brazilian studies at Columbia.”
Specifically, the gift establishes and endows the Lemann Center for Brazilian Studies; establishes the Lemann Professorship of Brazilian Studies enabling Columbia to recruit top-notch scholars focused on social issues in Brazil; endows the Lemann Foundation Interschool Fellowship Fund so that Columbia can recruit and fund master’s degree students at the School of International and Public Affairs, the Mailman School of Public Health, the School of Social WorkColumbia Journalism School, and the Graduate School of Architecture, Preservation, and Planning; supports the Picker Center for Executive Education in exploring the feasibility of executive education programs in Brazil; and helps fund collaborations and exchanges organized and executed by the new Global Center in Rio de Janeiro.
Columbia has a long history of scholarship in Brazilian studies. Two of the most important works on Brazilian history—Gilberto Freyre’s The Masters and the Slaves (1934) and Frank Tannenbaum’s Slave and Citizen (1946)—were shaped by Columbia’s intellectual leadership.  Two of the most prominent American scholars focusing on Brazil, Albert Fishlow and Alfred Stepan, have taught at Columbia for decades.
The University has also brought to its New York campus a distinguished set of visitors that includes former President Fernando Henrique Cardoso, Vice President Dr. Michel Temer, and current and former Central Bank presidents Francisco Gros, Arminio Fraga, and Henrique Mereilles. Columbia has also developed ties and collaborations with several prominent Brazilian institutions and scholars. The most notable initiatives include the creation of the Ruth Cardoso Chair, in collaboration with CAPES (the Brazilian federal agency for the support and evaluation of graduate education), FAPESP (the state of São Paulo research foundation) and the Brazilian Fulbright Commission; and agreements with the Fundação Getúlio Vargas, the University of São Paulo, and the Instituto Ling, among others.
—by Columbia News Staff

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Brasil e' um pais normal? O Rio tem governantes racionais? Nao acredito

Após estupro de turista, prefeitura do Rio proíbe circulação de vans na Zona Sul
Usuários e motoristas criticaram a decisão porque terão de gastar mais com transporte, os outros meios podem ficar sobrecarregados e porque a medida pode gerar desemprego.


Será que é possível acreditar nesse tipo de "providência"?
Só pode ser um Primeiro de Abril atrasado...
Ou seja, incapazes de resolver um problema de segurança, as "otoridades" resolvem punir toda a população...
Decididamente, não estamos num país normal...
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 9 de abril de 2013

Por que me envergonho do meu pais (existem muitos motivos, mas este pertence ao momento)

O Brasil, o Rio, os brasileiros (não todos, claro, apenas uma minoria ativissima) desceram até um nível de degradação moral que é difícil de acreditar que isto esteja acontecendo em nosso país.
E, no entanto, acreditem, a realidade é muito pior do que essa aqui descrita, mas muito pior.
Por acaso ficamos sabendo, porque se trata de uma estrangeira.
Quantas mulheres brasileiras não enfrentam o mesmo destino, ou pior?
Eu me envergonho do meu país, profundamente...
Me sinto mal ao ler coisas como essa.
Paulo Roberto de Almeida

Turista estuprada foi oferecida a homem no Rio

08 de abril de 2013 | 19h 37
FÁBIO GRELLET - Agência Estado
A turista norte-americana de 21 anos estuprada dentro de uma van quando tentava seguir de Copacabana, na zona sul do Rio, para a Lapa, no centro, no último dia 30, também foi oferecida pelos criminosos a um homem, que a recusou alegando que ela estava "muito estragada". O homem, ainda não identificado, seria um criminoso morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a quem o grupo entregou um envelope, enquanto mantinha o casal de estrangeiros refém. Ao ver a moça, já abusada pelo grupo, o homem teria feito cara de nojo. Depois que ele reclamou do estado da vítima, o grupo riu.
O episódio foi contado nesta segunda-feira pelo delegado Gilbert Stivanello, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). No sábado à noite, uma equipe liderada por Gilbert deteve um adolescente de 14 anos que atuava como cobrador na van onde a menina foi estuprada. Ele foi localizado em um abrigo municipal no centro do Rio. Em depoimento, segundo a polícia, o adolescente negou ter participado dos estupros, mas admitiu ter agredido com uma barra de ferro o namorado da norte-americana, um francês de 22 anos, para evitar que ele reagisse enquanto a namorada era estuprada pelos comparsas.
Três adultos que participaram do estupro estão presos e foram denunciados nesta segunda pelo Ministério Público à Justiça do Rio por estupro, roubo e corrupção de menor. Até a noite desta segunda, o juiz da 32ª Vara Criminal não havia decidido se aceita ou não a denúncia.
Segundo a polícia, o adolescente contou que, quando começou a trabalhar com o grupo, já sabia dos crimes que eles cometiam. Na noite do 30, quando chegou para trabalhar, ele teria ouvido dos colegas que iriam "caçar gringos". O grupo passou várias vezes pela avenida Nossa Senhora de Copacabana enquanto procurava suas vítimas. O casal de turistas, que morava no Rio devido a um intercâmbio para estudar, embarcou na van na altura da rua Miguel Lemos. Ao longo do trajeto, outros passageiros embarcaram, mas tiveram que sair da van depois que um comparsa, que se passava por passageiro, anunciou um assalto. O casal de estrangeiros foi obrigado a permanecer e a moça passou a ser estuprada. A van foi até São Gonçalo, onde a moça foi oferecida. O adolescente teria desembarcado antes.

sábado, 2 de junho de 2012

Rio Branco: exposicao lembra sua vida e obra (RJ)



Rio Branco: 100 Anos de Memórias

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Rodrigo Domit · Rio de Janeiro, RJ
29/5/2012 · 0 · 0
Exposição retrata a história e a memória do Barão do Rio Branco

O Ministério das Relações Exteriores e a Fundação Alexandre de Gusmão apresentam a exposição Rio Branco: 100 Anos de Memória, em homenagem ao Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, ao ensejo do primeiro centenário de sua morte. A mostra ocupa três salas do Palácio do Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196, Centro), e está aberta de segunda a sexta das 11h às 16h.

A primeira sala apresenta a trajetória de José Maria da Silva Paranhos Júnior, família, juventude e atividades de jornalista, deputado, historiador e erudito, culminando na sua faceta mais conhecida, de diplomata, insuperável advogado do Brasil no estabelecimento pacífico das fronteiras, e de estadista.

A seção seguinte é dedicada à permanência de Rio Branco na memória nacional e sua rápida identificação com a modernização do Brasil na virada do século XIX para o XX, com obras de artistas plásticos, cineastas, escritores e ilustradores que retrataram o Barão e seu tempo. São relembrados os monumentos, escolas, ruas, praças, cédulas e selos que imortalizaram a figura e o nome deste ícone nacional.

Por fim, são exibidos registros cinematográficos da comoção popular em torno do falecimento do Barão, que levou ao adiamento do carnaval, pela primeira e única vez, na cidade do Rio de Janeiro.

Mais informações:
Museu Histórico e Diplomático
Telefone: (21) 2253-2828

Serviço:
Exposição Rio Branco: 100 Anos de Memória
Palácio do Itamaraty
Av. Marechal Floriano, 196, Centro
De segunda a sexta, das 11h às 16h
onde fica
Museu Histórico e Diplomático
Palácio do Itamaraty