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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

Site pessoal: www.pralmeida.net.
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terça-feira, 14 de outubro de 2025

O BRIC, BRICS, BRICS+ são uma boa ideia para o Brasil? - Paulo Roberto de Almeida

O BRIC, BRICS, BRICS+ são uma boa ideia para o Brasil?

Diplomatas são, pelo senso comum, preparados para informar, representar e negociar; esta é a tríade que todo jovem secretário ouve nas aulas do Instituto Rio Branco. As arengas dos "barões" da Casa, por sua vez, insistem nos dogmas militares que sempre considerei inadequados para a atividade diplomática: hierarquia e disciplina.
Sempre achei que antes de informar, representar e negociar, os diplomatas deveriam ser instruídos a pensar, isto é, examinar cada assunto na agenda de trabalho com base no conhecimento adquirido ao longo da preparação para o concurso e na experiência obtida nos anos daquelas primeiras três missões, supostamente exclusivas e suficientes.
A questão é que nem sempre as instruções recebidas de cima refletem exatamente a realidade das relações internacionais ou os chamados interesses nacionais, uma vez que podem ser emanadas de líderes políticos que possuem um entendimento paracial e limitado dessas questões, ou que são influenciados por preconceitos políticos ou concepções ideológicas das relações internacionais.
Penso, por exemplo, na questão do BRIC, proposta pela primeira vez em 2004-2005, posta em movimento a partir de 2006, em nível ministerial, e convertida em reuniões anuais de cúpula, sem que a ideia tenha sido jamais discutida abundamentemente e de modo suficiente com a sociedade brasileira ou com o próprio Itamaraty. Simplesmente se decidiu acatar aquela decisão presidencial, como se ela represente o nec plus ultra do interesse nacional e das possibilidades de cooperação em nível internacional. Funcionou apenas o "hierarquia e disciplina" e ocorreu muito pouco pensamento em torno dessa ideia, que pela primeira vez na história da diplomacia, na redemocratização, colocava o Brasil em colaboração direta com duas grandes autocracias, detentoras de um poder sobre os assuntos da grande estratégia geopolítica que nunca esteve ao alcance do Brasil, como potência média.
Sempre refleti sobre essa proposta e sobre ela escrevi extensivamente, baseando-me exclusivamente em dados objetivos da situação de cada um dos países, e refletindo sobre o que de melhor o Brasil poderia esperar dessa nova "condição". Expressei minhas dúvidas sobre a correção e o interesse ou adequação da decisão para o interesse nacional, e sei que minhas ponderações não foram bem recebidas pelos "de cima".
Reproduzo aqui os registros de apenas alguns trabalhos sobre essa importante questão, e uma lista final anterior. Outros trabalhos mais recentes serão processados para divulgação:

Trabalhos do autor sobre o Bric, Brics, Brics+:

To Be or Not the Bric”, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46; XI; disponível na plataforma Academia.edu:
https://www.academia.edu/144450047/1920_To_Be_or_Not_the_Bric_2008_; divulgado no blog Diplomatizzando (13/10/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/10/to-be-or-not-bric-paulo-roberto-de.html).

O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)”, in: Renato Baumann (org.): O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política (Brasília: CEPAL-Escritório no Brasil/IPEA, 2010, p. 131-154). Disponível na plataforma Academia.edu (link: http://www.academia.edu/5794579/086_O_Bric_e_a_substitui%C3%A7%C3%A3o_de_hegemonias_um_exerc%C3%ADcio_anal%C3%ADtico_perspectiva_hist%C3%B3rico-diplom%C3%A1tica_sobre_a_emerg%C3%AAncia_de_um_novo_cen%C3%A1rio_global_2010_).

Brasil no Brics”, in: Jorge Tavares da Silva (ed.), Brics e a Nova Ordem Internacional (Casal de Cambra: Caleidoscópio; Aveiro: Mare Liberum, 2015, p. 71-115); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/10200076/108_Brasil_no_Brics_2015_).

A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2022; ASIN: B0B3WC59F4; disponível na Amazon.com; link: https://www.amazon.com/grande-ilus%C3%A3o-Brics-diplomacia-brasileira-ebook/dp/B0B3WC59F4/ref=sr11?keywords=A+grande+ilus%C3%A3o+do+Brics+e+o+universo+paralelo+da+diplomacia+brasileira&qid=1656513882&sr=8-1).

BRIC-BRICS: da pré-história à situação atual”, Brasília, 19 junho 2023, 19 p. Dossiê divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/103587411/4421_BRIC_BRICS_da_pré_história_à_situação_atual_2023_); divulgado no blog Diplomatizzando (link:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/bric-brics-da-pre-historia-situacao.html