O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Democracias tem dissidentes; ditaduras possuem transfugas: China na berlinda (FT)

Democracias tem seus opositores políticos, que podem ser dissidentes de governos, denunciantes, contrarianistas (como certo blogueiro que conheço) e outros cidadãos declaradamente contrários a políticas de governo, podendo eles atuar como denunciantes, acusadores, delatores de malversações ou como simples críticos do governo em vigor.
Só ditadores possuem transfugas, pessoas que se refugiam em outros países, por temer por sua segurança ou até por suas vidas. Transfugas podem vir com informações sensíveis, e só são transfugas por isso mesmo.
Parece ser o caso deste chinês.
Paulo Roberto de Almeida

Top China defector passes state secrets to US
by  Jamil Anderlini in Hong Kong and Tom Mitchell in Beijing
The Financial Times, February 4, 2016

    US intelligence agencies interrogating the brother of a disgraced Communist official believe he is the most valuable Chinese defector to flee to America, according to two people familiar with some of the intelligence he has provided.
The defector, Ling Wancheng, is the brother of Ling Jihua, the former chief of staff to President Hu Jintao who was formally detained on suspicion of “serious violations” of Communist party rules in December 2014.
    The secrets Mr Ling has revealed to US investigators include details on Chinese procedures for launching nuclear weapons, the personal lives of China’s leaders, and arrangements for their security and for the protection of the Zhongnanhai leadership compound in central Beijing, according to one senior retired diplomat and a former leading western intelligence official who received briefings in Washington.
In a sign of how badly it wants to get him back, the Chinese government has sent several teams of security officials and agents to the US on official and covert missions to try to secure Mr Ling’s return.
    Last August the Obama administration issued a warning to Beijing after discovering that Chinese spies in the US were trying to track Mr Ling down and repatriate him.  In November an official delegation from the Chinese Ministry of Public Security travelled to the US to present accusations against Mr Ling to the Sacramento Federal Prosecutor.
The Chinese delegation initially alleged Mr Ling had laundered enormous sums of money through the US but it was unable to provide enough evidence to satisfy US prosecutors.
During a visit to Washington in early September, Meng Jianzhu, China’s top security official, also pressed the Obama administration to return Mr Ling to China to face prosecution in connection with his brother’s alleged crimes.
     The White House, the Central Intelligence Agency and the Federal Bureau of Investigation could not immediately be reached for comment.  In his position as director of the general office of the Communist party of China between 2007 and 2012, Ling Jihua was the top aide to President Hu Jintao and was responsible for categorising and archiving all of the party’s most secret and sensitive information.
     Hong Kong-based media reports alleged late last year that Ling Jihua had stolen thousands of classified documents and handed them over to his brother Wancheng, who transferred them to the mansion he owns in California, near Sacramento.
    Ling Jihua last appeared in public in October 2014 and in July last year Chinese state media reported he had been expelled by the party and charged with several crimes and violations of party discipline, including corruption, adultery and stealing state secrets.   The official government announcement at the time said he had “obtained a great deal of the party and state’s core secrets in violation of laws and discipline”, “accepted huge bribes” and “committed adultery with a number of women and traded his power for sex”.
      These charges marked the culmination of a spectacular downfall that began in early 2012 when Ling Jihua’s 23-year-old son was killed in a car crash while driving a Ferrari in Beijing city centre with two young women, one naked.
Despite a media blackout and government attempts to cover it up, the event was widely reported by international news organisations and Ling Jihua was moved to a less sensitive government position later that year.
     Until now, the most valuable Chinese defector to the US was widely believed to be Yu Qiangsheng, spymaster from China’s Ministry of State Security and son of senior party members, who fled to America in 1985.   His defection led to the arrest and conviction of CIA analyst Larry Wu-Tai Chin on charges of spying for China. Mr Chin was found dead in 1986 in his prison cell from apparent suicide just days before he was to be sentenced.   Yu Qiangsheng was later assassinated by Chinese agents, according to Chinese officials familiar with the matter. Mr Yu’s younger brother, Yu Zhengsheng, is now a member of the seven-man Politburo Standing Committee, the highest political body in China.

TCC faz ameaças contra este blogueiro: que coisa! Toquei num ponto sensivel?

No dia 7 de março de 2015, fiz a postagem abaixo, por encontrar nessa oferta de "fazer o TCC" em apenas tês dias e a dissertação "em 7", uma perversão completa do sentido do Trabalho de Conclusião de Curso.
Eis a postagem, que transcrevo tal qual, a partir do link:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2015/03/deseducacao-no-brasil-terra-de-todos-os.html

"Eu me pergunto que máquina poderosa de reflexão, de pesquisa, de redação, revisão, correção e finalização de trabalhos acadêmicos é capaz de produzir um TCC em três dias e uma dissertação inteira em apenas uma semana, sendo que os clientes não precisam fazer nada, nem pensar, apenas pagar.
Suponho que este serviço que me está sendo oferecido a partir de Brasília (uma das capitais do crime de colarinho branco no Brasil), deva existir em todas as capitais igualmente, mas na verdade ele prescinde de locais físicos, podendo ser praticado a partir de qualquer lugar do planeta.
Suponho também que uma boa investigação, pelo lado dos pagamentos (não do telefone ou do site, que podem ser virtualizados facilmente), possa chegar aos responsáveis pela poderosa empresa de fabricação de trabalhos acadêmicos.
Para prepararem "originais inéditos", e não cópias que possam ser detectadas facilmente como fraudes, os empresários do crime devem contar com vários professores, especialistas em muitas áreas de conhecimento. Que tipo de acadêmico colabora com um empreendimento desses?
Seria este o caminho do ensino no Brasil?
Não vamos nos cansar de novidades nessa área.
Paulo Roberto de Almeida

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Enquanto o desorientador só exige para depois tentar corrigir (e enrola) o eficiente orientador apresenta as dicas para depois corrigir (e desenrola)"

[Fim de transcrição]

O que aconteceu desde então?
Um indivíduo, cujo IP é facilmente identificável, mas que responde justamente pelo nome TCC TCC passou a ofender este blogueiro e a ameaça-lo de processo.

Transcrevo o que foi escrito, em sua linguagem refinada (mas outros comentários do mesmo teor foram apagados por mim):
"TCC TCC
1 mês atrás  -  Compartilhada publicamente
Enquanto seus imundos comentarios permanecerem aqui vc vai receber o que merece, sua moleca, bichona, invejosa. Vai lavar roupa que vc ganha mais, paula roberta de almeida."
 
E mais esta: 
"TCC TCC
1 mês atrás  -  Compartilhada publicamente
Tentar induzir o leiror ao erro, fazendo-o crer que o mais eficiente orientador de TCCs do Brasil está associado à corrupção e ao vício uma tremenda vergonha, sra. Paula Roberta. Precisa voltar ao antigo primário também para aprender a acentuar os vocábulos e evitar erros de concordância dentre outros deslizes inaceitáveis a um adolescente. Imagine a quem alega ter mestrado ou doutorado. Que nível, Brasil!"
 
Agora uma denúncia contra um concorrente?: 
"TCC TCC
3 semanas atrás  -  Compartilhada publicamente
Olha. Em Brasília, tem um professor que ensina e vc faz todo o TCC em 3 dias, sobretudo na área jurídica. O telefone dele é (61) 8272-1000. Parece que desde 1999 é eleito o + eficiente orientador de TCCs do Brasil. Já socorreu procuradores, juízes, advogados. O site dele: melhoroSUAmonografia.com.br"
 
E a ameaça: 
"TCC TCC
6 dias atrás  -  Compartilhada publicamente
Após nove meses solicito que seja retirada em 48h essa matéria 'totalmente fora da realidade, sem qualquer fundamento, vivendo no mundo do achismo e está denegrindo indevidamente a imagem do mais eficiente orientador de TCCs do Brasil' sob pena de responder a duas demandas judiciais nas esferas cível e criminal. Capital Federal, 29 de janeiro de 2016"
 
E ainda esta: 
"TCC TCC
1 hora atrás  -  Compartilhada publicamente
Vamos aguardar iniciarem as aulas para ingressar com demanda, cujo endereço inicial será no UNICEUB, depois ITAMARATY e RIO BRANCO."
 
Concluindo: vamos aguardar a denúncia...
Suponho que o tal de TCC TCC terá de revelar sua identidade para me processar...
Assim é a vida...
Paulo Roberto de Almeida 
Brasí´lia, 4 de fevereiro de 2016

 

O estado moribundo, quase morrendo, da economia - Roberto Macedo

No hay gobierno? Soy contra!

ROBERTO MACEDO*

A expressão “hay gobierno? Soy contra” costuma ser associada ao anarquismo, uma filosofia que vê todas as formas de autoridade governamental como desnecessárias e indesejáveis. Defende uma sociedade baseada em cooperação voluntária e livre associação de indivíduos e grupos.

É uma utopia concretizável só no âmbito grupal. Em geral, governos são desejáveis e indispensáveis. Mas onde está o do nosso país? Há tempos tenho a sensação de que governo digno do nome não existe no Executivo federal e no Congresso. Em particular, nos últimos 40 dias foram de uma ausência gritante, em contraste com a ululante necessidade de ação rápida diante da imensa crise em que o País afunda.

Anarquismo e anarquia têm outro significado: falta de organização e/ou liderança, confusão, bagunça. Assim vejo o Executivo federal, tamanha a bagunça que a presidente aprontou na economia, causando imensos prejuízos ao Brasil. É o custo Dilma, coisa de centenas de bilhões de reais. Calculá-lo com maior precisão é bom tema para pesquisadores em geral.

A bagunça envolve várias dimensões e a maior é a fiscal, ou nas contas públicas federais, cujos resultados de 2015 foram divulgados há poucos dias pelo Banco Central. Neles fica claro que a gestão anárquica, via ciclismo fiscal – com aceleração de gastos e pedaladas no seu financiamento –, causou uma situação calamitosa.

Equivocadamente, o noticiário concentrou-se no resultado primário dessas contas, o saldo entre receitas e despesas sem incluir os juros da dívida pública. Esse resultado foi passando de positivo – o seu padrão usual – a negativo e chegou a uma enormidade no ano passado. Assim, no governo central ele caiu de 2,13% do PIB (2011) para 1,79% (2012), 1,42% (2013), -0,36% (2014) e -1,97% (2015).

Imagine o leitor se tivesse uma dívida e seu próprio resultado primário fosse zero, ou seja, não cobrisse nem parte dos juros. Sua dívida seria ampliada para pagá-los. E mais um tanto para cobrir um déficit primário, caso ocorresse. Essa foi a dramática situação do governo federal em 2015 e permanece sem solução à vista.

As porcentagens citadas significam muito, pois o PIB esteve perto de R$ 6 trilhõesem 2015 e, nele, o valor em reais do déficit primário foi de 117 bilhões, equivalente a cerca de quatro vezes o do programa Bolsa Família.

Mas noutra e bem mais relevante dimensão, o quadro fiscal é ainda muito pior. O déficit final do governo central, chamado de déficit nominal ou fiscal, que inclui os juros e o déficit primário, foi de R$ 514 bilhões em 2015, 4,4 vezes o déficit primário, ou 8,7% do PIB! Internacionalmente, um número aceitável para tal déficit é em torno de apenas 2,5% do PIB.

Se o déficit primário foi chamado de rombo por alguns jornais, o que dizer desse déficit final? Explosivo seria um bom nome, e veio-me à mente um artefato nuclear. Ele fez com que a dívida pública bruta do governo como um todo se expandisse fortemente. Impulsionada principalmente pelas necessidades de financiamento do governo central, depois de aumentar de 51,7% para 57,2% do PIB entre 2013 e 2014, em 2015 ela passou a 66,2% (!) do PIB, ou R$ 3,927 trilhões.

E os Estados e municípios? Ao contrário do governo federal, têm limite para suas dívidas. Seu desempenho fiscal é totalmente diferente, espelhado no fato de que continuaram a fazer superávits primários em 2015, que totalizaram 0,16% do PIB, enquanto seus déficits finais alcançaram apenas 1,47% do PIB. Como a anarquia fiscal federal prejudicou o PIB e a arrecadação de impostos em geral, seus governos passam por sérias dificuldades, alguns até atrasando o pagamento de salários. Enquanto isso, o federal, anárquico e sem limites, segue se endividando fortemente. A continuar assim, poderá tornar-se inadimplente.

Não me iludo quanto aos efeitos do pacote de crédito anunciado na semana passada, no valor de R$ 83 bilhões, para estimular a economia via bancos oficiais, mas sem “combinar com os russos”. Ou seja, não há garantia de que haverá interessados nesse endividamento. Ademais, é pequeno e prevê-se que os bancos privados emprestem menos em 2016. E há que enfrentar o que é muitíssimo mais relevante, essa gravíssima questão fiscal. Quanto a isso, a presidente vem fazendo apelos pelo retorno da CPMF, além de defender uma reforma da Previdência. Esta é muito menos provável do que esse retorno, mas, fiscalmente anárquico, o governo não se credencia a um imposto a mais. Soy contra a CPMF também.

Aí entra em cena outro Poder anárquico, o Legislativo, do qual dependem medidas como essas. É mais preocupado, salvo raras exceções, em defender interesses nada republicanos. E vive um clima conflagrado pela discussão do impeachment da presidente da República, enquanto o da Câmara luta para evitar o dele. Usualmente, o Congresso só sabe distribuir benesses e se acovarda diante da necessidade de aprovar medidas impopulares, como essa necessária reforma.

E o Judiciário? Não é anárquico, mas tem seus próprios males, como a lentidão e uma exagerada liturgia nos seus trabalhos. Dele, em particular do Supremo Tribunal Federal (STF), o País continua a esperar decisões importantes e rápidas que poderão reduzir a anarquia no Executivo e no Congresso.

Esta semana marcou o reinício das atividades do Congresso e do STF, mas na próxima já vem o carnaval. Ao ver as escolas de samba a desfilar, percebe-se que funcionam melhor que o governo do País.

Minha série de artigos sobre uma estratégia diante da atual crise política, econômica e social continuará, e com este voltei a escrever também sobre outros temas. Faço isso na primeira e na terceira quintas-feiras de cada mês e os artigos estão em opiniao.estadao.com.br/artigo-de-opiniao/. Os da série começaram em 19 de novembro de 2015, com títulos iniciados pela palavra estratégia.

* ROBERTO MACEDO É ECONOMISTA (UFMG, USP E HARVARD), CONSULTOR ECONÔMICO E DE ENSINO SUPERIOR


Milton Friedman, Free To Choose (em portugues) no YouTube

Segue o link para um dos capítulos (1) da série A liberdade de escolher do renomado Milton Friedman, com comentários agregados por personalidades da atualidade, que não constavam no seriado original.

 
Grato ao colega da Rede Liberal

                 Uilson de Jesus Carvalho              Arquiteto Reg.CAU - A12676-4/RJ
          Consultor Imobiliário - CRECI RJ 49742/O

 

Um companion book ao pensamento de Raymond Aron, por mais de 100 dolares!!??

Books and Culture

Daniel DiSalvo
The Savior of French Liberalism
Raymond Aron’s work holds lessons for the future of Islam and the West.
February 3, 2016
Photo by Keystone/Hulton Archive/Getty Images
The Companion to Raymond Aron, edited by José Cohen and Elisabeth Dutartre-Michaut (Palgrave Macmillan, 304 pp., $110)

Liberalism—defined broadly as a democratically elected regime with a limited government and a market economy that protects individual rights—remains a hotly contested political persuasion in France. Today, libéralisme is associated with “savage capitalism” and the “Anglo-Saxon model.” If someone calls you a liberal in a Left Bank café, he likely means it as an insult.
Such attitudes have deep roots. Over the course of the twentieth century, liberalism had few defenders in Paris and was overshadowed by seductive varieties of nationalism, existentialism, structuralism, surrealism, and Marxism. It wasn’t until the end of the century that the non-liberal alternatives were spent and interest in liberalism was renewed—at least among scholars.
It would be nearly impossible to speak about French liberalism today if Raymond Aron had not kept the flame alight while other philosophical fashions tried to blow it out. Therefore, The Companion to Raymond Aron, edited by José Cohen and Elisabeth Dutartre-Michaut, is a welcome new addition to the work on Aron available in English. It brings to light Aron’s characteristic mode of political reflection, which remained close to political actors’ realistic options and the concerns of citizens—rather than elaborating the sort of high-minded theoretical schemas that often typify French thinking.
Aron’s life tracked the “short” twentieth century. He was born in 1905 just prior to the Great War and the Bolshevik Revolution. He died in 1983 just prior to the fall of the Berlin Wall and the collapse of the Soviet Union. In between, his political judgment was extraordinary. Calling him the “Thucydides of the twentieth century” isn’t an overstatement.
After studying in Germany just prior to the rise of Hitler, Aron adopted the position that Nazism had to be unequivocally opposed. After Paris fell to the Wehrmacht, Aron went into exile in London to join General Charles de Gaulle and the French Resistance. After the war, he consistently championed Western democracy over Soviet totalitarianism. He endorsed the Cold War strategy of undermining and outlasting the Soviet Union. He favored decolonization of French North Africa. During the events of May 1968, he rejected the students’ fantastical utopianism. Throughout his career he championed the basic liberal values of Western civilization. Compared with Jean-Paul Sartre, who got almost all of these questions wrong, Aron looks prophetic.
Of course, no good deed goes unpunished. Aron paid for his good judgment with isolation from French intellectual circles. The Left regularly derided him as a “Cold Warrior,” especially after his most famous book, The Opium of the Intellectuals (1955), exploded the cherished myths of the Left, the proletariat, and the revolution. Soon thereafter, the French Right abandoned him because he favored Algerian independence. Aron’s caustic analysis of the “psychodrama” of May 1968 once again placed him firmly outside the fashionable trends of his time.
Sartre—a former schoolmate and friend, whom he had introduced to German existentialism—quipped that Aron was “unworthy to teach.” Others censured Aron for the “icy clarity” of his analyses, which supposedly lacked compassion. It became a commonplace in French intellectual circles that “it is better to be wrong with Sartre than to be right with Aron.” In that light, Aron’s intellectual fortitude and independent-mindedness were truly remarkable. It was only near the end of his life, in the late 1970s, with publication of Alexander Solzhenitsyn’s work on the Soviet gulag and the revelation of the horrors of Communism in Cambodia and Vietnam, that French opinion shifted in Aron’s favor. He now appeared to have been right all along about the nature of Communism—and much else. Claude Lévi-Strauss called Aron a “teacher of intellectual hygiene.”
The Companion to Raymond Aron is an excellent introduction to the main events of his life and the core themes of his work. The various authors reveal how and why Aron became recognized as one of the world’s most thoughtful analysts of the moral, political, economic, military, and sociological dimensions of modern democracy. His interests ranged from nuclear strategy to Tocqueville.
Primarily known outside France as an analyst of international relations, Aron was one of the first to develop the idea of totalitarianism. He argued that the Nazi and Stalinist regimes were without precedent in human history because they were based on “secular religions.” Each expressed a notion of providential destiny: for the Nazis, the victory of a race; for the Soviets, the victory of a class. These totalizing ideologies were what made these regimes so dangerous. Aron concluded that Marxist-Leninism “as an ideology is the root of all (in the Soviet regime), the source of falsehood, the principle of evil.” Ultimately, the Soviet regime’s attempt to make man into an angel in fact “create a beast,” while the Nazi’s experience showed that “man should not try to resemble a beast of prey because, when he does so, he is only too successful.”
The lessons that Aron drew from the twentieth century were that history is tragic, human freedom fragile, and theories of historical determinism pernicious. In his defense of liberal principles, Aron described himself as an adherent of “democratic conservatism.” Compared with the totalitarian regimes, “we are all the more conservatives because we are liberals who want to preserve something of personal dignity and autonomy.”
Aron sought to distinguish politics as a prosaic activity from the quest for salvation. “Modern society is a democratic society that must be observed without transports of enthusiasm or indignation,” he once remarked. “It is not the ultimate fulfillment of human destiny.” Aron’s outlook was characterized by modesty about what politics could achieve and what one should thereby expect from it. His liberalism fits into the French historical tradition more than the classical liberalism of England or the United States. For instance, Aron did not stress ideas of natural rights, which are the root of American liberal principals.
The recent terrorist attacks in Paris raise profound questions for both France and the Western democracies. How can the West develop a foreign policy that addresses the threats of Islamic terrorism and the reality of evil in the world but doesn’t get trapped trying to transform other regimes through nation-building and social engineering? Aron’s hostility to philosophies of history—such as recent claims about the “end of history” and the democratization of the world—is a powerful reminder that a hard-headed realism about what needs to be done can be combined with a balanced notion of how much can be achieved through political action. The presence in Europe of large numbers of Muslims citizens along with immigrants from the Middle East and Africa means that domestic and foreign policy are closely intertwined. How can France, which has the largest Muslim population in Europe, simultaneously preserve its own traditions and values and address increasing cultural and religious diversity? How can France integrate its Muslim population while simultaneously taking military action in the very regions from which its immigrant population hails?
These are enormous questions, but Aron provides some helpful guideposts. His skepticism about historical determinism casts doubt on the reigning “secularization” thesis—or dogma. This thesis holds that, as society modernizes, citizens will slowly lose their religious convictions, and those that cling to them will agree to do so exclusively in private. Reading Aron helps to break such spells. A broad understanding of his work would temper optimism about what laïcité (or secularism) can do to transform Europe’s Muslims. Europeans in general—and the French in particular—need to come to terms with the fact that Islam is not likely to follow Christianity’s historical trajectory in Europe. Only then can realistic approaches to religious diversity begin to be developed.

Mapas antigos do Brasil, seculos XVI-XIX - Luiz Carlos da Silva (UFRJ)

Mapas Antigos do Brasil - Coleção Digital de 32 mapas do Séc XVI ao XIX 

http://pt.slideshare.net/LuizCdaSilva/mapas-do-brasil-coleo-digital-de-32-mapas-do-sc-xvi-ao-xix 

  1. 1. Mapas Antigos do Brasil Coleção Digital de 32 mapas do Séc XVI ao XIX Luiz Carlos da Silva
  2. 2. 1 Mapas Antigos do Brasil Coleção Digital de 32 mapas do Séc XVI ao XIX Compilação e organização: Luiz Carlos da Silva1 MSc Geologia/UFRJ Prof. I de Geografia/SME/RJ Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Antes de imprimir pense em sua responsabilidade com o meio ambiente. 1 Email para contato: luizcsilva@rioeduca.net DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PARA USO EDUCACIONAL NÃO COMERCIAL
  3. 3. 2 Índice Introdução.............................................................................................3 Mapas do Brasil do Séc XVI.................................................................4 Mapas do Brasil do Séc XVII...............................................................12 Mapas do Brasil do Séc XVIII..............................................................25 Mapas do Brasil do Séc XIX................................................................34 Bibliografia...........................................................................................40
  4. 4. 3 Introdução Esta obra é uma compilação de 32 mapas, de relevante importância histórica, os quais detalham ricamente o território brasileiro desde do momento da descoberta até sua independência no séc XIX. Os originais destes mapas encontram-se em três importantes bibliotecas do mundo – Biblioteca Nacional (Brasil), Biblioteca Nacional de Portugal e a Biblioteca do Congresso dos EUA. O trabalho “Mapas Antigos do Brasil - Coleção Digital de 32 Mapas do Séc XVI ao XIX” visa oferecer a todos aqueles que apreciam mapas, a oportunidade de observar essas relíquias cartográficas que retratam a evolução do conhecimento geográfico a respeito do território brasileiro, ao longo de quatro séculos. Ilustração da Capa Obra: “Mapa dos Confins do Brasil” - Autor: José Monteiro Carvalho Ano: 1752 Acesso: Biblioteca Nacional de Portugal - http://www.bnportugal.pt/
  5. 5. 4 MAPAS DO BRASIL DO SÉC XVI
  6. 6. 5 B r a s i l 1519 Detalhamento da costa brasileira até a foz do rio da Prata, com destaque da atividade de exploração do pau-brasil pelos povos nativos para os portugueses. Mostra aspectos da fauna Autor: Pedro Reinel, Jorge Reinel, Lopo Homem e António de Holanda Ano: 1519 Acesso: Miller Atlas
  7. 7. 6 B r a s i l 1535 Detalhamento da linha da costa brasileira, incluindo uma descrição da bacia do rio da Prata no sul. Apresenta informações náuticas para navegação. Autor: Gaspar Viegas Ano: 1535 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  8. 8. 7 B r a s i l 1548 Detalhamentos dos litorais leste e oeste da costa da América do Sul, com parte da América Central e ilhas do Caribe. Descrição do relevo e da hidrografia no interior do Brasil e da Cordilheira dos Andes. Mostra parte do continente africano no canto superior direito (Costa da Guiné). Na moldura que envolve o mapa são exibidas as coordenadas dos meridianos e dos paralelos. Autor: Ptolomeu Ano: 1548 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  9. 9. 8 B r a s i l 1565 Descreve o litoral brasileiro até a foz do rio da Prata, detalha o relevo, parte da vegetação e a hidrografia do interior. Mostra as atividades dos povos nativos e suas habitações. Autor: Giacomo Gastaldi Ano: 1565 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Obs: A direção norte é o lado direito do mapa.
  10. 10. 9 B r a s i l 1574 Descrição da costa leste da América do Sul até o Estreito de Magalhães, exibindo parte do continente Antár- tico. Detalhamento da foz do Rio Amazonas ao norte e da bacia do rio da Prata ao sul e da hidrografia. Mostra a Linha do Tratado de Tordesilha e a divisão do território brasileiro em Capitanias Hereditárias. Autor: Giacomo Gastaldi Ano: 1574 Acesso: Biblioteca Nacional de Portugal - http://www.bnportugal.pt/
  11. 11. 10 B r a s i l 1574 Descrição da costa brasileira, com detalhamento do relevo, da hidrografia e da vegetação. Mostra a prática de canibalismos por povos nativos. Autor: Ptolomeu Ano: 1574 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Obs: A direção norte é o lado direito do mapa.
  12. 12. 11 B r a s i l 1598 Descreve o litoral leste da América do Sul desde o Mar do Caribe até a foz do rio Amazonas. Detalha a hidrografia, o relevo, a fauna e povos nativos. Contém detalhes náuticos de navegação. Autor: Jodocus Hondius Ano: 1598 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  13. 13. 12 MAPAS DO BRASIL DO SÉC XVII
  14. 14. 13 B r a s i l 1605 Detalha a costa brasileira até a foz do rio da Prata. Descreve o relevo e a hidrografia do interior. Contém informações náuticas para navegação. Autor: Petrus Montanus Ano: 1605 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Obs: A direção norte é o lado direito do mapa.
  15. 15. 14 B r a s i l 1616 Descreve a costa brasileira até a foz do rio da Prata. Detalha a hidrografia e mostra o hábito de canibalismo de povos nativos. Autor: Petrus Bertius Ano: 1616 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  16. 16. 15 B r a s i l 1630 Descreve a costa brasileira e detalha a hidrografia, vegetação e relevo do interior. Mostra povos nativos e suas habitações. Autor: Hendrik Hondius Ano: 1630 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Obs: A direção norte é o lado direito do mapa.
  17. 17. 16 B r a s i l 1640 Descreve as costas leste e oeste da América do Sul e parte da América Central, detalha a hidrografia, relevo e fauna no interior. Mostra povos nativos e suas habitações. Autor: Hendrik Hondius Ano: 1640 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  18. 18. 17 B r a s i l 1656 Detalhamento da costa brasileira desde da foz do rio Amazonas e a hidrografia do interior. Autor: Nicolas Sanson Ano: 1656 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) – http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  19. 19. 18 B r a s i l 1666 Autor: João Teixeira Albernaz II Ano: 1666 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) – http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Descreve o litoral brasileiro a partir da foz do rio Amazonas até a bacia do rio da Prata e a hidrografia do interior. Apresenta informações náuticas para navegação.
  20. 20. 19 B r a s i l 1666 - Baía de Guanabara – RJ Detalhamento da Baía de Guanabara, suas ilhas e os rios que nela deságuam. Mostra o povoamento da Cidade do Rio de Janeiro Autor: João Teixeira Albernaz II Ano: 1666 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) – http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  21. 21. 20 B r a s i l 1671 – Salvador – BA Vista da ocupação urbana da Cidade de Salvador, mostra o seu relevo e a Baía de Todos os Santos. Autor: Arnoldus Montanus Ano: 1671 Acesso: Library of Congress - http://www.loc.gov/
  22. 22. 21 B r a s i l 1680 – Curso do Rio Amazonas Detalhamento do litoral desde América Central até a foz do rio Amazonas. Descreve o rio Amazonas e seus fluentes desde sua foz até a nascente no Peru. Mostra o relevo no interior do Brasil e a Cordilheira dos Andes no Peru. Autor: Nicolas Sanson Ano: 1680 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) – http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  23. 23. 22 B r a s i l 1689 Detalhamento da costa brasileira até o Rio de Janeiro. Descreve o relevo e a hidrografia no interior e mostra a divisão do território em Capitanias Hereditárias. Autor: Juan Blaeu Ano: 1689 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) – http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  24. 24. 23 B r a s i l 1698 Detalhamento da costa brasileira, do relevo e da hidrografia do interior. Mostra a prática de canibalismo de povos nativos. Autor: Andrea Antonio Orazi Ano: 1698 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Obs: A direção norte é o lado direito do mapa.
  25. 25. 24 B r a s i l 1698 – Baía de Guanabara – RJ Detalhamento da Baía de Guanabara, mostrando o relevo, a vegetação, os rios que nela deságuam e o povoamento da Cidade do Rio de Janeiro. Autor: Andrea Antonio Orazi Ano: 1698 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  26. 26. 25 MAPAS DO BRASIL DO SÉC XVIII
  27. 27. 26 B r a s i l 1700 Detalhamento de toda costa da América do Sul e parte da América Central e de sua hidrografia. Autor: Guillaume de L'Isle Ano: 1700 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) – http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  28. 28. 27 B r a s i l 1719 Detalhamento da costa brasileira, da hidrografia e do relevo do interior. Destaca a divisão do território em Capitanias Hereditárias. Autor: Nicolas de Fer Ano: 1719 Acesso: Library of Congress - http://www.loc.gov/
  29. 29. 28 B r a s i l 1730 Detalhamento da costa brasileira até foz do rio da Prata. Descrição da hidrografia e do relevo do interior. Autor: Domenico Capasso Ano: 1730 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  30. 30. 29 B r a s i l 1740 Detalhamento da costa brasileira, da hidrografia e do relevo do interior. Mostra a divisão em Capitanias Hereditárias. Autor: Desconhecido Ano: 1740 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  31. 31. 30 B r a s i l 1750 Detalhamento da costa brasileira, da hidrografia e do relevo do interior. Mostra a divisão em Capitanias Hereditárias. Autor: Emanuel Bowen Ano: 1750 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  32. 32. 31 B r a s i l 1764 – Foz do Rio São Francisco – AL/SE Destalhamento da foz do Rio São Francisco, mostrando sua ilhotas, bancos de areia e o relevo. Autor: Jacques Nicolas Bellin Ano: 1764 Acesso: Library of Congress – http://www.loc.gov/
  33. 33. 32 B r a s i l 1764 – Baía de Todos os Santos – BA Descrição da Baía de Todos os Santos, suas ilhas, os rios que nela desembocam e do relevo. Contém informações náutica de navegação. Autor: Jacques Nicolas Bellin Ano: 1764 Acesso: Library of Congress – http://www.loc.gov/
  34. 34. 33 B r a s i l 1776 – Região Diamantina – MG Mostra a demarcação da Região Diamantina, tendo ao centro o Arrail do Tejuco – atual cidade de Diamantina, visando o controle por Portugal da extração de diamantes. Descreve a hidrografia e o relevo da região. Autor: Desconhecido Ano: 1776 Acesso: Biblioteca Nacional de Portugal - http://www.bnportugal.pt/
  35. 35. 34 MAPAS DO BRASIL DO SÉC XIX
  36. 36. 35 B r a s i l 1808 Autor: John Luffman Ano: 1808 Acesso: Library of Congress - http://www.loc.gov/ Descreve a divisão política do território em Capitanias Hereditárias. Mostra a hidrografia.
  37. 37. 36 B r a s i l 1821 Descreve a divisão política do Brasil, detalha relevo e hidrografia do Brasil e de parte da América do Sul. Autor: Alphonse de Beauchamp, Pedro Cyriaco da Silva, Pedro José de Figueiredo Ano: 1821 Acesso: Biblioteca Nacional de Portugal - http://www.bnportugal.pt/
  38. 38. 37 B r a s i l 1864 – Cidade do Rio de Janeiro – RJ Planta da Cidade do Rio de Janeiro com detalhes da Baía de Guanabara a direita. Autor: Desconhecido Ano: 1864 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  39. 39. 38 B r a s i l 1878 Descreve a divisão política do Brasil, ainda sem o atual estado do Acre. Mostra o relevo e a hidrografia. Autor: C. Brockes Ano: 1878 Acesso: Biblioteca Nacional (Brasil) - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/
  40. 40. 39 B r a s i l 1886 Mapa físico do Brasil, descrevendo seu relevo e sua hidrografia, ainda sem o atual estado do Acre. Autor: James W. Wells Ano: 1886 Acesso: Library of Congress - http://www.loc.gov/
  41. 41. 40 Bibliografia Biblioteca Nacional Digital Brasil - http://bndigital.bn.br/acervo-digital/ Biblioteca Nacional de Portugal - http://www.bnportugal.pt/ Library of Congress - http://www.loc.gov/

O Grande Desastre lulopetista: mensurando as perdas incorridas - Paulo Rabello de Castro

SENHORA DE UM TRILHÃO
Paulo Rabello de Castro, grupo Pensar+, 3/02/2016

Despertam curiosidade popular as listas de bilionários. Gente que se deu bem, pelos muitos milhões que amealhou no caminho da vida, quer por talento excepcional no esporte, nas artes, nos negócios, nas ciências (aqui, raramente), ou por pura esperteza e, no limite, por banditismo em nível corporativo, como são exemplos “El Chapo” e seu mestre, Pablo Escobar. Santos ou pecadores, são indivíduos fazedores, com grande poder de realização e liderança. O ponto comum entre todos é a enorme capacidade de criar e acumular ativos. São “realizadores”, para o bem ou para o mal.

Pouco se ouve falar, contudo, de outra lista, semelhante à primeira, só que com sinal trocado. Em vez de serem acumuladores de ativos, há também os acumuladores de passivos – referência aos indivíduos produtores de guerras, de moléstias ou, simplesmente, detonadores de riqueza, aqueles capazes de agir só para erodir, derrubar, solapar e deletar a riqueza e a capacidade de crescer de uma empresa, comunidade ou país. Alguns desses seres especiais têm custado caro à humanidade inteira. Outros, ao seu próprio país.

Em recente artigo nesta página (Narrativas brasileiras, 23/1), Monica de Bolle levantou a pergunta incômoda, mas necessária: quanto nos custou Dilma? E deu números ao debate: “... o Brasil perdeu R$ 300 bilhões de renda e de riqueza nos últimos quatro anos...”. Economistas podem fazer essa conta de “prejuízo bruto” de várias maneiras, todas válidas. Monica optou por olhar pelo lado da poupança, parcialmente destruída no período Dilma Rousseff. A poupança de famílias e empresas teria recuado – como ocorreu de fato – do patamar de 20% para 15% de um produto interno bruto (PIB) anual de cerca de R$ 6 trilhões. Perdemos, assim, cinco pontos porcentuais do PIB. Daí a conta de uma dilapidação de riqueza da ordem de 5% de R$ 6 trilhões, igual a R$ 300 bilhões. Será mesmo?

Estou disposto a colocar Dilma no Livro Guinness dos Recordes. Acho que Monica fez cálculo conservador da contribuição da nossa presidente para a destruição da riqueza nacional. Dilma seria a senhora de um trilhão de reais! Negativos, é verdade, mas ninguém pode ameaçar-lhe o troféu.
E por que um trilhão?

Pensem no quanto o Brasil teria crescido, a mais, se Dilma não tivesse feito nada (grande contribuição já seria!). A poupança referida por Monica ficaria nos 20% desde 2011, acarretando correspondentes investimentos, palavra-chave sem a qual não criamos riqueza nova alguma. Com 20% do PIB aplicado em investimentos (quem se lembra do PAC?) o País teria exibido um crescimento mais próximo do seu potencial, com ou sem a tal “crise mundial”. O “potencial” do PIB é conceito usado pelos economistas para calcular quanto um país é capaz de fazer, ano a ano. No Brasil, tal potencial já foi de 7% ao ano (que saudade!); caiu para 5% no fim dos anos 1970, depois para 3% nas décadas perdidas de 1980 e 1990; ameaçou pequena melhora para 3,5% com o milagreiro Lula e, finalmente, recuou para 2,5% na era Dilma. Se ela nada houvesse feito para atrapalhar, ainda assim o País do juro alto e da carga tributária de manicômio poderia ter crescido uns 2,5% ao ano.

Dilma conseguiu, no entanto, perpetrar um estrago sobre o qual falarão para sempre nossos livros de História. Estimando as perdas de PIB, ano a ano, desde que Dilma se aboletou na cadeira presidencial, e supondo que a ela seja concedido completar a façanha, teremos esbanjado uns
15% do PIB ao longo do octênio dilmista, que, em valores de hoje, correspondem à estonteante marca de um trilhão de reais!

Mas tem gente querendo impedir Dilma de atingir seu recorde. Quanta maldade!
Outra maneira de garantir o recorde é pelo método da acumulação de passivos. É aquela roubada coletiva que ocorre quando metem a mão grande no nosso bolso enquanto cantamos marchinhas carnavalescas sem ira nem birra. É preciso, às vezes, um rio inteiro de lama – no sentido literal – para despertar o raquítico instinto de interesse coletivo do nosso povo. Acumulação de prejuízos, entretanto, não figura no Direito brasileiro como responsabilidade direta de um mau gestor público. A imputação se atém a atos administrativos, como apontados no “Relatório Nardes” sobre as pedaladas de R$ 40 bilhões, que Dilma se apressou a “pagar”.
Mas pagar o quê, se a perda de riqueza permaneceu, como bem mostrou Monica? A omissão do dever de bem administrar gerou acumulação de passivos também pelo lado financeiro, pelos juros anormais que o Brasil vem pagando, e que pagará, pelo despautério da gestão dilmista – outro modo de se chegar ao mesmo trilhão de reais.

É o governo que nos avisou, na semana passada, quanto custou o encargo de rolar a dívida pública de R$ 3,9 trilhões: a bagatela de R$ 502 bilhões, apenas em 2015, entre juros e prejuízos de câmbio, os famigerados swaps inventados para segurar o câmbio antes do pleito de 2014. Este ano, mesmo com o Banco Central mantendo a taxa Selic onde está, a absurda conta do juro deve se repetir. Então, pelo lado do custo financeiro, Dilma também é a senhora de um trilhão de reais. Os encargos dantescos elevaram a dívida pública de 51% do PIB, em 2011, para 66% ao final do ano passado. Bingo! São 15 pontos percentuais do PIB acrescidos ao nosso passivo financeiro, portanto, mais um trilhão de reais acumulado à dívida dos brasileiros, pedágio ruinoso que todos pagamos para o mercado continuar “confiando” nas autoridades econômicas.

Um trilhão, essa é a conta. Juros a mais, PIB a menos, empregos eliminados, capital evaporado, confiança desfeita, futuro destroçado. Para tal crime, espantosamente, não parece haver remédio legal em nosso Direito positivo. Por isso a década “esbanjada” será concluída com êxito! Ninguém, afinal, conseguirá roubar essa Olimpíada de Dilma.