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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Ingresso e fuga de capitais do Brasil, de 1995 a junho de 2021 - Ricardo Bergamini

 De 1995 até 2002 (FHC) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 22,2 bilhões; de 2003 até 2010 (Lula) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 210,5 bilhões; de 2011 até 2018 (Dilma/Temer) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 65,7 bilhões; de 2019 até junho de 2021 (Bolsonaro) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 51,3 bilhões. 

 

 

Movimentações Financeiras das Contas Externas do Brasil

 

Ricardo Bergamini

 

Posição de Câmbio Contratado – Fonte BCB

 

Base: US$ Bilhões

Ano

Exportações (+)

Importações (-)

Financeiro

Saldo

1995

53,1

41,5

4,2

15,8

1996

50,2

41,5

2,1

10,8

1997

55,9

58,6

-4,1

-6,8

1998

47,7

43,9

-18,3

-14,5

1999

41,6

32,9

-24,9

-16,2

2000

51,7

46,1

-0,9

4,7

2001

58,0

47,2

-13,8

-3,0

2002

60,1

39,7

-33,4

-13,0

Total

418,3

351,4

-89,1

-22,2

2003

73,2

44,8

-26,0

2,4

2004

93,5

56,8

-24,7

12,0

2005

123,0

71,2

-32,5

19.3

2006

144,4

86,8

-20,3

37,3

2007

184, 8

108,0

10,7

87,5

2008

188,0

140,1

- 48,9

- 1,0

2009

144,7

134,7

18,8

28,8

2010

176,6

178,4

26,0

24,2

Total

1.128,2

820,8

-96,9

210,5

2011

251,2

207,2

21,3

65,3

2012

224, 6

216,2

8,3

16,7

2013

232,9

221,8

- 23,4

- 12,3

2014

222,3

218,1

- 13,4

- 9,2

2015

181,7

156,1

- 16,0

9,6

2016

173,6

126,2

- 51,5

- 4,1

2017

195,6

142,6

- 52,4

0,6

2018

226,8

179,0

- 48,7

- 0,9

Total

1.708,7

1.467,2

-175,8

65,7

2019

196,4

178,9

- 62,2

- 44,7

2020

192,4

169,1

- 51,2

- 27,9

Até Jun/21

116,6

103,2

1,9

15,3

Total

505,4

451,2

-111,5

-51,3

 

 

De 1995 até 2002 (FHC) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 22,2 bilhões; de 2003 até 2010 (Lula) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 210,5 bilhões; de 2011 até 2018 (Dilma/Temer) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 65,7 bilhões; de 2019 até junho de 2021 (Bolsonaro) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 51,3 bilhões. 

 

Os brasileiros terão que aprender, de uma vez por todas, que os discursos internos que empolgam os seus súditos (não são eleitores), não servem para o público externo, por isso o mundo está assustado com o Brasil. 

 

Cabe lembrar que essas informações macroeconômicas divulgadas pelo governo são destinadas ao público externo, não para o público interno, que não tem nenhum interesse no assunto.

 

Em 2019, sem pandemia, já havia ocorrido uma fuga de US$ 44,7 bilhões. 

 

Alunos do Rio Branco escolhem embaixador morto pela ditadura militar como homenageado - Monica Bergamo (FSP)

 Os alunos do Rio Branco têm a coragem e a dignidade de escolher uma das muitas vítimas da ditadura militar como patrono da turma: parabéns a eles.

Escola de diplomatas do Itamaraty escolhe embaixador morto pela ditadura militar como homenageado

Atual turma do Instituto Rio Branco decidiu honrar o diplomata José Jobim (1909-1979)

27.jul.2021 às 23h14

A atual turma do Instituto Rio Branco, a escola de formação de diplomatas do Itamaraty, escolheu honrar o embaixador José Jobim (1909-1979) como homenageado do grupo.

Em 2018, o Estado brasileiro reconheceu que Jobim foi morto pela ditadura militar após ter afirmado que denunciaria casos de superfaturamento na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2021/07/escola-de-diplomatas-do-itamaraty-escolhe-embaixador-morto-pela-ditadura-militar-como-homenageado.shtml

terça-feira, 27 de julho de 2021

Francisco Félix de Sousa: o maior traficante do Brasil colonial e imperial - Wikipedia

 Almas cândidas podem não gostar, mas o fato é que o maior item de exportação dos reinos africanos da Costa dos Escravos na África era... escravos...

Francisco Félix de Sousa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (acesso: 27/07/2021)

Francisco Félix de Sousa
Nascimento4 de outubro de 1754
Salvador
Morte8 de maio de 1849
Uidá
CidadaniaBrasil
Ocupaçãomercador, traficante de escravos

Francisco Félix de Sousa[1] (Salvador, 4 de outubro de 1754 — UidáBenim, 4/8 de maio de 1849) foi o maior traficante de escravos brasileiro e Chachá da atual cidade de Uidá no Benim. É uma figura histórica controversa, tanto pelo poder e riqueza que obteve, quanto pelas suas origens, pois era, provavelmente, um mulato ou mestiço indefinido.[2][3][4]

Biografia

Seus descendentes registraram em seu túmulo que ele nasceu em 4 de outubro de 1754.[5] Entretanto, outros dizem que ele nasceu em 1771.[2] Certa somente é a data de sua morte: 8 de maio de 1849.[4]

Era filho de um português traficante de escravos e de uma índia.[6] Aos 17 anos foi alforriado.[2] Entretanto, seus descendentes o retratam atualmente como se fosse muito branco e louro.[5] O mais provável é que tenha sido um mestiçoindefinido.[4]

Conforme contado pela sua família, Francisco Félix estabeleceu-se em 1788 no atual Benim.[7] Entretanto, é mais provável que Francisco Félix tenha se estabelecido definitivamente na África em 1800, depois de várias viagens, a primeira entre 1792 e 1795.[8]

O litoral da baía de Benim e seus arredores era, nesta época, uma das regiões mais densamente povoadas da África e conhecida internacionalmente como "Costa dos Escravos", devido ser este o seu principal produto de exportação. O rei da cidade de Abomei, também chamada de Abomé, localizada no interior, dominava a região da baía de Benim, embora lá houvesse vários fortes de feitorias europeias, entre os quais a já antiga fortaleza portuguesa de São João Baptista de Ajudá, localizada na atual cidade de Uidá

Pela estrutura econômica do Reino de Daomé, o rei era dono de toda a terra e detinha o monopólio de todo o comércio podendo conceder concessões aos comerciantes. Nesta época, praticamente os únicos produtos exportados era escravos, o que também acontecia nos reinos vizinhos.

Francisco Félix começou a negociar na região atuando como traficante de escravos, a mesma profissão que tinha sido exercida por seu pai. Entretanto, como chegou na África praticamente em estado de miséria, alguns relatos dizem que entrou no negócio de tráfico de escravos levado pelo seu sogro Comalangã, régulo da ilha de Gliji, na localidade de Popó, e pai de sua primeira esposa, Jijibu ou Djidgiabu.[4]

Tudo indica que não teve inicialmente sucesso nos negócios, pois em 1803 empregou-se na Fortaleza de São João Baptista de Ajudá como escrivão e contador. Em 1804, seu irmão Jacinto José de Sousa partiu do Brasil para assumir o cargo de Comandante desta mesma fortaleza em que trabalhava, mas isto foi apenas coincidência.[8]

Em 1805, seu irmão morreu e ele assumiu, sem autorização do governo português, o cargo de 16.º Director da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, em exercício até 1818 e em definitivo até 1844, e desde 7 de Setembro de 1822 até esse ano sob a soberania do Império do Brasil.[7][8] Depois de algum tempo abandonou a função, pois obteve autorização real para comerciar, incluindo traficar escravos que eram comprados diretamente do rei de Daomé, Adanuzam. Os escravos eram pagos com búzios (uma forma de moeda local) ou, como ficou comum depois de certa época, com mercadorias importadas da Europa (tecidos de algodão, veludos, damascos, lãs e sedas, armas de fogo, pólvora, contaria, facas, catanas, manilhas, vasilhame de cobre e latão) ou das Américas (tabaco baiano, cachaça, rum).[4] Mesmo depois da Independência do Brasil, os produtos manufaturados europeus eram contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios brasileiros.

Quando já estava muito rico, Francisco Félix afrontou Adanuzam por não ter recebido os escravos pelos quais pagara adiantadamente com mercadorias. Caiu em desgraça perante o rei e foi preso quando visitava a cidade de Abomei, capital de Daomé. O poder do rei de Daomé sobre os súditos era total: era comum a morte em sacrifícios humanos, a execução de centenas de prisioneiros de guerra ou a venda de milhares como escravos para as Américas. Entretanto, a tradição de sua família conta que o branco era a cor da morte e matar um branco, mesmo um mulato, era tabu. Adanuzam ordenou então que Francisco Félix fosse imergido em tonéis de índigo para que ficasse azul-escuro e nunca mais usasse a cor da pele para afrontar o rei.[4]

Nesta época, conheceu Guapê, um meio-irmão de Adanuzam, tornou-se seu amigo e, com sua influência, conseguiu ser libertado ou fugiu de Abomei para Popó Pequeno,[8] terra de seu primeiro sogro, Comalangã. Francisco Félix e Guapê fizeram um pacto vodum de sangue[4] e começaram a conspirar para depor o Adanuzam. Francisco Félix contrabandeou armas e munições para Guapê que, em 1820,[7] derrubou Adanuzam do poder e tornou-se rei de Daomé, assumindo o nome de Guezô.

Guezô concedeu-lhe, em 1821, o cargo de primeiro conselheiro[9] e o título de Chachá.[10] A origem do nome do título é desconhecida. Possivelmente era seu apelido,[8] originado do modo com que Francisco Félix costumava apressar os negócios dizendo "já, já".[4] Não é correto que o título de Chachá conferisse poderes de vice-rei e "chefe dos brancos". Estes poderes eram conferidos com o título de Iovogã que esteve com um daomeano chamado Daba durante a maior parte da vida de Francisco Félix em Uidá. Um estrangeiro que chegasse na cidade tinha que falar com o Iovogã antes de se encontrar com o Chachá.[8] Francisco Félix, como todo traficante rico do reino, tinha o título de "cabeceira" do reino e a obrigação de fornecer soldados armados para o rei. Portanto, suas atividades eram mais comerciais do que políticas.[8]

A fortaleza de São João Baptista de Ajudá tinha sido abandonada pelos portugueses. Francisco Félix continuou a comandá-la e, por extensão, governava a cidade de Uidá que se desenvolveu nos seus arredores. A cidade transformou-se em um dos mais ativos entrepostos de embarque de escravos de toda a África para as Américas, principalmente para o Brasil e Cuba.

Guezô concedeu-lhe também o total controle do comércio exterior do Reino de Daomé.[5] Atuava como agente do rei, gozando do privilégio real da primeira opção: "os outros comerciantes só podiam transacionar com aquilo que ele não desejava".[8] Devido ao grande crescimento do tráfico de escravos para o Brasil que ocorria na época, Francisco Félix acumulou uma fortuna gigantesca. Além do virtual monopólio do comércio de escravos sediado em Uidá, também exportava azeite de dendê, noz-cola e outros produtos do reino. Importava tecidos, tabaco, aguardente, armas de fogo, pólvora e utensílios de metal, produtos utilizados no escambo para aquisição de escravos.[4] Teve vários sócios no Brasil como o banqueiro Joaquim Pereira Marinho, que recebeu os seus filhos que viajaram para estudar. Francisco, príncipe de Joinville considerava-o um dos três homens mais ricos de seu tempo.[7]

Depois da Independência do Brasil, ofereceu, em nome de Guezô, o protetorado do Reino de Daomé e a posse da fortaleza de São João Baptista de Ajudá ao imperador Pedro I do Brasil[11] O acordo não prosperou e, a partir de então, Francisco Félix vai passar a dizer-se cidadão português, talvez porque isto lhe conferia vantagens jurídicas, oriundas de acordos internacionais, quando seus navios eram apresados pela frota britânica.[8]

Quando os ex-escravos alforriados no Brasil ou seus descendentes voltavam para o Benim, encontravam em Francisco Félix um ponto de referência da cultura afro-brasileira na região. Ao mesmo tempo, Francisco Félix agia como um protetor local daqueles que, contraditoriamente, poderiam ter sido enviados por ele como escravos para o Brasil. Assim, em torno da rica residência do traficante de escravos formou-se um bairro de Agudás (descendentes de escravos do Brasil que retornaram para África), atualmente chamado Brasil (em francêsBrésil; em fomBlezin).[4]

Por volta de 1845, Francisco Félix estava arruinado e devendo dinheiro ao rei. A causa mais provável do seu declínio foram os enormes prejuízos que a frota britânica causava ao passar a apreender seus navios negreiros. Com seu empobrecimento, Guezô deixou de considerá-lo como o único agente real para o comércio exterior, mas ainda o manteve como um funcionário coletor de taxas por escravo exportado e emprestava dinheiro para ele.[8] Nesse mesmo ano foi o 2.º Governador da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá até à sua morte a 4/8 de Maio de 1849.

Seus descendentes contam que morreu com 94 anos.[7] Deixou viúvas 53 mulheres, mais de 80 filhos homens e 2 mil escravos. Guezô concedeu-lhe um funeral de grande chefe daomeano, no qual, apesar dos protestos de seus filhos, houve até a oferenda de sacrifícios humanos, honra conferida somente aos enterros reais.[8] Foi enterrado no mesmo quarto onde dormia e seu túmulo é até hoje reverenciado pelos seus descendentes e pelos Agudás.[7]

Alguns de seus filhos homens mais velhos estudaram no Brasil, alguns dos mais novos em Portugal.[4] Depois de uma disputa feroz entre os três filhos mais ricos, um deles, Isidoro Félix de Sousa, foi escolhido por Guezô para sucedê-lo com o título de Chachá II,[8] que então passou a ser hereditário, o qual em 1851 foi o 26.º Governador Subalterno da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, cargo que ocupou até 8 de maio de 1858 tendo, nesse mesmo ano, seu filho Francisco Félix de Sousa, Chachá III, sido nomeado 29.º Governador. Os seus descendentes, a família Souza, têm até hoje uma grande importância política e social em Benim, sendo líderes da comunidade de Agudás. Também podem ser encontrados descendentes em toda a região do centro-oeste africano, especialmente no país vizinho Togo.[12] Um descendente direto, Honoré Feliciano Julião Francisco de Souza, é o oitavo Chachá, um título de nobreza sem poder político, mas que confere grande prestígio social. Nos dias de festas da comunidade dos Agudás, Chachá VIII comparece paramentado com vestes reais e acompanhado de nobres e rainhas locais. Cada novo Chachá assume o título com uma visita obrigatória ao rei de Daomé, hoje sem poder político, mas ainda reverenciado como líder religioso. Nesta visita são reforçados os antigos laços de união entre a família Souza e a família real daomeana.[13]

Ver também

Bibliografia

Referências

  • Tiago Carrasco, Até Lá Abaixo
  • OLTRAMANI, Alexandre (10 de dezembro de 2003). «Veja, edição 1832»Veja. Consultado em 30 de agosto de 2008
  • Dolores Cantus. Fernando Poo (1778-1900). «Una Aventura Colonial Española en el África Occidental» (PDF). Tesisenxarxa.net. p. 195. Consultado em 30 de agosto de 2008. Arquivado do original (PDF) em 24 de julho de 2011
  • SILVA, Alberto da Costa e. Francisco Félix de Souza, mercador de escravos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/EdUERJ, 2004
  • «Os Retornados - O Brasil na África». Osretornados.globolog.com.br. Consultado em 20 de agosto de 2008
  • O Poderoso Chefão - Guia do Estudante
  • «De Souza - Benim». Cartasdafrica.com. Consultado em 20 de agosto de 2008
  • LAW, Robin (1800-1849)). «A carreira de Francisco Félix de Souza na África Ocidental» (PDF). Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 30 de agosto de 2008 Verifique data em: |ano= (ajuda)[ligação inativa]
  • VIALLARD, Monique. «La communauté afro-brésilienne du Golfe du Bénin» (PDF). Revues-plurielles.org. Consultado em 30 de agosto de 2008
  • «Gana». Cartasdafrica.com. Consultado em 20 de agosto de 2008. Arquivado do original em 10 de março de 2008
  • SILVA, Alberto da Costa e (Junho de 1995). «Brasil, Africa y el Atlántico en el Siglo XIX» (PDF). America Negra, Bogotá: Pontifícia Universidad Javeariana. Javeriana.edu.co. p. 151. Consultado em 30 de agosto de 2008
  • SCHAUMLOEFFEL, Marco Aurélio. «Informações sobre os Tabom e o Durbar por eles organizado» (PDF). Schaumloeffel.net. Consultado em 30 de agosto de 2008
    1. «Agudás — de africanos no Brasil a 'brasileiros' na África». Scielo.br. Consultado em 20 de agosto de 2008

    Ligações externas

    • Os Retornados - O Brasil na África (visitado em 20 de agosto de 2008) - Fotos do túmulo e dos descendentes de Francisco Félix de Sousa com suas reminiscências e tradições.

    O BRASIL, A OCDE E O MEIO AMBIENTE - Rubens Barbosa

     O BRASIL, A OCDE E O MEIO AMBIENTE

    Rubens Barbosa

    O Estado de S. Paulo, 27/07/201

                  Desde quando, em 2017, o Brasil pediu para ingressar na OCDE, o cenário internacional transformou-se de forma acentuada. A mudança climática passou a ser vista como um elemento importante para a política macroeconômica. Bancos Centrais, reguladores e ministérios de finanças discutem estabilidade macroeconômica, regulação financeira e sustentabilidade fiscal relacionadas aos riscos climáticos. Organizações políticas multilaterais, como o G 7 e o G20 passaram a incluir meio ambiente e mudança de clima entre suas prioridades e a União Europeia e os EUA colocam esses temas no centro de reformas econômicas voltadas ao crescimento e à recuperação dos prejuízos causados pela pandemia.

                    No seu relatório anual, a OCDE faz uma avaliação ampla de reformas para promover o crescimento a longo prazo nos 37 países membros e alguns emergentes, inclusive o Brasil. No tocante ao meio ambiente, a estimativa é de que mais de ¾ da população brasileira está exposta a níveis nocivos de poluição do ar, semelhante ao risco de boa parte dos países examinados. A constatação é de que as emissões de gás carbono ficaram estáveis em anos recentes antes da crise sanitária. Ao lado do exame da política econômica e social, o relatório inclui a “nova prioridade”, envolvendo a política ambiental para o Brasil preservar os recursos naturais e acabar com o desmatamento, reforçando o apelo global. No documento, a OCDE mostra a necessidade de reforçar a proteção efetiva dos recursos naturais, incluindo os da floresta tropical amazônica. Defende que leis atuais e proteções, capazes de reduzir o desmatamento no passado, devem ser mantidas combinadas com mais fiscalização para combater o desmatamento ilegal, o que exigirá recursos adicionais. A OCDE recomenda ao governo brasileiro ‘’evitar um enfraquecimento do atual quadro de proteção legal, incluindo as áreas protegidas, o Código Florestal e concentrar-se no uso sustentável do potencial econômico da Amazônia”. Em outro levantamento comparativo, a OCDE indica que medidas adotadas pelo governo brasileiro para ajudar a economia a passar pela crise da Covid 19, subiram a US$105 bilhões, mas apenas uma fração desse montante, US$351 milhões ou 0,3% teve efeito claramente positivo para o meio ambiente. Por outro lado, o governo brasileiro ainda não respondeu ao convite da OCDE para participar do Programa Internacional de ação sobre o Clima visando a acelerar a ação dos países na descarbonização de suas economias.

    Como explica Vera Thorstensen, coordenadora do Centro de Estudos sobre comércio global e investimento, “a maioria de suas regras são negociadas pelos seus membros como recomendações e orientações não-obrigatórias. A OCDE exerce sua função por meio de exames contínuos das práticas de seus membros, realizados pelo seu Secretariado, e um sofisticado processo de comparação entre os participantes, por meio de instrumentos de análise e uma métrica de avaliação sofisticada. O resultado é a apresentação dos mais diversos pontos das atividades econômicas dos membros, comparando-os e estimulando-os a cumprirem com as regras, sob pressão política de seus pares”. No processo de acessão d­o Brasil à OCDE, o País passará pelo crivo de seus membros, com base nos indicadores verdes da Organização, quais sejam: os de sustentabilidade, os de crescimento verde e os de meio ambiente”

                    É importante entender como funciona o mecanismo de trabalho da OCDE. Como reiteradamente afirmado pelo governo atual, “a entrada do Brasil na OCDE é uma prioridade da política externa e da estratégia de aprimoramento das políticas públicas nacionais e de maior integração do país à economia mundial”. Para alcançar esse objetivo será necessário não só participar ativamente de seus trabalhos técnicos na área econômica, financeira e comercial, mas também levar em conta outras áreas importantes para os países membros, inclusive na área ambiental e de mudança de clima. Os indicadores verdes e as recomendações feitas pela organização devem ser acompanhados pelo governo e pela sociedade civil para que o Brasil esteja em conformidade com as regras e possa ser aceito por todos os países membros.

    Não basta participar dos 246 instrumentos legais existentes no âmbito da OCDE. Correções e ajustes na política ambiental serão necessários para preencher os requisitos exigidos pela organização de Paris e ser avaliados positivamente pelos demais países. O combate aos ilícitos na Amazônia (queimadas, destruição da floresta e garimpo) são medidas que só dependem da vontade política do governo.

    Se o desafio da mudança de clima não fosse suficiente, em dezembro passado, a OECD passou a monitorar também a corrupção no Brasil. Pela primeira vez, em 27 anos de atividades, o Grupo Anti-Corrupção da OCDE criou um grupo especifico, integrado pelos EUA, Itália e Noruega, para acompanhar o que ocorre no Brasil nesse campo. A criação desse grupo coincide sintomaticamente com o esvaziamento da Lava Jato, o que deverá ser objeto de questionamento por parte dos países membros na próxima reunião do grupo.

     

    Rubens Barbosa, presidente do IRICE

     

    segunda-feira, 26 de julho de 2021

    Jair Bolsonaro já sofreu impeachment mental - Mario Sabino (Antagonista)

    Jair Bolsonaro já sofreu impeachment mental

    A falta de inteligência explica por que o presidente da República acha ser possível enganar os brasileiros sobre a sua sociopatia no combate à Covid

    https://www.oantagonista.com/opiniao/jair-bolsonaro-ja-sofreu-impeachment-mental/

    No sábado, como publicamos, o virologista Jair Bolsonaro disse a seguinte gema: Se eu estivesse coordenando a pandemia não teria morrido tanta gente. Você fala de tratamento inicial. A obrigação do médico, em algo que ele desconhece, é buscar amenizar o sofrimento da pessoa e o tratamento off label”. Ele também afirmou sobre as vacinas contra a Covid: “Agora, qual país do mundo faz acompanhamento de quem tomou vacina? Tem gente que está sofrendo efeito colateral, o que está acontecendo? A Coronavac ainda é experimental e tem gente que quer tornar obrigatória”.

    As declarações do virologista Jair Bolsonaro foram feitas no mesmo dia em que a Crusoé publicou os vídeos das reuniões interministeriais do ano passado nas quais o Itamaraty alerta integrantes do governo sobre como seria desastroso para o Brasil não entrar no consórcio organizado pela Organização Mundial da Sáude para a aquisição de imunizantes. Os vídeos mostram que o general Eduardo Pazuello mentiu à CPI da Covid quando disse que as negociações com o consórcio eram “nebulosas” e que o preço inicial era de 40 dólares por dose. O único aspecto “nebuloso” era a falta de conhecimento de inglês dos advogados da União — foi preciso traduzir a minuta do contrato para eles — e o preço inicial era de 20 dólares, logo reduzido para pouco mais de 10 dólares. Mesmo assim, o governo brasileiro demorou a assinar e, quando o fez, comprou uma quantidade relativamente pequena de doses — ou seja, milhares de mortes teriam sido evitadas se o país tivesse adquirido o máximo de imunizantes que o consórcio oferecia.

    Com exceção da Folha de S. Paulo, os jornais preferiram ignorar os vídeos. Mas os senadores da CPI da Covid, felizmente, não. Simone Tebet enxergou logo o crime de responsabilidade efetivamente cometido por Jair Bolsonaro. Numa das reuniões, a subchefe adjunta de política econômica da Casa Civil, Talita Saito, afirmou: “Eu bato sempre nessa tecla porque é importante deixar muito claro que essa decisão (a assinatura do contrato com o consórcio) ainda não foi tomada. O presidente da República ainda não se posicionou sobre a entrada do Brasil no instrumento”. Ou seja, Jair Bolsonaro era quem comandava diretamente o Ministério da Saúde e tomava as decisões que deveriam caber ao titular da pasta. Decisões que implicaram o sacrifício de vidas de cidadãos brasileiros.

    O que Jair Bolsonaro coordenou, portanto, foi a morte premeditada de vítimas da Covid, não só deixando de comprar imunizantes (enquanto o Ministério da Saúde entabulava negociações sobre vacinas com gente suspeitíssima), como sabotando as medidas restritivas necessárias para impedir a propagação desenfreada do vírus. O que ele premeditava era que o Brasil alcançasse a imunidade de rebanho natural, ao custo de, quem sabe, um milhão de vidas. Que o presidente da República continue a sabotar o combate à pandemia depois de 550 mil mortes diz muito sobre a incapacidade institucional do parlamento de dar um basta a essa situação na qual a perversidade se traduz em tragédia. Ainda ocorre uma média de mil óbitos de doentes de Covid por dia no país, o que só não causa espanto numa sociedade que desvaloriza a vida.

    Sociopatas são capazes de se conter quando a sociopatia se volta contra eles próprios. Mas Jair Bolsonaro não tem esse discernimento, como prova mais uma fez a fala de sábado, na qual tentou novamente enganar o distinto público com a  lorota de que o STF o impediu de coordenar os esforços contra a Covid. Na verdade, os ministros do Supremo reconheceram que governadores e prefeitos tinham autonomia para adotar as medidas que consideravam adequadas para impedir a disseminação da doença nos seus estados e municípios, respectivamente, o que jamais significou tirar a responsabilidade da União. Não contente com a lorota, ele voltou a atacar a Coronavac, comprada pelo seu inimigo João Doria, como se a vacina da AstraZeneca, adquirida pelo governo federal, não tivesse efeito colateral.

    Parece estranho que o presidente da República ainda ache ser possível continuar a ludibriar tanta gente ao mesmo tempo. A maioria dos brasileiros, contudo, já está convicta de que Jair Bolsonaro não tem capacidade intelectual compatível com as necessidades exigidas para o cargo que ocupa — e talvez nem mesmo para gerir a sua própria imagem. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no início do mês, 57% dos cidadãos consideram o presidente da República “pouco inteligente” e 62% o veem como “despreparado”.

    Ser “pouco inteligente” significa ser burro. O presidente da Câmara pode engavetar os pedidos de abertura de processo de impeachment contra Jair Bolsonaro, mas os eleitores já votaram pelo seu impeachment mental.


    Os EUA não conseguirão conter a ascensão irresistível da China -

     Isso parece evidente. Mas nem a grande potência hegemônica — que os EUA continuarão a ser no futuro previsível —, nem o mundo precisam ficar com medo de cair sob a dominação de uma potência “comunista”, por duas razões muito simples. A China não é um potência comunista expansionista, e mesmo que fosse não conseguiria nada. Os chineses só querem ficar ricos, como europeus e americanos. A segunda razão é que os chineses não querem mais ser humilhados pelas potências ocidentais, pela Rússia e pelo Japão, como o foram no século e meio até 1949, e ainda sofrendo o desprezo, pelos mesmos, depois disso.

    Paulo Roberto de Almeida 

    The New York Times – 26.7.2021

    In Stinging Rebuke, China Tells U.S. Diplomat That Its Rise Can’t Be Stopped

    Beijing accused Washington of a “thinly veiled attempt to contain and suppress China,” in remarks released before talks with a visiting U.S. diplomat had ended.

    Chris Buckley and Steven Lee Myers

     

    A senior Chinese diplomat on Monday bluntly warned the visiting American deputy secretary of state, Wendy R. Sherman, that the Biden administration’s strategy of pursuing both confrontation and cooperation with Beijing was sure to fail.

    China’s assistant foreign minister, Xie Feng, told Ms. Sherman that the United States’ “competitive, collaborative and adversarial rhetoric” was a “thinly veiled attempt to contain and suppress China,” according to a summary of Mr. Xie’s comments that the Chinese foreign ministry sent to reporters.

    Ms. Sherman’s meetings offered the latest gauge of the Biden administration’s strategy of stepping up pressure against the Chinese government on several fronts, including human rights and internet hacking, while seeking to work together on global problems like climate change and international health threats. Mr. Xie’s remarks underscored the anger that has been building in China toward the United States, undermining the chances that the approach will work.

    “It seems that a whole-of-government and whole-of-society campaign is being waged to bring China down,” Mr. Xie told Ms. Sherman, according to the summaries of his comments, which were also issued on the Chinese foreign ministry website. “Do bad things and get good results. How is that ever possible?”

    The Chinese foreign ministry’s volley of combative comments, issued before and during Ms. Sherman’s talks in the northern Chinese city of Tianjin, suggested that her visit was unlikely to ease the disputes that have festered between Beijing and Washington. The State Department said last week that she would discuss Washington’s “serious concerns” about Chinese actions, as well as “areas where our interests align.”

    But Chinese people “feel that the real emphasis is on the adversarial aspect; the collaborative aspect is just an expediency,” Mr. Xie told Ms. Sherman, according to the summary.

    The acrimony echoed the opening of high-level talks between senior Chinese and Biden administration officials in March, when Beijing’s top foreign policy official, Yang Jiechi, delivered a 16-minute lecture, accusing them of arrogance and hypocrisy.

    Ms. Sherman rose to prominence during the Obama administration as a leading negotiator of a nuclear agreement with Iran reached in 2015 after years of contentious talks. Now as the No. 2 in the State Department, she is focused on managing tense relations with China.

    While President Biden has largely avoided the heated ideological sparring with the Chinese Communist Party that the Trump administration pursued in its final year, relations remain strained.

    Washington has drawn in allies to press Beijing over mass detentions and forced labor in Xinjiang and the rollback of freedom in Hong Kong.

    The Chinese government has also bristled at calls from the United States, the World Health Organization and others for a fresh examination of whether the coronavirus may have slipped out of a lab in China, igniting the pandemic.

    Last week, Chinese officials said they were “extremely shocked” by a W.H.O. proposal to take a fresh look at the lab leak theory. A report in March from an initial W.H.O. inquiry stated that it was “extremely unlikely” that the coronavirus had jumped into 

    The Biden administration and a coalition of other governments, including the member states of NATO, last week also asserted that Chinese security services and their contract hackers were behind widespread breaches of Microsoft email systems.

    Under Xi Jinping, the Chinese government has expressed impatience with criticism and demands from Washington, especially over what Beijing deems internal issues like Hong Kong, Xinjiang and human rights.

    “We’ll never accept insufferably arrogant lecturing from those ‘master teachers!’” Mr. Xi said in a speech on July 1 marking 100 years since the founding of the Chinese Communist Party. He also warned that foes would “crack their heads and spill blood” against a wall of Chinese resolve.

    Beijing has repeatedly retaliated against sanctions over Hong Kong and Xinjiang with its own bans on Western politicians, human rights groups and academics.

    China’s foreign minister, Wang Yi, who was also scheduled to meet Ms. Sherman in Tianjin, said over the weekend that the United States needed to be taught some humility.

    “If the United States still hasn’t learned how to get along with other countries in an equal manner, then we have a responsibility to work with the international community to give it a good catch-up lesson,” Mr. Wang said in talks on Saturday with his Pakistani counterpart, Shah Mehmood Qureshi, according to the Chinese foreign ministry.

     

    A ditadura chinesa e a arrogância imperial americana - Paulo Roberto de Almeida, CGTN

     Não sou um apoiador da ditadura chinesa, ao contrário: espero que o povo chinês conquiste sua liberdade numa democracia de mercado o quanto antes possível. A existência de um partido totalitário na condução da grande nação e civilização chinesa é o resultado de dois séculos de história mundial marcados pelo triunfo do capitalismo e a ascensão provisória de ideias coletivistas e autoritárias, neste caso embasadas no marxismo. Trata-se de um superestrutura política de apenas cem anos numa história milenar, que também é de regimes opressivos. Um dia tudo isso passará.

    Mas na questão atual dessa disputa hegemônica ARTIFICIAL criada pelo imperialismo americano, acredito que as elites americanas — políticas, militares, inclusive acadêmicas — estejam profundamente erradas, ao elegerem a China como adversária, como se ela fosse a reencarnação da União Soviética. Não é!

    Paulo Roberto de Almeida

    Matéria da CGTN:

    China can work with the U.S., not the paranoid hegemon
    First Voice

    Editor's note: CGTN's First Voice provides instant commentary on breaking stories. The daily column clarifies emerging issues and better defines the news agenda, offering a Chinese perspective on the latest global events. 

    On July 26, Chinese Vice Foreign Minister Xie Feng talked with Deputy U.S. Secretary of State Wendy Sherman in the city of Tianjin. Xie described the relationship between the two powers as a "stalemate" that faces serious difficulties, and condemned America's rendering of China as an "imagined enemy" as the fundamental problem. He also presented two lists to the U.S. which includes asking the U.S. to remove sanctions on Chinese officials and expressing concerns over visa restrictions on Chinese students.

    The United States is a paranoid hegemon. Xie discussed the phenomenon of the "Sputnik moment" in America's foreign policy, the tendency that the U.S. politicians are easily led to feel insecure by the achievements or actions of a foreign country. That insecurity goes so far as to waging a militantly adversarial foreign policy to secure U.S. global dominance. America is a country that is looking for and always seeking an enemy of some kind, and frequently elicits mass hysteria through its media channels, demonizing the "opponent" in order to justify and win support for its aggressive policies, proclaiming threats to the world that do not exist.

    This kind of zero-sum thinking and binary view of world affairs which dictates that there can never be long-lasting peace nor substantial compromises as the world, in U.S.' view, has to accommodate America's vision. It is etched into America's DNA, and most recently demonstrated by the Biden administration's seamless inheritance and wholehearted embrace of the confrontational approach of the previous Trump administration. It has continued the smear campaign against Chinese companies to meet protectionist ends, proliferated lies of genocide and forced labor, attempted to block China's advances in technology, sought to try and build coalitions of allies to isolate China and undermine business in Xinjiang and Hong Kong.

    U.S. Deputy Secretary of State Wendy Sherman. /Reuters

    Talk of collaboration and cooperation is quickly turning into window dressing for the more abrasive and erratic nature of U.S. foreign policy. While Sherman wanted to talk about the "rules" of competition between the two powers, actions speak louder than words and the United States had shown little willingness to respect China's interests. Instead, it continued to preach a one-sided mantra.

    For example, despite the U.S. placing an ever-growing number of sanctions on China, to receive reciprocal counter-sanctions is deemed an outrage and contrary to the rule of law. The United States complains about "China's economic practices" while blacklisting hundreds of companies, putting pressure on foreign countries to do the same and yet dictating it has a divine right to more market access within China.

    Likewise, it hypocritically yields the rhetoric of human rights to smear China while committing grotesque human rights abuses both at home and abroad itself. It is turning a blind eye on atrocities in many allied countries. Thus, when it talks of "cooperation" there is no good faith, and there is no credibility, it's only about making more demands and about how the U.S. can advance its interests at China's expense.

    China won't have any of this. The relationship between the two powers must be that of equals, and based on mutual respect for common interests and a shared future. China will never cave to American bullying and will never tolerate attempts to undermine its national sovereignty or its economic interests. China doesn't endeavor to be an enemy of the United States, but will not stand idly by if it is treated like one. China welcomes good faith and genuine partnership, not lectures, preaching and subordinations. 

    (If you want to contribute and have specific expertise, please contact us at opinions@cgtn.com.)