Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
1708) Venezuela: carta (privada) de um diplomata sobre o presidente
“É violento como todo ditador elevado ao poder pelos meios revolucionários… As liberdades públicas não o preocupam muito e se é honesto será a exceção, porque a regra aqui é que os Presidentes enriqueçam. (…) Em roda dele grasnam abutres dos dinheiros públicos, como é natural: há uma claque que se aproveita de seu valimento para acumular reservas… [E]le não é sanguinário (apenas prende e acorrenta, mas não fuzila) é patriota e dá ordem e sossego, o que nesta terra clássica de perturbações sabe bem de quando em vez, com a condição do sossego não ser perene, quando não isso os aborreceria. A revolução está na massa do sangue e há de custar a extirpar o vício. O mal é de origem: todos os caudilhos são descendentes legítimos de Bolívar.”
Não, não é o que vocês estão pensando. A carta é de 16 de junho de 1905, foi escrita pelo diplomata e historiador Manuel de Oliveira Lima, que não se eximia de expressar sua opinião sobre o general Cipriano Castro, então presidente da Venezuela, em correspondência dirigida ao jornalista e amigo Barbosa Lima.
O presidente da Venezuela, a quem Oliveira Lima apresentou suas credenciais em 25 de maio de 1905, era, já então, um militar, o referido general Cipriano Castro, a quem o irônico diplomata brasileiro chamou de montagnard andino.
Fonte: Arquivo de Barbosa Lima Sobrinho, citado em Manuel de Oliveira Lima, Obra Seleta (Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1971), organizada sob a direção de Barbosa Lima Sobrinho, que assina uma excelente introdução sobre “Sua Vida e Sua Obra”.
A transcrição figura à p. 100 e foi usada neste meu trabalho:
"O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima: Vidas paralelas, itinerários divergentes"
In: Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.),
Rio Branco, a América do Sul e a modernização do Brasil
(Brasília: Comissão Organizadora das Comemorações do Primeiro Centenário da Posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores, IPRI-Funag, 2002, ISBN: 85-87933-06-X), pp. 233-278.
disponível neste link.
1707) Dom Total: lista de colaboracoes
Colunista: Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida é doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil.
Almeida escreve para o Dom Total sempre às quintas-feiras.
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Os artigos dos colunistas da Revista DOM TOTAL são de natureza jornalística, escritos por autores especialmente convidados, nas áreas de Direito, Economia, Sociologia, Política e Teologia.
A periodicidade é semanal, conforme a agenda de cada autor, comunicada neste site.
Os autores assumem inteira responsabilidade sobre o conteúdo dos mesmos e sua opinião não necessariamente representa a linha editorial da Revista DOM TOTAL.
A reprodução de seus textos depende de autorização expressa de seus autores.
1706) Cuba: ajuda financeira do Brasil (US$ 1,5 bilhão)
LULA HOJE EM CUBA: UM BILHÃO E 500 MILHÕES DE DÓLARES!
(El País, 24) O porta-voz de Lula, Marcelo Baumbach, informa que o Brasil já aprovou créditos a Cuba de 1 bilhão de dólares, dos quais 350 milhões serão destinados à compra de alimentos e uns 600 milhões de dólares às iniciativas para produção de arroz e cana de açúcar, construção de estradas e o porto de Mariel. "Desse total, 150 milhões já foram desembolsados. E está em final de negociação outra parcela de 300 milhões de dólares. Cuba solicitou um adicional de 230 milhões de dólares que está pendente por questões administrativas", explicou Baumbach.
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Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à imprensa n° 65
23 de fevereiro de 2010
Visita de trabalho do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Cuba, Havana, 23 a 25 de fevereiro de 2010
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará visita de trabalho a Cuba entre os dias 23 e 25 de fevereiro. Na ocasião, deverá visitar as obras do Porto de Mariel, que conta com financiamento brasileiro para a exportação de bens e serviços nacionais utilizados em sua construção.
O Presidente Lula participará, ainda, do encerramento de evento empresarial Brasil – Cuba, e manterá reunião de trabalho com o Presidente Raúl Castro, com vistas a examinar os principais temas da agenda bilateral e regional.
Por ocasião da visita, deverão ser assinados os seguintes atos: Protocolo Complementar na área da Saúde; Memorando de Entendimento sobre Tecnologias da Informação; Ajuste complementar em matéria de Vigilância Sanitária; Ajuste Complementar na área de Controle Biológico de Pragas Agrícolas; Ajuste Complementar para cooperação na área de Limites de Metais Pesados na Agricultura; Ajuste Complementar para cooperação em produção de soja; e Ajuste Complementar para cooperação em controle genético em tomates e pimentões.
O fluxo de comércio entre o Brasil e Cuba, em 2009, atingiu US$ 330,6 milhões, dos quais mais de US$ 277 milhões resultaram de exportações brasileiras.
O original desta nota encontra-se disponível no seguinte endereço:
http://www.mre.gov.br/portugues/imprensa/nota_detalhe3.asp?ID_RELEASE=7855
1705) Malvinas-Falkland e seu petroleo...
Editorial O Globo, 23.02.2010
A exploração de petróleo por uma companhia britânica nas Ilhas Malvinas é um assunto delicado para os dois lados, especialmente para a Argentina. A Casa Rosada deveria tratar o assunto dentro dos limites da diplomacia, para que a disputa não se torne uma nova questão de orgulho nacional. Pois é justamente isso que não vem fazendo a presidente Cristina Kirchner.
Assim, ela tenta desviar a atenção do caos interno: a briga com produtores rurais, protestos dos sindicatos contra a inflação maquiada, disputa política com o vice-presidente Julio Cobos, perda da maioria no Congresso, onde a oposição prepara uma ofensiva.
Os políticos argentinos têm memória curta. Há 28 anos, o então líder da ditadura militar, general Leopoldo Galtieri, iniciou uma guerra contra a Grã-Bretanha pelo controle das Malvinas. Pensava em unir em torno de seu governo os argentinos, àquela altura fartos da ditadura. A empreitada resultou num desastre, com cerca de 1 mil mortos e um número não divulgado de feridos, além de um golpe profundo no orgulho argentino. A derrota desgastou ainda mais o regime militar e levou Galtieri à renúncia. Em 1983, houve eleições que restabeleceram a democracia no país.
A atual situação parece feita sob medida para os demagogos, em especial o maior deles, Hugo Chávez. Domingo ele deu seu costumeiro show, prometendo enviar forças para defender a Argentina em caso de ataque britânico. Mas quem falou em ataque? Caso típico em que a frase do Rei da Espanha a Chávez - "por que não te calas?" - cai como uma luva. Até porque diplomatas argentinos afastaram a hipótese de resposta militar.
A divergência entre Argentina e Grã-Bretanha ganha ressonância na Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, iniciada ontem no México e destinada a criar uma espécie de OEA sem EUA e Canadá. Funciona como combustível para o viés terceiro-mundista do encontro, que periga repetir o mesmo cacoete dos líderes argentinos: recorrer a fórmulas surradas e derrotadas. Cristina Kirchner se vangloria de já ter obtido apoio dos líderes latino-americanos e do Caribe, entre eles o presidente Lula. Quando deveriam estar discutindo investimentos e comércio, estão fazendo teatro político para o público interno.
1704) Uma visao (digamos, critica) sobre o ultimo show latino...
Reinaldo Azevedo, 24/02/10
A fantasia caiu! Finalmente! Agora o mundo já conhece o que Lula conseguiu esconder com o seu “carisma” durante alguns anos: não pensa, sobre a ordem internacional, nada muito diferente do gorila Hugo Chávez. O petista só é mais serelepe, amestrado e aprende melhor alguns truques. Mas a essência é a mesma. Solte-o no picadeiro político sem amarras para ver. A política externa brasileira logo começa a fazer micagens e a jogar pedaços mastigados de ovos e bananas no público. Quando não joga coisa pior, a exemplo desta terça-feira.
O presidente brasileiro discursou ontem — de improviso, como gosta — em Cancún, no México, na solenidade de criação de uma patacoada irrelevante chamada Comunidade de Países Latino-Americanos e do Caribe. E, bem…, sou obrigado a dizer que, mesmo para seus tão elásticos padrões, ele exagerou desta vez. Lula atacou os EUA, a União Européia, a ONU e qualquer outra coisa que cheirasse a civilização. Acusou os ricos por todas as mazelas e dificuldades por que passa o mundo e defendeu a China. Agora, as coisas estão em seu devido lugar. Eu espero por este Lula há pelo menos sete anos. Já estava cansado do falso.
Enquanto falava, via-se ao fundo a soturna figura do Rei do Tártaro, o domador Marco Aurélio Top Top Garcia. Ele saboreava a sua vitória, quase mastigando-a com seus dentes novos e suas idéias velhas. Aquele era o seu “Moisés”. Ele tocou em Lula e disse: “Parla!” E Lula “parlou” por todos os cotovelos.
A tal comunidade, como já chamei aqui há muito tempo e está em toda parte, é assim uma “OEA do B”, com o teor democrático rebaixado e a concentração de ditadura aumentada: o grupo não aceita a participação de EUA e do Canadá! Credo!!! Isso não! No lugar, entra Cuba. Isto define bem a entidade: a maior democracia do mundo está proibida de entrar, mas uma das maiores tiranias do mundo é recebida com honra. Lula, aliás, deixou Cancún e seguiu direto para o presídio controlado pelos irmãos Castro, aquele sem comida, remédio e liberdade. Em Cuba, vida boa mesmo só em Guantánamo. Os terroristas presos lá são um verdadeiro showroom de vitaminas e proteínas se comparados, por exemplo, aos professores escravizados por Fidel. O terroristas presos na base têm ao menos papel higiênico. Os pobres cubanos têm de se virar com as páginas do Granma e com os discursos de Fidel… Mas voltemos ao principal.
A fala de Lula foi a confissão de uma monumental derrota. Depois de sete anos adulando todos os ditadores e terrorista da Terra em busca de apoio para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, ele capitulo. Sabe que não a terá. Saudado como o líder natural do grupo, desceu o sarrafo nas Nações Unidas, acusando-a de irrelevante e de estar a serviço dos países ricos. Robert Mugabe, Khadaffi, Mahmoud Ahmadinejad e aquele terrorista que governa a Faixa de Gaza devem ter pensado: “Pra que tanto radicalismo, companheiro?” Os bocós nos EUA e na Europa que viviam saudando o grande líder moderado devem estar muito orgulhosos de sua própria ignorância. Finalmente, revelava-se o “estadista global” dos tontos de Davos.
Eu também não morro de amores pela ONU, não. Por motivos opostos aos de Lula. Aquilo se transformou numa gigantesca burocracia coalhada de ditadores e facínoras. No momento mais bucéfalo do discurso, disparou:
“É inexorável que a gente discuta este papel [do Conselho de Segurança da ONU]. Não é possível que ele continue representado pelos interesses da Segunda Guerra Mundial. Por que isso não muda? (…) Se nós não enfrentarmos este debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade, e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos norte-americanos, quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz no Oriente Médio”.
Santo Deus! Só não incorram no erro de chamar a fala de “ignorância”. Porque não é. Trata-se de uma escolha política. Lula, é verdade, não sabe o que diz porque dorme lendo até livro do Chico Buarque — ok, não se pode culpá-lo por isso —, mas o Itamaraty, que lhe soprou essa fala, sabe. Respondam depressa: quais são os “interesses dos EUA” no Oriente Médio que seriam contrariados se só a ONU se encarregasse de mediar o conflito? Essa visão delinqüente de mundo, que vem lá das profundezas infernais do pensamento do Top Top e de Celso Amorim, está certa de que, não fossem os americanos, os israelenses já teria encontrado o seu lugar na história: provavelmente, o fundo mar. Os bocós realmente acreditam que Israel se renderia sem o apoio americano…
Avançando na tolice conspiratória, disparou: “Muitos países preferem a ONU frágil para que eles possam fazer do seu comportamento a personalidade de governança mundial”. E desancou, em seguida, União Européia, Alemanha, Inglaterra, EUA de novo, que teriam sabotado a reunião do clima em Copenhague. Todos tentado conspirar contra a China e o Protocolo de Kyoto!!!
Feito uma comadre, a Maroca da Ordem Global, afirmou:
“Tudo era feito para negar o protocolo de Kyoto, para que se tirasse dos europeus as responsabilidades e jogasse nas costas da China o fracasso da reunião do clima (…) Nem quando era sindicalista vi numa reunião tão desorganizada. Eu falei ‘desorganização’. Vocês não têm a dimensão da pobreza de espírito. Tinha presidente de grande país importante discutindo parágrafo e artigo para questionar a China no dia seguinte sobre clima. Não é possível que países ricos deem uma quantia pequena como se tivessem dando favor. Não existe favor. É reparação que eles estão fazendo”.
Lula certamente não é do tipo que acha que, sei lá, vacinas, remédios, Internet ou aparelhos de ressonância magnética sejam boas formas que os ricos têm de oferecer reparação. Lula é um dogmático: ou os ricos escolhem o próprio atraso para nos fazer justiça, ou não tem conversa.
O homem estava com a macaca. Deu outra descompostura na ONU por causa das ilhas Falklands, apelida de “Malvinas”. Vejam que reaciocínio sofisticado:
“Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: ‘Não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país (Grã-Bretanha) a 14 mil quilômetros de distância. Será que é o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e, para eles, pode tudo e para os outros, não pode nada?”
Nunca ninguém antes resumiu tão bem os 177 anos de domínio inglês das ilhas, onde não há argentino nem para fazer figuração. Mas isso ainda não é o mais encantador. A fala é espantosa porque, sendo, então, as coisas como ele diz, é óbvio que a vaga ao Brasil jamais será aberta. Eu não preciso explicar para vocês a questão lógica envolvida no raciossímio, né? Por que dar um lugar ao Brasil se, antes de entrar, o Brasil já está dizendo que vai defender uma tungada em um de seus membros? Lula só prosperou como sindicalista no Brasil porque, provavelmente, os adversários eram mais idiotas. Ah, sim: os súditos da rainha não deram a menor pelota para a gritaria e já deram início à exploração do petróleo. Ufa! É DESSA ILHA QUE EU GOSTO!!!
Já não estava bom?
Já não estava bom? Não! Ainda não! Lula se referiu a Honduras — que ainda não foi aceita no grupo!!! — acenando com um diálogo e coisa tal, mas impôs uma condição: a volta de Manuel Zelaya, devidamente anistiado. Vejam que estupendo! A atual OEA não se mete, nesse grau de detalhe, na política interna dos países-membros, mas o Aiatolula não vê mal nenhum em fazê-lo, deixando entrever quão deletéria poderia ser tal entidade se realmente fosse relevante. A quem acaba de fazer eleições democráticas e limpas, a suspeição e a imposição de condições. À ilha de Fidel, os salamaleques habituais.
O governante que mais cobrou sanções contra Honduras voltou a exigir o fim do embargo a Cuba. E Lula já deixou claro que esse fim não pode estar condicionado a nada. Entenderam? O Brasil pode impor condições à democracia hondurenha, mas é um absurdo que os EUA imponham condições à tirania cubana!
Os cretinos dos EUA e Europa que babavam de piedosa admiração pelo “operário” progressista e moderado que governa o Brasil talvez façam um favor à própria inteligência e decidam voltar aos livros. Lula pode até ser boneco de ventríloquo de teses cujo alcance histórico e teórico não domine muito bem, mas é também, incontestavelmente, o líder de um partido de esquerda que, sob o pretexto de pregar uma ordem mundial mais justa, tornou-se um dos esteios mais destacados de ditadores, facínoras e aventureiros temerários.
Eis aí, branquelos! Façam bom proveito deste novo “líder global”!
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Chávez quer que Lula lidere novo bloco América Latina-Caribe
FABIANO MAISONNAVE - SIMONE IGLESIAS
enviados especiais da Folha de São Paulo a Cancún (México), 23.02.2010
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, lançou nesta segunda-feira o colega Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a futura entidade que reunirá os países da América Latina e do Caribe e ainda previu a vitória da pré-candidata petista Dilma Rousseff neste ano.
"Proponho que Lula seja o secretário de não sei qual entidade será formada. [É um] tremendo candidato.
Que alguém lance um candidato melhor do que Lula", disse Chávez. "Lula recebeu o Brasil quase sem reservas e está devolvendo um dos países mais ricos do mundo. Não sei o que fará. Vai entregar a Dilma, de qualquer forma."
A "OEA sem EUA e Canadá", como tem sido chamada a nova organização, ainda não tem sequer nome por falta de consenso entre os países e só deve ser formalizada dentro de um ou dois anos, segundo estimativa do Itamaraty.
A proposta de Chávez não foi previamente comunicada ao governo brasileiro. Segundo o subsecretário-geral do Itamaraty para a América do Sul, Antonio Simões, que estava na sessão, Lula foi pego de surpresa, mas achou a proposta "interessante".
A declaração de Chávez foi feita em plenário "bem ao estilo de Chávez, que gosta de fazer as coisas ao vivo e a cores", afirmou Simões. Lula não falou nada sobre a proposta durante a sessão.
1701) A Politica Externa do PT (talvez de um governo Dilma)
Vale transcrever, e tentar encontrar o resto do documento, certamente exemplar nos anais da diplomacia. Como várias outras coisas, nunca antes na história deste país, coisas tão bizarras vem acontecendo com a diplomacia brasileira...
A POLITICA EXTERNA DO GOVERNO LULA
Rubens Barbosa
O Estado de S.Paulo, 23 de fevereiro de 2010, p. A=2
O documento “A Política Internacional do PT”, examinado no Congresso do Partido dos Trabalhadores na semana passada é uma versão mais branda e polida do trabalho “A Política Externa do Governo Lula”, de autoria do Secretário Internacional do PT, Valter Pomar.
A análise de Pomar mostra a influência do PT na política externa do governo Lula, tornando evidentes as motivações ideológicas e partidárias da ação do Itamaraty nos últimos sete anos. Pareceu-me adequado em lugar de uma ana’lise critica, reproduzir literalmente algumas das principais afirmativas incluídas no trabalho, deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões.
A grande novidade nas decisões sobre relações internacionais do Congresso do PT foi a sugestão de criar um Conselho Nacional de Política Externa, com participação social (sindicatos, ONGS, movimentos sociais (MST).
“Na política externa, as diferenças entre o governo Lula e FHC sempre foram muito visíveis. A política externa antecipou o movimento progressista do governo Lula, estando desde o início sob a hegemonia de concepções fortemente críticas ao neoliberalismo e a hegemonia dos EUA. Contribuiu também a militância internacionalista do PT e do Presidente Lula, expressa na criação de uma assessoria especial dirigida por Marco Aurélio Garcia.
“Objetivamente, a política externa do Presidente Lula faz o Brasil competir com os EUA (sic). Comparada com outras potencias, trata-se de uma competição de baixa intensidade, até porque a doutriana oficial do Brasil é de convivência pacifica e respeitosa (cooperação franca e divergência serena com os EUA).
“Inclusive por se dar no entorno imediato da potência, a competição com o Brasil possui imensa importância geopolítica e tem potencial para, no médio prazo, constituir-se em uma ameaça aos EUA (sic). Isso é confirmado (....) pela manutenção pela Administração Obama da política de acordos bilaterais e de exibição de força bruta (IV frota, bases na Colômbia, golpe em Honduras e reafimação do bloqueio contra Cuba). É nesse marco que vem se travando o debate sobre a renovação do equipamento das FFAA brasileiras (sic), o submarino de propulsão nuclear e a compra de jatos de combate junto a industria francesa.
“O Governo Lula é não apenas parte integrante, mas também forte protagonista da onda de vitórias eleitorais progressistas e de esquerda ocorrida na América Latina entre 1998 e 2009.
“Governo Lula adotou a integração regional como seu principal objetivo de política externa e busca acelerar a institucionalização da integração regional, reduzir a ingerência externa, as desigualdade e assimetrias. Foi com este espírito, de convergência de políticas de desenvolvimento, bem como de ampla integração cultural e política, que o governo Lula trabalhou para manter o Mercosul e cooperar com os outros acordos sub-regionais.
“Embora toda política progressista e de esquerda deva necessariamente envolver um componente de solidariedade e identidade ideológica, a dimensão principal da integração, na atual etapa histórica latino-americana, é a dos acordos institucionais entre Estados, acordos que não devem se limitar aos aspectos comerciais. Este é o pano de fundo da CASA, agora chamada de UNASUL.
“Com esses objetivos, o governo Lula tem implementado duas diretrizes:
“a)politicamente, opera com base no eixo Argentina-Brasil-Venezuela. Sem desconhecer as distintas estratégias das forças progressistas e de esquerda atuantes em cada um desses países, é da cooperação entre eles que depende o sucesso do projeto de integração. (foi apenas durante o governo Lula que a Venezuela passou a ser reconhecida com um dos principais protagonistas do processo de integração).
“b) estruturalmente, busca implementar uma política de integração de largo espectro, envolvendo projetos de infra-estrutura, comerciais, de coordenação macro-economica, de politcas culturais, segurança e defesa, bem como a redução de assimetrias
“As negociações com a Bolivia (gás), Paraguai (Itaipu), a disposição permanente de negociar com a Argentina e com a Venezuela, entre outros, devem ser vistas como integrantes de uma política mais ampla, que já foi chamada, inadequadamente, pois, remete ao projeto hegemônico norte-americano, de plano Marshall para a América do Sul.
“O crescente protagonismo global do Brasil deve ser combinado com a reafirmação e a ampliação de seu compromisso com a integração regional, seja porque o protagonismo está fortemente vinculado aos sucessos latino e sul-americano,seja porque as características geopolíticas do país e de sua política externa conferem ao Brasil posição insubstituível no processo de integração regional.
“Frente a desafios gigantescos, a política externa implementada pelo goveno Lula é uma política de Estado. Mas parcela da classe dominante brasileira rejeita os fundamentos desta política, conferindo reduzida importância à integração regional, desejando menor protagonismo multilateral e preferindo maior subordinação aos interesses dos EUA.” Apesar de nesse sentido ainda não ser uma política de Estado(sic), a política externa do governo Lula tampouco é uma política de partido.
“Isso significa que, no curto prazo, a continuidade da atual política externa dependerá do resultado das eleições presidenciais. Mudará a correlação de forças regional, resultando no adiamento dos processos de integração e na interrupção do reformismo democrático-popular.
“A rigor, a atual política externa do Brasil corresponde aos interesses estratégicos de uma potência periférica, interesses que nos marcos do governo Lula e de um futuro governo Dilma comportam uma dupla dimensão: por um lado empresarial e capitalista e por outro democrático-popular”.
Rubens Barbosa, ex-Embaixador do Brasil em Londres e em Washington.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
1700) AL quer uma OEA sem os EUA
Acredito que os diplomatas lotados na OEA vão reclamar de perder aquela vida boa de Washington, tendo de se reunir, agora, entre Caracas, Quito, ou quem sabe até em La Paz? Aposto como a frequencia vai diminuir...
América Latina debate la creación de una OEA sin Estados Unidos
SALVADOR CAMARENA - México
El País - 23/02/2010
25 gobernantes del Grupo de Río discuten en México el futuro de la región
Los países de América Latina y el Caribe intentaban ayer superar desacuerdos para concretar un compromiso que los lleve a crear un nuevo organismo que les agrupe, en una jugada que pretende contener la fuerza que ejerce Estados Unidos -que junto a Canadá quedaría fuera- en la Organización de Estados Americanos (OEA).
Reunidos en Cancún (México) desde el domingo, y con la inauguración formal ayer lunes por parte del anfitrión, Felipe Calderón, los mandatarios de 25 de las 32 naciones integrantes del Grupo de Río (Honduras, la que es número 33, está suspendida tras el golpe de Estado del año pasado) negociaban ayer el acuerdo. Estaban presentes Raúl Castro, presidente de Cuba; Hugo Chávez, de Venezuela, Luiz Inacio Lula da Silva, de Brasil, Evo Morales, de Bolivia y René Préval, de Haití, entre otros, y ausentes los gobernantes de Perú, Alan García, y de Honduras, Porfirio Lobo.
El presidente mexicano se refirió al acuerdo como la "oportunidad inédita de construir un espacio común que agrupe a todos los países de América Latina y el Caribe. Un espacio que reafirme la unidad, la identidad de nuestra región y que abra nuevas vías a nuestras aspiraciones de integración para el desarrollo. Que consolide y profundice nuestros procesos democráticos y que amplíe las libertades de todos".
En la reunión de ministros del domingo se adelantó que podría estar lista la formación del nuevo organismo, ya que en contra sólo se ha manifestado Perú. La idea original surgió durante la reunión previa del grupo de Río, en Salvador de Bahía, Brasil, hace dos años, y podría concretarse el año entrante en una nueva cita, aún sin confirmar, en Caracas.
Los diplomáticos discuten si se trataría de una "organización, una unión o una comunidad". La canciller mexicana, Patricia Espinosa, ha planteado que la región tiene que discutir si se trata de "dar los primeros pasos hacia la conformación de una instancia comunitaria como la que dio origen a la Unión Europea".
Sobre Honduras
La reunión, que según los observadores se desarrollaba ayer en un clima propicio, dado el éxito de convocatoria logrado con la asistencia de mandatarios que han faltado a otras citas regionales, abordará igualmente el galimatías hondureño: cómo reinsertar a esa nación en la normalidad diplomática, después de que la OEA suspendiera los derechos al Gobierno surgido del golpe y que organizó las elecciones en las que triunfó Porfirio Lobo, quien ya ha sido reconocido por Estados Unidos.
En la agenda también está el esfuerzo latinoamericano para ayudar a la reconstrucción de Haití y diversos proyectos de cooperación económica, tanto regionales, como bilaterales; entre ellos, el impulso a un acuerdo entre México y Brasil para establecer un Tratado de Libre Comercio.
Para Calderón, además, el encuentro supone la oportunidad de reforzar un protagonismo en América Latina que le disputa Brasil y que le reprochan otros ante la intensidad de su relación político-económica con Estados Unidos y Canadá. "El éxito de la convocatoria demuestra que sí se puede y sí se vale ser bipolar, ver para el norte y para el sur", comentó el analista internacional Gabriel Guerra Castellanos, presente en la reunión, que concluye hoy.
1699) Carta de dissidentes cubanos a Lula
Havana, 21 fev (EFE)
Lula chegará a Cuba na terça-feira depois de participar da cúpula do Grupo do Rio no México. O presidente deve se reunir com os irmãos Castro na quarta-feira.
Em visitas anteriores, Lula não se reuniu com a oposição interna cubana, assim como outros governantes que visitam Cuba.
Cinquenta dissidentes cubanos presos pediram hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que interceda por sua liberdade quando encontrar na próxima quarta-feira com o presidente cubano, general Raúl Castro, e seu irmão mais velho e antecessor, Fidel.
Em carta divulgada em Havana, fazem o pedido a Lula 42 opositores presos e oito que têm "licença extrapenal" por razões de saúde, todos do grupo de 75 condenados em 2003 a penas de até 28 anos de prisão e acusados pelo Governo de serem "mercenários" dos Estados Unidos.
A carta enviada a Lula
Carta de presos políticos cubanos al Presidente de Brasil
La Habana, 21 de febrero de 2010
Sr. Luiz Inacio Lula da Silva
Presidente
República Federativa de Brasil
Estimado Sr. Presidente:
Al conocer su próxima visita a Cuba, integrantes de los 75 prisioneros de conciencia, injustamente condenados durante la Primavera Negra de 2003, abajo firmantes, nos dirigimos a Usted para solicitarle que en las conversaciones que sostendrá con los máximos representantes del gobierno cubano contemple nuestra situación y la de los demás prisioneros políticos pacíficos cubanos y abogue por nuestra liberación. Igualmente aspiramos a que Usted se interese por el prisionero de conciencia Miguel Zapata Tamayo, quien desde diciembre ha sostenido una huelga de hambre para reclamar sus derechos y hoy se encuentra en condiciones de salud peligrosas para su vida en el Hospital Nacional de Reclusos, en la Prisión Combinado del Este.
Brasil, por el camino de la democracia y la paz, ha alcanzado altos niveles de desarrollo y reducido considerablemente la pobreza, y por tal motivo constituye un ejemplo demostrativo de que mediante el respeto a la libre expresión, la justicia social y el aliento a la creación, pueden alcanzarse elevadas cotas de prosperidad para los pueblos. Con ello, además, ha logrado prestigio y autoridad moral y ética internacionalmente. Su desempeño, Presidente, ha sido encomiable en tal sentido.
Usted podría ser un magnífico interlocutor para obtener que el gobierno cubano se decida a acometer las reformas económicas, políticas y sociales urgentemente requeridas, avanzar en el respeto de los derechos humanos, lograr la ansiada reconciliación nacional y sacar a la nación de la profunda crisis en que se encuentra. Usted podría contribuir significativamente a la felicidad y el progreso del pueblo cubano. En tal sentido, con posterioridad a su visita, los representantes diplomáticos brasileños a la vez que mantengan su relación con las autoridades cubanas, deberían escuchar las opiniones de la sociedad civil, incluidos los familiares de los prisioneros de conciencia y políticos, así como de la oposición pacífica.
Reciba el testimonio de nuestra consideración y respeto.
PRISIONEROS DE LOS 75 QUE HAN PODIDO SER CONTACTADOS TELEFONICAMENTE EN LAS CÁRCELES, Y CON LICENCIA EXTRAPENAL POR SERIAS ENFERMEDADES:
Íntegra com a relação dos nomes
1698) O Bric sem o R: Taking Out Russia - Wharthon Knowledge
Knowledge@Wharton: February 17, 2010
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Last June, when Russia's president, Dmitry Medvedev, gathered fellow BRIC heads of state -- Brazil's President Luiz Inácio Lula da Silva, India's Prime Minister Manmohan Singh and China's President Hu Jintao -- in the central Russian city of Yekaterinburg for the group's first-ever leaders summit, he called for those present to "create the conditions for a fairer world order ... a multi-polar world order."
Medvedev's rhetoric is a giveaway to how, at least in some quarters, the BRIC concept, first put forward in 2003 by analysts at investment bank Goldman Sachs, has evolved from one of economic shorthand to one of political posturing, primarily against American superpower dominance. In a similar gesture, Medvedev dedicated significant air time at the summit to calling for a diversification of world reserve currencies away from the dollar -- a point about which China, which holds some $2 trillion in dollar-denominated reserves, remained silent.
Ever since BRIC was first postulated as a way to group those large, fast-growing emerging markets that, at the time anyway, were expected to be the main engines of world economic growth in coming years, observers have wondered which other countries might have BRIC characteristics. Certainly, there is an ever-growing list of countries being promoted for their BRIC-like qualities to attract international business and investment interest. Goldman Sachs, in a 2005 follow-up to its first BRIC report, put forward its so-called "N11" -- or Next 11 -- group of BRIC aspirants, including Bangladesh, Egypt, Indonesia, Iran, Mexico, Nigeria, Pakistan, the Philippines, South Korea, Turkey and Vietnam.
But now many experts question whether the once promising BRIC label has begun to lose its luster -- especially in the case of Russia. Last year, Russia's economic performance was the worst among the BRIC economies by a large measure: For the whole of 2009, its real GDP is expected to have declined by at least 8% and some quarters by more than 10%. That compares to Brazil's smaller real GDP decline of 5.5%, while China's and India's GDPs grew by 8.3% and 6.5%, respectively. Russia's performance is even worse when compared to 2008, which takes into account the bursting of the oil-price bubble in the middle of that year.
Oil and Other Risks
Russia is the world's largest producer of oil and gas, which is the primary source of its power but also a significant source of economic risk. According to Witold Henisz, a management professor at Wharton, oil and gas are "both a blessing and a curse" for the country. Unlike other major emerging economies, such as Korea, Russia hasn't had to aggressively seek its revenue. And because it has never made a clean break from its feudal past, economic -- and political -- power lies in the hands of a few. This has reverberated throughout the country, Henisz says, bringing with it a "tendency toward centralization, control and coercion."
Although the severity of Russia's economic decline has been due to several factors, Ira Kalish, director of global economics at Deloitte Research, says that the obvious beginning was the bursting of the oil-price bubble in mid-2008. This sharply curtailed export revenues and made the country's foreign debt obligation loom much larger than it had when oil prices where heading toward $150 a barrel. Then the worldwide credit crunch squeezed the government's debt position even further and, in turn, percolated into Russia's domestic financial sector, leaving several large institutions in need of bail-outs. Rising interest rates to support a collapsing ruble completed the vicious cycle, leading to even tighter credit and further declines in foreign currency reserves.
Still, while oil prices fell by more than 70% from their 2008 peak, they recovered during 2009 to an average price for the year that was above that of 2007 and well above the average of most of the last decade, when Russia's economy was still growing at a healthy clip. Furthermore, although about 65% of Russia's export earnings come from oil and gas, the sector accounts for only about 20% of overall GDP. Other more oil-dependent economies, such as Kazakhstan or Saudi Arabia, suffered much smaller GDP declines over the same period.
So why has Russia done so poorly compared with its BRIC counterparts, as well as other oil-rich emerging economies?
The reason is "a combination of corruption, poor governance, government interference in the private sector, and insufficient investment in the oil and gas sector," says Kalish. These problems and others -- such as erosion of civil liberties -- will continue to stymie growth unless they are tackled aggressively, according to experts.
Even if there were the will to change, solutions are not obvious, says Wharton professor of legal studies and business ethics Philip Nichols. Consider corruption. "In most countries, the mistrust generated by corruption leads to disengagement from government institutions and the creation of relationship-based networks," he says. "In Russia, you do find these networks and they are quite strong, but they are not as pervasive as in the other BRIC countries. In fact, [in Russia,] in the absence of trust it seems that people often turn to the government for direction. And so it seems that corruption … has the odd, and indirect, effect of further concentrating power in the government."
Nonetheless, Nichols also sees some change in the right direction, including among the country's small and mid-sized enterprises (SMEs), which he has been studying over time. "In the early 1990s, [SMEs] mostly talked about the deal they were working on and maybe the next deal, but rarely looked ahead," he notes. "Now, they talk about their businesses in terms of years. They understand that this requires a sustainable, trustworthy business environment, and that they themselves need to act in trustworthy ways."
More Red Flags
As for the future business environment, Russia's Ministry of Economic Development put forward some fairly optimistic economic growth forecasts at the end of 2009 for the 2010-2012 period. Growth in GDP would be as high as 3.1% in 2010 and 3.4% in 2011, assuming oil prices continue to climb, and GDP growth would rise back to pre-crisis levels by 2012 as foreign investment returns and the domestic economy rebuilds stocks.
The forecasts were quickly dismissed by others, including leading Russian economists. The immediate prognosis for the economy is highly dependent on external factors, argues Sergey Aleksashenko, director for macroeconomic studies at the State University-Higher School of Economics in Moscow. Furthermore, too rapid a recovery -- which might occur if there is another oil price surge -- would be bad for the Russian economy, he says. That would lead to a strengthening of the ruble and foreign currency reserves, an influx of speculative capital, inflation and the strong likelihood of another collapse and an even more severe recession than the one that took place in 2009.
Another red flag that Aleksashenko raises is that Russia's government could be disinclined to follow the healthiest path for recovery -- that is, a long steady one -- ahead of presidential elections in 2012, when former President Vladimir Putin (currently prime minister) is hopeful of a return to the top job.
This highlights the most persistent problem for Russia: its institutional weakness, something that was evident in the dithering over last year's stimulus package, which at 4% of GDP was large by international standards but which was not implemented until late spring because of worries about stoking inflation further. Thus, in the first half of 2009, according to a report by the Economist Intelligence Unit (EIU), Russia had the humiliating distinction of joining the Ukraine and Zimbabwe as the only countries suffering from both a double-digit output decline and double-digit inflation.
Since the fall of communism two decades ago, the Russian business landscape has gone through a turbulent transition that is still nowhere near complete. Corruption, bureaucratic morass and the often arbitrary enforcement of rules have taken their toll. Yet its oil and gas riches are so vast that very large companies still are willing to pump in billions in foreign capital for huge projects -- including BP, Exxon Mobil and Royal Dutch Shell -- despite having been burned on several occasions. "Just by virtue of its size, it deserves continued attention from the investment community," says Henisz.
Inflows, Outflows
But Western companies, on the whole, are wary and have been more inclined to seek less volatile environments for their investments, as was especially evident during the downturn. A case in point: Carrefour. In October, the French retailer -- the second largest in the world after Wal-Mart -- pulled up stakes in Russia, citing bleak short- and medium-term prospects for growth. The move was a surprise given that just months before in June, it had cut the ribbon on its first hypermarket in the country.
That episode underscores not only the fragile investor confidence in the country, but also the difficulty that Russia faces in developing other industries that can reduce its heavy reliance on oil and gas. Outside that sector, the opportunities are "very limited," Henisz notes. "Russia does have the capacity [to develop other sectors] -- there are a lot of engineers and the education level is high. But we're not seeing many entrepreneurs who can develop large service or manufacturing companies. There's a massive gap between the small entrepreneurs -- who want to stay off the tax and political radar screens -- and the oligarchs."
With oil and gas clearly continuing to be a dominant force, Medvedev's new world order for BRICs is perhaps best illustrated in early 2009 by the "oil-for-loans" deal between Russia and China, when the latter arranged for its China Development Bank to lend $25 billion to Russia's Rosneft and Transneft oil companies to build pipelines and secure oil deliveries for the next couple of decades. Russia has been looking to diversify its markets away from the West, while China has aggressively sought to secure energy resources from as many sources as it can.
The oil-for-loans deal also underlines the potential for friction between these two BRIC members. While the BRIC summit was getting under way in Yekaterinburg in June, there was a simultaneous gathering in the same city of the Shanghai Cooperation Organization, made up of Kazakhstan, Uzbekistan, Tajikistan and Kyrgyzstan, as well as China and Russia. While the meeting may have been billed as a further display of independence from the West, Russia and China have competing interests in how these energy-rich countries bring their oil and gas to market. China -- which pledged $10 billion in economic stabilization loans for the Central Asian countries at that meeting -- has the upper hand.
Another destabilizing factor is the effect of concentrated ownership in the hands of a few billionaires, and the risk of capital flight from this small group, which has happened on more than one occasion and leaves the economy open to sharp and volatile outflows of capital during hard times. In the final quarter of 2008, as the financial crisis deepened after the collapse of Lehman Brothers, $164 billion flowed out of Russia's capital account.
The shortcomings of Russia's ruling political and business elite are by now well known. What's more, the warning signs of more economic trouble ahead are growing -- for example, the increasing rate of non-performing loans on Russian banks' balance sheets. Experts say that strong leadership would be required now to stabilize the financial situation and, more than anything, to encourage foreign investment and management expertise to help steady Russia's economy. But the prospects of that happening soon are slim. For the time being, according to Henisz, "the path forward is looking a little darker" for Russia.
Additional Reading
Boom Time: Russia's Abundant Oil and Gas Reserves Are Powering up the Economy
European Conundrum: Increasing Regulation without Stifling Growth
Russia's Best-known Investment Banker, Ruben Vardanian, on Building Trust in a Fast-moving World
1697) Um animal em extincao...o Dodo!
Estava escrevendo um trabalho sobre a decadência material, moral e filosófica do marxismo teórico e do socialismo prático, ao longo do século 20, e não sei por que me veio à cabeça a imagem deste simpático animal que desapareceu da face da Terra.
Bem, no seu seu caso, do animal, quero dizer, ele foi caçado implacavelmente: como não podia voar, e era algo bonachão, acabou desaparecendo...
Não foi o caso do socialismo, obviamente, que se extinguiu sozinho.
Aguardem (em fase de revisão):
A resistível decadência do marxismo teórico e do socialismo prático:
um balanço objetivo e algumas considerações subjetivas
Paulo Roberto de Almeida
Cercando o “animal” e mostrando a arma
Sete anos que mudaram o mundo...
Resistível reação à decadência irresistível
A seleção natural das espécies mais resistentes
Brasília, 21 de fevereiro de 2010.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
1695) EUA: entre a diplomacia e o unilateralismo...
Lapso de poder
Anne Applebaum
New York Times, 26/11/2009
Como dois cometas correndo um em direção ao outro, vindos de extremidades opostas do espaço, dois fenômenos diferentes em partes diferentes do mundo cresceram na consciência pública na semana passada. Separadamente, eles poderiam não ter tido importância cósmica. Mas juntos podem ser um sinal interessante de coisas que virão.
Na China, o presidente Barack Obama se encontrou com seu homólogo, o presidente Hu Jintao. Ele também se encontrou com o primeiro-ministro chinês, Wen Jibao. O primeiro recebeu mais atenção, mas o segundo foi mais interessante: Wen disse a Obama que "a China discorda da sugestão de um 'Grupo dos Dois'", segundo a agência de notícias chinesa "Xinhua".
"A China ainda é um país em desenvolvimento", disse, e "devemos sempre nos manter sóbrios a esse respeito". A China está deliciada em manter seu relacionamento econômico com os EUA, mas "persegue a política externa independente da paz e não se alinhará com qualquer país ou [bloco de] países".
Tradução: a China não vai cooperar para impor sanções ao Irã, a China não vai atrapalhar o programa de mísseis nucleares da Coreia do Norte e a China não vai ajudar a solucionar os problemas do Afeganistão, do Oriente Médio ou de qualquer outro lugar. Em suma, a China decidiu que não será um parceiro pleno dos EUA em política externa.
Aproximadamente ao mesmo tempo, os líderes da Europa estavam trancados em salas proverbialmente enfumaçadas (hoje sem fumaça), discutindo sobre quem deveria receber o novo cargo de "presidente" da União Europeia e quem deveria se tornar o novo "alto representante", ou ministro das Relações Exteriores, europeu.
Essas conversações representavam o auge de uma década de diplomacia, debates e referendos nacionais destinados a produzir uma política externa europeia mais unida e dar à Europa um único número de telefone que Obama possa chamar quando quiser conversar.
Resultado: o presidente da Europa será o primeiro-ministro belga Herman Van Rompuy, um político desconhecido fora de seu país. O ministro das Relações Exteriores da Europa será a britânica Catherine Ashton, uma burocrata desconhecida até em seu próprio país.
Candidatos de muito maior experiência e influência - incluindo o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair e o ministro das Relações Exteriores sueco Carl Bildt - foram rejeitados, aparentemente por medo de que teriam mais experiência e influência do que os poderes de fato. O semanário "Der Spiegel", da Alemanha, anunciou esta notícia com a manchete "Europa escolhe ninguéns".
Tradução: a Europa pode ter um novo número de telefone, mas quando Obama ligar a pessoa do outro lado da linha ainda não será capaz de agir. A "Europa" não será uma entidade unificada capaz de coordenar uma política unificada no Irã, na Coreia do Norte, Afeganistão, Oriente Médio ou qualquer outro lugar tão cedo. Em suma, a Europa não pode se tornar um parceiro pleno dos EUA em política externa.
E assim ficamos com uma situação curiosa: os EUA não querem mais ser a única superpotência. O presidente norte-americano não quer mais ser o líder de uma única superpotência. Ninguém mais quer que os EUA sejam a única superpotência, e na verdade os EUA não têm mais condições de ser a única superpotência. Mas os EUA não têm um parceiro óbvio com o qual compartilhar o papel de superpotência, e se os EUA deixassem de ser uma superpotência nada e ninguém ocuparia seu lugar.
Isso poderia não ser o fim do mundo - alguns lugares problemáticos poderiam passar um longo período de negligência benigna - e poderia não durar para sempre. A Europa, quando contada como uma entidade única, ainda é a maior economia do mundo. A China, seja o que for, ainda é a economia de mais rápido crescimento no mundo. Mais cedo ou mais tarde, a simples necessidade de defender seus interesses econômicos poderia convencer uma ou ambas a começar a levar mais a sério o mundo exterior.
Isso significa que o governo Obama tem um problema, porém: ele chegou ao cargo prometendo trabalhar com os aliados, mas logo poderá descobrir que não há aliados com quem trabalhar.
A Europa ainda é nossa melhor esperança, porque os europeus compartilham a maior parte de nossos valores. Mas organizar sanções com uma Europa dividida - sem falar em uma operação militar - continuará sendo uma grande tarefa.
Enquanto isso, a China está adquirindo vastos interesses estrangeiros, negociando na África e na América do Sul, assim como na Ásia, e mantendo um vasto exército. Mas a China parece desinteressada em aderir a uma campanha internacional contra o terrorismo, a proliferação nuclear ou qualquer outra coisa.
Os militares e a segurança globais parecem, portanto, destinados a permanecer nas mãos dos EUA, quer eles queiram quer não.
A meio caminho de sua presidência, George W. Bush descobriu que tinha de abandonar o unilateralismo em favor da diplomacia. Hoje nos perguntamos: em algum momento de sua presidência Obama descobrirá que tem de abandonar a diplomacia em favor do unilateralismo?
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Anne Applebaum: Jornalista e colunista do Washington Post, Anne Applebaun ganhou o prêmio Pulitzer pelo livro "Gulag: uma História". Escreve regularmente sobre política norte-americana e assuntos internacionais.
1694) Peru: debate academico, em Brasilia, dia 25/02, 18hs
A reunião faz parte da iniciativa "Diálogos Latino-Americanos da FLACSO-Brasil".
A Flacso fica no edifício Venâncio 3.000, Setor Comercial Norte, Quadra 6 (ao lado do Shopping Brasilia, atual Shopping id), torre A, sala 602. Tem estacionamento interno e externo.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
1693) Brasil ajuda Cuba, Haiti e El Salvador
LEONÊNCIO NOSSA
Agencia Estado, 19.02.2010
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar na próxima semana uma série de investimentos em Cuba, Haiti e El Salvador. Na visita que fará a Cuba, na quarta-feira, Lula deve anunciar o repasse de cerca de US$ 300 milhões para a modernização do Porto de Mariel, em Havana. Na ocasião, terá um encontro com o "amigo" Fidel Castro, segundo o porta-voz da presidência, Marcelo Baumbach.
"Será uma visita de conclusão de um ciclo. O encontro com o comandante Fidel é um encontro de um amigo que visita outro amigo para discutir assuntos da atualidade internacional", afirmou Baumbach. Segundo ele, ao longo dos dois mandatos, Lula repassou cerca de US$ 1 bilhão a Cuba, para modernização do porto, compra de alimentos, construção de rodovias e produção agrícola. A previsão é que até 2012 os investimentos do Brasil na ilha caribenha cheguem a US$ 1,2 bi.
==========
Como a competência constitucional para aprovar operações financeiras cabe ao Senado, imagina-se que os senhores senadores examinem esses empréstimos com cuidado, para ver como o Brasil compromete recursos públicos -- todos eles do Tesouro, diga-se de passagem -- com países que, imagina-se, pagarão seus débitos para com o Brasil, sem os calotes que tivemos do passado (no caso de Cuba, desde sempre).
Paulo Roberto de Almeida (20.02.2010)
No Haiti, onde estará na quinta-feira, Lula também anunciará a liberação de recursos, mas o valor ainda não foi definido. Na viagem, o presidente vai sobrevoar a capital Porto Príncipe, que foi devastada por um terremoto de 7,0 graus na escala Richter no dia 12 de janeiro. Ele fará também uma visita às tropas brasileiras e a um hospital da Força Aérea Brasileira (FAB).
Já em El Salvador, onde estará no dia seguinte, Lula anunciará um crédito de US$ 300 milhões para a renovação da frota de ônibus no país. Mas as viagens do presidente, neste último ano de mandato, não param por aí. Já no dia 1º de março, ele embarcará para Montevidéu, para a posse do presidente do Uruguai, José Mujica.
1692) Sherlock Holmes back to work: the case of missing posts
Escreveu o primeiro:
"...notei que suas postagens estavam em 13xx e quando fui acessar o blog novamente elas estavam já na casa dos 16xx. Depois da postagem 1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão, vem a postagem 1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
Se não houve um simples erro de digitação, onde estão as 300 postagens que faltam???
Obrigado pelo bog."
E um segundo leitor:
"...o que o sr. fez com as postagens situadas entre os números 1361 e 1662? Espero que não seja algo relacionado à numerologia..."
Intrigado, fui verificar, e constatei que eles continuavam lá onde sempre estiveram, na ordem sequencial obrigatória dos números e datas, como transcrevo mais abaixo.
O mais curioso, entretanto, é que os números referidos não correspondem aos temas efetivos de cada um deles.
Assim, o suposto (detesto esse conceito de suposto, usado em conexão com bandidos comprovados, que se beneficiam de precauções jornalísticas) post
1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão
corresponde, na verdade, a este aqui:
1361) Falacias Academicas 12: o mito da exploracao...
e o post
1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
coincide com este aqui, em meu registro:
1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mais...
Eu sei que tenho vários posts, especializados (resenhas de livros, textos diversos, temas político-eleitorais, etc), mas nenhum deles chegou ainda perto desses números altos, 1361 a 1661, registro que faço para bem distinguir os materiais aqui depositados, independentemente do software Blogspot já identificar cada um com sua data de postagem, e de colocá-los exatamente na sequencia cronologica correta (que não pode ser alterada a posteriori, a menos de eliminação completa). Ou seja, impossível de praticar aqui o que muitos bandidos políticos fazem: construir recibos a posteriori, para justificar dinheiro sujo supostamente de campanhas eleitorais ou desviado para o bolso dos próprios, como acaba de fazer um governador debiloide (mas isso deve ser prática comum nesses meios promíscuos).
Para tranqulizar meus eventuais leitores, desejosos de conhecer todo o besteirol (algumas coisas uteis também) acumulado entre setembro de 2009 e janeiro deste ano, período supostamente (lá vem o conceito outra vez) compreendido no caso dos posts misteriosamente subtraídos à curiosidade desses atentos leitores, permito-me transcrever aqui apenas o índice dessa série, que deve continuar disponível onde sempre esteve.
Se continuar desaparecido, vou ter de visitar Baker Street e demandar os serviços do mais famoso investigador de crimes até hoje inventado pela imaginação humana, neste caso de um espírita, Arthur Conan Doyle (de quem recomendo, aliás, os romances históricos).
OK, fique, aqui e agora, com a lista dos Missing posts: from 1361 to 1662
2010:
• ▼ Janeiro (182)
o 1664) Depois das reticências, as entrelinhas, e as...
o 1663) Books, books, books...
o 1662) Reticencias, entrelinhas, exclamacoes, ponto...
o 1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mai...
o 1660) Homenagem a Lincoln Gordon, Embaixador ameri...
o 1659) Mini-tratado das reticencias
o 1658) A arte da escrita (bem, nem tanto...)
o 1657) O Itamaraty e o decreto do governo Lula sobr...
o 1656) Brasil: a caminho da ditadura? (2)
o 1655) Rodada Doha: suficiente para combater a cris...
o 1654) Brasil: a caminho da ditadura? (1)
o 1653) Integrations en Amerique du Sud - Sorbonne
o 1652) Brasil Já Vai À Guerra - Juca Chaves
o 1651) Ainda os caças da FAB: quadratura do circulo...
o 1650) O seu, o meu, o nosso dinheiro, para industr...
o 1649) Sobre decisoes politicas e ferramentas opera...
o 1648) Juíza de Santa Rita (PB) diz que juiz é um s...
o 1647) Balanco da decada e previsoes imprevidentes
o 1646) Fórum Social Mundial: antecipando as conclus...
o 1645) Meu balanço da década que passou...
o 1644) Um balanço otimista dos ultimos dez anos.......
o 1643) Política externa brasileira: uma matéria a f...
o 1642) O Azerbaijão, a terra do fogo (azer)
o 1641) Politica Externa: desacordos Brasil-EUA
o 1640) Quando os grandes economistas erram feio...
o 1639) Countercyclical Policy Measures in Brazil
o 1638) Brasil vai ao espaço? Talvez, em todo caso, ...
o 1637) Economic Freedom of the World 2009, Cato Rep...
o 1636) Nova declaração de princípios, ao início de ...
2009:
o
• ▼ 2009 (648)
o ▼ Dezembro (80)
• 1635) “Todo ano ele faz tudo sempre igual…”
• 1634) Dolar: rumores sobre a sua morte e desaparec...
• 1633) Cenarios para o Brasil nas proximas decadas
• 1632) Mercosul e Brasil: acordos comerciais em sep...
• 1631) Politica externa brasileira: editorial do jo...
• 1630) BNDES: desembolsos superam 137 bilhoes em 20...
• 1629) Livro Relacoes Brasil-Europa 2010-2020
• 1628) Retrospectiva 2009 - Brasil e mundo
• 1627) Brasil é grande, diz ministro da Defesa...
• 1626) Estado forte, mas ausente, onde deveria esta...
• 1625) Jornalismo brasileiro: caminhando rapidament...
• 1624) Estado brasileiro: uma trajetoria insustenta...
• 1623) Bahia de Sao Salvador de Todos os Santos: um...
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• 1614) O profeta Samuel (nao fui eu quem disse...)
• 1613) Planos com a mudanca de ano
• 1612) Uma mensagem de Natal individualista
• 1611) Livros: um crime contra os leitores, um aten...
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• 1609) Lula: personalidade do ano para o Le Monde
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Paulo Roberto de Almeida
1691) Tocqueville de volta a atualidade...
“De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 103, dezembro 2009, p. 130-138; ISSN: 1519-6186)
link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8822/4947
Tocqueville em tempos de populismo
Ricardo Vélez Rodríguez
O Estado de S.Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
A Editora Martins Fontes publicou, no final do ano passado, O Antigo Regime e a Revolução (tradução de Rosemary C. Abílio, São Paulo: Martins Fontes, 2009, 286 páginas), de Alexis de Tocqueville (1805-1859), livro que viu a luz, pela primeira vez, em 1856. Precedentemente, com a publicação de A Democracia na América, em 1835, Tocqueville havia logrado notável sucesso na recuperação do ideal democrático. A democracia fora associada à anarquia (e à correlata instabilidade política) instaurada pela Revolução Francesa. O livro viera comprovar que esta não se vinculava à instauração do governo representativo, mas às elucubrações de Jean-Jacques Rousseau, num modelo conhecido como democratismo. Essa distinção ficaria muito nítida depois da Revolução de 1848, na França, na medida em que já se dispunha de termo de comparação. A Revolução de 1830 introduzira, em caráter pioneiro no país, instituições liberais. Entre outras coisas, o confronto iria evidenciar que o democratismo continuava atuante, preservada a sua capacidade demolidora.
Tocqueville parte do registro de que, em 1789, os franceses se propuseram a cortar em dois o seu destino. Imaginavam poder separar por um abismo o que haviam sido até então do que queriam ser dali em diante. Pessoalmente, acreditava que haviam tido menos sucesso do que imaginavam. A fim de testar essa hipótese, era mister "interrogar em seu túmulo uma França que não existe mais" e tentar reconstituir, com base na documentação preservada, os traços essenciais do Antigo Regime. Descreve as dificuldades encontradas nessa investigação e resume os principais resultados. "O que é válido dizer", escreve, "é que destruiu inteiramente ou está destruindo (pois perdura) tudo o que, na antiga sociedade, decorria das instituições aristocráticas e feudais, tudo o que de algum modo se ligava a elas, tudo o que trazia delas, em qualquer grau que fosse, a menor marca. Conservou do antigo mundo apenas o que fora alheio a essas instituições ou podia existir sem elas. (...) A Revolução (...) pegou o mundo de surpresa, é bem verdade, e, entretanto era apenas o complemento do mais longo trabalho, o encerramento súbito e violento de uma obra na qual dez gerações de homens haviam trabalhado. Se não tivesse acontecido, o velho edifício social não teria deixado de cair em todo lugar, aqui mais cedo, ali mais tarde; apenas teria continuado a cair parte por parte em vez de desmoronar de uma só vez. A Revolução concluiu bruscamente, por um impulso convulsivo e doloroso, sem transição, sem precaução, sem complacência, o que teria se encerrado pouco a pouco, por si mesmo ao longo do tempo. Essa foi a sua obra" (ed. cit., páginas 24-25).
Basicamente, O Antigo Regime e a Revolução viria comprovar que o centralismo cartorial constituiu traço marcante da política no século 18 e nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa. Ao contrário do que se alardeava, a Revolução não se fizera para debilitar o poder político. O registro da tradição acha-se expresso com as seguintes palavras: "Um estrangeiro, a quem fossem entregues hoje todas as correspondências confidenciais, que enchem os arquivos do Ministério do Interior e das administrações departamentais, logo ficaria sabendo mais sobre nós do que nós mesmos. Como se verá ao ler este livro, no século XVIII, a administração pública já era muito centralizada, muito poderosa, prodigiosamente ativa. Estava incessantemente auxiliando, impedindo, permitindo. Tinha muito a prometer, muito a dar. Já influía de mil maneiras, não apenas na condução geral dos assuntos públicos, mas também na sorte das famílias e na vida privada de cada homem. Ademais, era sem publicidade, o que os levava a não terem receio de expor a seus olhos até as fraquezas mais secretas" (ed. cit.; Prefácio, página XLIII).
Tocqueville chamava a atenção para o efeito político que esse centralismo causava na sociedade francesa: o despotismo. O centralismo tirava da sociedade a sua iniciativa e a transformava em eterno menor de idade perante o Estado todo-poderoso. O grande mal causado à França pelo centralismo era antigo. A substituição paulatina do velho direito consuetudinário germânico pelo direito romano situava-se nas origens de todos os males, e era como que a fonte jurídica legitimadora do processo centralizador, que se alastrou depois por todos os aspectos da vida social. O despotismo é, na sua essência, centralizador. Atrelada assim à diretriz norteadora do Estado moderno (substituir a descentralização feudal pelo centralismo monárquico), graças à influência dos "philosophes", Rousseau à frente, a Revolução Francesa abriu uma senda distanciada do que efetivamente de novo trouxera a Revolução Gloriosa inglesa: o governo representativo, que, progressivamente, iria incorporar o ideal democrático. Na preservação deste, no continente, seria igualmente decisiva a contribuição de Alexis de Tocqueville.
O processo revolucionário fez ruir um governo e um reino, mas sobre essas cinzas ergueu um Estado muito mais poderoso que o anterior. Algo semelhante ao que ocorre, atualmente, com os movimentos populistas latino-americanos, que alegam estar libertando os seus povos do neoliberalismo, dando ensejo a propostas cada vez mais estatizantes, fenômeno do qual não escapa o Brasil, levando em consideração os últimos pronunciamentos do presidente Lula e da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, que apregoam claramente a volta do antigo estatismo como solução mágica para todos os nossos problemas.
Ricardo Vélez Rodríguez é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
1690) Diploma de jornalista e reserva de mercado: mais uma razão para ser contra...
A matéria abaixo apenas confirma a inutilidade dos cursos...
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Quem foi que errou?
Alberto Dines
Observatório da Imprensa, 19.02.2010
O assunto foi manchete da Folha de S.Paulo, chamada destacada no Jornal do Brasil, O Globo e pequena no Estado de S.Paulo. Não é para menos: 23% dos cursos superiores de engenharia elétrica, mecânica, economia e jornalismo avaliados pelo Ministério da Educação não oferecem condições adequadas de ensino.
O mais grave da notícia – pelo menos no tocante a quantidades – só foi destacado por O Globo: o pior desempenho foi dos cursos de jornalismo, que tiveram um índice de reprovação de 51% !
O não dito é ainda mais preocupante: a imprensa foi a última a saber. Surpreendida, como sempre, incapaz de prevenir e antecipar. Jamais investigou aquilo que lhe diz respeito. Deu as costas tanto ao seu interesse como ao interesse público.
Essa é a grande verdade: as empresas jornalísticas não estão minimamente interessadas em acompanhar a produção da matéria-prima essencial para alimentar a sua qualificação: recursos humanos. Fazem aqueles cursinhos de treinamento para badalar os resultados, aproveitam os mais expeditos, cumprem a lei do diploma e o resto que se dane.
Combinação de descaso com inapetência, ambos alimentados pelo interesse pecuniário: fiscalizar as escolas de jornalismo significa antes de tudo denunciar o descalabro do ensino superior privado, hoje um dos grandes anunciantes da mídia diária. Dois dos maiores jornais brasileiros (Folha e Globo) ostentam entre os seus colaboradores regulares o lobista-mor do ensino superior privado, Arnaldo Niskier. E isto não acontece por acaso ou em função do talento do escriba: é acerto mesmo – toma lá, dá cá.
A divulgação desses dramáticos resultados confirma o que este Observador vem dizendo aqui, desde 1997:
* O ensino do jornalismo precisa ser reexaminado. Professor de disciplinas técnicas deve ser jornalista, com militância profissional reconhecida e comprovada (além dos demais atributos acadêmicos).
* Uma escola de jornalismo deve coexistir com um projeto jornalístico regular e permanente. Não se ensina medicina sem um hospital, clínica ou ambulatório.
* A pós-graduação em jornalismo é uma necessidade. É preciso separá-la definitivamente da pós em comunicação. A base é comum mas são matérias distintas, assim como farmacologia e medicina. O orientador de monografias ou teses sobre jornalismo deve ser um professor com experiência comprovada em redações para impedir que os trabalhos de pós-graduação em jornalismo continuem a conter as asneiras que serão reforçadas em trabalhos posteriores.
* O provão veio para ficar. Se algumas definições precisam ser reexaminadas, que sejam reexaminadas. Se alguns critérios precisam ser revistos, que sejam revistos. Mas o processo regulador e fiscalizador como um todo não pode ser revertido. Ser contra o provão hoje é o mesmo do que proclamar-se contra a reforma do Judiciário [veja rubrica Diretório Acadêmico, nesta edição].
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
1689) De volta a questao dos diplomas
Prezado(a) leitor(a), estas são os destaques da Marcha do Tempo na edição desta semana do OI:
RESULTADOS DO PROVÃO 1
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Alberto Dines
Publicado em 20/2/2000
...retomei a discussão que mantenho com um colega sociólogo -- bem, não sei se tenho o direito de me classificar assim, pois afinal de contas nunca pretendi obter o reconhecimento legal de meu diploma de "doutor em ciências sociais", pois não dou muita importância a diplomas, ou a títulos, nem me esforço para enquadrar-me em uma determinada categoria profissional -- a propósito da famosa lei de reserva de mercado no setor de comunicações a favor dos jornalistas formados em escolas de comunicações e detentores de diplomas reconhecidos e registrados no Ministério do Trabalho, como "jornalistas" e únicos passíveis de serem contratados por empresas do setor.
Acabo de escrever o que segue:
Por que voce insiste em que jornalista precisa ter diploma? Diploma de incompetencia?
Por que voce nao dá aos donos de empresas de comunicação a liberdade de contratar quem eles desejam, de qualquer area.
Por que apenas os incompetentes das escolas de jornalismo tem de ser contratados?
Por que nao estender a incompetencia a todos os demais cursos?
Peneirando sempre se pode encontrar alguem melhor...
Isso é logico, é matematico: ampliando-se o recrutamento, voce escolhe melhor
O Itamaraty faz isso: apesar de lidarmos basicamente com direito, economia, linguas, podemos aceitar veterinarios, arquitetos, medicos, engenheiros. Estamos melhor servidos assim.
Alias, como eu lhe disse, eu nao exigiria nenhum tipo de diploma para ser diplomata, nem mesmo o de alfabetizado.
Ser diplomata não é uma questao de diploma, e sim de preparação e vocação...
Fico por aqui, no momento...
Paulo Roberto de Almeida (19.02.2010)
1688) Ideologia importada: afro-descendentes...
DEMÉTRIO MAGNOLI
O ESTADO DE SÃO PAULO - 18/02/10
A Constituição diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", mas a Universidade de Brasília (UnB) distingue os candidatos inscritos em seus vestibulares em função de um critério racial. A Constituição determina que o "acesso aos níveis mais elevados do ensino" se dará "segundo a capacidade de cada um", mas a UnB reserva um quinto de suas vagas a "negros". Na UnB, uma comissão constituída por docentes racialistas e lideranças do "movimento negro" prega rótulos raciais aos candidatos, cassando-lhes o direito de autodeclaração de cor/raça. A Constituição assegura que "ninguém será privado de direitos" por motivo de "convicção filosófica ou política", mas o tribunal racial da UnB promove "entrevistas identitárias" para investigar as opiniões dos candidatos sobre negritude e movimento negro. Por iniciativa do senador Demóstenes Torres, o DEM ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação de inconstitucionalidade contra o vestibular racializado da UnB.
A Fundação Ford é a principal exportadora das políticas de preferências raciais inventadas nos EUA a partir do governo de Richard Nixon. Há uma década ela financia simpósios jurídicos no Brasil destinados a ensinar a juízes como contornar o princípio constitucional da igualdade entre os cidadãos. O argumento formulado pela Fundação Ford baseia-se no justo paradigma de tratar desigualmente os desiguais - o mesmo que sustenta a tributação progressiva e a exigência de rampas para deficientes físicos em edifícios de uso público. Sobre tal paradigma se equilibra o raciocínio de que a desigualdade média de renda entre "brancos", de um lado, e "pretos" e "pardos", de outro, deve ser remediada por políticas raciais de discriminação reversa.
O sofisma precisa ser desmascarado em dois planos. No plano das políticas sociais, tratar desigualmente os desiguais significa expandir as vagas nas universidades públicas e investir na qualidade do sistema público de ensino. Nas palavras de Wellington Dias, o governador petista do Piauí que, corajosamente, desafia um dogma de seu partido: "Criar cotas para negros, índios, alunos do ensino público esconde o lado grave do problema. Isso mostra a incapacidade do poder público. Sou contra isso. É preciso melhorar o sistema e qualificar os professores."
No plano do Direito, o sofisma converte indivíduos singulares em representantes de "raças", ensinando a milhões de jovens a terrível lição de que seus direitos constitucionais estão subordinados a uma cláusula racial. O vestibular da UnB é capaz de negar uma vaga a um concorrente de baixa renda que obteve notas altas, mas foi rotulado como "branco", para transferi-la a um candidato de alta renda com notas inferiores, mas rotulado como "negro". A justificativa implícita inscreve-se na fantasia do pensamento racial: o candidato de alta renda da cor certa "simboliza" a "raça" de baixa renda e seus imaginários ancestrais escravos. O sofisma não resiste a um exame lógico, mas persiste pela adesão política de uma corrente significativa de juristas ao pensamento racial.
A política, no baixo sentido da palavra, contamina a apreciação da ação de inconstitucionalidade que tramita na Corte constitucional. O relator Ricardo Lewandowski, um juiz que enxerga as audiências públicas como meios para mostrar que o tribunal toma decisões "em contato com o povo", tem curiosos critérios de seleção do "povo". No caso da audiência sobre o vestibular da UnB, ele decidiu ignorar a regra elementar da isonomia, convocando 28 depoentes favoráveis às cotas raciais e apenas 12 contrários. O "povo" do relator, ao menos quando se trata da introdução da raça na lei, é constituído essencialmente por representantes do Executivo e das incontáveis ONGs que figuram como sublegendas brasileiras da Fundação Ford.
O princípio da impessoalidade na administração pública, consagrado na Constituição, serve tanto para coibir o patrimonialismo tradicional quanto para conter a tentação contemporânea de subordinar os interesses gerais difusos aos interesses ideológicos organizados. Edson Santos, chefe da mal batizada Secretaria da Igualdade Racial, não reconhece a vigência dessa parte do texto constitucional. Um ofício assinado por ele cumpre o papel de panfleto de convocação de funcionários governamentais e ONGs para "mobilizarem caravanas com destino a Brasília" a fim de pressionar o STF nos dias da audiência pública. Edson Santos monta o circo por fora, enquanto Lewandowski ergue as lonas por dentro.
Em 2 de fevereiro, dia exato em que Edson Santos divulgou o panfleto oficial, as centrais sindicais - cujo financiamento decorre de um ato governamental - firmaram uma carta conjunta de apoio ao vestibular racial da UnB. O "movimentismo" é fenômeno típico do estágio embrionário dos totalitarismos. Nesse estágio, o Estado despe-se de sua natureza pública e adquire as feições de um ente de coordenação de "movimentos sociais" que já não passam de tentáculos do governo. O ministro-militante, que faz o Estado patrocinar uma manifestação "popular" de sítio à Corte constitucional, seria alvo óbvio de processos de responsabilidade se o Ministério Público e a maioria parlamentar não estivessem envenenados pela concepção da sociedade brasileira como uma coleção de "movimentos sociais" e ONGs.
No ofício ilegal, Edson Santos assevera que o hipotético acatamento da ação de inconstitucionalidade "abrirá as portas para paralisar todas as políticas de ação afirmativa, inclusive aquelas que beneficiam as mulheres, estudantes, trabalhadores, os índios, deficientes físicos e mentais, as comunidades tradicionais, etc." A ação em curso incide exclusivamente sobre as políticas de preferências raciais, cujo pressuposto é a rotulação estatal dos cidadãos segundo o critério abominável da raça. Mas o que seria do "movimentismo" sem o clássico expediente da mentira oficial?