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domingo, 28 de agosto de 2016
Equivocos arabes com relacao a Israel - Fred Maroun
por Fred Maroun
27 de Agosto de 2016
Original em inglês: The Arabs' Historic Mistakes in Their Interactions with Israel
Tradução: Joseph Skilnik
Fonte: Gatestone Institute
https://pt.gatestoneinstitute.org/8790/arabes-israel-equivocos
Nós árabes gerimos nosso relacionamento com Israel de maneira cruel, mas o pior de tudo é a contínua situação dos palestinos. Nosso pior erro foi não ter aceito o plano de partilha das Nações Unidas de 1947.
Talvez não se deva iniciar uma guerra se não se estiver preparado para os resultados de uma possível derrota.
Os judeus não mantêm os árabes em acampamentos, nós sim.
A Jordânia integrou alguns refugiados, mas não todos. Nós poderíamos ter provado que nós árabes somos um povo maravilhoso e nobre, mas mostramos ao mundo, e continuamos mostrando, que o nosso ódio aos judeus e a nós mesmos é de longe muito maior do que qualquer conceito que implique em solidariedade árabe.
Esta é a primeira parte de um artigo dividido em duas partes. A segunda parte irá examinar as alternativas de hoje para nós árabes.
No estado atual das relações entre o mundo árabe e Israel vemos uma colcha de retalhos de hostilidades, paz tensa, cooperação limitada, tranquilidade e violência. Nós árabes gerimos nosso relacionamento com Israel de maneira cruel, mas o pior de tudo é a contínua situação dos palestinos.
Primeiro Equívoco
Nosso primeiro equívoco durou séculos, ocorrendo bem antes da declaração de independência de Israel, em maio de 1948. Consistiu em não reconhecer os judeus como iguais a nós.
Conforme documentado por um proeminente estudioso americano da história judaica no mundo muçulmano, Mark R. Cohen, naquela época "os judeus compartilhavam com os demais não muçulmanos o status de dhimmis (não muçulmanos que pagam por proteção e obedecem leis humilhantes, distintas, para serem tolerados nas regiões controladas pelos muçulmanos)... Não era permitido construir novas casas de culto e as antigas não podiam ser reformadas. Eles deviam se comportar discretamente na presença de muçulmanos. Em suas práticas litúrgicas eles tinham que honrar a supremacia do Islã. Eram obrigados a se diferenciar dos muçulmanos no tocante às roupas e tinham que se abster de usar insígnias. Eles também eram proibidos de ocupar cargos de autoridade no governo muçulmano".
Em 1º de março de 1944, enquanto os nazistas massacravam seis milhões de judeus, bem antes de Israel declarar a independência, Haj Amin al-Husseini, então o Grande Mufti de Jerusalém declarou na Rádio Berlim: "árabes, levantem-se como se fossem uno e lutem pelos seus direitos sagrados. Matem os judeus onde quer que vocês os encontrem. Isso agrada a Deus, história e religião. Isso salva suas honras, Deus está com vocês."
Se não tivéssemos cometido esse erro, talvez nos beneficiássemos de duas maneiras.
Provavelmente os judeus teriam permanecido em maior número no Oriente Médio muçulmano e teriam desenvolvido a civilização do Oriente Médio ao invés de desenvolver as civilizações dos lugares para onde fugiram, sobretudo a Europa e posteriormente os Estados Unidos.
Em segundo lugar, se os judeus se sentissem seguros e aceitos entre os árabes do Oriente Médio, talvez não tivessem sentido a necessidade de criar um estado independente, o que teria nos poupado de nossos equívocos subsequentes.
O Pior Equívoco
Nosso segundo e pior erro foi não ter aceito o plano de partilha das Nações Unidas de 1947. A Resolução 181 da ONU forneceu o fundamento legal para o estabelecimento de um estado judeu e um estado árabe, dividindo o que costumava ser o Mandato Britânico da Palestina (controlado pelos britânicos).
Conforme divulgado pela BBC, a resolução estipulava:
"Um estado judeu cobrindo 56.47% da área do Mandato Britânico da Palestina (excluindo Jerusalém), com uma população de 498.000 judeus e 325.000 árabes; um estado árabe cobrindo 43.53% do Mandato Britânico da Palestina (excluindo Jerusalém), com 807.000 habitantes árabes e 10.000 habitantes judeus; um regime de tutela internacional em Jerusalém, onde a população era formada de 100.000 judeus e 105.000 árabes."
A despeito da terra alocada ao estado judeu ter sido ligeiramente maior do que a terra alocada ao estado árabe, a maior parte da região judaica era totalmente desértica, Negev e Arava, com as terras férteis destinadas aos árabes. O plano também era vantajoso para os árabes por duas outras razões:
O estado judeu tinha apenas uma minúscula maioria de judeus, o que teria dado aos árabes praticamente a mesma influência dada aos judeus na condução do estado judeu, mas o estado árabe era quase que totalmente árabe, sem nenhum benefício político aos judeus que nele habitavam.
Cada estado proposto consistia de três áreas mais ou menos desconexas, resultando em forte interdependência geográfica entre os dois estados. Se os dois estados tivessem relações amigáveis, eles provavelmente trabalhariam em diversos aspectos como uma federação. Na federação, os árabes teriam uma maioria esmagadora.
Em vez de aceitarmos um presente de plano como este quando ainda tínhamos condições, nós árabes resolvemos que não podíamos aceitar um estado judeu e ponto final. Em maio de 1948, Azzam Pasha, secretário-geral da Liga Árabe, respondendo à proposta da nova área judaica da partilha: "esta será uma guerra de extermínio, um massacre memorável, que será lembrado como são os massacres mongóis e as Cruzadas". Iniciamos uma guerra destinada a erradicar o novo estado em sua incipiência, mas perdemos e o resultado de nosso erro foi um estado judeu muito mais forte:
A maioria judaica do estado judeu cresceu de forma dramática devido à troca de populações que se sucedeu, muitos árabes fugindo da guerra em Israel e muitos judeus fugindo de um mundo árabe hostil para se juntarem ao novo estado.
Os judeus adquiriram mais terras durante a guerra que nós iniciamos, resultando em linhas de armistício (hoje chamadas de Linha Verde ou fronteira pré-1967), que deram a Israel uma parte das terras anteriormente alocadas ao estado árabe. O estado judeu também adquiriu melhor contiguidade, ao passo que as porções árabes ficaram divididas em duas partes: (Gaza e Cisjordânia) separadas por quase 50 quilômetros.
Talvez não se deva iniciar uma guerra se não se estiver preparado para os resultados de uma possível derrota.
Em maio de 1948, Azzam Pasha (direita), secretário-geral da Liga Árabe, reagiu à proposta da nova área judaica da partilha: "esta será uma guerra de extermínio, um massacre memorável, que será lembrado como são os massacres mongóis e as Cruzadas."
Mais Guerras e Mais Equívocos
Após a Guerra de Independência (nome que os judeus deram à guerra de 1947-1948), Israel ficou, para todos os efeitos práticos, confinado às terras dentro da Linha Verde. Israel não tinha autoridade ou demanda sobre Gaza ou a Cisjordânia. Naquela época nós árabes tínhamos duas opções se quiséssemos fechar um acordo de paz com Israel:
Nós poderíamos ter incorporado Gaza ao Egito e a Cisjordânia à Jordânia, proporcionando aos palestinos cidadania em um dos dois países árabes relativamente fortes, tanto numérica quanto geograficamente mais fortes que Israel.
Poderíamos ter criado um novo estado em Gaza e na Cisjordânia.
Mas preferimos optar por continuar as hostilidades com Israel. Na primavera de 1967 formamos uma coalizão para atacar Israel. Em 20 de maio de 1967, o Ministro da Defesa da Síria Hafez Assad declarou: "chegou a hora de travarmos uma guerra de aniquilação." Em 27 de maio de 1967, o Presidente do Egito Abdul Nasser declarou: "nosso objetivo fundamental é a destruição de Israel". Em junho, em apenas seis dias Israel nos impôs a derrota que nos humilhou perante o mundo. Na guerra, perdemos muito mais território, incluindo Gaza e Cisjordânia.
Após a guerra de 1967 (guerra que os judeus chamam de Guerra dos Seis Dias), Israel nos ofereceu território em troca da paz, oferecendo-nos assim a oportunidade de nos recuperarmos do equívoco da Guerra dos Seis Dias. Respondemos com as Resoluções de Cartum,afirmando: "não à paz com Israel, não ao reconhecimento de Israel e não às negociações com Israel".
Não tendo aprendido a lição de 1967, formamos outra coligação em outubro de 1973 e tentamos de novo destruir Israel. Alcançamos algumas conquistas, mas depois a maré mudou e fomos derrotados mais uma vez. Após a terceira humilhante derrota, nossa coligação contra Israel ruiu e o Egito e a Jordânia decidiram assinar um acordo de paz com Israel.
Os outros árabes permaneceram obstinadamente contrários à existência de Israel, até mesmo a Síria que, como o Egito e a Jordânia, havia perdido território para Israel na Guerra dos Seis Dias. Hoje Israel ainda mantém esse território e não há nenhuma perspectiva real dele voltar para as mãos da Síria; recentemente o Primeiro Ministro de Israel declarou que "Israel jamais deixará as Colinas de Golã".
A Tragédia dos Palestinos
Nossos equívocos mais repreensíveis e mais trágicos se resumem na maneira que nós árabes tratamos os palestinos desde a declaração da independência de Israel.
Os judeus de Israel festejaram a vinda de refugiados judeus dos países árabes e muçulmanos para que se juntassem à comunidade israelense, independentemente do custo ou da dificuldade em integrar pessoas com backgrounds totalmente heterogêneos. Israel diligentemente integrou refugiados de terras longínquas, incluindo Etiópia, Índia, Marrocos,Brasil, Irã, Ucrânia e Rússia. Com isso eles demonstraram o poderoso vínculo que une os judeus. Ao mesmo tempo nós também tivemos a oportunidade de mostrar a ligação que une os árabes, mas em vez de darmos boas-vindas aos refugiados árabes da guerra de 1947-1948, n&oa cute;s os confinamos em campos, com rigorosas restrições na vida do dia a dia.
Conforme relatado pela Anistia Internacional, no Líbano "os palestinos continuam sofrendo discriminação e marginalização no mercado de trabalho, o que contribui para os altos índices de desemprego, baixos salários e péssimas condições de trabalho. Recentemente as autoridades libanesas suspenderam a proibição dos palestinos de trabalharem em 50 dos 70 empregos a eles vetados, os palestinos continuam a enfrentar obstáculos em achar emprego mesmo naqueles segmentos. A falta de perspectiva em encontrar emprego adequado, leva a um alto índice de abandono escolar de alunos palestinos, que também têm acesso limitado ao ensino médio público. A consequente miséria é agravada pelas restrições impos tas de acesso aos serviços sociais".
No entanto, nem o Líbano e nem Síria integraram os refugiados que haviam vivido anteriormente a poucos quilômetros de suas fronteiras e que compartilhavam praticamente as mesmas culturas, línguas e religiões. A Jordânia integrou alguns refugiados, mas não todos. Nós poderíamos ter provado que nós árabes somos um povo maravilhoso e nobre, mas mostramos ao mundo, e continuamos mostrando, que o nosso ódio aos judeus e a nós mesmos é de longe muito maior do que qualquer conceito que implique em solidariedade árabe. Vergonhosamente para nós, sete décadas após os refugiados palestinos terem fugido de Israel, seus descendentes continuam sendo considerados refugiados.
A pior parte no tocante à forma como temos tratado os refugiados palestinos é que mesmo na Cisjordânia e em Gaza, há até hoje uma distinção entre palestinos refugiados e palestinos autóctones. Naqueles territórios, segundo os levantamentos de 2010 fornecidos peloPalestinian Refugee ResearchNet da Universidade de McGill, 37% dos palestinos na Cisjordânia e em Gaza vivem em campos! Gaza tem oito campos de refugiados palestinos e a Cisjordâniadezenove. Os judeus não mantêm os &aacut e;rabes em acampamentos, nós sim. O presidente palestino Mahmood Abbas quer um estado nesses territórios, mas nem sequer temos condições de levá-lo a sério, visto que ele deixa os refugiados palestinos sob sua autoridade em campos e não os integra aos demais palestinos. O absurdo dessa situação é somente comparável à sua insensibilidade.
Em que Pé Estamos Agora
Devido aos nossos próprios equívocos, nosso relacionamento com Israel hoje é um fracasso. A única força da nossa economia é o petróleo, um recurso perecível e, com o fracking, está diminuindo de valor. Não fizemos o suficiente para nos prepararmos para o futuro quando precisaremos de criatividade e produtividade. De acordo com a Foreign Policy Magazine: "embora os governos árabes tenham reconhecido, há muito tempo, a necessidade de procurar alternativas à excessiva dependência dos hidrocarbonetos, eles tiveram pouco sucesso em colocá-las em prática. ... Até a economia dos Emirados Árabes Unidos, um dos países mais diversificados do Golfo, é extremamente dependent e das exportações de petróleo".
O Business Insider classificou Israel como o terceiro país mais inovador do mundo em 2015. Países de todo o mundo se beneficiam da criatividade de Israel, incluindo países remotamente distantes e adiantados como o Japão. Mesmo assim esnobamos Israel, força motriz de inovação e tudo isso acontece nas nossas fronteiras.
Também fracassamos em não aproveitar a genialidade militar de Israel para nos ajudar a combater novos e devastadores inimigos como o ISIS.
O pior de tudo, os palestinos, parte do nosso próprio povo, estão dispersos -- divididos, desiludidos e completamente incapazes de recuperarem o projeto nacional que nós sequestramos debaixo dos seus narizes em 1948 e que, desde então, o desfiguramos a ponto de não o reconhecermos mais.
Dizer que temos que mudar nossa abordagem em relação a Israel é uma minimização. Há mudanças fundamentais que nós mesmos devemos realizar, e temos que encontrar coragem e força moral para executá-las.
Os judeus não mantêm os árabes em acampamentos, nós sim.
Fred Maroun, árabe com viés de esquerda radicado no Canadá, autor de artigos opinativos para a New Canadian Media, entre outros veículos de mídia. De 1961 a 1984 residiu no Líbano.
Sanjay Subrahmanyan: o grande historiador do Imperio Portugues (Expresso, Portugal)
Mas não é a única. Isso aconteceu porque, depois de me formar e fazer o mestrado em Economia, resolvi fazer uma tese de doutoramento em História Económica, num tema que tinha a ver com o comércio no oceano Índico. Para fazer este trabalho, tive de consultar fontes europeias e outras, acabei por entrar neste campo e fui por aí fora.
É difícil de dizer. Um historiador não tem uma formação bem definida. A história é uma casa aberta, como costuma dizer-se, podemos lá chegar de vários lados, a partir da economia, da antropologia, da literatura. Eu, por acaso, vim da economia. Para criar um historiador, não é necessário ter uma formação ‘dura’, do tipo matemático.
Não. Para mim, não é necessariamente acreditar na memória, ao contrário, é jogar contra ela, porque muitas vezes a memória é falsa. Dizemos frequentemente que é necessário valorizar a memória, mas esse não é o trabalho de um historiador, quanto muito é o de uma comunidade ou de um qualquer grupo de pessoas. Um historiador tem de jogar contra a memória, para ver como ela foi construída, porque também este é um processo histórico.
Sim e não. Eu diria que a ideia é feita com base no que sobrevive, e não é claro que isso seja sempre controlado pelos vencedores.
Não foi complicado. Quando estava a fazer a minha tese na Universidade de Deli, na Índia, comecei a trabalhar com uma série de línguas e arquivos. Passei cerca de um ano na Europa, há mais de 30 anos, em Haia, Londres, Portugal, entre outros países. O meu objetivo era escrever sobre a história económica do oceano Índico, e a minha ideia era que em todos estes arquivos haveria material para abordar esta história de outra maneira. Acabei por ter experiências diferentes nestes países e fiquei um pouco mais interessado nas fontes portuguesas por várias razões, e uma delas foi porque achei que naquela altura a historiografia portuguesa precisava de um certo tipo de intervenção. Amigos portugueses encorajaram-me a escrever um livro sobre o império português [“O Império Asiático Português, 1500-1700. Uma História Política e Económica”, 1995, Difel]. Achei que havia desenvolvimentos na historiografia portuguesa que eram completamente desconhecidos e quis também fazer um pouco o papel de intermediário entre a historiografia portuguesa e a que existe em inglês. Foi assim que acabei por me interessar mais pelos portugueses.
Um pouco por causa do Estado Novo, havia poucos estrangeiros a fazer pesquisa em Portugal, e o resultado foi que havia toda uma produção portuguesa dos anos 50 e 70 que era quase desconhecida fora de Portugal. Os outros, americanos, ingleses, franceses, não chegaram a ler esta produção, com algumas exceções, como é o caso do historiador Vitorino Magalhães Godinho, que era muito conhecido. Jaime Cortesão, António Sérgio, Duarte Leite, sim, mas estou a falar de pessoas que começaram a produzir nesses anos e em termos de documentos eram desconhecidos. Sob este aspeto, achei que era uma ocasião interessante para fazer uma síntese entre as minhas próprias pesquisas e as que tinham sido feitas por esta geração de portugueses. É um pouco a ideia do livro sobre o império português. Por outro lado, naquela altura, finais dos anos 80 e princípios dos 90, havia uma grande abertura, os historiadores portugueses eram muito abertos, convidaram-me para dar cursos, o que foi completamente fora do comum. Não era a atitude dos holandeses, por exemplo, que não gostavam de abrir as portas aos estrangeiros. Sobretudo os asiáticos — indianos e indonésios — não têm hipóteses de entrar na universidade holandesa para dar cursos e explicar qual é o seu ponto de vista sobre, por exemplo, a presença holandesa nesses territórios.
Sim. Em Portugal havia uma abertura que não existia na Holanda. Também passei pelos arquivos deste país, mas para eles o facto de eu estudar holandês e andar a mexer nos seus arquivos não tinha nenhum interesse. A sua atitude era sempre de autossuficiência.
Sim, o que foi interessante e até sedutor.
Não há uma explicação simples. Mas na História há muitos casos de povos ‘atrasados’ que chegaram a criar grandes impérios. O mais conhecido é, por exemplo, o dos mongóis, que nos séculos XII-XIII, na época de Gengis Khan, criaram um que ia da China ao Mediterrâneo. Era um povo bastante pequeno, com poucos recursos e pouca sofisticação em termos de cultura de corte. Também acontece que, no jogo entre os corpos políticos mais fortes e os mais atrasados, nem sempre são os mais fortes que ganham. Foi o que aconteceu com os mongóis e, de um certo ponto de vista, com os portugueses. Há uma teoria em sociologia, chamada “A vantagem de ser atrasado”, que explica isso.
Veja-se o caso dos Estados Unidos no final do século XVIII, uma nova nação que foi criada e que não tinha vantagens em relação aos poderes europeus. Como é que, nessa altura, esta nação, que não parece a mais sofisticada nem ter os intelectuais mais brilhantes em comparação com as grandes potências da época, consegue um século depois construir um país com aquela dimensão? Porque tem uma espécie de vontade coletiva de ultrapassar os outros, que estão mais avançados.
É um dos aspetos a referir. No século XVI, os portugueses estão sempre a olhar para Castela. Esta rivalidade, bem como com os franceses e os italianos, de estar sempre a jogar contra estes três poderes vizinhos é fundamental. É neste contexto que se define o seu império.
O norte de África tem mais a ver com os castelhanos. Mas relativamente à rota das especiarias tem a ver com os italianos, Veneza e Génova. Naquele momento, o reino de Portugal era capaz de utilizar outros poderes, havia até muitos italianos, sobretudo florentinos, venezianos e genoveses, que trabalhavam para os portugueses.
Científico, comercial e religioso. O padroado português do Oriente fazia parte da Coroa portuguesa, mas tinha, por exemplo, uma presença muito forte de italianos na Companhia de Jesus.
Pode ter acontecido o contrário: ter sido atrasada por causa de Colombo. Só depois do Tratado de Tordesilhas [1494] é que os portugueses vão recomeçar. Pode dizer-se que Colombo cria uma grande confusão ao voltar com a história estúpida de ter chegado à China. D. João II, que já estaria a preparar as coisas tendo em vista a rota da Índia, teve de parar e tratar daquele assunto e só depois reiniciar os preparativos. Há um período de dez anos que medeia entre as viagens de Bartolomeu Dias [que dobra o cabo das Tormentas, ou da Boa Esperança, em 1488] e Vasco da Gama. Provavelmente não foi por causa de Colombo que os portugueses se lançaram na viagem, teriam feito isso antes, mas a confusão criada por Colombo de ter descoberto as Índias Ocidentais deve ter atrasado um pouco o processo. É uma especulação, mas há indicações que vão nesse sentido.
É um pouco isso, mas também tem a ver com a minha identidade indiana. As mesmas coisas foram mais tarde ditas por portugueses e passaram sem qualquer polémica.
A grande presença é nos séculos XVI e XVII. A partir de 1700, a presença é muito limitada, há feitorias e fortalezas, os portugueses controlam essencialmente Goa, Damão e Diu e pouco mais, e sobretudo Goa. Muita gente na Índia pensa, aliás, nos portugueses relacionando-os com Goa. Mas há um impacto mais complexo e subterrâneo, uma presença mais antiga, com influência na religião, na vida quotidiana, na cozinha, em certos costumes, na vida cultural da Índia...
Em Bengala, na costa nordeste do subcontinente indiano, uma região muito afastada de Goa, portanto, havia uma presença portuguesa importante, embora não oficial, porque os que lá estavam eram sobretudo os chamados “lançados”, os renegados, pessoas com problemas com a justiça ou que se tinham convertido ao Islão, enfim, que estavam basicamente fora do sistema português. Há hoje um debate entre os historiadores sobre uma série de coisas: por exemplo, os bengalis gostam muito de sobremesas, mas têm sobremesas que não existem em nenhuma outra parte da Índia, porque são feitas à base de leite. É muito difícil demonstrar qual é a sua origem, quando foram inventadas, mas há quem diga — e com razão — que têm influência portuguesa. Pode também falar-se de certas músicas: na Índia e no Sri Lanka, o antigo Ceilão, há um tipo de música que se chama “baila”, muito típico, e que provavelmente tem a ver com a presença portuguesa. Ora, os portugueses foram expulsos de Ceilão em 1658.
Essa imagem passou pelos britânicos, que tinham uma certa visão de Vasco da Gama no século XIX. Achavam que ele tinha sido seu antecessor, que abrira o caminho depois seguido por outros, entre eles os britânicos, que chegam à Índia depois de 1600. Sob este ponto de vista, há uma linha direta entre Vasco da Gama, a descoberta da Rota do Cabo e o império britânico. Ao ensinarem aos indianos a História do mundo, os britânicos dizem que a presença europeia na Índia começa com Vasco da Gama, mas que eles — britânicos — foram os seus verdadeiros sucessores, porque fizeram um ‘melhor império’, já que não tinham o problema dos católicos. Vasco da Gama é o primeiro, mas não é capaz de construir o ‘bom império’, em suma. A elite indiana de certo modo ‘engoliu’ este discurso de que os dois homens mais importantes da História do mundo eram Vasco da Gama, de um lado, e Cristóvão Colombo, do outro.
Precisamente com a mesma sequência de raciocínio: os espanhóis foram os primeiros a chegar à América do Norte, mas não souberam construir um verdadeiro império, foi preciso chegarem os ingleses. O interessante é que na época do movimento nacionalista indiano, entre os anos 20 e 40 do século passado, que precedem a independência, há uma série de escritores que falam sobre Vasco da Gama dizendo que ele era um homem muito duro e não refinado, mas ao mesmo tempo muito importante, contestando por isso de certa maneira a tese dos britânicos. Há até um historiador indiano nacionalista que inventou a fórmula “A época de Vasco da Gama”, segundo a qual ela começou em 1498 e durou até 1950, só acabando com a independência da Índia e a criação da China comunista
Que a relação entre mar e terra passou a ser outra. Durante 450 anos é o poder marítimo que domina a relação com o poder terrestre, e isso acaba, tal como os europeus vão perder para os asiáticos, que passarão a dominar o mundo. Mas aceitam que tenha havido uma época de Vasco da Gama, em que este é que é o símbolo dos europeus. Mais do que a pessoa e o homem, foi transformado em símbolo.
Totalmente. É isso que digo no último capítulo do meu livro. Nos livros da escola secundária, escritos em hindi, a representação de Vasco da Gama é a de uma espécie de super-homem.
No século XVI tem uma imagem mais diversa e complicada. No meu livro tentei mostrar que era visto como um político, um homem que agia de modo vincadamente político. Há momentos interessantes na sua carreira, entre 1518 e 1519, quando está muito dececionado com o rei D. Manuel e ameaça passar-se ‘para o outro lado’, para Espanha, para explicar a Carlos V o que devia fazer para criar um império asiático. Nessa altura, o rei dá-lhe o título de conde da Vidigueira. Foi mais ou menos o jogo de Fernão de Magalhães, mas como este era menos importante o rei não cedeu. Já Vasco da Gama tinha um certo prestígio, e os portugueses não podiam deixar que ele se passasse para o inimigo.
Há um debate entre historiadores que pensam que um império deve ser uma forma de controlo terrestre, e sob este ponto de vista há quem diga que o império dos portugueses era no Brasil e não na Ásia, onde não havia territórios importantes sob controlo. Eu entendo que há vários modelos de império no mundo antigo, e os portugueses têm uma visão de império que tem menos a ver com o modelo romano e mais com o fenício ou o grego. Um império disperso que não tem necessariamente um controlo administrativo importante de territórios. É um tipo de império em rede.
É uma ideia surgida no final dos anos 90, que destaca o facto de, por razões puramente acidentais, haver campos historiográficos separados. Por exemplo, há pessoas a trabalhar sobre a história dos portugueses na Índia no século XVI, em diversas faculdades, e trabalham essencialmente sobre a presença portuguesa. Ao mesmo tempo, sabemos que no interior da Índia há outras histórias, que se fazem com outras fontes, como é o caso do império mongol, onde por razões de competência linguística ou outras quase ninguém trabalha. Achei que seria interessante um outro tipo de historiografia, que faria a ligação entre estas historiografias separadas, daí o termo ‘conectada’. É um método. Como fazer para combinar estas histórias distintas e separadas? É a História conectada — tratar no mesmo momento as histórias que são separadas por razões meramente convencionais. Não tem nenhum sentido científico, só por acaso estão separadas, porque ocorreram simultaneamente.
Coisas muito diferentes. Por exemplo, Garcia de Orta, que era judeu, estudou em Salamanca, foi para a Índia talvez nos anos 1530, como médico passou muito tempo nas cortes muçulmanas da Índia e finalmente escreveu “Os Colóquios”. É difícil dizer coisas concretas sobre ele, não há muita documentação, mas podemos reconstituir o contexto da vida dos sultanatos daquela época, qual era o tipo de saber. É um exercício de um certo tipo de história e ciência, que permite saber algo mais de Garcia de Orta do que a sua presença no império português. Outro exemplo: acabei de escrever um livro sobre a história da pintura, da arte, e sobre os intercâmbios entre a arte indiana e europeia. Poucos sabem que Rembrandt copiou 25 miniaturas mongóis, e penso ser interessante tentar saber porquê. Agora sabemos que o fez porque, como não podia observar diretamente o mundo antigo, uma maneira de o fazer era observar o mundo oriental. Ele achava que a linguagem do corpo que existia no Oriente, no império mongol, era semelhante e que o ajudava, por exemplo, a fazer uma pintura de Abraão.
…Também o vê como um grande herói, embora com alguns aspetos negros. Mas é um herói, porque trouxe a Europa até à Índia e transformou a História do mundo.
É uma maneira de justificar o passado em termos do presente, quer dizer, de usar o vocabulário da moda do presente para justificar algo que aconteceu no passado. Também posso dizer que Gengis Khan foi um precursor da globalização.
É verdade que aquele momento é interessante em relação à época anterior. Os séculos XIV e XV representam um certo tipo de mundo em que há formas de intercâmbio muito limitadas. Tudo isso se transformou entre 1450 e 1580, e os portugueses, entre outros, desempenharam um papel. Mas não acho interessante dizer quem teve um papel maior ou menor.
Os portugueses tinham recursos limitados, preferiram concentrá-los no Atlântico, no Brasil, e não lhes era possível estenderem-se em todo o lado. Por outro lado, os holandeses não se mantiveram no Atlântico, tiveram de retirar-se do Brasil, ficaram em Curaçau e em Suriname, mas conseguiram ficar no Índico. Podemos ver isto como um jogo geopolítico entre vários impérios, alguns ficam mais poderosos em certas regiões, outros em outras. A velha história do declínio relacionado com o catolicismo não tem nada a ver com isto, é um mito criado pelos holandeses e os ingleses. Se fosse assim, porque não funcionou da mesma maneira no Brasil?
Não era a mesma coisa. A busca dos cristãos não é o mesmo que cristianização, porque parte da ideia que eles já existiam, é o mito de Prestes João, do apóstolo São Tomé, a busca de comunidades preexistentes. Não é a missionação, que depois também se vem a verificar.
Entre os dois, recorde-se que ocorre o protestantismo. Com o Calvinismo e Lutero, nos anos 20, 30 e 40 do século XVI, os católicos perdem terreno na Europa, e a partir dos anos 40 chegam à conclusão que é preciso ir para fora e criar cristãos em outros países e continentes para recuperar o terreno perdido na Europa. Inácio de Loyola diz claramente que essa foi uma das razões para criar a Companhia de Jesus. É a partir da Contrarreforma que há a ideia de criar novas comunidades de cristãos fora da Europa, na Ásia, em África ou na América. Quando Vasco da Gama chega à Índia, ele não tem essa ideia de fazer conversões ou de criar comunidades de cristãos. Morreu em 1524, e essa ideia não era muito importante.
Sim, no sul da Índia, são comerciantes de pimenta, por exemplo. Irá relacionar-se com eles na segunda e terceira viagem.
É um espaço importante. Há lutas de poder, mas podemos referir três aspetos. Há o poder económico dos países islâmicos, que existe sobretudo a partir dos anos 70, com a transformação do mercado do petróleo, em que a Arábia Saudita, os países do Golfo e o Irão passam a ter uma influência enorme, até no mundo não islâmico do oceano Índico, por exemplo em termos de mercado de trabalho; muita gente não muçulmana, da Índia, Filipinas e outros sítios, vai trabalhar para esses países, criando uma economia de circulação, com um impacto enorme que não se vê muito no Ocidente. Em segundo lugar, tem importância pelos investimentos que fazem nas instituições. E, finalmente, há o aspeto geopolítico. A política indiana é, por vezes, de jogar contra certos países islâmicos em favor de outros.
Há, mas nos últimos dois anos o poder central na Índia está nas mãos de um partido hinduísta, que tem uma política abertamente contra os muçulmanos. Quando preparam as eleições, falam sempre da ameaça muçulmana, num discurso do tipo de conflito de civilizações.
É um discurso oportunista de jogar com o medo. É sempre útil. O caso indiano é muito particular, por causa de Caxemira, mantemos ali uma guerra contínua de baixo nível há quase 70 anos. É muito tempo. Uma fronteira aberta, com um exército de ocupação. Há dois casos no mundo, nós e os israelitas e palestinianos, em que a cronologia é quase a mesma, o problema foi criado pelos mesmos — os britânicos — e com o mesmo método, mas depois lavaram as mãos e foram-se embora.
O Brasil e a Segunda Guerra Mundial: numero especial da revista Esbocos (PPG-Hist., UFSC)
The Rise and Fall of the Brazilian-American Military Alliance, 1942- 1977 - Frank McCann, p. 13-60
https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/2175-7976.2015v22n34p13/32173
Considerações historiográficas sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial: balanço da produção bibliográfica e suas tendências - Francisco Cesar Alves Ferraz, p. 207-232
https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/2175-7976.2015v22n34p207
ESBOÇOS - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC Florianópolis, v. 22, n. 34, ago. 2016. Semestral. ISSN 1414-722x (cessou em 2008) ISSNe 2175-7976
DOSSIÊ BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
link: https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/2175-7976.2015v22n34p6/32214
Roberto Ellery sobre a extensao, caracteristicas e gravidade das pedaladas
Paulo Roberto de Almeida
Blog do Roberto Ellery
domingo, 28 de agosto de 2016
Pedaladas, Bolsa Família e programas do BNDES
"O PT destruiu o setor elétrico": Adriano Pires (O Antagonista)
“O PT destruiu o setor elétrico”
Um dos maiores especialistas em energia do país, Adriano Pires diz que o governo Temer tem de perseverar para recolocar a casa em ordem
Por Márcio Juliboni
O Brasil vive uma temporada de rescaldo. Para cada lado que se olha, encontram-se ruínas fumegantes de setores atingidos pelas políticas desastrosas dos governos petistas. Um dos mais afetados é o elétrico, praticamente quebrado pela intervenção de Dilma, em 2012. “O PT fez uma política de terra arrasada no setor”, resume Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Confira os principais trechos da conversa com O Financista.
O Financista: O que significa a atual onda de empresas e ativos à venda no setor elétrico?
Adriano Pires: O setor elétrico foi uma grande vítima dos governos petistas, a ponto de ter sido praticamente destruído. Basicamente, o que Dilma quis fazer, com a medida provisória de 2012, foi baixar as tarifas em um momento de alta dos custos. Depois, quando ganhou a eleição, ela precisou dizer a verdade: o setor estava quebrado. Veio o tarifaço na conta de luz. Isso representou, na prática, um racionamento forçado de energia, já que os brasileiros reduziram o consumo diante do preço alto. Dilma literalmente desligou o setor elétrico.
O Financista: Como empresas de um setor quebrado podem atrair compradores?
Pires: Isso depende muito do modelo que o governo Temer adotará para o setor. Os ativos à venda não são ruins. O que é necessário é uma política setorial mais pró-mercado.
O Financista: Como?
Pires: Primeiro, mudando a regulamentação das distribuidoras, que foram as mais penalizadas pela política petista. Também é preciso criar uma política de venda de ativos da Eletrobras e tornar a Aneel mais transparente. Outra coisa que devemos considerar é que, nos últimos anos, a matriz elétrica ficou mais dependente de fontes intermitentes, aquelas que dependem de algumas condições para gerar energia, como a solar e a eólica. Além disso, as usinas a fio d´água também transformaram as hidrelétricas em fontes intermitentes: se há chuvas, temos energia; caso contrário, não. Precisamos reduzir a dependência em relação ao clima. Para isso, é preciso colocar as usinas térmica na base do sistema, e não apenas como backup.
O Financista: Mas as térmicas não encarecem a energia?
Pires: No fundo, elas podem ajudar a moderar a tarifa. Atualmente, elas só são ligadas em caso de escassez de oferta, quando as hidrelétricas estão com reservatórios baixos. Se elas estiverem na base, poderão balancear a oferta das hidrelétricas. Além disso, seriam usinas que consomem gás natural, que é mais barato e bem menos poluente. Outra iniciativa para baratear a energia é promover leilões regionais, com base nas vantagens comparativas de cada local: solar, eólica, hidrelétrica, termelétrica.
O Financista: Voltando a potenciais investidores: por enquanto, só os chineses demonstraram interesse.
Pires: As empresas chinesas são estatais e, portanto, sua lógica de investimentos é diferente da de empresas privadas. Até ontem, o Brasil apresentava um elevado risco político, econômico e regulatório. Isso praticamente proíbe investidores privados de se arriscarem por aqui. Já os chineses têm outra lógica: eles aumentam seus ganhos com uma estratégia casada de venda de equipamentos, por exemplo. Agora, com o governo Temer, os investidores privados devem voltar.
O Financista: Em quanto tempo o setor pode se recuperar?
Pires: É difícil dizer. Primeiro, porque o PT fez uma política de terra arrasada no setor. Segundo, porque vai levar tempo para arrumar tudo. O importante é que o dever de casa começou a ser feito. Se o governo continuar nesse rumo pró-mercado, acho que já podemos atrair investidores no ano que vem. O que devemos evitar são as empresas que se dispõem a trabalhar com “taxas de retorno patrióticas” – aquelas artificialmente baixas, apenas para promover populismo tarifário. Só dois tipos de empresas aceitam isso: aquelas que estão lucrando por outros meios, como vimos com as empreiteiras da Lava Jato, e as aventureiras, que não sabem onde estão entrando: assumem riscos indevidos, quebram e deixam todos na mão.
I Semana Pela Liberdade da UnB: programacao dos Estudantes Pela Liberdade
Espero que seja a primeira de muitas, e sobretudo que ela produza rebentos na vida real.
Gostaria de complementar o título dado à minha palestra, no último dia, sexta-feira 16/09: " O populismo econômico e a ‘destruição destruidora’ na América Latina”
Paulo Roberto de Almeida
Será uma semana voltada para debates, workshops e palestras sobre temas raramente vistos por perspectivas diferentes, com convidados excepcionais.
Uma parceria de diversos grupos liberais e conservadores para dar voz a visões de mundo diferente do que estamos acostumado na Universidade de Brasília.
Sua presença é muito importante, principalmente se for calouro. É através da disseminação de idéias que podemos transformar o ambiente que vivemos, tudo em prol do indivíduo, pois quando agimos para o bem dele, agimos para o bem da sociedade!
Dê uma olhada no nosso cronograma:
Segunda (12/09): das 18:15 as 20:00 no Auditório do Instituto de Ciência Política. --> Palestra com o Professor Roberto Ellery, sobre a soluções para a educação superior no Brasil.
Terça (13/09): das 18:30 as 20:00 no Auditório do Instituto de Ciência Política. --> Palestra com Professor Bráulio, sobre a doutrinação nas escolas e o sobre o que é o Escola Sem Partido.
--> Palestra com o Leandro Narloch!
Quarta (14/09): das 18 as 20:00 no Auditório do Instituto de Ciência Política. --> Mesa redonda sobre a CPI da UNE, com estudantes de diversos cursos e membros do Instituto Liberal do Centro Oeste (ILCO).
Quinta (15/09): das 18:00 as 20:30 no Auditório do Instituto de Ciência Política. --> O que é conservadorismo? Com Felipe Melo, aluno da Universidade de Brasília e membro do Instituto Conservador de Brasília.
Encerraremos com nossa CONFERÊNCIA!!!
Das 14 as 18 horas, sexta (dia 16/09), no auditório de Ciência Política.
--> Presença confirmada de Adolfo Sachsida, falando sobre a crise fiscal brasileira.
--> Presença confirmada de Paulo Roberto de Almeida, falando sobre o populismo na América Latina
VAGAS LIMITADAS
"Creio que, em qualquer época, eu teria amado a liberdade; mas, na época em que vivemos, sinto-me propenso a idolatrá-la." Alexis de Tocqueville
sábado, 27 de agosto de 2016
Relacoes Internacionais Em Pauta: programa de entrevistas do IPRI, criado por Alessandro Candeas
Primeiro a apresentação geral, constante do site, depois a própria apresentação do Alessandro e a relação dos depoentes.
Eu mesmo apareço num dos videos:
11) Ministro Paulo Roberto de Almeida
https://www.youtube.com/watch?v=As78ES-kFSk
Paulo Roberto de Almeida
http://www.funag.gov.br/ipri/riempauta/
1) IPRI: Introdução ao programa Relações Internacionais em Pauta
https://youtu.be/gBCLer8uI8M
2) Embaixador José Alfredo Graça Lima
https://www.youtube.com/watch?v=vkQnJIfZeqs
3) Embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey
https://www.youtube.com/watch?v=8e4fdVwIyVc
4) Embaixador Paulo Estivallet Mesquita
https://www.youtube.com/watch?v=iKEArD839YI
5) Embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães
https://www.youtube.com/watch?v=hZN8QhLoa7w
6) Embaixador Fernando José Marroni de Abreu
https://www.youtube.com/watch?v=tzBi4wW_810
7) Embaixadora Maria-Thereza Lazaro
https://www.youtube.com/watch?v=Q7NfMQrmNok
8) Embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa
https://www.youtube.com/watch?v=6sNHltV_JUc
9) Nathalie Tocci - Assessora na UE em Assuntos de Política Externa
https://www.youtube.com/watch?v=PEM0yxjHv9s
10) Professor Pascal Boniface - Directeur de l'IRIS
https://www.youtube.com/watch?v=lhOiqkYPxT8
11) Ministro Paulo Roberto de Almeida
https://www.youtube.com/watch?v=As78ES-kFSk
12) Embaixador João Almino
https://www.youtube.com/watch?v=3sFfPOp1gUo
13) Embaixador Fernando Igreja
https://www.youtube.com/watch?v=rj5-3b8u-sY
14) Embaixadora Vitória Alice Cleaver
https://www.youtube.com/watch?v=H5LDi78c0vE
15) Conselheira Almerinda Carvalho
https://www.youtube.com/watch?v=Fiyy1YG492o
16) Alunos estrangeiros do Instituto Rio Branco
https://www.youtube.com/watch?v=G5VsDLbug_I
17) Professora Sara Walker
https://www.youtube.com/watch?v=jw-hN_JX0oQ
18) Professoras Catherine Withol de Wenden e Virginie Guiraudon
https://www.youtube.com/watch?v=EcGKa1nckeQ
19) Professor Walter Russel-Mead
https://www.youtube.com/watch?v=UsUlS1M-X6k
20) Embaixadora Vera Cíntia Álvarez
https://www.youtube.com/watch?v=80yDdj5QI_0
21) Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima
https://www.youtube.com/watch?v=5lLRmrPFMGo
22) Professor Antonio Jorge Ramalho
https://www.youtube.com/watch?v=EPpjxehWxWM
23) Professor Stephen Burman
https://www.youtube.com/watch?v=arEpubt4Oq4
24) Embaixador Alberto da Costa e Silva
https://www.youtube.com/watch?v=W43tN8iQT_s
25) Embaixador Marcos Castríoto de Azambuja
https://www.youtube.com/watch?v=aDwekxniO60
26) Embaixador José Botafogo Gonçalves
(em preparação)
27) Professor James Hershberg, George Washington University
(em preparação)