Diplomatizzando

Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).

O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

Site pessoal: www.pralmeida.net.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Janer Cristaldo, um intelectual por inteiro - entrevista (2003-2004)


 Grande Leitura!
A entrevista abaixo não está datada, mas imagino que tenha sido concedida logo no início do governo populista que deu início à destruição do Brasil, como enfatiza Janer Cristaldo, o grande intelectual brasileiro que infelizmente faleceu em 2014.
Um pouco longa, mas toda ela é saborosa, como eram saborosos todos os seus escritos.
Grato ao amigo Gil Rickardo, por me ter chamado a atenção sobre essa entrevista, que de outra forma eu não teria lido, como aos seus muitos outros textos reunidos em seu blog ou seus livros eletrônicos, disponíveis nos links que ele apresenta ao longo da entrevista.
Paulo Roberto de Almeida

http://www.geocities.ws/sitecristaldo/entrevistaexpressionista.html

:: Entrevista
A contrapartida da papagaiada
por Diogo Chiuso e Sidney Vida (do Jornal Eletrônico O Expressionista) 
Não é fácil entrevistar alguém que sempre tem algo interessante a dizer, principalmente na hora da edição do texto. Essa é a parte complicada quando o entrevistado é alguém como o jornalista Janer Cristaldo, que deixou clara a impressão de que para cada assunto levantado caberia mais e mais perguntas.
Felizmente no jornalismo online não temos os problemas técnicos e de espaço em papel, como no jornalismo impresso. Portanto, no final das contas, toda a complicação teve uma simples solução: publicar a entrevista na íntegra, sem cortes, nem edição.
Mas não poderíamos privar os leitores de tentar conhecer como Janer Cristaldo é pessoalmente. Já lá com seus 56 anos, mais parece um garotão entusiasmado com a beleza das mulheres e das lindas cidades européias. Até hoje não possui automóvel, pois preferiu gastar seu dinheiro em momentos bem vividos em viagens à Europa, estampadas em lindas fotos de bares e cafés nas paredes. "Adoro bares, aliás, é meu lugar preferido para a leitura", confessa, apontado, numa das fotos o seu preferido, um café em Viena.
Além da agradável recepção em seu apartamento no charmoso bairro paulistano, Higienópolis, Janer fez questão de nos guiar pela imensa biblioteca que viaja pelo mundo das idéias, da literatura e até dos "inimigos", como refere-se com zombaria aos comunistas. Relembra fatos de sua infância em Dom Pedrito - pequena cidade do Rio Grande do Sul - e fala de suas experiências nos jornais paulistas Folha de S. Paulo e Estadão. Considera a imprensa brasileira, apesar de tudo, muito boa por abranger o mundo todo na editoria internacional, diferente da americana e européia que centralizam as notícias em informações "caseiras". Em compensação, critica o jornalista que não gosta de ler e tampouco tem sua própria biblioteca, pois esse profissional, segundo ele, tem a obrigação de conhecer melhor o mundo em que vive.
Hoje, Janer escreve em diversos jornais na internet que dá a ele a liberdade que jamais teria nos de papel, além de não precisar bajular o grande público. Janer é polêmico, mas não por querer ser conhecido, obter fama ou coisa parecida - que aliás diz ter ojeriza a essas coisas - mas, sim, por não ser preso a nenhuma ideologia ou convicção religiosa: "...abandonei Deus lá pelos meus dezesseis, dezessete anos, e senti uma baita sensação de liberdade", afirma com a convicção de quem viveu muito bem a maior parte da vida sendo ateu.
Janer Cristaldo é a essência do homem anti-politicamente correto, no sentido de, com responsabilidade, falar o que pensa sobre qual for o assunto, sem se importar com as reações adversas e o ranger dos dentes daqueles que crêem nos objetos de suas críticas.
Portanto, o que o leitor verá a seguir são análises sérias e contundentes de um homem que tem o que dizer, em contrapartida dos papagaios que encontramos aos montes arrotando a sabedoria alheia, por não ter a capacidade de pensar por si mesmo. 

Atualmente a religião Católica, que é a mais praticada no Brasil, parece estar meio sem rumo. Antigamente tínhamos o conhecimento muito vinculado aos colégios católicos, além dos grande filósofos da Igreja como São Tomás, Santo Agostinho etc. O que aconteceu para que a Igreja Católica perdesse esse status de produtora de grandes pensadores?
A meu ver, hoje não há grandes pensadores, nem dentro nem fora da Igreja. É como se os antigos tivessem esgotado todas as formas de enquadrar o ser humano e a realidade, e não restasse aos contemporâneos senão papagueá-los. No campo da filosofia ocorre a mesma coisa. Não se vê mais surgir Sócrates, Kants ou Descartes. O que surgem são repetidores confusos.
Que mais pode acrescentar a Igreja ao que disseram os antigos doutores? Além do mais, a Igreja tem uma espécie de AI-5, o dogma, que inibe todo pensamento. Católico algum pode negar o dogma. Até mesmo um marxistóide como Leonardo Boff tem de engolir a virgindade de Maria, tanto que ele escreveu um livrinho, A Ave Maria - o Feminino e o Espírito Santo, endossando esse fenômeno típico de certos pulgões da lavoura, a partenogênese. O pensador católico tem também de engolir que o pão consagrado não é mais pão, mas carne, e o vinho consagrado não é mais vinho, mas sangue. Mas atenção: pão e vinho não são símbolos da carne e do sangue, mas a própria carne e sangue. Ou seja, todo católico é no fundo um canibal ou hematófago. Impossível pensar a partir de dogmas.
Só poderia surgir algum pensamento na Igreja no momento em que esta abandonasse o dogma. E não só o dogma, mas também boa parte dos livros do Antigo Testamento, e mais alguns do Novo, particularmente aqueles que defendem genocídio, massacres, escravidão. Que esses livros permaneçam como documentos históricos, muito bem. Mas deveriam ser eliminados do corpo doutrinário de uma religião contemporânea, particularmente de uma religião que se pretende defensora dos direitos humanos...

Embora o sr. seja ateu, deve concordar a base moral dos últimos dois milênios da humanidade foi erguida sobre os ensinamentos judaíco-cristãos. Como o sr. vê os ataques mútuos entre ideologias e religiões, principalmente no século XX?
Em primeiro lugar, vamos acabar com essa história de sr. Até parece que tu és mais jovem que eu (risos). Continuando: vocês falam na base moral da humanidade. Da humanidade, não. Mas do Ocidente, pois no Oriente a realidade é outra. Mesmo assim, a esses elementos judaico-cristãos se deve acrescentar o legado greco-romano. Junte-se esses ingredientes todos e temos o que se convencionou chamar de Ocidente. Quanto aos ataques mútuos, estes decorrem do problema que já apontei, o dogma. Aliás, antes de serem mútuos, são internos. A negação dos dogmas provocou cismas, perseguições, massacres, fogueiras.
Depois, surge o problema do monoteísmo, a origem da maior parte das guerras. Com tanta pedra no deserto, Maomé inventou de subir aos céus a partir de uma rocha sagrada para os judeus. Esta história é curiosa. No espaço de uma noite, Maomé voou de Meca a Jerusalém, montado em uma mula alada chamada Burak, com cabeça de mulher e rabo de pavão. Lá, da rocha onde Abrahão iria sacrificar Isaac, subiu ao céu para receber a revelação. Toda pretensão árabe a Jerusalém, todo o atual derramamento de sangue no Oriente Médio, tem no fundo esta lenda estúpida. Árabes e judeus até hoje estão se matando em função da luta pelas mentes de dois deuses ciumentos, Alá e Jeová. Cristãos e protestantes estão se entredevorando na Irlanda, shiitas e sunitas se massacram no mundo islâmico, cristãos e muçulmanos se mataram com gosto nas recentes guerras iugoslavas. Melhor o antigo mundo grego. Os deuses eram tantos que soaria ridículo um deles se declarar como único.

Qual o seu conceito de Deus?
Não tenho conceito algum de deus. Se tivesse, seria um crente. Tenho, isto sim, um conceito da idéia de deus. Esta idéia responde, de forma primitiva, é verdade, aos mais profundos anseios humanos. Primeiro, serviu como tentativa de explicar o inexplicável. A medida em que o homem desenvolvia seu conhecimento, esta idéia foi sendo relegada a um segundo plano. Quando a física, a química, a biologia começaram a tornar o universo compreensível, deus foi se reduzindo à sua insignificância. Isto permite que, no final do XIX, Nietzsche proclame: Deus morreu. Verdade que o alemão se enganava. As multidões contemporâneas, cada vez mais famintas de misticismo, reduziram o brado de Nietzsche a um ingênuo wishfull thinking.
Hoje, Deus é uma espécie de esperança para as grandes massas incultas. Aliás, desconfio que as pessoas que dizem crer em Deus, pouco estão se importando com o tal de Deus. O que importa realmente é a transcendência da própria alminha. Encontramos isto mesmo no universo pagão. Que eram os deuses lares, manes e penates romanos, senão reencarnações dos próprios antepassados? O homem que cultuava seus lares estava em verdade cultuando seus mortos. A família era mais sólida naquele mundo pagão. A progênie era uma benção e a infertilidade uma maldição. Quem não procriasse, uma vez morto não teria quem lhe oferecesse os manjares que agradam aos lares.
O ser humano é um bicho que se viciou com a vida, aspira ardentemente à eternidade. O que, se pensarmos bem, é um grande engodo. Se uma vida já cansa, imagina ser eterno. Deus ainda tem algum prestígio porque promete vida post-mortem, paraíso ou inferno conforme os méritos do cliente. Se um deus dissesse: “olha, te comporta como quiseres, não tenho nada a ver com isso, afinal depois da morte não existe nada mesmo”, é claro que esse deus não teria Ibope. Eu ousaria avançar que, no fundo, ninguém crê em Deus. Prova disto é o pavor dos crentes na hora da morte. Ora, a morte propicia o encontro com Deus. Deveria ser ardentemente desejada. Mas não é isto que ocorre. Na hora do jesus-está-chamando, até mesmo o papa busca medicina de ponta. Em A Peste, pela voz do padre Panélou, Camus fala de antigos cristãos que se envolviam em lençóis usados pelos pestíferos, para morrer depressa e mais depressa se encontrarem com Deus. Este tipo de cristão não existe mais.

Alguns pensadores - e até o senso comum - costuma associar a crença em Deus a manutenção de comportamentos éticos (os dez mandamentos, por exemplo). O escritor Dostoievski chegou a afirmar que, se Deus não existe, tudo é permitido. Há, no entanto, diversas interpretações para tal frase da mesma forma que parte da filosofia ergueu uma ética sem Deus. Uma pessoa, enfim, pode ter uma vida de virtudes sem Deus, sem esperar as recompensas transcendentais que as religiões oferecem? Qual a sua posição diante de tal dilema?
Vamos aos fatos. Em primeiro lugar, Dostoievski nunca afirmou isso. Se alguém afirmou, teria sido Ivan Karamazov, um de seus personagens. Não se pode confundir personagem com autor. Em segundo lugar, Ivan tampouco afirmou isso. Quem o afirmou foi Sartre, ao escrever que o existencialismo francês estava fundamentado no argumento de Ivan Karamazov, de que se Deus não existe, tudo é permitido. Os fatos são um pouco diferentes. Em verdade, Ivan conclui que se Deus não existe, não existe imortalidade. E “se não existe imortalidade, não existe virtude”. O que, aliás, confirma minha tese: o que preocupa realmente as pessoas é a transcendência.
Para efeitos de raciocínio, admitamos a proposição “se Deus não existe, tudo é permitido”. É uma proposição safada. Dita por um libertino, significaria que tudo é permitido mesmo, já que Deus não existe. Elimina-se qualquer ética, como se ética dependesse da existência de Deus e não de um acordo entre homens. Dita por um crente, é um alerta: cuidado, se Deus não existe, tudo é permitido. Para que tudo não seja permitido, é preciso que Deus exista. Mas de que deus fala quem assim fala? É bom que lembrar que, no universo do monoteísmo, os deuses são vários. Mesmo na Bíblia não existe um só. A que deus se referem esses pensadores e o tal de senso comum? Ao que não só permite, mas também ordena guerras, massacres, pestes e catástrofes? Ou àquele outro que fala em amor e perdão? É bom ainda lembrar que este deus amoroso do Novo Testamento, segundo o Apocalipse, deve voltar a ferro e fogo para fazer tábula rasa do planetinha. Pela primeira vez, nos textos sagrados, Cristo monta um cavalo, arma de guerra.
Quanto aos Dez Mandamentos: estamos naquele período histórico em que religião não se distingue de legislação, onde ainda não há Estado mas apenas um poder religioso. Ora, isto faz mais de três mil anos. De lá para cá, o homem ocidental foi suficientemente sensato para separar as duas coisas. Uma das grandes confusões de nossos dias é a falta de distinção entre preceito religioso, preceito ético e lei. Lei deve ser cumprida, sob pena de sanção. Preceito ético pode ser cumprido ou não, depende do conceito de ética de cada um. Pode até ocorrer alguma sanção da comunidade, em caso de transgressão, mas esta sanção não tem o aval do Estado, nem pode ser exercida através de força policial. Quanto ao preceito religioso, este deve ser cumprido apenas pela comunidade que crê naquela religião. Ou pelo menos assim deveria ser. Que os cristãos considerem pecado o aborto ou o homossexualismo, isto é um problema que diz respeito apenas à comunidade cristã. Tal condenação não pode ser imposta a um Estado laico, como pretendem os papistas.Pessoalmente, não preciso de Deus nem de recompensas transcendentais para ser honesto. E penso que não somos poucos os que assim pensamos.

Mas no Brasil a questão religiosa é complicada. A maioria é católica, porém, nada impede que freqüentem terrenos de candomblé ou até sigam as doutrinas espíritas de Kardec, que aliás, o Brasil é um dos únicos países que ainda levam à sério a "ciência-religião" deste francês. Na sua opinião por que há esse desespero em querer salvar a alma? Neste sentindo o ateu é mais tranqüilo, já que sabe que seu fim não é a eternidade proposta pelas religiões?
O candomblé se deve à porção africana do Brasil. Há toda uma população que não se reconhece no deus e santos brancos europeus. Apela então às tradições animistas africanas. É uma religião de negros e pobres, mas que gera muito dinheiro e poder, particularmente na Bahia. Até um comunista empedernido como Jorge Amado achou melhor fazer o jogo dos orixás. Quanto ao espiritismo, foi uma fórmula encontrada por um setor das elites brasileiras para escapar ao catolicismo sem cair no animismo. O kardecismo tem suas origens no mesmerismo, doutrina proposta pelo austríaco Franz Anton Mesmer, para quem a alma humana ultrapassava os limites do corpo e atuava fora dele. Que o corpo humano emitia radiações, compostas de elementos materiais, que seriam os veículos transmissores da ação da alma e que continha forças vitais. Kardec - em verdade Denizard Rivail - aproveitou esses elementos, mesclou-os com uma teoria da reencarnação e estabeleceu bate-papos com os espíritos através de mesas girantes. Não sei se já observaste, mas muita gente que perde um filho ou pessoa próxima, logo é assediada pelos espíritas. Na ânsia de transcendência, de comunicação post-mortem, há pessoas que caem no engodo. É uma variante mais pragmática da vigarice da vida além-túmulo dos cristãos.
Kardec está sepultado no Père Lachaise, em Paris. Multidões de brasileiros visitam sua tumba. Se fores perguntar a um francês quem foi Kardec, ele não te dirá nada, pois nem sabe de quem se trata.
Eu não saberia dizer nem onde nem quando surge essa idéia estúpida de salvar a própria alma, aliás tão estúpida quando a idéia de alma. Isto é tarefa para historiadores, mas obviamente o cristianismo não é inocente neste imbroglio. Claro que o ateu é um homem mais tranqüilo, ele dispensa muletas espirituais. Mas atenção: há dois tipos de ateus. Há aquele que simplesmente não acredita em Deus nem na craca metafísica que vem junto com essa idéia, nem faz proselitismo Existe ainda um outro, o ateu militante, aquele que procura adeptos para reforçar sua descrença. Este, na verdade, está doidinho para acreditar em deus. Mal um deus qualquer lhe pisca um olho numa esquina, ele adere de corpo e alma à nova crença..

Então Marx acertou em dizer que "a religião é o ópio do povo"?
Ópio do povo e mais um pouco. Fonte de renda e poder para elites, atraso para o pensamento e para a ciência, um peso inútil para o indivíduo. No caso da Igreja Católica, é um tremendo fator de miséria para o Terceiro Mundo. O Vaticano tem assento na ONU e sempre se opõe às políticas de controle da natalidade. Fator de insalubridade, também. Toda vez que as autoridades falam em preservativos para conter a Aids, não falta padre ou bispo que se manifeste contra. O Congo, que tem uma população de 52% de católicos, está sendo arrasado pelo HIV, graças aos padres que se opõem ao preservativo. Estas políticas merecem um só adjetivo: criminosas.

Vamos falar de literatura. Na sua opinião, qual o valor dos livros na vida de uma pessoa? E quais livros uma pessoa jamais deveria deixar de ler?
Sem livro, não há cultura. Vê os índios, por exemplo. Há tribos ágrafas no Brasil que continuam chafurdando no paleolítico, para alegria e sustento dos antropólogos. O livro, primeiramente, com Gutenberg, e depois a democratização do livro, com Aldus Manutius, foi uma poderosa ferramenta do desenvolvimento humano. O livro liberta, nos livra de idéias pré-concebidas, de crendices e religiões. Ensina e humaniza. Tem mais: se não for instrumento de libertação, de informação e de degustação estética, para nada serve. Curiosamente, um dos primeiros livros que me ajudou a jogar fora idéias religiosas, foi a Bíblia. Não há fé que resista a uma leitura atenta da Bíblia. Lendo-a com atenção, vê-se que deus é uma criação humana, e seu conceito depende de época e geografia.
Mas o livro também tiraniza. Já deves ter notado o poder de que se imbui um desses pregadores de rua, ou mesmo de púlpito, ao brandir uma bíblia. Eles se apegam apenas a alguns aspectos da bíblia, os que mais convêm a seus dogmatismos, e ameaçam a clientela com inferno, fogo e sofrimento eterno. Não por acaso, o livro predileto deles é o Apocalipse.
Quanto aos livros que uma pessoa jamais deixaria de ler, a pergunta é complicada. Eu diria que, ocidentais, todos temos de dar uma olhadela em Platão e seus Diálogos. O Quixote é outro grande livro, mas atenção: é preciso que o leitor goste da ironia literária, da Espanha e, principalmente, da antiga Espanha. Sem isto, o Quixote pode tornar-se uma leitura maçante. As Viagens de Gulliver, de Swift, este tremendo libelo contra as instituições humanas, é outro livro importante. 1984, de Orwell, é fundamental para conhecermos o debate do século passado. Para se ter uma idéia das instituições do Ocidente, eu sugeriria A Cidade Antiga, de Fustel de Coulanges. Para bem entender os fundamentos de nossa cultura, importante ler A História das Origens do Cristianismo, de Ernest Renan. São sete volumes, mas é leitura que prende. Particularmente para quem gosta de viajar, é uma visita - ou revisita - a Jerusalém e Roma antigas.
Em matéria de poesia, penso que Fernando Pessoa é o grande poeta do século passado, apesar de a universidade tentar destruí-lo com suas análises teóricas. E sou apaixonado por José Hernández, este poeta maior da América Latina, tão pouco conhecido no Brasil. Martín Fierro é certamente o poema que mais adoro. A propósito, se alguém não o conhece, aqui está: http://www.literatura.org/Fierro.
Mas isso são as minhas leituras. Um outro leitor certamente proporia outras. A leitura da Bíblia também é fundamental, não posso considerar culto quem não a tenha lido. Mas é preciso lê-la sem fé, sem idéias pré-concebidas, ou então a leitura só serve para reforçar fanatismos.

A literatura e a intelectualidade já estiveram muito ligadas à boemia, principalmente nas décadas de 1920 e 1930, em que muitas obras "nasceram" em meio a conversas de bar. Você não acha que existe hoje uma certa predominância do meio acadêmico no processo de produção literária? O escritor Gore Vidal acha, por exemplo, que a literatura norte-americana praticamente transferiu-se para a universidade, confundindo-se com a crítica literária. Não há uma separação muito abissal entre o escritor que narra as coisas do cotidiano dos que fazem sua literatura com base na cultura adquirida na universidade?
Considero a literatura como uma expressão da revolta. Ou a literatura contesta a própria época, ou é mero entretenimento. A universidade é uma instituição fortemente ancorada no stablishment. Quando a universidade adota uma obra, é porque essa obra já perdeu sua força de contestação.
O suporte da indústria do livro, hoje, é a universidade. Se um dia o livro foi um instrumento sem o qual a universidade não podia existir, hoje a universidade é um instrumento sem o qual a indústria do livro perde seu vigor. O que era fim, a aquisição de saber através da universidade, se tornou meio para sustentação de um comércio. E o que era meio, o livro como instrumento de deleite espiritual ou comunicação do saber, tornou-se fim, uma mercadoria como qualquer outra, para alegria de editores e massagens no ego de escritores com boas relações junto ao MEC e crítica acadêmica. Claro que estou falando da área humanística da universidade, e particularmente dos cursos de Letras. Na área científica e tecnológica encontramos mais seriedade.
A universidade está até mesmo determinando como deve ser feita a literatura. Há milhares de escritores escrevendo para agradar acadêmicos. Mais ainda: a universidade preserva em formol autores que há muito deveriam estar sepultados. Os acadêmicos criaram um mercado artificial, que chamo de indústria textil - textil assim mesmo, sem acento, a indústria do texto - e só assim certos defuntos ainda nos chateiam. Machado de Assis é um deles. Duvido que algum editor apostasse na publicação do Machado se este não fosse leitura obrigatória de vestibulares e ementas universitárias. Mas Machado até que tem algum valor, como referência histórica. Que mais não seja, como cronista de sua época. O pepino são as clarices lispector da vida, as lígias telles, os guimarães rosas. São elefantes brancos que estariam repousando em paz nos cemitérios de paquidermes, não fosse a venda forçada imposta pela universidade. Guimarães Rosa, por exemplo. Todo mundo cita e ninguém lê. Não fosse a pressão universitária, jamais seria reeditado. Além disso, em Grande Sertões, perdeu uma excelente oportunidade de escrever o grande romance homossexual brasileiro. Diadorim era mulher. A família está salva.
Certa vez, em uma palestra na PUC de Porto Alegre, afirmei mais ou menos isso. Após a palestra, uma professora me procurou. Disse-me sentir-se gratificada ao ouvir aquilo, pois ela não suportava a Clarice Lispector, seus alunos abominavam a Clarice Lispector e ela tinha de impor a Clarice Lispector a seus alunos. O que me espanta em tudo isto é que os universitários engulam calados estas imposições curriculares, sem nenhum protesto, nenhuma proposta de mudança de currículo. Há uma indústria estatal no país, títulos que são impostos à rede escolar por compadrismos dos autores ou herdeiros de autores junto ao MEC ou universidades. A audácia que se atribui aos jovens é mero chavão. Os jovens são covardes e, de um modo geral, engolem tudo que se lhes serve.
Denuncia-se muito a corrupção no governo neste país, mas ninguém ousa denunciar a corrupção no santo dos santos, a universidade. Lygia Fagundes Telles, por exemplo, que participou de uma comissão que escolheria 300 títulos a serem comprados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, teve o desplante de sugerir um livro seu, "Ciranda de Pedra" para a lista dos trezentos. Do dia para a noite, sua cotação subiu nesta suspeita bolsa de valores. Segundo a revista Veja, seu passe foi comprado pela editora Rocco, para a publicação de doze livros, por 500 mil reais. Ora, isto é corrupção.

Mas nem Machado de Assis escapa?
Quando o Machadinho estava preocupado com o tremendo drama da Capitu - se ela corneou ou não o marido - Nietzsche estava lutando a tapa contra Deus, Dostoievski estava discutindo os grandes problemas da condição humana, o assassinato, o poder, a revolução. Marx (sem entrar em seus méritos ou deméritos) já havia declarado sua guerra particular à Europa. A impressão que se tem é que Machado desconhecia esses autores. Ou, se os conhecia, preferiu ignorá-los. É muito pobre, muito tacanho. Mas Machado não tem culpa do que mais me irrita nele: é sua circulação forçada nas escolas e universidades. Sem falar que ele cometeu um pecado que não tem perdão, criou essa associação de pavões medíocres que se chama Academia Brasileira de Letras. 

Essa mediocridade está clara hoje, por sermos totalmente órfãos de bons textos literários e dramatúrgicos, o que reflete, principalmente, em nosso cinema, que não tem boas estórias para transpor para as telas. Na sua opinião, por que isso acontece?
A escassez de bons textos não é só brasileira. É como se a ficção, a força de multiplicar-se, tivesse se exaurido. O escritor tinha uma função social importante até o século XIX, até a primeira metade do XX. Era uma espécie de filósofo, maître-à-penser, o sonhador da comunidade. A indústria editorial cresceu desmesuradamente e a literatura foi se banalizando. Imprensa, cinema e televisão foram aos poucos invadindo o território antes ocupado pelo escritor. Qual a diferença entre um filme e um romance? Do ponto de vista estrutural, nenhuma. Do ponto de vista prático, no filme há imagens e sons, e além disso pode ser degustado em menos de duas horas. Em uma época em que as pessoas são pouco dadas à leitura, isto se reflete na literatura.
Houve época em que escritores promoviam revoluções. Que fez Marx, que influiu no século passado de ponta a ponta? Marx não fez nada senão escrever. Mas o mundo mudou. As revoluções hoje são feitas por cientistas e técnicos em laboratórios. A pílula anticoncepcional foi mais eficaz que milhões de palavras contra o obscurantismo. O chip de silício aproximou mais os homens que inflamados discursos em prol da solidariedade.
Pessoalmente, não leio mais ficções. Cansei. O autor leva muito tempo e muitas páginas querendo criar um clima especial, para então plantar sua tese. Sei disso porque cometi algumas ficções. Prefiro ensaios, que são mais diretos, e particularmente ensaios históricos. E adoro essa novela sem fim nem roteiro, as notícias do mundo que o jornalismo traz. Leio hoje os jornais com o prazer que um dia li ficções. Há romances para todos os paladares, sempre segundo a fórmula do antigo folhetim. Desde clássicos antigos como A Guerra dos Seis Dias, Watergate, A Guerra no Golfo, A Queda do Muro, Ex-URSS, O Conflito nos Bálcãs, até outros mais contemporâneos como A Guerra no Iraque, Intifada em Israel, Rio sem Lei, O Presidente Analfabeto. São obras surpreendentes, que autor algum, por mais imaginoso que seja, ousou conceber.

Para você qual o melhor escritor de todos os tempos?
Pergunta complicada. Dentro do pequeno universo que li, o que mais me toca é José Hernández, talvez por minhas origens gaúchas. Martín Fierro é minha bíblia predileta. Quanto me exilei na Suécia no início dos 70 (voluntariamente, bem entendido, afinal ninguém me obrigou a sair do país) levei no bolso um pequeno exemplar de Fierro. Invejo a capacidade de síntese de um Renan. É preciso muito talento e obstinação para montar aquele imenso quebra-cabeça histórico. Invejo também a intuição de Orwell em 1984, a meu ver a obra mais importante do século passado. Não quero dizer que estes sejam os melhores escritores de todos os tempos. São apenas os que mais admiro. Ah! Tenho também de pôr Pessoa nesta cesta básica. Foi o outro autor que levei em minha bagagem para Estocolmo. Hernández e Pessoa foram os amigos que reconfortaram naquelas noites brancas, solitárias e geladas de Estocolmo.

Fale um pouco sobre os seus livros e quais as influências literárias que você teve para escrevê-los; e aonde eles podem ser achados pelos leitores interessados?
Meu primeiro livro foi um ensaio sobre a Suécia dos anos 70, O Paraíso Sexual Democrata. Publiquei depois vários livros em papel e eletrônicos (contos, dois romances, crônicas, ensaios) e traduzi vinte títulos do sueco, espanhol e francês, entre estes praticamente toda a obra de Ernesto Sábato. Como as publicações em papel estão todas esgotadas, o leitor pode encontrar os eletrônicos no E-books Brasil. Dois romances, Ponche Verde e Laputa. O primeiro é um romance de exílio, dez anos na vida de um grupo de gaúchos que sai de Porto Alegre e perambula por Estocolmo, Berlim e Paris. O segundo, as angústias de um professor de Letras em uma ilha tropical, leia-se Santa Catarina. Mensageiros das Fúrias é minha tese de doutorado em Letras Francesas e Comparadas na Sorbonne Nouvelle (Paris III). Nesta tese, em torno às obras de Albert Camus e Ernesto Sábato, há um capítulo que hoje não assinaria mais, é o capítulo sobre o Che Guevara. Ocorre que Sábato o tomou como personagem em Abadón, o Exterminador, e faz do assassino frio um herói generoso e sonhador. Eu endossei a proposta do autor, também tomei Che como personagem. Hoje, considero que não se pode maquiar impunemente um personagem histórico. Sábato, tenho hoje de convir, caiu na armadilha do Terceiromundismo. Foi cúmplice póstumo deste mito que só tem atrasado a América Latina.
Mais os ensaios Engenheiros de Almas (sobre o stalinismo em Jorge Amado e Graciliano Ramos), Qorpo Santo de Corpo Inteiro, Ianoblefe (ensaio jornalístico sobre essa tremenda farsa que foi o massacre de ianomâmis em 93) e A Indústria Textil, ensaios sobre a corrupção literária e universitária. Textil assim mesmo, sem acento, a indústria do texto. Em crônicas, há mais títulos: Crônicas da Guerra Fria, EleCrônicas, Flechas contra o Tempo, Ressentidos de Todo o Mundo, Uni-vos e o último, A Vitória dos Intelectuais, compilação de crônicas do ano passado. Minhas crônicas atuais, e muitas das anteriores, podem ser encontradas no Baguete, Mídia sem mascara, Brazzil.com e Jornaleco.
Influências? Os autores que mais me transformaram, já os citei. Aos leitores, recomendo minhas últimas crônicas. O jornalismo na Web não depende de grandes custos em papel, máquinas, distribuição, logo não precisa bajular o grande público. A liberdade que tenho nos jornais eletrônicos, eu jamais a teria nos jornais em papel.

Você acha que o nível das nossas universidades melhorou ou piorou nas últimas quatro décadas? Quais os motivos? Você não acha que está sendo instituída uma supervalorização do diploma universitário?
Piorou, e piorou terrivelmente. Senti isso quando lecionei Letras na Universidade Federal de Santa Catarina. No último ano de curso, meus alunos não dominavam nem mesmo o português. Aí lembrei de meus dias de ginásio, no Colégio Patrocínio, em Dom Pedrito, pequena cidade gaúcha na fronteira com o Uruguai, na época com uns 15 mil habitantes. Completei o ginásio aos quatorze anos, com um português impecável, um excelente francês, um inglês razoável e arranhando um bom latim. Essa educação, que tive no ginásio, nenhuma universidade fornece hoje. Basta ler os jornais e ver o resultado. Jornalistas oriundos até mesmo da prestigiosa ECA já não conseguem conjugar o subjuntivo e se enredam com os verbos reflexivos. O pronome reflexivo está em vias de extinção. Urge criarmos uma Sociedade Protetora do Pronome Reflexivo, ou este pronome desaparece da língua brasileira. Os jornalistas cometem até mesmo erros crassos, como trocar a letras l (ele) por u. Sauva tua auma, como li certa vez em uma cruz de uma Igreja no interior.
Certa vez, na Folha de São Paulo, escrevi a palavra “preito” em um texto-legenda. Escândalo na editoria. Um subeditor veio reclamar que ninguém conhecia aquela palavra, deveria ser palavra muito antiga. Ora, todas as palavras são antigas, e a imensa maioria delas são bem mais antigas que nós. Tenho dezenas dessas histórias. Isso nos dá uma idéia do nível do ensino universitário hoje.
Quanto à supervalorização do diploma: o papelucho é algo mítico para o brasileiro. Os mercadores do ensino sabem disso e as faculdades proliferam como cogumelos após a chuva. Dessa expansão descontrolada decorre o baixo nível dos cursos. Não há preocupação das universidades na seleção dos melhores. As universidades querem clientes, e quanto mais clientes melhor. Agora chegou no Brasil, tardiamente, a moda das cotas. Querem enfiar os negros à força nas universidades, mesmo quando ineptos para o ensino universitário. Se a moda pegar, vai piorar ainda mais. Todo brasileiro sabe que um marceneiro ou mecânico ganha mais do que muito profissional diplomado. Mas há quem prefira ganhar menos ou mesmo nada, desde que tenha o diploma na parede.

Como você vê a dicotomia entre o grande número de formados que saem das universidades brasileiras todos os anos com a crescente queda de oferta de empregos no mercado formal para pessoas qualificadas?
Isto não é difícil de entender. É decorrência do que falei antes. Ninguém está preocupado com possibilidades no mercado, o que interessa é o diploma. Em minha cidadezinha, vi gente pobre, pagando o que não podia a faculdades particulares, para que os filhos tenham um diploma que não servirá para nada. Diploma é sinal de status no Brasil. Que mais não seja, sempre pode render um empreguinho público ou mesmo um casamento morganático. Só um setor tem ganhos garantidos com a expansão descontrolada do ensino superior: os mercadores de ensino superior. Em minha passagem pelo curso de Letras, vi que o magistério pode não levar a nada, mas tem suas mordomias nada desprezíveis. Bolsas no Exterior, congressos literários, intercâmbio universitário. Isto é, turismo à la farta, boa gastronomia, vida sexual mais diversificada que na província. Tudo isto às custas do contribuinte. Denunciei amplamente, na imprensa, esta corrupção na Universidade Federal de Santa Catarina, que eu chamava de UFSCTUR. Deu em nada. O reitor me processou, mas também não levou nada.

Na sua opinião o que é uma pessoa culta?
Culto, a meu ver, é o homem que conhece história suficientemente para entender a época em que vive. Também acho que uma pessoa, hoje, para entender o mundo em torno a si, deve conhecer pelo menos uns dois ou três idiomas além do vernáculo. Idiomas são janelas abertas para o mundo e viver em ambientes fechados não é nada salutar. Não se pode admitir que um brasileiro medianamente culto não entenda espanhol, francês e inglês. Espanhol, porque é língua irmã, língua do vizinho. Francês, além de ser língua irmã, é a língua das artes. E inglês, queiramos ou não, é o esperanto que deu certo. Se não entender estas três línguas, não saiu da aldeia.

Mas qual o incentivo para estudar se você pode virar um jogador de futebol rico e famoso?
Bom, tens de convir que o jogador de futebol tem vida mais dura que o intelectual. Transpira mais, faz mais esforço. Mas a fortuna só bafeja uns poucos. Para cada moleque de favela que sonha ser um Pelé, há milhares que não chegam sequer a um time de porte médio. A verdade é que o futebol é um meio de ascensão rápida no Brasil, para quem nasceu pobre. É como as touradas na Espanha. Ou como os seminários. A grande safra de padres no Brasil - e provavelmente no mundo todo - depende de famílias pobres, que jogam os filhos numa escola gratuita e num ofício que lhes dá alguma proeminência social. Se o objetivo é ser rico e famoso, estudar de pouco vale. 

O que você acha desta busca desenfreada nos dias de hoje - principalmente dos jovens - por alguns valores como fama, poder, corpo perfeito, riqueza e sexo. Essa busca demasiada de tais valores seria característica do declínio da nossa civilização? Por que não se cultiva mais a justiça, lealdade, honra, amor, honestidade e etc., em nossa sociedade?
Começo pela ordem inversa. Sexo é ótimo. Tens algo contra? Riqueza não é ruim, não. Quem gosta de pobreza são os católicos e marxistas. Eu adoraria ser rico. Seria pródigo, daria bolsas e viagens às pessoas que julgasse merecê-las. Bill Gates doa um bilhão de dólares por ano aos países do Terceiro Mundo. Te confesso que adoraria doar um bilhão de dólares. Infelizmente, não posso doar nem mil. Corpo perfeito é uma bela idéia, desde que não seja obsessão. O sedentarismo inerente à cidade deforma o corpo, mas que fazer? Como dizia Sócrates: a vida no campo é linda, mas os amigos estão em Atenas. Quanto a poder e fama, bom, são coisas que não me atraem. Para se chegar ao poder é preciso mentir, bajular a opinião pública. Está aí o Lula. Para chegar lá, mentiu a vida toda. Mas chegou.
Fama também exige mentir. A idéia de escrever para agradar o maior número de pessoas possível me horroriza. Daí minha ojeriza a best-sellers, sejam livros, sejam filmes. Best-seller, por definição, é algo medíocre. Se o que escrevo não irrita boa parte de meus leitores, em algo devo ter errado.
Quanto à justiça, todo mundo clama por ela. Tanto o Lalau como o Fernandinho Beira-Mar se sentem injustiçados. Lealdade é virtude muito cara aos gaúchos, mas quando falo em gaúchos me refiro àquele ser mítico já extinto, que um dia habitou Uruguai, Argentina e a Fronteira Oeste gaúcha. Lealdade é uma virtude camponesa, pouco encontradiça na urbe. Honra? Está fora de moda. Hoje vale mais saldo bancário, carro importado, roupa de grife. Amor? É um mito literário que surgiu nos poemas de Safo, de Lesbos, na Grécia, invadiu a Idade Média e hoje rende milhões de dólares a indústria cinematográfica, particularmente Hollywood. É talvez o mais lucrativo produto de exportação ianque. Honestidade? Já encontrei pessoas que me confessaram ter vergonha de serem tidos como honestos. Passam por panacas. Assim é o mundo em que vivemos. Não adianta deplorar.

Quem gosta de música, quem precisa de música, acha-a uma emoção, uma sensação, uma onda de prazer. Você não pode sentir prazer se não se permitir sentir, principalmente no caso da música erudita - o prazer de um Mozart, de um Beethoven, tem que penetrar em você suavemente, sem que você perceba, dando uma sensação de bem estar. Mas é notório que nos últimos vinte anos - sendo muito otimista -, a música erudita foi marginalizada na nossa cultura; ninguém quer sequer experimentar tais emoções. Qual a sua opinião sobre os ramos atuais da música erudita em nossa cultura?
Vou discordar de teus pressupostos. Existe, é claro, essa massa informe que vai a megashows, curte rock, funk, reggae e barulhos do gênero. Ou essa música fajuta caipira que de caipira nada tem. São multidões, como multidões são também os leitores de Paulo Coelho ou Harry Potter. Essa gente não interessa, são mercado. Mas a música erudita não foi marginalizada, não. Tenta encontrar um ingresso para uma ópera em Paris, Roma ou Viena. Se não tentares com um mês de antecedência, só vais encontrar o "assento do ceguinho". Em Nova York, há duas salas de ópera, lado a lado, com espetáculos diários, eternamente lotadas. Conheço pessoas que economizam o ano todo para fazer circuitos de ópera em ópera no Exterior. Concertos de música erudita também são muito concorridos no mundo todo.
Eu acho espantoso - e reconfortante - que obras de Mozart, Verdi ou Bizet, escritas há séculos, ainda atraiam multidões. Não só atraiam, como também comovam. Há momentos em Carmen ou Don Giovanni que até hoje nos fazem chorar de emoção. A música erudita vem de séculos e tem excelente futuro pela frente. Considerada a população do planetinha, seus cultores são minoria. Mas é uma minoria de milhões. Outro dia, tomei um táxi com uma amiga, o taxista escutava a Carmina Burana. Mal entramos, desligou. Minha amiga chiou: deixa aí. Ele ficou surpreso, disse que o CD estava sendo um sucesso entre seus passageiros. Estatisticamente, isto não quer dizer muita coisa. Mas já é algo.
Além disso, o CD e o DVD trouxeram a música erudita para mais perto de seu público. Hoje, podemos assistir dezenas, centenas de vezes, a uma ópera de Mozart. Ou as diversas encenações de uma mesma ópera. Mozart não teve essa chance.

Por que tudo se politizou no Brasil? Ou é da natureza do homem desde sempre?
Não me parece que o Brasil se tenha politizado. Há setores politizados, isto sim. O povão gosta mesmo é de futebol, samba, carnaval, novelas da Globo, Ratinho e Sílvio Santos, Fórmula Um e besteiras do gênero. 

O que você acha das medidas do governo Lula? Você acha que tais iniciativas diferem das do ex-governo FHC? Acredita que até terminar seu mandato o sr. Luiz Inácio Lula da Silva finalmente cumprirá parte do ideário socialista de suas propostas iniciais?
Lula começou com uma grande bobagem, o tal de Fome Zero. A meu ver, será este programa o fator maior de desmoralização de seu governo. É uma idéia de jerico dar de comer a uma grande massa. Há inúmeros planos assistenciais no Brasil, desde o governo Fernando Henrique. No ritmo em que vamos, teremos em breve metade do país trabalhando para sustentar uma outra metade ociosa e improdutiva. Não se constrói riqueza deste jeito. Esta é a melhor fórmula para chafurdar eternamente na pobreza.
Lula não está seguindo exatamente ao pé da letra o programa de Fernando Henrique, está indo além. Fernando Henrique tentou taxar os inativos, mas acabou desistindo. Para Lula, é uma questão de honra levar a velharada à miséria. Com o argumento de acabar com aposentadorias milionárias, que são exceção, quer tascar a mão no bolso de milhões de pessoas que estão longe de receber aposentadorias milionárias. Não importa se isto ferir um dos pilares dos regimes democráticos, o direito adquirido. O PT pode ter-se civilizado, mas dadas suas raízes stalinistas, pouco está ligando para democracia. Quer fazer caixa rapidamente. Como afirmou o presidente, nem o Congresso nem o Judiciário irão impedi-lo deste propósito. Só Deus. Quanto ao ideário socialista, ao que tudo indica, o PT, uma vez no poder, o abandonou. Ainda bem. 

Mas o Brasil não está passando por uma revolução comunista aos moldes de Antonio Gramsci?
Não creio. Se o PT tivesse ascendido ao poder nos anos 80, quando ainda o urso soviético arrotava e fazia ouvir seu arroto no Terceiro Mundo, sem dúvida teríamos corrido o risco de virar uma gigantesca Cuba. Verdade que o socialismo serviu de bandeira para a tomada do poder. Mas, como dizia Roberto Campos, o poder é como o violino: pega-se com a esquerda e toca-se com a direita. Derrubado o Muro, desmoronada a União Soviética, não há mais clima para aventuras socialistas neste mundo contemporâneo. Se os brasileiros todos estrilam contra um salário mínimo de 75 dólares, não vejo como reduzir, nos dias atuais, o salário de um médico ou professor universitário a vinte ou trinta. O paraíso cubano, onde médicos e professores foram reduzidos a esta condição de miserabilidade, só serve de referência para militantes idosos, saudosos de suas bandeiras de juventude, e universitários sem noções da História recente, como o são geralmente os universitários hoje. O salário de um profissional liberal nos atuais países socialistas e ex-socialistas, um mendigo diligente o tira em uma semana no Brasil. Tampouco consigo imaginar os brasileiros se submetendo à tirania de um partido só.
O poder tornou o PT mais pragmático. Um dos últimos movimentos no mundo a empunhar as bandeiras do obscurantismo hoje é a guerrilha católica do MST, cujas lideranças cultuam assassinos como Mao, Lênin e Castro como paradigmas para a sociedade. Há quem desconfie do namoro dos encanecidos petistas com o regime de Cuba. Árvore velha não se curva, sob risco de quebrar. Condenar Cuba, para vetustos senhores como José Dirceu, Genoíno, Tarso Genro, seria algo como negar a própria biografia. O mesmo fenômeno vemos nas universidades, onde velhos marxistas continuam fiéis à antiga crença. Negá-la seria o mesmo que afirmar: “eu fui um idiota a vida toda e minha obra não vale nada”. A um homem já maduro, é preciso muita coragem para tal admissão, e coragem é moeda rara. O máximo que o PT conseguirá fazer é afundar um pouco mais o país na pobreza. E daí não passa. Espero.
Quanto ao Gramsci, me parece que atualmente seu maior divulgador é o Olavo de Carvalho, ao conceder-lhe créditos por esse pensamento comunizante que ora vige no país todo. Discordo. Não consigo ver a militância do PT, de Gramsci em punho, tentando encontrar em seus livros a fórmula de introduzir o comunismo no Brasil. Não é preciso ler Gramsci para concluir que, dominadas a universidade e a imprensa, tem-se o controle do que pensa a população. As esquerdas brasileiras são malandras e não precisam de maiores leituras para saber disso. O Olavo vê o mundo a partir de um prisma filosófico e pensa que atrás de todo fenômeno social deve existir um pensamento. Ora, não é bem assim. Basta apanharmos os milhares, talvez dezenas de milhares, de jovens que se dizem marxistas. Raros, raríssimos, são os que leram Marx. Nessas doutrinas messiânicas há algo de místico que não apela à razão, mas ao irracionalismo. De fato, no Brasil le fonds de l'air est rouge, como diziam os franceses em 68. Daí a estabelecer um regime comunista, vai uma longa distância. Comunismo significa miséria. Se os brasileiros já acham injusto um salário mínimo de 75 dólares, imagino que a população jamais aceitaria um regime onde um médico ganha 20 dólares por mês.

Com a falência do chamado socialismo real, surgiu o neoliberalismo (sic) como saída política e econômica para as sociedades ocidentais. Esse modelo, no entanto, já começa a dar sinais de falência. O sr. enxerga uma terceira via nesse processo ou uma saída inovadora baseada em novos princípios?
Isso de neoliberalismo mais me soa como insulto criado pelas esquerdas para atacar o poder. Palavras como capitalismo, burguesia, classes dirigentes, tornaram-se obsoletas com a derrocada do comunismo. Era preciso criar um novo vocabulário, novos palavrões ideológicos. Conheço pensadores, teóricos e obras do liberalismo. Do tal de neoliberalismo, não conheço nada. O PT usou muito o novo palavrão em sua campanha. Agora, ao repetir o programa de Fernando Henrique, faz boquinha de siri. As sociedades ocidentais encontraram uma boa saída tanto no capitalismo como nas sociais-democracias, sistemas que aliás em pouco diferem. Isso de buscar uma terceira via é recurso retórico dos derrotados da história que não querem admitir que foram derrotados. Os petistas já andam piscando o olho para a social-democracia, que até bem pouco era considerada reformismo. Será divertido ver o PT, partido no governo de um país pobre, sendo aceito pela Segunda Internacional, movimento de países ricos. Será um vexame, algo como um penetra maltrapilho em baile da corte.

O que é ser um estadista? Você acha que houve algum em nosso país?
Quem decide quem foi ou não estadista é a História e, no caso brasileiro, esta senhora parece não ter-se decidido por nome algum. Mas há um grande má vontade, um propósito veemente de negar a importância dos governantes militares de 64 em diante. Da mesma forma que Francisco Franco salvou a Espanha - e a Europa, eu diria - do comunismo, nossos militares salvaram o país desta peste que contaminou o século passado. Da mesma forma que Franco, foram situados como vilões. Até o século XIX, os vencedores escreviam a História. Do século XIX em diante, graças à propaganda soviética, surgiu um fenômeno novo: os derrotados passaram a escrever a História. Hoje, no Brasil, são cultuados como heróis os apparatchiks financiados por Moscou, pagos para transformar o país numa tirania comunista.

Podemos acreditar em um futuro para o nosso país?
Futuro é claro que o país tem, já que não há perspectiva alguma de que amanhã desapareça do mapa. Como vai ser este futuro? Esta é a pergunta que se impõe. Não sou nada otimista. Com as favelas se multiplicando, com os ditos moradores de rua aumentando nas metrópoles, com o tráfico dominando e administrando comunidades inteiras, com os sedizentes sem-terra invadindo fazendas, repartições e pedágios, com um governo populista dando - ou pretendendo dar - comida em vez de trabalho e educação, não consigo ver dias lindos pela frente. Tenho mais de meio século de existência e neste curto tempo já vi países escapando à pobreza e levando prosperidade a seus cidadãos. Sem ir mais longe, aí estão a Irlanda, Espanha e Portugal, que deram um tremendo salto econômico nas últimas décadas. Se antes forneciam mão-de-obra aos demais países europeus, hoje têm de fechar fronteiras para escapar aos migrantes da África, Ásia e Leste europeu. O Brasil marcha em ritmo de ganso: um passo, uma cagada. Vivi na Europa e viajo seguidamente para lá. Cada viagem me dói na volta. Vejo países cada vez mais lindos, organizados e ricos e volto a um país cada vez mais sujo, bagunçado e pobre.

Qual a sua mensagem para os jornalistas que estão iniciando sua carreira?
 Resumindo: antes de mais nada, aprender português. Depois, ler História.

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Paulo Roberto e Carmen Lícia

Paulo Roberto e Carmen Lícia
No festival de cinema de Gramado, 2016

Breve Perfil

Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais, com vocação acadêmica voltada para os temas de relações internacionais, de história diplomática do Brasil e para questões do desenvolvimento econômico. Profissionalmente, sou membro da carreira diplomática desde 1977. Minhas preocupações cidadãs voltam-se para os objetivos do desenvolvimento nacional, do progresso social e da inserção internacional do Brasil. Entendo que cinco das condições básicas para que tais objetivos sejam atingidos podem ser resumidas como segue: macroeconomia estável, microeconomia competitiva, boa governança, alta qualidade dos recursos humanos e abertura ao comércio internacional e aos investimentos estrangeiros. Este blog serve apenas de divertissement. Para meus trabalhos mais sérios, ou pelo menos de caráter acadêmico, ver o site http://www.pralmeida.org/.

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Uma reflexão...

Recomendações aos cientistas, Karl Popper:
Extratos (adaptados) de Ciência: problemas, objetivos e responsabilidades (Popper falando a biólogos, em 1963, em plena Guerra Fria):
"A tarefa mais importante de um cientista é certamente contribuir para o avanço de sua área de conhecimento. A segunda tarefa mais importante é escapar da visão estreita de uma especialização excessiva, interessando-se ativamente por outros campos em busca do aperfeiçoamento pelo saber que é a missão cultural da ciência. A terceira tarefa é estender aos demais a compreensão de seus conhecimentos, reduzindo ao mínimo o jargão científico, do qual muitos de nós temos orgulho. Um orgulho desse tipo é compreensível. Mas ele é um erro. Deveria ser nosso orgulho ensinar a nós mesmos, da melhor forma possível, a sempre falar tão simplesmente, claramente e despretensiosamente quanto possível, evitando como uma praga a sugestão de que estamos de posse de um conhecimento que é muito profundo para ser expresso de maneira clara e simples.
Esta, é, eu acredito, uma das maiores e mais urgentes responsabilidades sociais dos cientistas. Talvez a maior. Porque esta tarefa está intimamente ligada à sobrevivência da sociedade aberta e da democracia.
Uma sociedade aberta (isto é, uma sociedade baseada na idéia de não apenas tolerar opiniões dissidentes mas de respeitá-las) e uma democracia (isto é, uma forma de governo devotado à proteção de uma sociedade aberta) não podem florescer se a ciência torna-se a propriedade exclusiva de um conjunto fechado de cientistas.
Eu acredito que o hábito de sempre declarar tão claramente quanto possível nosso problema, assim como o estado atual de discussão desse problema, faria muito em favor da tarefa importante de fazer a ciência -- isto é, as idéias científicas -- ser melhor e mais amplamente compreendida."

Karl R. Popper: The Myth of the Framework (in defence of science and rationality). Edited by M. A. Notturno. (London: Routledge, 1994), p. 109.

Uma recomendação...

Hayek recomenda aos mais jovens:
“Por favor, não se tornem hayekianos, pois cheguei à conclusão que os keynesianos são muito piores que Keynes e os marxistas bem piores que Marx”.
(Recomendação feita a jovens estudantes de economia, admiradores de sua obra, num jantar em Londres, em 1985)

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