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sábado, 16 de fevereiro de 2019
Roberto Campos e a Constituição de 1988 - Paulo Roberto de Almeida
‘Dois ministros do governo Bolsonaro carregam a tocha de Roberto Campos’
LVM Editora lançou no Rio de Janeiro seu mais novo título: ‘Roberto Campos: A Constituição contra o Brasil’; obra reúne artigos do economista liberal Roberto Campos com críticas à Constituição de 1988
A LVM Editora lançou na última quinta-feira (14), no Rio de Janeiro, com o apoio do Instituto Liberal, seu mais novo lançamento: Roberto Campos: A Constituição contra o Brasil. A obra, organizada pelo embaixador Paulo Roberto de Almeida, reúne artigos e crônicas do economista liberal, morto em 2001, com críticas à Constituição Federal de 1988, da qual foi, inclusive, um dos constituintes.
“Para fazer o livro, recolhi 65 artigos de Roberto Campos da fase Constituinte e pós-promulgação da Constituição. Neles, há uma crítica ferina, bem-humorada, irônica, sobre todos os desvios que o Brasil cometeu durante aquele processo na área econômica”, explicou Almeida ao Boletim da Liberdade.
O embaixador, que também já havia escrito O Homem que Pensou o Brasil – A Trajetória Intelectual de RobertoCampos, afirma que leu todos os textos deixados por Campos e alerta que o economista não era contrário à parte dos direitos fundamentais, onde houve um avanço na Constituição de 1988.
“A Constituição realmente consolida um conjunto de princípios democráticos pelas liberdades, respeito aos direitos humanos, [em relação a]o que ele [Campos] não tinha nenhuma objeção. Mas, para Campos, o conteúdo econômico seria uma receita para o atraso. Porque é utópica, dado que quer distribuir generosidade pela via do Direito Positivo, e isso é impossível sem produtividade e um ambiente de negócios favorável”, afirma Almeida, complementando que embora descentralize o poder, a nova Carta não distribuiu os recursos em igual proporção.
Para Alex Catharino, editor-responsável da LVM Editora, Roberto Campos foi um dos “dos mais importantes liberais brasileiros que se dedicou sobre as mazelas da Constituição”.
“Eu tive o prazer de conhecer Roberto Campos. Era um homem que tinha uma grande erudição, uma mente lógica, uma capacidade de lidar com a teoria e trazê-la pra prática. Foi um dos maiores representantes da tentativa de combater no Brasil o patrimonialismo e colocar o país no caminho liberal, na defesa da economia de mercado, direitos individuais e Estado de Direito”, diz Catharino.
Perguntado peloBoletim da Liberdadesobre a influência de Campos no atual governo, Catharino opina que dois ministros carregam a tocha do economista.
“Roberto Campos, já na década de 1980, afirmou certa vez que os economistas mais capazes do Brasil e que poderiam trazer mudanças eram Paulo Rabello de Castro [ex-presidente do BNDES] e Paulo Guedes, atual Ministro da Economia. Hoje, no Ministério de Bolsonaro, além de Guedes, temos também Ricardo Vélez-Rodrigues, da Educação, cuja crítica ao patrimonialismo em diversos trabalhos é parecida com a de Campos. De certo modo, são dois ministros que levam a tocha de Roberto Campos para o governo”, opina.
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