A política externa brasileira na visão de Hélio Lobo (1908-1920)
No contexto de republicanização das instituições e dos agentes políticos do Brasil no final do século XIX e início do século XX, a diplomacia brasileira, capitaneada pelas reformas empreendidas na gestão de Rio Branco, intensificou o processo de americanização, representada pela aproximação progressiva aos países do continente, notadamente os Estados Unidos. Hélio Lobo (1883-1960), cooptado pelo chanceler na esteira de renovação dos quadros do Itamaraty, foi um expoente dessa política de americanização se destacando ao elaborar obras de caráter histórico, focando-se nas ações da diplomacia brasileira na América do Sul no século XIX. A dedicação a essa carreira possibilitou-lhe o reconhecimento necessário para ingressar no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), de onde pôde publicar novos estudos focados na política externa do Brasil, solidificando seu comprometimento com a diplomacia das oligarquias característica da Primeira República. Observam-se em sua trajetória alguns pontos relevantes que permitem delinear sua visão de mundo, a saber: a referência constante ao Direito como elemento legitimador da negociação diplomática - postura vista nas obras sobre a história diplomática brasileira - e a utilização do passado diplomático brasileiro como instrumento de validação das ações presentes. Para o cumprimento da pesquisa foram analisados relatórios ministeriais, correspondência pessoal e diplomática de Hélio Lobo, bem como suas obras produzidas no período em questão e bibliografia selecionada.
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