O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Ateliê de Humanidades: apresentação

 Ateliê de Humanidades 

Quem somos


Ateliê de Humanidades é uma instituição em rede de livre estudo, pesquisa, escrita e formação, voltada à produção e publicação de conhecimento em filosofia e ciências humanas, constituindo-se como  uma iniciativa ao mesmo tempo alternativa e complementar ao sistema formal de ensino superior. 

Alternativa porque não subordina a atividade intelectual às demandas burocráticas, ao estreitamento disciplinar, ao produtivismo acelerado e à corrida por posicionamento na carreira acadêmica. Complementar porque atende a demandas por aprofundamento de estudos, desenvolvimento de pesquisas e confecção de escrita por pessoas ligadas ou não a instituições de ensino superior. Desta forma, ele tem por proposta pedagógica uma orientação centrada na qualidade do processo tutorial (contínuo, próximo e dialógico) tendo em vista alcançar uma excelência do resultado. Para tanto, não exclui o acesso de pessoas sem titulação ou não familiarizadas com as práticas acadêmicas.

Ele é um empreendimento de profissionais das humanidades que, diagnosticando uma crise de nosso tempo, conceberam a criação de um espaço independente que busca excelência no trabalho intelectual. Orientados por uma ética do trabalho bem feito, somos um espaço que reivindica uma reapropriação do tempo próprio à experiência intelectual. Mais do que um nome, a noção de “ateliê” remete ao “artesanato intelectual” que caracteriza o exercício teórico-científico. Defendemos um tempo cadenciado para o pensamento e a pesquisa, tendo o intuito de criar uma atmosfera que incentive projetos vocacionados e experimentais, transpassando disciplinas, assumindo riscos e se orientando a refletir sobre questões locais e globais do tempo presente. Para tanto, constituimo-nos em proximidade a indivíduos, grupos e instituições, oferecendo serviços conectados a demandas advindas de experiências pessoais, práticas profissionais, demandas organizacionais e agendas públicas.

Direção

André Magnelli

Equipe Ateliê

Ane Magnelli
Cristián Jiménez
Lucas Faial Soneghet
Alberto L. C. de Farias
Emmanuel Rapizo Caldas
Marcos Lacerda
Sebastião Lindoberg da S. Campos

Contato

E-mail: ateliedehumanidades@gmail.com


Missão e valores

Uma instituição de livre estudo e pesquisa

Somos uma instituição de livre estudo, pesquisa, escrita e formação em filosofia e ciências humanas, constituindo-nos em uma iniciativa ao mesmo tempo alternativa e complementar ao sistema formal de ensino superior.

Uma renovação das humanidades pelo artesanato intelectual

Buscamos uma reapropriação do tempo cadenciado do pensamento. Mais do que um nome, “ateliê” remete a um “artesanato intelectual” que, com as inovações econômicas e tecnológicas atuais, ganha novas possibilidades e apela a uma renovação das humanidades.

Busca de excelência e vocação a mediar encontros, conexões e convergências

Estamos voltados à excelência em nosso ofício e vocacionados a ser um mediador entre o mundo acadêmico, a sociedade civil e o espaço público. Atuamos como realizadores de encontros, de conexões e de convergências entre empresas, profissionais, organizações, instituições, intelectuais, líderes e cidadãos.

Liberdade de pensamento, experimentação intelectual e reflexão sobre o presente

Propiciamos a criação de projetos livres, vocacionados e experimentais que transpassam disciplinas, assumem riscos e se orientam pelo tempo presente. Para tanto, fazemos projetos de pesquisa científica e nos orientamos para a inovação em tecnologia social e humana.

Uma república de ideias a serviço do público e da democracia

Guiamo-nos pela importância das ideias para a autonomia individual e a cultura democrática. Para isso, atuamos na promoção de esclarecimento sobre problemas (públicos e privados) e na proposição de agendas, reformas e soluções.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

80 Anos do Brasil na ONU: a história da diplomacia e de uma vida - Paulo Roberto de Almeida (Ateliê de Humanidades)

80 Anos do Brasil na ONU: a história da diplomacia e de uma vida

  

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Publicado pelo Ateliê das Humanidades (31/01/2025; link: https://ateliedehumanidades.com/2025/01/31/80-anos-do-brasil-na-onu-a-historia-da-diplomacia-e-de-uma-vida/); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/127389171/4826_80_Anos_do_Brasil_na_ONU_a_hist%C3%B3ria_da_diplomacia_e_de_uma_vida_2025_).

  

Sumário: 

Introdução: da ordem mundial do segundo pós-guerra à desordem atual

O Brasil, presente na criação da ordem mundial contemporânea

Uma trajetória voltada para o estudo e a análise das relações internacionais

O Brasil na ONU durante a Guerra Fria: o desenvolvimento, no lugar da geopolítica imperial

Rupturas na diplomacia: o lulopetismo e o bolsonarismo na política externa

O Brasil na ONU e nas relações regionais na redemocratização da Nova República

O Brasil em face da fragmentação do multilateralismo e da segunda Guerra Fria

Uma relação sumária de minha produção intelectual

 

 

Introdução: da ordem mundial do segundo pós-guerra à desordem atual

    A Organização das Nações Unidas era considerada, até a emergência, confirmada, de uma “segunda Guerra Fria”, como o eixo central do multilateralismo contemporâneo, atualmente sendo abalada por novas fricções geopolíticas derivadas de uma fragmentação da atuação das instituições multilaterais e pela ascensão de potências desafiadoras da ordem mundial reconhecidamente ocidental criada nos estertores da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente a Rússia e a China. As tensões derivadas da vontade do neoczar Vladimir Putin de confirmar a preeminência imperial russa no seu entorno imediato (e mais além) e da pretensão do líder chinês Xi Jinping de unificar a RPC antes do final de seu terceiro mandato à frente da grande nação asiática, em 2027, estão alimentando um cenário de enfrentamentos localizados e generalizados entre as grandes potências, marginalizando o papel da ONU como cenário ideal para debates em torno das questões relevantes da governança global e comprometendo o futuro da cooperação multilateral em temas de paz e segurança, assim como nas demais vertentes do multilateralismo, sobretudo economia e direitos humanos. 

        No presente texto pretendo adotar um enfoque pessoal na análise sintética dos oitenta anos decorridos desde o surgimento da organização sucessora da frustrada Liga das Nações, a fundadora original do multilateralismo contemporâneo, e sobre o papel do Brasil nesse longo itinerário de construção de uma ordem global menos dominada pelo direito da força e mais influenciada pela força do Direito, como eram as expectativas criadas na conjuntura do final do maior conflito mundial, agora temporariamente substituídas pelo que se denominou, de forma imprecisa, como uma “segunda Guerra Fria”. Como se desempenhou a diplomacia do Brasil nesse período bastante prometedor, mas agora preocupante, em face de ameaças, antes impensáveis, de uso de armamento nuclear para “resolver” conflitos resultando de ambições expansionistas de um poder que se colocou à margem do Direito Internacional, violador dos próprios princípios que guiaram a construção da ordem mundial atualmente fraturada? Quais são os desafios que se colocam à política externa do Brasil nesse novo contexto de fraturas na ordem mundial que ela ajudou a criar nos seus primórdios, mas sempre com uma perspectiva crítica com respeito de suas insuficiências e deficiências quanto ao desenvolvimento?

(...)

Ler na íntegra, com a correção do segundo parágrafo (No presente texto pretendo...), neste link: 

https://www.academia.edu/127389171/4826_80_Anos_do_Brasil_na_ONU_a_hist%C3%B3ria_da_diplomacia_e_de_uma_vida_2025_

Anexo: 

1568. “As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica”, Interação com o Ateliê das Humanidades (https://ateliedehumanidades.com/o-atelie-de-humanidades/), com a participação de André Magnelli, Lucas Fayal Soneghet e Paulo Martins, em 22/01. Disponível em 27/01/2025 no YouTube (https://youtu.be/wze6Rw3rPyE) e no (Spotify: https://open.spotify.com/episode/553PSG4fE9txXGjI1pHin4?si=15775e7121dd4bc6); disponível no blog Diplomatizzando (27/01/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/01/as-relacoes-internacionais-do-brasil_27.html). Relação de Originais n. 4834.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica - Paulo Roberto de Almeida (Ateliê de Humanidades)

Convidado que fui pelo Ateliê das Humanidades pelo André Magnelli, Lucas Fayal Soneghet e Paulo Martins para uma conversa sobre a atualidade das relações internacionais, daí resultou uma gravação que agora está disponível no YouTube, como abaixo explicitado.

Os apressados, antes de ler a introdução que segue abaixo, podem ir diretamente ao link: https://youtu.be/wze6Rw3rPyE

Seja bem-vindo ao Conversas de Ateliê!

Na mesa temos Paulo Roberto de Almeida, Paulo Henrique Martins, André Magnelli e Lucas Faial Soneghet. Nosso convidado, Paulo Roberto de Almeida, foi diplomata de carreira entre 1977 e 2021, representando o Brasil ao redor do mundo, e é professor no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

No episódio de hoje, conversamos sobre o cenário de política internacional, com foco na posição do Brasil entre China e Estados Unidos. A política internacional no ano de 2024 foi, para dizer o mínimo, conturbada. Os conflitos no Oriente Médio entre Israel e o Hamas se estenderam por 15 meses até o cessar-fogo recentemente acordado no dia 19 de janeiro de 2025. Começando em outubro de 2023 quando 1.200 pessoas foram mortas e outras 251 foram tomadas como reféns pelo Hamas, os conflitos transbordaram em ataques ao Irã e ao Líbano, visando atingir o grupo Hezbollah. Gaza, cenário da guerra, atualmente está em ruínas. Mais de 46 mil palestinos foram mortos durante as ações militares, segundo a o ministério da saúde de Gaza, enquanto as forças armadas israelenses contabilizam 17 mil mortes de combatentes palestinos e menos de 1 mil mortos de soldados israelenses. O cessar-fogo recente prevê a libertação gradual de reféns do Hamas e a retirada de tropas israelenses do território palestino.

Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou uma invasão militar na Ucrânia, começando um conflito bélico que no mês que vem completará três anos. A guerra arrasou a Ucrânia e criou milhares de refugiados na região. Em resposta à invasão russa, algumas nações ocidentais impuseram sanções contra Moscou que, posteriormente, fechou um de seus principais gasodutos na Europa. Ao longo dos meses, com sanções, posicionamentos e políticas humanitárias, o conflito dividiu nações e opiniões ao redor do mundo e tem sido chamado de o maior e mais mortal desde a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que cerca de 8 milhões de ucranianos deixaram o país, enquanto outros 8 milhões foram deslocados internamente. Atualmente, cerca de 20% do território ucraniano permanece sob ocupação russa.

Nas Américas, Donald Trump está de volta após Joe Biden, seu antecessor, decidir não concorrer para reeleição e apoiar a candidatura da democrata Kamala Harris. O processo foi controverso e tenso, redundando em uma vitória marcante para o republicano, que alcançou a maioria dos votos populares e vantagens claras nos principais estados. A campanha contou com apoio direto de Elon Musk, dono da rede social X e atualmente encarregado do Departamento de Eficiência Governamental no governo Trump. No discurso de posse dado no dia 20 de janeiro de 2025, Trump anunciou a revogação de 78 ordens da gestão anterior, a retirada dos EUA do Acordo de Paris, que versa sobre a redução da emissão de gases de efeito estufa, perdão aos invasores do Capitólio em 2021, o fim das políticas de ação afirmativa e diversidade no governo e o fim do uso do termo “gênero” nos documentos e registros oficiais do país, que deverão usar a palavra “sexo” e conter somente as opções “masculino” e “feminino”.

Para o Brasil, a eleição de Trump significa um novo cenário de polarização internacional. A diplomacia brasileira terá de se equilibrar entre a China, destino da maioria das suas exportações e grande investidora na América Latina, e os EUA, que busca retomar sua influência histórica no continente americano.

Tópicos discutidos: Política Internacional; Globalização; Brasil; China; Estados Unido

Vamos conversar? 

No Youtube: https://youtu.be/wze6Rw3rPyE

No Spotify: https://open.spotify.com/episode/553PSG4fE9txXGjI1pHin4?si=15775e7121dd4bc6

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c5y7g25yljyo

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/10/07/guerra-em-gaza-israel-soldados-palestina.ghtml

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cnlnngrzzzeo

https://veja.abril.com.br/mundo/linha-do-tempo-da-guerra-na-ucrania-relembre-o-que-aconteceu-em-um-ano


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