Surpresas da evolução “civilizatória”
Paulo Roberto de Almeida
Em alguns momentos na vida de uma nação, qualquer uma das mais conhecidas, uma maioria de ignaros, preconceituosos e inconscientes vota em favos de um deles, tão ignorante quanto, mas suficientemente retórico, falador e convincente para lograr o apoio dessa maioria para se apossar do poder político nacional.
Já ocorreu na trajetória de muitos países. Relembrando apenas os casos mais notórios: Itália nos anos 1920, Alemanha nos anos 1930, Argentina nos anos 1940, continuando nos anos 1950 e mais além, Brasil em 1960 (elegendo Jânio, com consequências imprevisíveis nos anos seguintes), alguns europeus nos anos 1970 (Grécia, Itália etc.), vários países latino-americanos nos anos 1980 (levando todo o continente a estagnar em face de asiáticos nos anos seguintes), a Rússia nos anos 1990 (com consequências terríveis para o país e para o mundo todo nos 20 anos seguintes), os EUA duas vezes seguidas nos anos recentes, com efeitos inclusive sobre o Brasil, talvez durante mais anos no futuro previsível.
É uma espécie de maldição que se abate sobre diversas sociedades e nações: a ignorância também pode prevalecer pela via democrática mais de uma vez. Está aí a Argentina que não me deixa mentir.
Estou sendo muito irônico, sarcástico ou o quê? Por acaso estou errado nos registros históricos?
Paulo Roberto Almeida
Brasília, 9/11/2024