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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Globalismo e globobagens: um debate que nunca houve - Paulo Roberto de Almeida

Recebi, de um leitor atento, Marconi S. Olguinsem 2/01/2018, a seguinte mensagem, a propósito deste suposto debate:


Com toda a minha humildade e simplicidade, o ferrenho debate entre Olavo de Carvalho e Paulo Roberto de Almeida tende ao vazio, de um lado um tenta provar a existência de uma conspiração global camuflada, escondida e em atividade, de outro lado é negada veementemente está existência, ou mesmo a possibilidade de planos dela. 
Os dois intelectuais, feridos em seus brios, se digladiam, não pelo mérito da questão que é realmente difícil de se debater no momento, digo no momento pois o passar do tempo provará a verdade, mas para provar ao seu público quem é o melhor, procurando satisfazerem seus egos pessoais e usando o tema como cortina de fumaça para a verdadeira questão. 
Minha opinião pessoal é de que ambos tem seus méritos e capacidades como formadores de opinião e deveriam está lutando lado a lado nesta batalha pelo resgate de uma Nação. Infelizmente vemos nestes ícones imperar a mesma mediocridade existente na maioria da nossa população que impede a união do povo de bem para defenderem causas nobres que só podem ser defendidas por pessoas altruístas, livres de ĺinteresses mesquinhos e baixos, pois os do lado de lá tem como cimento de suas parcerias o interesse escuso, o lucro fácil e o imediatismo, com isso levando vantagem na batalha.
É uma pena ver que o posicionamento destes lideres não é diferente, mas que não percamos as esperanças pois na simplicidade de pensar e agir estarão se revelando os verdadeiros líderes a serem seguidos como farol em tempo de tempestade.



Ele complementou, em 3/01/2018, com estas poucas palavras:



Prof. Paulo Roberto de Almeida, seus posicionamentos às minhas críticas tem sido de um verdadeiro diplomata, parabéns pela conduta, sempre que a resposta à uma crítica é dada em bom tom o alvo desta se torna digno e coerente, Forte abraço! Um parêntese, cabe salientar que seu oponente, além de não provar seu ponto de vista com materialidade não aceita crítica ou tão pouco às responde com dignidade ou inteligência, quando as responde.



Minha resposta a ele (PRA):

Agradeço suas boas palavras Marconi S. Olguins, e fico sensibilizado pela sua compreensão do problema, mas não sei se você atentou para o mais importante.

Fui convidado a dar uma entrevista, sobre os temas do globalismo e da globalização, e me preparei em consequência, para uma exposição individual sobre essas problemáticas. 
Na hora me deparei, não com um monólogo, e certamente não um diálogo, mas uma entrevista dupla, com direito a réplica e tréplicas do "contendor". Tudo bem, não tenho medo de debate ou confrontações, mas é certo que o OC foi bastante agressivo comigo pessoalmente, ao passo que eu apenas recusei a idéia que me parece completamente maluca, de uma conspiração mundial em favor de uma coisa que considero totalmente fantasmagórica, inventada pela direita conservadora, chamada globalismo, o que não reconheço existir ou ter existência material. A despeito dos ataques, o OC concordou, ao final, que não existia um governo mundial, mas que não deixava de existir um projeto para fazer um, sem apresentar qualquer prova, apenas citando autores, e apontando para conhecidas teorias conspiratórias sobre reuniões secretas de poderosos bilionários tramando contra países soberanos e cada um de nós, o que acho absolutamente maluquice desvairada.

O que temos agora é um bando de olavetes desvairados que insistem em dizer que eu não provei o meu caso, como se eu precisava provar a NÃO existência de algo que eles insistem em dizer que existe, sem dar qualquer prova concreta disso. Portanto, os malucos continuam a repetir -- sem esquecer de mencionar que sou diplomata, como se isso tivesse qualquer relação com ideias ou posições --que fui "derrotado" ao negar o globalismo. Ou seja, os malucos querem que eu rejeite palavras, ideias, conceitos que qualquer maluco pode repetir à vontade. Como já escrevi: não é cansativo debater com fundamentalistas, é apenas inútil. Os malucos sempre insistirão que estão com a razão. O mundo está cheio de Napoleões de hospício...

A maior parte dos Olavetes são ignorantes fundamentais. Como são incapazes de articular alguma ideia coerente, ficam repetindo o que escreve ou fala o seu guru, sem se cansar. Eu dispenso os fundamentalistas e posso dialogar com o mestre.

O Olavo de Carvalho prestou imensos serviços ao Brasil, ao alertar, desde o início, para o Foro de São Paulo, que não tem importância enquanto tal, mas que representa um imenso perigo para nossos países ao arregimentar, controlar, guiar e orientar partidos de esquerda a serviço da ditadura cubana, que já nem está mais interessada em construir o socialismo, que os próprios reconhecem que foi um fracasso completo, mas querem apenas manter o poder, e os partidos afiliados no poder de seus respectivos países, para se manterem enquanto ditadura personalista, enquanto tirania absoluta, e para se enriquecer também, pois são bandidos da pior espécie. Os companheiros corruptos do Brasil foram os melhores aliados que conseguiram, num país relativamente rico e corrupto como o Brasil, tirando daqui bilhões de dólares, direta e indiretamente. O OC tem esse mérito, além de outro ainda mais importante, o de ter denunciado, se oposto e demonstrado a fraude que é a comunidade gramscista da academia brasileira, em seus diversos livros, desde o Imbecil Coletivo, até o Jardim das Aflições e todos os demais escritos acadêmicos e jornalísticos que produziu. Esse mérito eu não nego ao OC. Mas ele enveredou por uma paranoia maluca, com a extrema direita americana, que só posso lamentar, pois isso revela o lado insano dessa mente brilhante. Lamento que um lutador por certos valores se descaracterize na aliança com conspiradores de direita, o que torna simplesmente risível seus argumentos quanto a esse suposto governo global. Fora isso não pretendo atacá-lo, apenas lamento que ele não corrija seus olavetes mais desvairados, que não possuem, obviamente, sua preparação intelectual. Eis tudo o que eu poderia dizer sobre esse suposto "debate" que não houve.

Paulo Roberto de Almeida
Bento Gonçalves, 3 de janeiro de 2018


Addendum, a propósito desta matéria, publicada no "Boletim da Liberdade", link: 

https://www.boletimdaliberdade.com.br/2018/01/02/colunista-do-il-diz-que-globalismo-e-apenas-teoria-conspiratoria/
(a ilustração da matéria, abaixo, tenderia a comprovar que seu autor também acredita nessa bobagem sem tamanho).


Formulei o seguinte comentário nessa página, e remeti a esta minha postagem ao final:

Como fui apontado como um dos "debatedores" de um debate que nunca ocorreu – pois eu tinha sido convidado para dar uma entrevista, individual portanto, sobre os temas do globalismo e da globalizacão – permito-me formular os seguintes comentários. 
O artigo deste Boletim da Liberdade é singularmente desequilibrado, enviesado, pois vê um debate onde jamais existiu um, apenas declarações unilaterais de uns e outros. Não sei se o autor deste texto – não identificado – consegue se dar conta de que ele reproduz o mesmo tipo de "exposição" desequilibrada, sem qualquer lógica, que consiste em confrontar palavras a palavras, como se estas tivessem o mesmo peso e significado. 
Seu autor não conseguiu extrair o argumento principal do colunista do Instituto Liberal, João Luiz Mauad, que consiste em relembrar a qualquer neófito (não precisa ser um praticante de lógica aristotélica) que coisas que não existem NÃO precisam de provas de que não existem, e ele citou expressamente unicórnio, sereias e não sei mais o quê. 
Os "defensores" dessa coisa que não existe nos acusam, a mim e ao Mauad,  recusar reconhecer algo que eles mesmos NUNCA conseguiram provar a existência, apenas remetendo a autores, a reuniões de conspiradores, a projetos secretos, sem QUALQUER EVIDÊNCIA concreta, apenas na base dos boatos típicos desse gênero de empreendimento paranoico. Lamento que um articulista liberal-conservador acredite que exista uma conspiração entre comunistas e ricaços para implantar o tal de governo mundial, o que já me parece resvalar na loucura.
Quanto a mim, não reconheço jamais ter feito um "debate", ou "diálogo", com Olavo de Carvalho, pois nunca fui avisado de que essa entrevista dupla existiria. 

Quem quiser considerar que houve um debate, sinta-se à vontade, mas não foi o que ocorreu, eu apenas dei o meu recado e ele ficou me atacando, e os olavetes mencionando minha condição de diplomata, como eu não "tendo conseguido demonstrar o meu caso". 
Ora isso é ridículo: eu não tinha de conseguir provar nada, apenas disso que o globalismo se apoiava sobre uma fantasmagoria, na linha do que disse João Luiz Mauad. Cabe aos seus defensores provar que essa coisa existe, mas para isso não bastam palavras vazias, citações de supostos autores, argumentos sem qualquer fundamentação empírica, alucinações.

Se ouso resumir minhas conclusões sobre esse lamentável caso, que o Boletim da Liberdade consegue alimentar no pior sentido desejável, eis aqui o que tenho a dizer (está acima, justamente).
O que mais eu tenho a dizer, coloquei nesta postagem do meu blog Diplomatizzando, neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2018/01/globalismo-e-globobagens-um-debate-que.html
Paulo Roberto de Almeida
Bento Gonçalves,  3 de janeiro de 2018
 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Trabalhos publicados em 2017 - Paulo Roberto de Almeida

Uma lista fechada agora, mas com possíveis correções em breve...
Paulo Roberto de Almeida


TRABALHOS PUBLICADOS, 22
2017: Do n. 1.249 ao n. 1.280

Paulo Roberto de Almeida 
Atualizada em 1 de janeiro de 2017

Final da série de Publicações de 2017, em ordem cronológica inversa:
Número de trabalhos publicados: 31, ou 2,5 trabalhos por mês.

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1280. “3210. “O IPRI como produtor de conhecimento: os primeiros 30 anos”, Cadernos de Política Exterior (Brasília: IPRI, ano 3, n. 6, julho-dezembro de 2017, p. 357-362). Postado no blog Diplomatizzando (21/12/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/ipri-30-anos-minha-homenagem-paulo.html). Relação de Publicados n.

1279. “Globalismo e globalização: os bastidores do mundo”, série Brasil Paralelo, com Olavo de Carvalho. Transmitido online via YouTube em 11/12/2017 (link: https://www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&utm_campaign=inscritos_-_o_primeiro_debate_do_webinario_ja_esta_no_youtube&utm_medium=email&utm_source=RD%2BStation&v=6Q_Amtnq34g). Relação de Originais n. 3202.

1278. “A construção do direito internacional do Brasil a partir dos pareceres dos consultores jurídicos do Itamaraty: do Império à República”, Boletim da Sociedade Brasileira de Direito Internacional (São Paulo: SBDI, número especial, 2017, p. 1153-1211). Relação de Originais n. 3023.

1277. Oliveira Lima: um historiador das Américas, Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo (Recife: CEPE, 2017, 175 p.; ISBN: 978-85-7858-561-7). Anunciado no Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/oliveira-lima-um-historiador-das.html). Relação de Originais n. 3177.

1276. “Uma visão crítica da política externa brasileira: a da SAE-SG/PR”, Mundorama: Revista de Divulgação Científica em Relações Internacionais (2/12/2017; ISSN: 2175-2052; acessado em 03/12/2017; link: http://www.mundorama.net/?p=24308); postado nas plataformas Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/28ae2de83d/uma-visao-critica-da-politica-externa-brasileira-a-da-sae-sgpr?source=link) e Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/317636574_Uma_visao_critica_da_politica_externa_brasileira_a_da_SAE-SGPR; DOI: 10.13140/RG.2.2.29591.78249). Divulgado no blog Diplomatizzando (4/12/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/politica-externa-brasileira-visao.html). Relação de Originais n. 3126.

1275. “A economia política das relações econômicas internacionais do Brasil: paradigmas e realidades, de Bretton Woods à atualidade”, Anais do II Encontro de Economia Política Internacional do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, II ENEPI; organizadores: Bernardo Salgado Rodrigues; Laura Emilse Brizuela; Mario Afonso Lima (Rio de Janeiro: UFRJ, 2017; p. 1348-1369; ISSN: 2594-6641; disponível: https://drive.google.com/file/d/1EX3XDKFNYnMxhzm5W8xBj_8waB6fiqRE/view; acesso em 29/11/2017). Serviu de base a apresentação no Ipea, em 2/06/2017; disponível em Academia.edu (https://www.academia.edu/s/cbb5ae9c50/the-political-economy-of-international-economic-relations-of-brazil-1944-2016). Relação de Originais n. 3109.

1274. “Prata da Casa, junho de 2017 a novembro de 2017” [Mini-resenhas sobre os seguintes livros: (1) Jaime Pinsky (org.), O Brasil no contexto, 1987-2017 (São Paulo: Contexto, 2017, 224 p.; ISBN: 978-85-7244-992-2); (2) Gustavo Westmann (org.): Novos olhares sobre a Política Externa Brasileira (São Paulo: Contexto, 2017, 272 p.; ISBN: 978-85-7244-986-1); (3) Rogério de Souza Farias: Edmundo P. Barbosa da Silva e a construção da diplomacia econômica brasileira (Brasília: Funag, 2017, 589 p.; ISBN: 978-85-7631-682-4); (4) Sergio de Queiroz Duarte: Desarmamento e temas correlatos (Brasília: Funag, 2014, 244 p.; ISBN: 978-85-7631-507-0; Coleção Em Poucas Palavras). (5) Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.): A importância da Espanha para o Brasil: história e perspectivas (Brasília: Funag, 2017, 217 p.; ISBN: 978-85-7631-670-1); (6) Martin Normann Kämpf: Ilha da Trindade: a ocupação britânica e o reconhecimento da soberania brasileira (1895-1896) (Brasília: Funag, 2016, 221 p.; ISBN: 978-85-7631-584-1)], Revista da ADB, Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 96, julho de 2017 a novembro de 2017, p. 39-41; ISSN: 0104-8503). Relação de Originais n. 3137.

1273. “Depois da diplomacia companheira: o que vem pela frente?”, Gazeta do Povo (28/11/2017, link: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/depois-da-diplomacia-companheira-o-que-vem-pela-frente-di5ffopc0ywu56cc29s8s5hsr). Divulgado no blog Diplomatizzando (28/11/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/11/depois-da-diplomacia-companheira-o-que.html). Relação de Originais n. 3197.

1272. “5 coisas que aprendi dando aula numa universidade pública brasileira”, Spotniks (27/11/2017; link: https://spotniks.com/5-coisas-que-aprendi-dando-aula-numa-universidade-publica-brasileira/). Postado no blog Diplomatizzando (27/11/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/11/5-coisas-que-aprendi-dando-aula-numa.html). Relação de Originais n. 3173.

1271. Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro, Sérgio Eduardo Moreira Lima; Paulo Roberto de Almeida; Rogério de Souza Farias (organizadores); Brasília: Funag, 2017; disponível na Biblioteca Digital da Funag: volume 1, 568 p.; ISBN: 978-85-7631-696-1; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=913; volume 2, 356 p.; ISBN: 978-85-7631-697-8; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=914. Relação de Originais n. 3180.

1270. “O Brasil segundo a diplomacia”, [Resenha de A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016 (Rio de Janeiro: Versal Editores, 2017)], O Estado de S. Paulo (domingo, 8 de outubro de 2017, p. E2, Caderno Aliás, Política, sob o título “História da diplomacia no Brasil tem novo livro definitivo”, em 7/10/2017, link: http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,historia-da-diplomacia-no-brasil-tem-novo-livro-definitivo,70002030739). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/cesse-tudo-o-que-musa-antiga-canta.html); novamente, depois de publicada, no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/resenha-do-livro-do-ricupero-publicada.html). Relação de Originais n. 3168.

1269. “O estadista político”, in: Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida e Rogério de Souza Farias (organizadores), Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro. Brasília: Funag, 2017, 2o. volume; ISBN: 978-85-7631-697-8, pp. 745-759; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=914. Relação de Originais n. 3162.

1268. “O estadista econômico”, in: Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida e Rogério de Souza Farias (organizadores), Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro. Brasília: Funag, 2017, 2o. volume; ISBN: 978-85-7631-697-8, pp. 569-599; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=914. Relação de Originais n. 3161.

1267. “O chanceler no conflito global (1939-1945)”, Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida e Rogério de Souza Farias (organizadores), Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro. Brasília: Funag, 2017, 1o. volume; ISBN: 978-85-7631-696-1, pp. 197-233; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=913. Relação de Originais n. 3160.

1266. “Prata da Casa, fevereiro de 2017 a maio de 2017”, Revista da ADB, Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 95, fevereiro de 2017 a maio de 2017, p. 36-37; ISSN: 0104-8503; link: https://adb.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Revista-da-ADB-alta.pdf). Mini-resenhas sobre os seguintes livros: (1) Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0); (2) José Vicente Pimentel (ed.), Brazilian Diplomatic Thought: policymakers and agents of Foreign Policy (1750-1964) (Brasília: Funag, 2016, 3 vols.; ISBN: 978-85-7631-547-6); (3) Ives Gandra da Silva Martins; Paulo Rabello de Castro (Orgs.). Lanterna na proa: Roberto Campos Ano 100 (São Luís: Resistência Cultural, 2017, 340 p.; ISBN: 978-85-66418-13-2); (4) Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.): Visões da obra de Hélio Jaguaribe (Brasília: Funag, 2015, 135 p.; ISBN: 978-85-7631-539-1). (Publicado antecipadamente no blog Diplomatizzando (29/04/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/prata-da-casa-antecipando-as.html); disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1509304782466300). Republicado a partir da publicação efetiva das resenhas na revista (link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/10/prata-da-casa-fevereiro-de-2017-maio-de.html). Relação de Originais n. 3107.

1265. Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império. 3ra. edição, revista; apresentação embaixador Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras; Brasília: Funag, 2017, 2 volumes; Coleção História Diplomática; ISBN: 978-85-7631-675-6 (obra completa; 964 p.); Volume I, 516 p.; ISBN: 978-85-7631-668-8 (link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=907) e Volume II, 464 p.; ISBN: 978-85-7631-669-5 (link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=908). Relação de Originais n. 1351. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/formacao-da-diplomacia-economica-no_9.html) e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1648798118516965).

1264. “Entrevista Paulo Roberto de Almeida no Brasil Paralelo”, 29 maio 2017, no canal pessoal do YouTube (link: https://youtu.be/fWZXaIz8MUc). Relação de Originais n. 3047.

1263. “Crimes econômicos do lulopetismo na frente externa” [Resenha do livro de Fabio Zanini, Euforia e fracasso do Brasil grande: política externa e multinacionais brasileiras na era Lula (São Paulo: Contexto, 2017, 224 p.; ISBN: 978-85-7244-988-5)], Amálgama (13/05/2017; link: https://www.revistaamalgama.com.br/05/2017/resenha-euforia-e-fracasso-do-brasil-grande-fabio-zanini/); divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/crimes-economicos-do-lulopetismo-na.html). Relação de Originais n. 3116.

1262. “Brasil Paralelo: entrevista com Paulo Roberto de Almeida”, YouTube (1:56 mns; link: https://www.youtube.com/watch?v=meCec0dM_8U&feature=share). Link para entrevista recebido em 13/05/207, e incorporado ao canal pessoal no YouTube (https://youtu.be/fWZXaIz8MUc). Relação de Originais n. 3047.

1261. “Entrevista com Paulo Roberto de Almeida”, in: LESSA, A. C. A RBPI e o pensamento brasileiro de Relações Internacionais: [online]”, SciELO em Perspectiva: Humanas, 2017 [viewed 29 April 2017]. (Available from: http://humanas.blog.scielo.org/blog/2017/04/25/a-rbpi-e-o-pensamento-brasileiro-de-relacoes-internacionais-entrevista-com-paulo-roberto-de-almeida/). (link: http://www.mundorama.net/?p=23555; vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=JibvvjOnAgw). Relação de Originais n. 3104.

1260. “Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil” [Introdução], e “Roberto Campos: uma trajetória intelectual no século XX”, in: Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0), p. 19-33 e 203-355; DOI e-book: 10.18366/pra.0707.2017. Relação de Originais n. 3088 e 3090.


1258. “Fundando um banco de desenvolvimento: o BNDE”, in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 71-74. Relação de Originais n. 3082.

1257. “Bretton Woods: o aprendizado da economia na prática”, in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 52-56. Relação de Originais n. 3081.

1256. “A RBPI e o pensamento brasileiro de Relações Internacionais: entrevista com Paulo Roberto de Almeida, por Antonio Carlos Lessa, Mundorama – Revista de Divulgação Científica em Relações Internacionais, originalmente publicado no Blog Scielo em Perspectiva – Humanas, em 25/04/2017 (disponível no link: http://humanas.blog.scielo.org/blog/2017/04/25/a-rbpi-e-o-pensamento-brasileiro-de-relacoes-internacionais-entrevista-com-paulo-roberto-de-almeida/). [Acessado em 29/04/2017]. Disponível em <http://www.mundorama.net/?p=23555> e <http://wp.me/p71o3r-67V>; disponível no canal YouTube (links: https://youtu.be/LurXasySFFU e https://www.youtube.com/watch?v=LurXasySFFU&feature=youtu.be). Relação de Originais n. 3104.

1255. “Sessão especial no Senado em homenagem a Roberto Campos”, Vídeo da sessão no YouTube (26/04/2017; link: https://youtu.be/4z8Dz4Ul0nI). Texto lido na sessão especial do dia 17/04/2017 disponível no blog Diplomatizzando (16/04/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-sessao-especial-no.html), e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1493626460700799). Notas no Jornal do Senado (ano XXIII, n. 4680, 18/04/2017, p. 1, 6-7). Relação de Originais n. 3102.

1254. “RBPI: itinerário de uma revista essencial”, Brasília, 22 abril 2017, 3 p. Texto de comemoração dos 60 anos da RBPI, para divulgação nos canais existentes. Mundorama (25/04/2017; link: <http://www.mundorama.net/?p=23514>). Relação de Originais n. 3104.

1253. “Roberto Campos, 100 anos: atualidade de suas ideias”, Mundorama (21/04/2017; link: http://www.mundorama.net/?p=23501). Divulgado no Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-atualidade-de-suas.html) e disseminado no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1499393760124069). Relação de Originais n. 3103.


1251. O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; Paulo Roberto de Almeida (org.) (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0); disponível para venda no link: http://editoraappris.com.br/produto/o-homem-que-pensou-o-brasil-trajetoria-intelectual-de-roberto-campos; formato e-book: http://editoraappris.com.br/produto/e-book-o-homem-que-pensou-o-brasil-trajetoria-intelectual-de-roberto-campos. Relação de Originais: 3099 (revisão final global); 3095 (“O homem que pensou o Brasil: textos editoriais”, para a parte editorial do livro, inclusive para orelhas e quarta capa); 3089 (O homem que pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos, composição de todos os textos, inclusive a bibliografia final de obras de Roberto Campos ano a ano); 3087 (“Roberto Campos: uma trajetória intelectual no século XX”, 146 p.; colaboração individual ao livro organizado, p. 203-356).

1250bis. “O que esperar de 2017: economia e política internacional”, Mundorama (21/03/2017; link: http://www.mundorama.net/?p=23347). Relação de Originais n. 3096.

1250. “Oswaldo Aranha: in the continuity of Rio Branco’s Statesmenship”, In: José Vicente Pimentel (ed.), Brazilian Diplomatic Thought: policymakers and agents of Foreign Policy (1750-1964), vol. 3 (Brasília: Funag, 2016, 486 p.; ISBN: 978-85-7631-547-6; p. 685-730; translation by Paul Sekscenski) disponível na Biblioteca Digital da Funag (link: http://funag.gov.br/boletim-editorial/PDB-EN/livros/PDB-Ingles-VOL-3.pdf). Já publicados o volume 1 (link: http://funag.gov.br/boletim-editorial/PDB-EN/livros/PDB-Ingles-VOL-1.pdf) e volume 2 (http://funag.gov.br/boletim-editorial/PDB-EN/livros/PDB-Ingles-VOL-2.pdf). Relação de Originais n. 2502.

1249. “Prata da Casa, outubro de 2016 a janeiro de 2017”, Revista da ADB, Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 94, outubro 2016 a janeiro de 2017, p. 43-45; ISSN: 0104-8503).Miniresenhas sobre os seguintes livros: (1) João Ernesto Christófolo: Solving Antinomies Bwtween Peremptory Norms in Public International Law (Genebra-Zurique: Schultess Éditions Romandes, 2016, 354 p.; ISBN: 978-3-7255-8599-1); (2) Felipe Hees: O Senado Federal brasileiro e o sistema multilateral de comércio (1946-1967 (Brasília: Funag, 2016, 383 p.; ISBN: 978-85-7631-626-8; Coleção Política Externa Brasileira); (3) Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura; Maria Luiz Escorel de Moraes; Eduardo Uziel (orgs.): O Brasil e as Nações Unidas, 70 anos (Brasília: Funag, 2015, 532 p.; ISBN: 978-85-7631-569-8; Coleção História Diplomática); (4) Acir Pimenta Madeira Filho: Instituto de cultura como instrumento de diplomacia (Brasília: Funag, 2016, 228 p.; ISBN: 978-85-7631-623-7; Coleção CAE); (5) José Vicente Pimentel (org.): Pensamiento diplomático brasileño: formuladores y agentes de la política exterior, 1750-1964 (Brasília: Funag, 2016, 3 vols.; ISBN: 978-85-7631-588-9); (6) Flavio Goldman: Exposições universais e diplomacia pública (Brasília: Funag, 2016, 296 p.; ISBN: 978-85-7631-614-5; Coleção CAE); Publicado antecipadamente no blog Diplomatizzando (21/12/2016; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/12/prata-da-casa-os-livros-dos-diplomatas.html); disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1371900469540066). Publicado, na Relação de Originais n. 3068.


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Início da série de Publicações de 2017, em ordem cronológica inversa:

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Um contrarianista no limbo: artigos em Via Politica, 2006-2009: livro Paulo Roberto de Almeida

Minha produção mais recente: 

3219. Um contrarianista no limbo: artigos em Via Política, 2006-2009; Brasília: Edição do Autor, 2017, 247 p. Compilação de três dezenas de escritos publicados em Via Política, dentro as oito dezenas constantes do registro. Feito em formato pdf, e divulgado através de Academia.edu (https://www.academia.edu/35509310/3219ViaPoliticaBook2006a2009.pdf).


Índice

Apresentação: Resquícios de um quilombo de resistência intelectual - 11

O Brasil e os problemas brasileiros
1. Dicionário político dos novos pecados capitais - 17
2. Prioridades possíveis em uma administração racional 19
3. Uma verdade inconveniente: pode o Brasil crescer 5% ao ano? - 24
4. Reflexão pessoal sobre as relações entre Estado e governo  - 30
5. Pequeno manual prático da decadência - 33
6. Prometeu acorrentado: o Brasil amarrado por sua própria vontade - 45
7. Algumas coisas simples que deveríamos ter no Brasil - 52
8. Como criar uma nação de assistidos - 54
9. Duro de crescer: obstáculos políticos ao crescimento no Brasil - 57
10. Presença da universidade no desenvolvimento: perspectiva histórica - 68
11. O afundamento da educação no Brasil  -  73
12. O problema da universidade no Brasil: do público ao privado?  - 81
13. Fim de consenso na diplomacia? - 87

O mundo e seus problemas
14. O Brasil no índice dos Estados falidos  -  91
15. América do Sul: desintegração política e à fragmentação econômica? - 97
16. O papel dos BRICs na economia mundial - 106
17. Fórum Social Mundial: propostas idealistas, grandes equívocos - 112
18. Socialismo do século XXI?: apenas para os incautos... - 123
19. Sete teses impertinentes sobre o Mercosul  - 127
20. Terrorismo islâmico-fundamentalista: uma quarta guerra mundial?132
21. Duzentos anos da vinda da família real: o que Portugal nos legou? - 136
22. Um outro Fórum Social Mundial é possível…  -  151
23. O império americano em sete teses rápidas  -  159
24. O império e sua segurança: quatorze novas teses  - 164
25. O Brasil e o cenário estratégico mundial: breves considerações  - 173
26. O legado de Henry Kissinger  -177
27. Pequena lição de Realpolitik  - 182
28. Bric: anatomia de um conceito - 187
29. Fórum Surreal Mundial: globalizados contra a globalização  -  217

Apêndices
30. Relação dos artigos publicados em Via Política, 2006-2009237
31. Livros de Paulo Roberto de Almeida   - 242
32. Nota sobre o autor   -  245



Resquícios de um quilombo de resistência intelectual


Considero os trabalhos reunidos neste volume, que de outra forma poderiam ser chamados de “crônicas do limbo,” como remanescentes de alguns dos meus quilombos de resistência intelectual, quando eu estava reduzido a um ostracismo funcional, ou seja, confinado a uma espécie de limbo institucional por razões que muitos sabem quais foram, mas que talvez não seja o caso de discutir aqui. Em todo caso, basta informar que, convidado no início de 2003 a assumir a coordenação do mestrado em diplomacia do Instituto Rio Branco, fui “desconvidado” logo em seguida, por motivos obscuros mas que podem ser deduzidos mediante uma simples consulta à lista de minha produção acumulada desde muitos anos. O fato é que, desde então, e pelos 13 anos seguintes, permaneci sem qualquer função na Secretaria de Estado, uma travessia do deserto que apenas foi interrompida com o impeachment de certa senhora. Tudo coincidência, claro.
Enterrado um regime, iniciado um outro, retomei meus trabalhos, não exatamente na Secretaria de Estado, mas numa função de corte acadêmico, que por acaso coincide com meus interesses intelectuais. Durante aquele longo período – do início de 2003 a meados de 2016 –, frequentei, ou criei, vários tipos de “quilombos”, que eu chamei de “resistência intelectual”, em geral sob a forma de blogs, que eu mantinha e alimentava com objetivos variados: resenhas de livros, transcrição de escritos alheios, usos tópicos diversos (por ocasião de eleições presidenciais, por exemplo), e mais frequentemente para finalidades pessoais (como o DiplomataZ, entre vários outros), ou blogs de caráter geral, dos quais o mais constante, e até hoje em uso, é o Diplomatizzando.
Em qualquer um desses quilombos, ou fora deles, a verdade é que eu estava no limbo, o que até pode ser anacrônico, uma vez que a Cúria do Vaticano parece ter extinguido esse “território” muitos anos atrás. Enfim, sempre podem subsistir limbos virtuais. O limbo, segundo os dicionários, representa, na teologia cristã, uma região próxima do inferno, um refúgio para as almas dos homens bons, que viveram antes da chegada de Cristo, e para as almas das crianças falecidas não batizadas. Num sentido civil, pode aproximar-se de uma espécie de prisão, ou confinamento, o que deve ter sido o meu caso. No sentido mais comum do termo, seria um lugar ou a condição de  negligência ou de esquecimento aos quais seriam relegadas coisas ou pessoas não desejadas. Estas são, em todo caso, as definições que retiro do Webster's New Universal Unabridged Dictionary (2nd edition; New York: Simon and Schuster, 1979), p. 1.049. Os muito curiosos por outras significações, ou por explicações mais detalhadas, podem procurar o verbete na Wikipédia.
Retomemos o meu caso. Consciente do ostracismo que me foi imposto, por decisões provavelmente políticas (ainda que não declaradas), continuei a fazer o que sempre fiz, no decorrer de toda uma vida dedicada a uma atividade fundamental: ler, refletir, escrever, eventualmente divulgar meus escritos pelos meios disponíveis. Estes meios não eram muitos; ao início, na verdade, nenhum, uma vez que eu só dispunha, em 2003, de meu próprio site pessoal (www.pralmeida.org), que se destinava unicamente a divulgar alguns trabalhos acadêmicos, em temas sobre os quais eu era frequentemente consultado por estudantes, jornalistas ou colegas acadêmicos: integração regional, política externa brasileira, relações internacionais de modo geral. O site pessoal era um instrumento passivo, pois nunca fiz dele um instrumento de comunicação, ou plataforma para qualquer outro objetivo, senão a compilação de trabalhos de natureza intelectual, que refletiam essa minha produção de tipo acadêmico. A partir de certo momento, para facilitar o trabalho de carregamento e disponibilização de trabalhos mais curtos, passei a utilizar a ferramenta dos blogs, o único free lunch real, conhecido sob o capitalismo.
Por inépcia pessoal, incompetência técnica notória, tive vários deles, sucessivos, até conseguir estabilizar no Diplomatizzando, sem que todos os demais tivessem sido desativados; foram apenas sendo deixados de lado, para não complicar muito a vida. O fato é que comecei a postar um volume crescente de materiais suscetíveis de atrair a atenção de um número maior de leitores, e até de “editores” de ferramentas semelhantes ou até de instituições de ensino e pesquisa espalhadas pelo Brasil. De várias recebi convites para colaborar, o que procurei atender na medida de minhas possibilidades e, sobretudo, interesse no tipo de veículo, seu perfil social e nicho de interesse intelectual.
Um deles foi a revista eletrônica Via Política (Porto Alegre), animada pelos jornalistas gaúchos Omar Luiz de Barros Filho e Sylvia Bojunga, que me localizaram em algum momento do início de 2006 e formularam o convite para que eu colaborasse. Refleti por algum tempo, sobre se deveria aceitar ou não, e resolvi colaborar, tanto porque havia sido contatado quase simultaneamente por dois outros veículos online de comunicação, e também porque, desde 2001, já contribuía mensalmente com a revista digital Espaço Acadêmico, um bem sucedido empreendimento editorial mantido em condições quase artesanais pelo professor Antonio Ozaí, da Universidade de Maringá, no Paraná. Depois de ter inaugurado minhas colaborações mensais nessa revista por um texto – “Dez novas regras de diplomacia” – que deve ter sido o mais acessado de toda a minha produção acadêmica (na verdade diplomática), continuei durante dez anos com meus artigos provocadores (do ambiente de gramscismo disseminado), até que o corpo editorial deve ter se cansado de meus ataques à nossa miséria acadêmica e resolveram dispensar-me dos colaboradores regulares. Ufa! Poupou-me uma obrigação adicional.
Em Via Política, com total liberdade de colaboração, cheguei até a dispor de uma coluna dedicada e especial, que reproduzia o título de um dos meus blogs na ocasião – a “Diplomatizando”; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando – e mandava minhas contribuições a intervalos regulares, embora sem uma periodicidade fixa. No total, salvo engano de registro, contei 87 publicações, mas pelo menos duas delas foram longos artigos divididos em postagens diferidas ao longo de algumas semanas, como foi o caso de um ensaio sobre o Brics e uma análise das parvoíces do Fórum “Surreal” Mundial (que parecem ter desaparecido da paisagem, mais por falta de dinheiro oficial do que de besteirol à disposição dos incautos).
Nesta minha seleção ilustrativa, escolhi três dezenas de trabalhos, reproduzidos neste volume de compilação (nem sempre fiel aos textos efetivamente publicados, pois que buscados nas minhas pastas de “originais”, organizadas ano a ano. Creio que podem ser considerados os trabalhos mais representativos, e ainda válidos, de minhas reflexões e de minha produção intelectual nesses anos em que me encontrava afastado de qualquer atividade funcional na Secretaria de Estado ou de postos no exterior. Depois da decisão de efetuar o “renascimento” desta colaboração com um blog infelizmente já desaparecido, comecei a pensar em como intitular esta nova série de trabalhos atinentes às minhas pesquisas, reflexões e escritos. Diferentes opções estavam à disposição deste autor: crônicas do deserto, do cerrado, do agreste, ou qualquer outro conceito denotando uma situação áspera, difícil, de isolamento ou de dificuldade, enfim, algo conforme às minhas condições naquele período.
Resolvi então adotar o que era mais característico quanto ao autor e sua situação: um “contrarianista” – ou seja, alguém não absolutamente contrário a tudo o que vê, ou encontra, mas praticando o que eu sempre chamei de “ceticismo sadio” – ,“no limbo”, pois esta era, efetivamente, a minha situação naquele momento. Esta foi, pois, a decisão de deixar registrados trabalhos de uma fase já passada, mas que ainda pode voltar a ocorrer novamente, pois nunca se sabe que tipo de complicações esses contrarianistas profissionais podem criar para si mesmos, em termos de projetos de vida, tanto pelo lado profissional, como pelo lado acadêmico ou pessoal. Acredito que as pessoas são responsáveis, em grande medida, pelo seu próprio destino, na medida em que fazem escolhas, adotam posturas, assumem atitudes que as colocam em maior ou menor conformidade com o seu meio social, com o seu ambiente profissional, com o seu universo de relacionamentos e interações. Sou o resultado de minhas próprias escolhas, ainda que outros possam ter contribuído, direta ou indiretamente, para minha condição, em determinados momentos de minha carreira profissional ou itinerário acadêmico.
Não pretendo lamentar nada, ainda que exercícios de autorreflexão e revisões críticas de trajetórias passadas e presentes sejam sempre desejáveis, na perspectiva de corrigir o que está errado e impulsionar caminhos mais atrativos, ou interessantes. Ao refletir sobre esse tipo de situação, em dezembro de 2006, ao confirmar-se o limbo no qual eu andava metido, escrevi num dos textos pessoais: “Vou estabelecer, neste final de ano [2006], um plano de trabalho para enfrentar os próximos meses, talvez anos, de travessia do meu deserto particular”. Não sabia, naquela momento, que o limbo teria a exata duração de dez anos, durante os quais preferi ficar com minha consciência e em defesa de certos princípios e valores, do que aderir a um governo que sempre considerei um desastre no plano econômico, político, institucional, e até ético e moral. Acho que eu não estava errado a este respeito, como constatamos pelos incontáveis processos, delações, investigações sendo feitas e casos sendo julgados atualmente no Judiciário.
O Brasil atual, de certo modo, me dá vergonha, pelo aspecto de corrupção impune a que se assiste. Mas, por outro lado, existem pessoas e instituições lutando para que tal vergonha seja corrigida, punida, senão eliminada, pelo menos limitada. É isso que eu sempre procurei fazer através de meus escritos e publicações. Eles não são fortuitos, ou puramente circunstanciais. Eles traduzem um compromisso com certos princípios de vida, com certos valores que julgo importantes, para minha geração e as que se seguirão nas décadas seguintes, agora representadas por meus filhos e netos.
A palavra limbo talvez não é mais adequada à minha situação atual. Ela fica, em todo caso, como conceito chave destas minhas crônicas de um período especial, hoje felizmente superado, mas que talvez possa voltar pelo lado de um contrarianismo sempre presente em meus textos. Nesse caso, eu talvez tenha de escolher algum substantivo mais apropriado. No momento este é o que me convém para expressar estas colaborações a um dos muitos veículos com os quais colaborei ao longo dos anos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26 de dezembro de 2017

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Disponível neste link de Academia.edu: 
https://www.academia.edu/35509310/3219ViaPoliticaBook2006a2009.pdf