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domingo, 10 de novembro de 2024

Contradições anti-históricas: poluição e escravatura - Paulo Roberto de Almeida

Contradições anti-históricas

Paulo Roberto de Almeida

Países ricos precisam, HOJE, pagar pela poluição que causaram, no PASSADO, para que países em desenvolvimento possam, AGORA, se desenvolver como eles? 

Ou seja, estes “precisam” se industrializar e, de certa forma, vão poluir ou destruir parte do meio ambiente, e para isso requerem ajuda dos ATUAIS países ricos.

Os atuais países ricos assim se tornaram APENAS por terem, no passado, poluído o meio ambiente, sem ter uma consciência exata sobre seus efeitos FUTUROS?

Isso é conceitualmente, historicamente, correto? Seria justo?

Seria como se se pretendesse obrigar os atuais italianos a pagarem uma suposta dívida histórica a povos colonizados (basicamente países do Hemisfério ocidental) com base na escravatura africana pelo fato do império romano ter praticado o regime escravo extensa e intensamente, mas não só a partir da África, e sim de povos eslavos (origem do nome), de fato todos os demais povos conquistados pelas legiões romanas.

Os atuais italianos concordam em pagar uma suposta “dívida histórica”, que aliás também teria de ser dividida com os demais escravocratas europeus e, principalmente, com os mercadores árabes, que foram extremamente ativos no nefando comércio?

Alguns, aqui no Brasil, pretendem que o ATUAL Banco do Brasil — uma empresa criada na REPÚBLICA — pague pelo escravismo praticado no passado por um Banco do Brasil, supostamente antecessor, mas que existiu APENAS no passado colonial, durante o Reino Unido e sob o Primeiro Reinado (1809-1829). 

Os atuais acionistas do BB concordam com essa suposta “dívida histórica”? Os imigrantes europeus e japoneses, que foram importados em certa medida para substituir os escravos africanos “libertados” na Abolição, se sentem responsáveis pela “dívida”?

Falta um pouco de perspectiva histórica aos que atualmente reivindicam resgate ou compensação por “erros” ou “crimes” de gerações passadas. 

Até quando recuar SELETIVAMENTE supostas culpas por males do passado?

Paulo Roberto Almeida

Brasília, 10/11/2024