O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador exposição. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador exposição. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Paul Klee: primeira grande mostra no Brasil - CCBB-SP

Ícone do modernismo, Paul Klee ganha primeira grande exposição no Brasil

Retrospectiva no CCBB reúne 120 trabalhos do artista suíço; confira detalhes da mostra e uma entrevista com a curadora
No caminho que trilhou nas artes, o suíço Paul Klee (1879-1940) chegou a estabelecer contato com correntes como o expressionismo e o cubismo, mas permaneceu sempre independente em relação a esses movimentos. É essa autonomia de estilo que a exposição Paul Klee – Equilíbrio Instável busca evidenciar, por meio de 120 pinturas, papéis, gravuras, desenhos e objetos vindos do Zentrum Paul Klee de Berna, na Suíça.
Foto 1
Lembrando que Klee consagrou-se, entre outros aspectos, pelo tenso equilíbrio que buscava criar entre formas elementares, a mostra destaca seus passos singulares rumo à abstração e à contestação da pintura tradicional.
Foto 2
Há desde desenhos da juventude, como nus, até obras que revelam influência de nomes como Kandinski, de quem foi colega quando atuou como professor da Bauhaus, na Alemanha, país onde foi perseguido pelo nazismo.
Entre trabalhos conhecidos e raros, ganham destaque, por exemplo, um fac-símile de ‘Angelus Novus’, desenho que inspirou texto do filósofo Walter Benjamin, assim como fantoches que fez para seu filho entre 1915 e 1925.
Foto 3
ENTREVISTA
O Divirta-se conversou com a curadora da mostra, a suíça Fabienne Eggelhöfer.
A mostra foi pensada para o Brasil. Quais foram os critérios para a seleção das obras?
Uma vez que será a primeira grande exposição de Paul Klee no Brasil, nós decidimos organizá-la no formato de uma retrospectiva. A mostra permitirá que o público conheça seu desenvolvimento artístico e também tenha acesso a importantes aspectos de sua obra, como seu interesse pelo teatro, seus comentários políticos ou a série de desenhos com a temática dos anjos.
Você acredita que a produção de Klee dialoga com o modernismo brasileiro?
Sim, acredito que ressoa em artistas como Lasar Segall, Alfredo Volpi e até mesmo nos neoconcretos. Mais estudos precisam ser feitos. Espero que a mostra desperte o interesse para a pesquisa de mais relações como essas.
A exposição inclui obras raras de Klee. Quais delas você destacaria? Por quê?
Eu destacaria especialmente uma pequena pintura intitulada ‘Struck from the List’, que Klee produziu em 1933, no período em que foi perseguido pelo regime nazista. A obra é muito singela, mas expressa claramente como ele se sentia. Também destacaria a última pintura criada por ele, que ainda estava em um cavalete de seu estúdio quando ele morreu. É uma natureza-morta na qual ele combinou os aspectos mais importantes de sua obra.
Klee tinha um estilo difícil de ser classificado. Como a mostra evidencia essa independência do artista?
Em cada seção, o público descobrirá um Klee diferente – e é exatamente isso que faz a mostra ser tão interessante.

ONDE: CCBB. R. Álvares Penteado, 112, Centro, 3113-3651. QUANDO:Inauguração: 4ª (13). 9h/21h (fecha 3ª). Até 29/4. QUANTO: Grátis.
* FOTO 1: Paul Klee | “O” Breites Format, 1915, 254 | “O” Wide Format | “O” Formato Largo | Aquarela e lápis sobre papel revestido sobre cartão | 10,5/10 x 29,6 cm | Zentrum Paul Klee, Berna, doação de Livia Klee
* FOTO 2: Paul Klee | Rot-Aug, 1939, 129 | Red Eye | Olho vermelho | Aquarela sobre papel revestido sobre cartão | 26,8 x 42,1 cm | Zentrum Paul Klee, Berna
* FOTO 3: Paul Klee | ein Antlitz auch des Leibes, 1939, 1119 | A Face of the Body, Too | Um rosto também do corpo | Cola colorida e óleo sobre papel sobre cartão | 31 x 23,5 cm | Zentrum Paul Klee, Berna, doação de Livia Klee

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Raízes: exposição Ai Weiwei - Oca, parque Ibirapuera, SP

Ai Weiwei: exposição Raiz
A exposição reúne 70 obras que ocupam 8 mil metros quadrados. Com curadoria de Marcello Dantas, trabalhos emblemáticos de Weiwei são expostos ao lado de obras inéditas, resultado de uma imersão do artista na cultura brasileira. Oca. Pq. Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portões 1, 2 e 3, 5082-1777. 11h/20h (dom. e fer., 11h/19h; fecha 2ª), com visitas de hora em hora. R$ 20 (vendas pelo site: eventim.com.br/exporaiz). Até 20/1.

Algumas fotos do conjunto da magnífica exposição, dedicada a vários aspectos da carreira pessoal e artística do grande artista chinês, atualmente residindo em Berlim; as fotos foram escolhidas dentre as que tratam da questão dos refugiados e das migrações forçadas:











Millor Fernandes: o filósofo gráfico do Brasil: exposicao no IMS (SP)


Neste primeiro dia livre em SP, fomos, eu e Carmen Lícia, a esta exposição do outro lado da Avenida Paulista, onde estamos hospedados num hotel:

Millôr: Obra Gráfica
A retrospectiva reúne 500 desenhos originais de Millôr Fernandes. A seleção inclui desde autorretratos até ilustrações de sua visão crítica do País. IMS. Av. Paulista, 2.424, metrô Paulista, 2842-9120. 10h/20h (5ª, 10h/22h; fecha 2ª). Grátis. Até 24/2.

Abaixo, uma sequência de fotos tiradas da exposição: 















segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Stefan Zweig: 80 anos atras, em 1936, chegava ao Brasil pela primeira vez - exposicao no RJ

Em 1936, no auge da sua fama, mas já praticamente um exilado do nazismo montante, Stefan Zweig chegava ao Brasil pela primeira vez, para um tour cultural erudito.
Este livro retoma seus escritos sobre as primeiras impressões de Zweig sobre o Brasil de 1936, depois da Intentona Comunista (e já sob o império da Lei de Segurança Nacional, mas antes do golpe do Estado Novo, de novembro de 1937).

No início da guerra europeia, considerado um "enemy alien" na Inglaterra, ele escolheu o Brasil para se exilar.
Dois anos depois de aqui chegar, deprimido, ele se suicida com sua segunda mulher, Lotte, em Petropolis, no Carnaval de 1942, uma imensa perda para o mundo intelectual, deixando suas memórias póstumas (mas que chega apenas até a Grande Guerra, praticamente).
A melhor biografia de sua vida e obra é a de Alberto Dines, Morte no Paraíso, que recomendo vivamente.

Cartaz da exposição da Casa Stefan Zweig que abre no dia 5 de outubro, homenageando o escritor que chegou ao Brasil pela primeira vez em 1936.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Machiavelli in New York: yes, himself

Events

NICCOLO' MACHIAVELLI: THE PRINCE AND ITS ERA.1513-2013

Exhibition
-
NICCOLO' MACHIAVELLI: THE PRINCE AND ITS ERA.1513-2013To celebrate the 500th anniversary of the composition of The Prince, this exhibit explores the essential role Niccolò Machiavelli has played in the history of modern political thought, his influence on generations of politicians and intellectuals as well as on popular culture. Organized by the Italian Ministry of Foreign Affairs and the Embassy of Italy in Washington DC, with the support of the Italian Ministry of Cultural Heritage, Activities and Tourism. This exhibition is conceived as a journey both in time and space. It starts in the Renaissance —placing Machiavelli and his work in their historical context — then reaches the modern day —illustrating the different ways the writer and his masterwork have been seen up to today. It does not intend to offer a definitive or "correct" interpretation of The Prince and its author; rather, it allows visitors to linger on the fascinating facts behind and around this short treaty and to have a glimpse of its persisting presence in our own time. The exhibition is divided into four sections: Machiavelli and his historical context
The Prince
Fortune and Diffusion of The Prince
 “Uses” and “Abuses” of Machiavelli and The Prince.
 It features documents, books, paintings, costumes, videos, manuscripts, and objects which explore not only Machiavelli’s life and some cultural and historical events of his era, but also the impact he has had on popular culture, becoming the star of video games, comic books and much more. An initiative of the Istituto della Enciclopedia Italiana founded by Giovanni Treccani. Organization and Production of the Exhibition: Comunicare Organizzando. On view from December, 9 2013 to January 9, 2014at ICI also at Italian Academy, Columbia University from December , 6 2013 to January, 6 2014.

-
Info
Date: Monday, December 09, 2013 - Thursday, January 09, 2014
Hours: 6:30PM
Venue: Italian Cultural Institute
Organized by: Italian Ministry of Foreign Affairs and the Embassy of Italy in Washington DC
In collaboration with: Istituto della Enciclopedia Italiana founded by Giovanni Treccani.
www.iicnewyork.esteri.it/
View of New YorkIstituto Italiano diCultura di New York. 686 Park Avenue New YorkNY 10065 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Macchiavel in Paradise: 500 years of The Prince - Exhibition

Uma exposição que pretendo ver em New York:

Monday, November 11, 2013 - Wednesday, November 27, 2013
ON VIEW NOV 12-27 (by appointment): ( click here )-

EXHIBITION: Niccolò Machiavelli: The Prince and its Era. 1513-2013

EXHIBITION OPENING
-
EXHIBITION: Niccolò Machiavelli: The Prince and its Era. 1513-2013
To celebrate the 500th anniversary of the composition of The Prince, this exhibit explores the essential role Niccolò Machiavelli has played in the history of modern political thought, his influence on generations of politicians and intellectuals as well as on popular culture.
Organized by the Italian Ministry of Foreign Affairs and the Embassy of Italy in Washington DC, with the support of the Italian Ministry of Cultural Heritage, Activities and Tourism.
An initiative of the Istituto della Enciclopedia Italiana founded by Giovanni Treccani.
Organization and Production of the Exhibition: Comunicare Organizzando
This exhibition is conceived as a journey both in time and space. It starts in the Renaissance —placing Machiavelli and his work in their historical context — then reaches the modern day —illustrating the different ways the writer and his masterwork have been seen up to today.  It does not intend to offer a definitive or "correct" interpretation of The Prince and its author; rather, it allows visitors to linger on the fascinating facts behind and around this short treaty and to have a glimpse of its persisting presence in our own time. 

 The exhibition is divided into four sections:
  • Machiavelli and his historical context
  • The Prince
  • Fortune and Diffusion of The Prince
  • “Uses” and “Abuses” of Machiavelli and The Prince
It features documents, books, paintings, costumes, videos, manuscripts, and objects which explore not only Machiavelli’s life and some cultural and historical events of his era, but also the impact he has had on popular culture, becoming the star of video games, comic books and much more.
November 12-27, 2013
(Monday to Friday from 10am-12/2pm-4pm)


COVER IMAGE: Antonio Maria Crespi detto il Bustino - Ritratto di Niccolò Machiavelli particolare - olio su tela, 60x51 cm - Milano,Veneranda Biblioteca Ambrosiana, Pinacoteca Ambrosiana, inv. n. 1382
© Veneranda Biblioteca Ambrosiana - Milano/De Agostini Picture Library

Machiavelli and his times. This section outlines the historical context in which Macchiavelli lived, noting the major events and contemporaries of the period. 

The Prince. The centerpiece of the exhibition, this section is dedicated to the celebrated treatise and displays the most important and influential editions and prints, from one of the nineteen manuscript codices that still exist in the world and the first print edition, 1532 Florence, published after Machiavelli’s death by Bernardo Giunta and today conserved at the Biblioteca Augusta in Perugia. One part of this section is dedicated to the major translations of The Prince in various languages. The print and art works are introduced in an inspiring video by Pierfrancesco Favino who reads the letter that Niccolò Macchiavelli wrote to Francesco Vettore on 10 December 1513 announcing that he had composed the celebrated treatise.

The Prince-its fortune and dissemination. The purpose of this section is to evidence how The Princehas come down to us over history, through observations over time, collector’s editions and contemporary translations, but also in plagiarized and manipulated versions.

Machiavelli and our times: uses and abuses. This section is dedicated to uses and abuses of the treatise. Table games, videogames, stamps, postcards, and marketing manuals inspired by Machiavellian ‘theory’. This part is intended to evidence how the finest political mind in contemporary culture has influenced various fields of political thought. In fact, the exhibition will display paintings, medals, stamps, ancient manuscripts and incunabula, alongside table and parlor games, postcards, vinyl records, as well as very bizarre and peculiar Machiavellian paraphernalia. Machiavelli, who was an irreverent spirit but mainly a great innovator, would probably have appreciated this type of corruption and would not have felt at all offended to see his own name or that of his masterpiece linked to a package of cigarettes, a musical group, or a child’s puppet.


-
Information
Date: Monday, November 11, 2013 - Wednesday, November 27, 2013
Time: 6PM
Venue: Embassy of Italy
Organized by: Embassy of Italy/Italian Cultural Institute
In collaboration with: Italian Ministry of Cultural Heritage, Activities and Tourism, Comunicare Organizzando

sábado, 21 de abril de 2012

A dinastia Brueghel, em mostra excepcional (em Como, Italia)

A visita deste sábado último que eu e Carmen Licia fizemos, a Como, na Itália, Villa Olmo, uma mansão à beira do lago de Como, uma coleção excepcional de obras de toda a família, muitas de coleções particulares. Depois, um giro por dois lagos e uma montanha, entre a Itália e a Suíça. Agora, de Lugano a Berna, onde há uma exposição das pinturas de Herman Hesse de seu período suíço, justamente.
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Adição no final do domingo, 22/04, em Basiléia, terra de um homem livre, um grande intelectual: Erasmo.
Saí de Lugano, parei em Berna, especialmente para ver uma outra exposição das pinturas e documentos do grande escritor alemão-suíço Herman Hesse, no Kunstmuseum de Berna, a capital da Suíça. Grande parte das pinturas também era de coleções particulares, o que realça o caráter excepcional dessa mostra das obras artísticas de Hesse (na verdade, todas elas são, pois o escritor não distinguia entre seus trabalhos escritos, romances, poesias, contos, e suas pinturas). Depois estivemos tomando chá e comendo pão de queijo de uma amiga da Embaixada em Berna, e no final do dia viemos a Basileia, onde outras exposições nos aguardam.
Paulo Roberto de Almeida 

LA DINASTIA BRUEGHEL
A CURA DI SERGIO GADDI E DORON J. LURIE

CENTO OPERE PER RACCONTARE QUATTRO GENERAZIONI DI ARTISTI.

Il nono appuntamento delle Grandi Mostre di Villa Olmo, curato dall’Assessore alla Cultura di Como Sergio Gaddi e da Doron J. Lurie, conservatore dei Dipinti Antichi al Tel Aviv Museum of Art, ripercorre la storia della più importante stirpe di artisti fiamminghi attivi tra il XVI  e il XVII secolo.
La mostra è un grande progetto internazionale mai realizzato prima d’ora in Italia, che presenta in modo organico e strutturato le relazioni e il percorso pittorico di quattro generazioni di artisti attraverso cento opere straordinarie. 
La vita a tratti misteriosa e la scarsità di notizie certe sulla biografia del capostipite Pieter Bruegel il Vecchio, che cambia la grafia del cognome cancellando la “h” forse per nascondere la relazione con la cittadina di provenienza, sono i presupposti narrativi della mostra. Ma non si può cogliere nel dettaglio il percorso artistico del maestro senza partire da Hieronymus Bosch, del quale la mostra di Como presenta in assoluta anteprima il capolavoro I sette peccati capitali.
La relazione tra i due artisti è fondamentale, tanto che il Guicciardini arriva a definire Pieter Bruegel come il “secondo Girolamo Bosco” evidenziando come sia un “grande imitatore delle fantasie” del maestro di ‘s Hertongenbosh. Ed è proprio questo un altro presupposto storico della mostra, che presenta le visioni allegoriche, moralistiche e fantastiche prima d’ora inimmaginabili, ma paradossalmente diventate concrete anche grazie alle conquiste della pittura del cinquecento.  Bruegel sente molto l’influenza di Bosch e ne incarna la capacità di osservazione e di rappresentazione, non limitandosi all’insegnamento morale, ma riuscendo a tratteggiare un vasto universo di tipologie umane.
I registri del comico e del grottesco assumono una valenza educativa che Pieter riesce a trasmettere ai due figli maschi, Pieter il Giovane e Jan il Vecchio.
La dinastia, quindi, comincia ad articolarsi e la mostra ne trasmette fedelmente la corrispondenza tra le vicende familiari, - nel frattempo secondo numerosi studiosi i figli di Pieter rimettono la “h” nel cognome -  e l’evoluzione pittorica dei protagonisti.  La genealogia prosegue e si ramifica con i figli dei figli del capostipite, in una complicata rete di relazioni che la mostra presenta con precisione e rigore, fino agli undici figli di Jan, cinque dei quali anch’essi pittori. Il percorso espositivo si focalizza attorno alle vicende di ciascun artista ma si sviluppa secondo una logica a rete, abbracciando i riferimenti internazionali e i fatti storici del periodo di riferimento, come l’esperienza di Jan van Kessel I, figlio di Paschasia, sorella di Jan Brueghel e di Ambrosius Brueghel, artista di grandissima qualità ma poco conosciuto e studiato. 
Tra le opere celeberrime di Pieter Brueghel il Giovane spiccano la Festa di matrimonio all’aperto e due straordinarie versioni del Paesaggio invernale con cacciatori sulla neve. Il percorso si chiude idealmente con David Teniers il Giovane, legato alla dinastia dei Brueghel per aver sposato Anna, figlia di Ambrosius.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Homenagem a Jose Guilherme Merquior - ABL

ABL inaugura exposição sobre José Guilherme Merquior
Annaclara Velasco
Jornal do Brasil, 19/07/2011

Ele começou a escrever nas páginas do JB aos 19 anos e se tornou um dos maiores pensadores do Brasil

Foi inaugurada, nesta terça-feira, na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio, a exposição que homenageia o crítico, escritor, diplomata, sociólogo e filósofo José Guilherme Merquior. O acervo da vida do intelectual, que morreu prestes a completar 50 anos, em 1991, vítima de câncer, é montado por fotos pessoais, livros publicados, depoimentos de seus colegas da ABL e um vasto material cedido pelo Cpdoc do JB, como fotos e páginas do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, onde ele publicava suas críticas. Era naquele espaço que, segundo José Mario Pereira, curador da exposição, Merquior "separava o joio do trigo".

"Suas frases eram mortais. Uma delas me marcou muito, quando ele escreveu uma crítica sobre o texto Pão e Vinho. Ele disse 'Seu pão é dormido e seu vinho não nos embriaga'. Genial, polêmico", lembra.

Em 2011, Merquior completaria 70 anos de vida, além de marcar os 20 anos de seu repentino desaparecimento. Pereira, que foi grande amigo pessoal do intelectual afirma que “a ideia é dar um retrato da vida e obra de um dos mais importantes críticos literários e de ideias já nascidos no Brasil”.

"Merquior começou a escrever nas páginas do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil na década de 60, quando fez uma verdadeira revolução nas artes e nas ideias do Brasil na época. Este trabalho deu notoriedade a ele, que começou a ser convidado para colaborar em outras revistas".

Com o passar do tempo, segundo Pereira, ele se transformou em um crítico de várias formas de racionalismo e terminou como um dos mais importantes liberais do Brasil. O carinho entre os dois amigos, que se conheceram em 1979 quando Pereira, jornalista, procurou Merquior para fazer uma matéria, transparece na montagem da exposição.

"O trabalho está lindo, claramente feito com muito amor. Ninguém melhor do que ele para organizar esta homenagem", declara a escritora Nélida Piñon. “Comecei a conviver com Merquior quando éramos muito jovens, talvez em 62. E ele sempre foi brilhante, andava muito elegante, de camisa de seda. Já parecia anunciar ao mundo que havia chegado”, lembra a escritora e amiga, que o descreve como polêmico, eloquente e corajoso.

A obra de Merquior também fascina a Marcus Vinicios Vilaça, atual presidente da ABL.

“A gente se morde de pena por ele ter ido tão cedo. Ele foi um grande pensador e sua obra está aí para explicar e mostrar toda a sua polivalência. Ele escrevia sobre literatura, filosofia, história, sempre com muita inteligência”, conta.

A viúva do escritor, Hilda, sua filha, Julia e a neta, Ana Beatriz, também prestigiaram a inauguração da exposição. Julia descreu o trabalho como “uma homenagem muito bem escolhida da vida do meu pai”. Mas brincou que toda sua obra não caberia em apenas uma exposição.

“Talvez em uma dissertação de doutorado”, brinca ela, emocionada.