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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A melhor politica externa de todos os tempos...

Não poderia ser melhor: nunca antes neste país um operário foi sucedido por uma mulher. Foi o que disse o presidente. Depois ele poderá providenciar um afro-descendente, um corintiano e, quem sabe mais?, um desses seus novos amigos, que antes eram inimigos...
A presidenta eleita não precisou corar, nem chorar pois não estava presente. Se estivesse, teria sido ovacionada... E aproveitaria para falar bem de Zilda Arns, homenageada pela turma que se formou, que como ela, também era "pessoalmente" contra o aborto... Com uma vantagem para Zilda Arns: esta nunca se reconverteu.
Também, agora, tem essa mania de embaixadores aposentados ficarem escrevendo na imprensa contra a política externa, apenas demonstrando que eles não conseguem entender as excelências da nova diplomacia. Que gente!
Ainda bem que a presidente eleita disse que ela vai garantir a liberdade de imprensa. Menos mal... O que seria deles, e de nós, sem um presidente que garanta a liberdade de imprensa? O que seria da Constituição?
Paulo Roberto de Almeida

No Itamaraty

Lula elogia Dilma e diz que presidente eleita sofreu preconceitos durante campanha

Chico de Gois

O Globo, 05/11/2010 às 14h33m

BRASÍLIA - Em discurso durante a formatura de novos diplomatas, nesta sexta-feira, no Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um retrospectiva das realizações de seu governo, elogiou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e citou a presidente eleita, Dilma Rousseff, ao dizer que ela sofreu preconceito. Para Lula, os novos diplomatas vão representar um país que tem a riqueza do pré-sal, que será uma das maiores economias do mundo e que, depois de um metalúrgico na Presidência, terá uma mulher.

- Vocês agora vão representar um país que, depois de um metalúrgico, vai ter a primeira mulher presidente da República e não uma mulher qualquer. Uma mulher que esteve condenada a um sacrifício e à tortura porque quando tinha 20 anos ela ousou colocar a manga de fora e lutar por liberdade democrática neste país quando muita gente foi sacrificada - afirmou, observando que a geração de 1968 que, em sua concepção, havia perdido a esperança, agora chega ao poder, pela via democrática, com a eleição de Dilma.

(...)
Ao falar do que considera o novo papel que o Brasil tem desempenhado no mundo, Lula foi elogioso a ele mesmo e à presidente eleita.

- Antigamente, um embaixador brasileiro para ir a um coquetelzinho tinha que pedir um convite. Hoje ele é chamado.

(...)
Sem citar nomes, o presidente criticou ex-embaixadores que escrevem artigos questionando o rumo de sua política externa.

- Sei que temos oposição. Nem todo mundo gosta da mesma coisa. Vejo muita gente falar mal do Itamaraty, escrevendo, sobretudo quando se aposenta. Vejo as críticas que a gente recebe. Fico feliz porque as críticas querecebemos não são por nossos defeitos, mas por nossas virtudes - defendeu Lula.

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Addendum: Comento apenas esta frase do presidente:

Antigamente, um embaixador brasileiro para ir a um coquetelzinho tinha que pedir um convite. Hoje ele é chamado.

Pelo menos no que se refere aos coqueteis, o presidente poderia começar perguntando, apenas em função da verdade dos fatos, quantas vezes o seu chanceler foi implorar para ser convidado a um "coquetelzinho".
Alguém precisaria dizer as coisas como elas são, do contrário a falsidade veiculada a cada vez, de forma indigna para os diplomatas, acaba passando por verdade histórica.

Enfim, tenho certeza de uma coisa: outras afirmações desse teor virão até o final do "nunca antes...". Que termine, e que nunca mais tenhamos antidiplomacia.

Paulo Roberto de Almeida