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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Políticos lançam manifesto que critica emendas e repudia alianças com direita radical nas eleições - Joelmir Tavares (FSP)

 *Ex-ministros de Lula, FHC e Dilma criticam Congresso e se mobilizam para 2026*

*Joelmir Tavares*

*Folha de S. Paulo*, 2/02/2025


*Políticos lançam manifesto que critica emendas e repudia alianças com direita radical nas eleições*

Ex-ministros de Lula (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) iniciaram uma mobilização para convencer a classe política e eleitores a isolar a direita radical nas eleições de 2026 e interromper o que chamam de extorsão do Orçamento pelo Congresso, via emendas.

O grupo organizou o manifesto "Vamos em Frente", que até esta quarta-feira (15) contava com 83 assinaturas. Entre os signatários, estão os ex-ministros Tarso Genro, Cristovam Buarque (governo Lula), Aloysio Nunes Ferreira (FHC), José Eduardo Cardozo, Renato Janine Ribeiro (Dilma) e Nelson Jobim (que serviu aos três governos).

Os idealizadores dizem buscar amplitude ideológica. Articulado nos últimos quatro meses, o documento também foi endossado por representantes da sociedade civil, acadêmicos, empresários e advogados. O material ainda será aberto para adesões em um site, no intuito de aumentar seu alcance.

A principal crítica da carta é à influência no Congresso "de bancadas oligárquicas e fisiológicas, que se dedicam a extorquir, para proveito próprio, os orçamentos públicos".

As emendas parlamentares já consomem até 74% da verba de ministérios, como mostrou a Folha. A avaliação dos autores é que o descontrole nos gastos subverte a relação institucional entre os Poderes.

"Temos um objetivo muito concreto e específico, que é reconstruir a dignidade perdida do Congresso Nacional", diz Tarso Genro, um dos que capitaneiam o autointitulado movimento cívico.

A iniciativa passou pelo Instituto Novos Paradigmas, fundado pelo petista e ex-governador do Rio Grande do Sul. Para ele, não é justo generalizar a conduta dos parlamentares, mas aquilo que chama de "bloco político de extorsão orçamentária" tem prejudicado o Executivo e vai continuar emparedando o presidente, seja ele de qualquer coloração política, por "submetê-lo a um parlamentarismo perverso".

A carta ainda propõe ao campo democrático que assuma o compromisso de não firmar alianças com partidos ou representantes "da direita autoritária e da extrema direita". Também repudia a aproximação com "quaisquer organizações partidárias que proponham ditaduras de qualquer natureza".

Segundo Tarso Genro, o grupo descarta anunciar apoio a candidato à Presidência e busca estimular a união de esforços não só no plano nacional, mas também nos estados, para defender a democracia e os termos da Constituição de 1988. O eixo central, diz o petista, é "mudar a composição do Parlamento".

A carta não cita nomes, mas alude ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao citar "a herança do governo anterior, com um déficit fiscal de R$ 782 bilhões, desmanche de instituições e políticas públicas, negação retrógrada da inteligência científica universal, propagação da violência miliciana e o culto da morte". Para os autores, esses "também são um legado perverso" do qual o país deve ser defendido.

O ponto de consenso no grupo é que fortalecer a democracia "só será possível com o suporte de um campo político unificado", que demarque diferenças entre democracia e ditadura e "entre frentes políticas eleitorais sem princípios e frentes eleitorais baseadas em princípios mínimos".

Tarso Genro afirma que uma das intenções é replicar a mobilização em outras regiões, influenciando uma frente nacional. "É um chamado ao amplo espectro das instituições que defendem a democracia em busca de uma saída consensual e negociada para a situação em que estamos", diz o ex-ministro.

Ele ressalva, contudo, que o grupo inicial do manifesto "não tem ambição de interferir nos partidos, mas, sim, no pensamento político dos eleitores".

O texto fala em "estabelecer uma comunicação entre as múltiplas visões democráticas —nos estados e na própria União— para buscar pontos de unidade em direção a novas frentes políticas, com suas especificidades regionais, já no primeiro turno ou, alternativamente, no segundo turno" de 2026.

O sociólogo José César Martins, o Zeca, coordenador do grupo Derrubando Muros, diz que assinou o manifesto porque ele se propõe a aglutinar "uma frente amplíssima" e por entender que é preciso "unificar os democratas" e abraçar as diferenças em torno de um valor que é inegociável.

"Mas democracia demanda entregas", afirma ele, mencionando desafios como transição climática, superação de desigualdades e as crises na educação e na segurança pública.

"Para isso, precisamos nos reinventar e dar um choque de mudanças e progresso, [sendo] firmes, sem 'dono da bola' e concessões à direita ou à esquerda, embora o problema mais grave agora venha da extrema direita", prossegue Zeca, completando que "ditadura é ditadura".


Leia abaixo a íntegra do manifesto

*CARTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA REPÚBLICA: JUNTOS EM FRENTE*

Esta carta é dirigida a todos os que professam a democracia e defendem a paz e a ordem republicana do Estado Social da Constituição de 1988. E é um manifesto em defesa do Brasil, como país soberano, do trabalho como valor fundamental, da construção da nação como comunidade de destino, do empreendedorismo inovador -

em todos os níveis- baseado na inteligência cientifica universal.

As guerras das grandes potencias militares com seus interesses estratégicos estão transformando o planeta inteiro num catastrófico teatro de ações políticas e operações militares, que já ameaçam as condições naturais mínimas para a sobrevivência dos humanos e a soberania das nações. As guerras, em geral, são propagadoras da

barbárie e alimentadoras do autoritarismo e das ditaduras.

Esta Carta propõe que aqui no Brasil, a partir da sociedade civil, propaguemos um amplo movimento cívico descentralizado, com iniciativas locais, regionais, nacional - idênticas ou análogas - para defender o futuro da democracia no país. A herança do governo anterior, com um déficit fiscal de 782 bilhões, desmanche de instituições e políticas públicas, negação retrógada da inteligência científica universal, propagação da violência miliciana e o culto da morte - erigidos como política de Segurança Pública - também são um legado perverso do qual devemos defender o país.

Afirmamos, primeiro, que a solução é mais democracia, não menos; e que isso só será possível com o suporte de um campo político unificado, capaz de mostrar diferenças: entre democracia e ditadura; entre frentes políticas eleitorais sem princípios e frentes eleitorais baseadas em princípios mínimos, tanto voltados para a restauração da

dignidade da política, como da preservação dos Poderes da República.

Esta Carta, portanto, propõe que é possível estabelecer uma comunicação entre as múltiplas visões democráticas - nos Estados e na própria União - para buscar pontos de unidade em direção a novas Frentes políticas, com suas especificidades regionais, já no 1º turno ou, alternativamente, no 2º turno das eleições de 2026, pautando-se pelos seguintes objetivos:

1. Bloquear a influência no Congresso Nacional, de bancadas oligárquicas e fisiológicas, que se dedicam a extorquir, para proveito próprio, os orçamentos públicos, assim subvertendo a relação institucional entre os poderes da União;

2. Defesa dos princípios do Estado de Direito da Constituição de 88 e da preservação dos seus poderes constitucionais;

3. Defesa de uma política interna e externa, que unifique o país na transição climática, para uma potente política de prevenção de catástrofes e de redução das desigualdades sociais e regionais;

4. Compromisso de não firmar alianças com setores de partidos ou partidos, da direita autoritária e da extrema direita, ou de quaisquer organizações partidárias que proponham ditaduras de qualquer natureza nos processos eleitorais em curso no ano vindouro.

Estas novas frentes denunciarão tentativas golpistas, defenderão a identidade laica do Estado, defenderão a profissionalização das Forças Armadas e seus proponentes envidarão esforços desde agora - autônomos, comuns ou associados em rede – para proporcionar múltiplas manifestações e novos manifestos pautados pelos objetivos ora concertados.


quarta-feira, 11 de julho de 2018

Quem são os inimigos da nação? - Paulo Roberto de Almeida

Quem são os inimigos do Brasil?

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: esclarecimento geral; finalidade: indicar os verdadeiros inimigos]


Quem são, quais são os principais inimigos do Brasil e do povo brasileiro? 
Pela minha ordem de prioridades, são os seguintes personagens: 

1) congressistas e políticos em geral, em todos os níveis, de todos os tipos, mas especialmente aqueles em conluio com capitalistas promíscuos e banqueiros amorais

2) partidos e movimentos de esquerda em geral, não por serem de esquerda, longe disso, pois este é um mal menor, mas por serem economicamente ineptos, totalmente incompetentes em matérias econômicas, o que é partilhado com grande número de políticos, obviamente, mas é que os de esquerda são especialmente estúpidos, muitos por ignorância crassa, mas um grande número também por má-fé, por interesse próprio em roubar, desviar, extorquir; 

3) sindicatos de uma forma geral, tanto os de patrões quanto os de trabalhadores, por roubar o conjunto da sociedade, por impedir pleno emprego, inovação tecnológica e melhorias de modo amplo, ao preservar o corporativismo e a rapina oficialmente sancionada; 

4) mandarins da República de uma forma geral, mas especialmente a classe aristocrática dos magistrados e assemelhados, por terem construído um regime de privilégios em tudo e por tudo semelhante, senão absolutamente similar, ao do Ancien Régime; 

5) acadêmicos em geral, mas especialmente os gramscianos da academia, por serem supostamente pessoas de saberes especializados, mas absolutamente incompetentes para resolver os problemas da sociedade, aliás para resolver até mesmo os problemas das próprias universidades públicas, que eles conseguem afundar na inconsciência de seu conhecimento inútil; 

6) capitalistas rapineiros, de uma forma geral, mas especialmente os que vivem de subsídios públicos e cujo esporte principal é correr frequentemente os ministérios de Brasília para pedir uma tarifa protetora, uma desgravação tributária exclusiva, um financiamento generoso, a taxas camaradas, dos bancos públicos, um subsídio direto para os seus negócios, enfim, “espaços para políticas setoriais”, o que nada mais é do que uma forma de achacar toda a sociedade; 

7) banqueiros cartelizados de uma forma geral, mas especialmente os gigolôs da dívida pública, que adoram funcionar em regime de baixíssima competição, num ambiente regulado para justamente permitir ganhos extorsivos de um Estado que necessita continuamente de novos financiamentos do mercado. 

Existem muitos outros inimigos - por exemplo, artistas e “intelequituais”, sempre em busca de financiamento público - mas esses acima são os principais, sem falar de algo intangível e impessoal, que é a indigência intelectual das elites em geral, o atraso mental desses supostos representantes da nação, a incompetência manifesta dos que aspiram a cargos públicos, com muito poucas exceções. 
Sorry, por ser tão negativo com todos esses personagens.
Sim, posso acrescentar que eu também sou um mandarim do Estado, ou seja, um privilegiado.
Sorry por isso...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11 de julho de 2018