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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Emprego no Brasil: faltam profissionais qualificados locais

As estatísticas do MTE de ingresso de profissionais estrangeiros  no Brasil confirmam a falencia do terceiro ciclo brasileiro em formar profissionais adequados (geralmente em areas técnicas e científicas) e nos números necessários para atender a demanda local. A situacao vai persistir por algum tempo até que o próprio mercado estabilize oferta e demanda nos níveis apropriados.
Precisamos de Ciencia Sem Fronteiras nas humanidades? Certamente nao, e provavelmente vamos ter de continuar insistindo nas áreas científicas e técnicas.
Paulo Roberto de Almeida

MTE (30/01/2013) – VISTOS DE TRABALHO CONCEDIDOS EM 2012, BALANÇO.

BRASIL CONCEDEU 73 MIL VISTOS DE TRABALHO A ESTRANGEIROS EM 2012. OS PROFISSIONAIS SÃO ALTAMENTE QUALIFICADOS E VIERAM EXERCER PROFISSÕES NAS ÁREAS DE GERÊNCIA E SUPERVISÃO DE EMPRESAS. Em 2012 foram concedidas 73.022 autorizações de vistos a estrangeiros, segundo dados divulgados pela Coordenação Geral de Imigração (CGig) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Das autorizações concedidas no ano, 64.682 foram temporárias e 8.340 permanentes. Nas autorizações temporárias, o visto destinado ao profissional com vínculo empregatício no Brasil teve um crescimento de 26% com relação a 2011. Nos últimos três anos esta categoria teve um crescimento de 137%, passando de 2.460 profissionais autorizados em 2009 para 5.832 em 2012. Esses profissionais são altamente qualificados e vem ao Brasil exercer profissões nas áreas de gerência e supervisão de empresas que demandam conhecimento não disponível. As principais áreas são engenharia, tecnologia, analise de sistemas, petróleo e gás, construção civil e obras de infra-estrutura. Portugal, Espanha e China foram as nacionalidades mais beneficiadas por esses vistos. Houve aumento de 81% no número de vistos emitidos a portugueses com relação a 2011, de 53% a espanhóis e de 24% a chineses. Ainda no total de autorizações temporárias, houve um crescimento de 23% nos profissionais estrangeiros ligados à assistência técnica, com 19.990 profissionais em 2012. Esse crescimento é decorrente do aumento na demanda por máquinas, equipamentos e transferência de tecnologia para empresas no Brasil. Já no trabalho a bordo de embarcações ou plataforma estrangeira houve queda, passando de 17.738 autorizações em 2011 para 15.554 em 2012. No visto permanente, houve aumento de 15% no número de investidores que ocasionou ao Brasil investimentos de R$ 286 milhões de reais, representando aumento de 40%, passando de 3.834 em 2011 para 8.340 em 2012. Também nesta categoria, Portugal foi a nacionalidade que mais demandou a concessão de vistos, com aumento de mais de 100% em relação a 2011. Os profissionais autorizados a trabalhar no Brasil estão mais qualificados. Entre 2011 e 2012 houve aumento de 9,5% no total de mestres e doutores autorizados a trabalhar temporariamente, sendo que, entre 2009 e 2012 esse aumento foi de 560%. Esse é um dos grupos que mais cresce em números relativos no Brasil. Os dados também demonstram o impacto da concessão de residências especiais de caráter humanitário pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) aos haitianos, com 4.706 autorizações expedidas em 2012. Na avaliação dos técnicos, a situação é transitória e emergencial, tendo impacto importante já que são autorizações especiais e de viés humanitário em relação ao agravamento da situação recente do Haiti após o terremoto de 2010, mas que não devem se refletir no longo prazo.