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quinta-feira, 9 de abril de 2020

Imigrantes brasileiros nos EUA em situação difícil e sem ajuda do governo Bolsonaro - Mariana Sanches (BBC)

Sem ajuda de Trump ou Bolsonaro, imigrantes brasileiros sofrem em crise do coronavírus nos EUA

Park Avenue, Nova YorkDireito de imagemNGELA WEISS/AFP VIA GETTY IMAGES
Image caption'Se a quarentena passar de junho, aí sim o bicho pega, porque minha reserva vai acabar e não vou ter mais dinheiro nenhum', diz brasileiro que trabalhava de garçom em Nova York e perdeu o emprego

Por dividir um apartamento de três quartos com outras oito pessoas, Otávio* não conseguiria disfarçar os sintomas mesmo se quisesse. Há três semanas, começou a ter febre alta, tosse e dores de cabeça. "Tinha nevado e fazia frio. Não estamos acostumados com esse tempo e achamos que ele tinha pego uma gripe", conta à BBC News Brasil Fabiana*, de 32 anos, que dividia com o rapaz o apartamento em Everett, na região de Boston, no nordeste dos Estados Unidos. Ele tinha sido infectado com o coronavírus.

Mas todos os moradores da casa só souberam disso depois que Otávio foi retirado de casa por uma ambulância, sem conseguir respirar. Há dez dias, ele está entubado e sedado na UTI de um dos hospitais do Estado de Massachussets que atendem imigrantes indocumentados como eles.

Grávida de 5 meses, Fabiana também contraiu a doença. Ela, o marido e o filho, de 2 anos, chegaram aos EUA há quase um ano, depois de deixar para trás a oficina mecânica dele e os serviços de confeiteira dela em Vilhena, em Rondônia.

Com uma renda familiar de R$ 1,5 mil, não conseguiram visto de turismo e resolveram atravessar a fronteira do México para chegar a El Paso, no Texas, uma travessia ilegal feita por um número recorde de brasileiros no último ano: quase 20 mil, segundo estimativas.

"A gente achava que finalmente ia viver os sonhos que já tinha deixado pra trás, que a gente ia mandar dinheiro pro Brasil. Era tudo ilusão. Quem pensa que vai vir pros Estados Unidos pra passar necessidade?", relata, em lágrimas. Ela já emagreceu 25 quilos desde a viagem, que custou US$ 15 mil dólares, apenas parcialmente pagos a um coiote - o traficante de pessoas que viabiliza a entrada irregular de migrantes pela fronteira.

"Demos quase tudo o que a gente tinha, chegamos no país com US$ 100 no bolso", diz. O marido arrumou "bicos" como azulejista, carpinteiro, faxineiro, ajudante. Cada dia em um lugar, com um patrão diferente. Recebia cerca de US$ 120 por dia. Mas, com a doença e o fechamento quase completo dos comércios há cerca de um mês, todos os trabalhos desapareceram.

O governo de Massachussets determinou que nada funcionará até o dia 4 de maio. Com o aluguel atrasado e uma dívida de US$ 3,8 mil com o coiote, Fabiana faz contas: "Recebemos três cestas básicas do pessoal da igreja, brasileiros que ajudam. Temos o que comer por mais duas semanas. Se ele não conseguir voltar a trabalhar até lá, não sei o que vai ser".

Equipe de emergência leva paciente de covid-19 em BostonDireito de imagemREUTERS/BRIAN SNYDER
Image captionEUA se converteram no novo epicentro global da doença no mundo; cada quatro infectados, um está no país: são mais de 400 mil contaminados e 15 mil mortos

O sofrimento de Fabiana é o mesmo de alguns milhares de brasileiros indocumentados nos EUA que, em meio à quarentena geral e à recessão econômica, não têm direito ao auxílio de US$ 1,2 mil aprovado recentemente pelo governo americano para pessoas em situação vulnerável - nem aos R$ 600 mensais da renda básica emergencial brasileira.

Segundo o Itamaraty, há hoje cerca de 1,2 milhão de brasileiros vivendo nos EUA. Deles, entre 250 mil e 400 mil não têm autorização para isso, segundo estimativa de 2016 do Migration Policy Institute. Invisíveis aos dois sistemas de proteção social e sem qualquer renda de trabalho, já que tudo parou, eles não sabem como pagarão as contas ou comprarão comida nas próximas semanas. E temem que até mesmo pedir ajuda possa levá-los à prisão ou à deportação.

"Imigrantes, especialmente os que não tem documentação, são os mais atingidos na crise. A maioria deles trabalha no setor de serviços, que está sendo afetado tremendamente. Tudo está fechado, até os hotéis, por ordem do Estado. A renda deles diminuiu muito. O imigrante não é funcionário, é autônomo, se não trabalha, não ganha. Não têm direito ao seguro-desemprego. As pessoas ficam desesperadas", afirma Esther Pereira, diretora da ONG Immigrant Resource Center, sediada em Deerfield Beach, no sul da Flórida, que presta auxílio a migrantes em todo o país.

Quando o dinheiro termina antes da quarentena

Consultado, o Itamaraty informou que não teria como consolidar os números de pedidos de ajuda de brasileros em situação de "desvalimento" nos Estados Unidos em tempo hábil. Mas segundo a BBC News Brasil apurou, na última semana, apenas o consulado em Boston recebeu mais de 900 pedidos de ajuda, e o número tende a aumentar conforme a quarentena se prolongue.

"Nas últimas 48 horas, mais de cem brasileiros nos procuraram em busca de auxílio financeiro: quase ninguém pagou o aluguel, muita gente com criança pequena e há semanas sem receber nenhum dinheiro", afirma Tiago Prado, um dos líderes comunitários brasileiros na região de Boston que ajuda a organizar e encaminhar as demandas dessas pessoas para instituições de caridade e autoridades brasileiras.

Por decisão judicial, ordens de despejo estão suspensas por enquanto, e a orientação de ONGs e líderes comunitários é de que as pessoas deixem de pagar o aluguel e mantenham o dinheiro que têm em mãos para gastos com comida e remédio.

"Não posso pagar o aluguel e ficar sem ter o que comer", resume André*, de 27 anos, há cinco anos, morador de Nova York, a megalópole do Estado mais afetado pelo coronavírus, que responde sozinho por 150 mil casos.

A cidade está em quarentena total desde 22 de março. André perdeu o emprego de garçom antes disso, e viu todas as outras formas de trabalho desaparecerem. Sem recursos e sem visto, tomou uma decisão drástica: saiu de sua própria casa para sublocar o espaço e conseguir alguma renda.

Nesse período, foi morar com um amigo, dono de um restaurante, que tentar salvar o que restou do negócio apostando no delivery. Em troca do teto, André faz as entregas do restaurante. Ele diz que teme se contaminar, mas que não vê outra opção a não ser sair por aí com refeições sob o braço para arrumar um jeito de viver. André não possui convênio médico, e os EUA não contam com um sistema universal de saúde pública. Seu alívio é saber que o Congresso americano aprovou uma lei que obriga o Estado a custear testes e tratamento de saúde para quem contraia o vírus, independente de convênio ou de status migratório.

Duas pessoas usando máscaras caminham sob a chuva segurando guarda-chuvas com a cidade de nova york ao fundo, do outro lado do rioDireito de imagemEPA
Image captionNova York se tornou o epicentro da epidemia nos Estados Unidos

Embora a expectativa inicial seja de que a quarentena dure até o dia 30 de abril, André acredita que a situação vai se estender até o fim de junho, o que é provável, considerando-se que os EUA se converteram no novo epicentro global da doença no mundo. Hoje, a cada quatro infectados, um está no país: são mais de 400 mil contaminados e 15 mil mortos. E o pico da epidemia, de acordo com a projeção da Casa Branca, acontecerá por volta do dia 15 de abril.

"Se a quarentena passar de junho, aí sim o bicho pega, porque minha reserva vai acabar e não vou ter mais dinheiro nenhum", diz André.

O prazo de André ainda é mais folgado do que o da paulista Roberta*, de 32 anos. Ela chegou aos EUA há um ano e dois meses com os três filhos - uma menina de 12 e gêmeos de 8 anos. Entrou com visto de turista, mas já sabia que não iria voltar. Cabelereira de formação, ganhava em média R$ 3 mil por mês como faxineira. O dinheiro era o suficiente para as contas e para juntar uma reservinha com a qual pretendia comprar os equipamentos necessários para voltar a trabalhar com corte de cabelo.

A epidemia atropelou os planos. No último dia 22, o governo da Filadélfia, na Pensilvânia, colocou a região em quarentena. Os clientes todos sumiram.

"Quando anunciaram, fiz uma boa compra para estocar comida em casa, mas já não tinha muita coisa na prateleira. Tava difícil de encontrar carne, frango... Fui a quatro mercados para achar um pacote de arroz. Agora, reponho o que vou usando."

No sustento durante a crise, ela está consumindo os US$ 400 que guardava para a compra de tesouras e secadores. "Não posso nem falar que é um fundo de emergência, porque é praticamente só para comer e pagar as contas depois."

A família mudou os hábitos para fazer o dinheiro render, mas Roberta sabe que os recursos não vão durar além dos próximos 30 ou 40 dias. "A gente não pede mais comida fora duas vezes por semana como antes. Também sempre inventava uma refeição diferente. Agora é só o básico: arroz, feijão, macarrão, e estou racionando."

Ficar ou voltar

Em casa, Roberta se desdobra para entreter as crianças com jogos de tabuleiro, celular e televisão. Com bronquite, ela é grupo de risco e não se arrisca nem dar uma volta no quarteirão. Sua atitude não é exceção nas cidades ao redor do país. Mesmo áreas normalmente apinhadas de gente, como a Times Square, em Nova York, estão desertas nas últimas semanas.

"É desesperador ver tudo fechado, ninguém na rua. E passa muita ambulância, que é o som que eu mais ouço da minha janela. Ficava imaginando quem estava ali dentro, me colocava no lugar das outras pessoas que estão passando sufoco. É uma situação muito difícil, muito estranha.", conta Tatiana*, de 51 anos, há sete morando em Nova York.

Ela vive legalmente nos EUA, como estudante - mas seu trabalho, como babá para famílias brasileiras, é irregular, já que seu visto não permite que ela ganhe dinheiro no país. Por isso mesmo, ela não poderia receber auxílio financeiro do governo americano. Sem salário, está consumindo suas reservas, que devem durar mais um mês.

O impacto financeiro da pandemia fez com que ela cogitasse voltar para o Rio de Janeiro.

Donald TrumpDireito de imagemKEVIN DIETSCH/EPA
Image captionBrasileiros sem documentos não têm direito ao auxílio de US$ 1,2 mil aprovados recentemente pelo governo americano

"É uma mistura de sentimentos. Dá muita vontade de ir, sair de casa só com a minha mochila e ficar perto da minha família, porque estou sozinha aqui. Se isso continuar, não sei se vou me arriscar a voltar. Sinto que meu tempo aqui ainda não acabou. É um turbilhão de pensamentos.", diz Tatiana.

Os imigrantes ouvidos pela BBC News Brasil se dividem entre querer ficar e a vontade de partir.

Roberta sabe que a situação pode demorar a voltar ao normal. "Querendo ou não, vai ser muito mais fácil eu me recuperar financeiramente aqui do que no Brasil", ela aposta. Mesmo se pudesse receber algum auxílio do governo brasileiro caso voltasse, Aline diz que essa ajuda é "muito pequena se comparado à quantidade de impostos e contas" que precisa pagar no Brasil, onde dividia a casa com sua mãe.

"Não sobrava quase nada no fim do mês. Aqui eu consigo viver bem melhor e posso dar uma educação boa para os meus filhos." Além disso, se ela deixasse o país, ficaria impedida de voltar aos EUA por dez anos - punição imposta a imigrantes deportados ou que viveram no país ilegalmente.

É a mesma situação de Fabiana que, no entanto, afirma que voltaria ao Brasil "amanhã mesmo" se ao menos tivesse como pagar as passagens. "Mas meu marido me diz: como vamos arrumar dinheiro pra ir embora e quitar as dívidas que temos lá no Brasil?".

Pelo menos duas famílias já pediram ajuda ao consulado de Boston para ser repatriadas. Os casos estão em análise. Para Pereira, é provável que a quarentena impulsione muitos a voltarem para o Brasil.

"Acho que a pandemia está mudando o modo de pensar das pessoas, porque está mostrando que o que traz conforto mesmo são a família e os amigos. E ninguém sabe como a economia vai ficar depois", diz ela. E conclui: "Quando há uma crise, os serviços não essenciais são os que sofrem mais, e são esses serviços que o brasileiro presta. Se as pessoas não tiverem dinheiro, você não chama uma faxineira, não tinge o cabelo, não faz a unha, não vai lavar o carro. Vai demorar um tempo para o dinheiro voltar a circular, e essas pessoas não vão ter uma renda. Não sei o que essas pessoas vão fazer".

* Os nomes dos entrevistados foram trocados para preservar suas identidades

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O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (2006) - Paulo Roberto de Almeida

O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia 
(Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2)




Brasília, 9 abril 2020, 301 + 53 p. 
Reformatação completa do livro para fins de livre acesso nas redes de intercâmbio acadêmico. 

Divulgado na plataforma Academia.edu em dois arquivos: 

1) Miolo do livro, todo o texto da edição original de 2006, mais tabelas e quadros verticais; link:


2) Quadros analíticos horizontais (não incorporados ao mesmo arquivo em pdf anterior); link: 


(Sumário do segundo arquivo, quadros horizontais, ao final da postagem)


Índice

 

Prefácio 

Introdução: o estudo das Relações Internacionais do Brasil


Capítulo I
A produção brasileira em relações internacionais: 
avaliação, tendências e perspectivas, de 1946 a 2006
1. Introdução: peculiaridades do campo relações internacionais no Brasil
     1.1. Ensino: teoria quantitativa da multiplicação didática
     1.2. Pesquisa: dispersão metodológica e baixa integração
2. Elaboração crescente, reflexão difusa: produção e grandes eixos analíticos
     2.1. A “pré-história” das relações internacionais no Brasil
     2.2. A “acumulação primitiva” da disciplina na academia
     2.3. A explosão dos anos 80 e a “abertura” diplomática
     2.4. A academia desafia o “monopólio” diplomático
     2.5. Revolução “keynesiana” na produção acadêmica?
3. Orientações disciplinares, escolhas teórico-metodológicas
     3.1. Sistema e estrutura como paradigmas de análise
     3.2. A história como experiência única de inserção internacional
4. Autores e obras: balanço seletivo
     4.1. Dos “founding fathers” aos pesquisadores profissionais
     4.2. As revistas e os foros brasileiros de relações internacionais
5. O Brasil e o mundo: tendências analíticas
6. Perspectivas do estudo das relações internacionais no Brasil
Quadros analíticos:
1. Cursos de bacharelado em relações internacionais, Brasil, 1974-2007
2. Cursos de pós-graduação stricto sensu relacionados à temática de relações internacionais, Brasil, 1969-2007
3. Instituições voltadas para ensino, pesquisa e promoção de eventos em relações internacionais, Brasil, 1930-2006
4. Periódicos no campo das relações internacionais, Brasil, 1839-2006
5. Produção brasileira em relações internacionais, 1945-2006

Capítulo II
O Brasil no contexto econômico mundial: 1820-2006
1. O Brasil e a economia mundial desde o início do século XIX
2. O Brasil de 1820 a 1870: partida difícil, baixa dispersão mundial
3. O Brasil de 1870 a 1913: crescimento modesto, ascensão do café
4. O mundo entre 1913 e 1950: catástrofes econômicas e sociais
5. O grande crescimento de 1950 a 1973: a Ásia e o Brasil decolam
6. Crescimento e crise de 1973 a 1998: as diferenças se acentuam
7. O Brasil e a América Latina no contexto mundial: o longo prazo e a atualidade
Tabelas estatísticas:
1. Crescimento histórico do PIB do Brasil, 1960-2003
2. Crescimento da população, do PIB e do PIB per capita, Brasil e EUA, 1820-1998
3. Evolução histórica do PIB per capita, países selecionados, 1820-1998
4. Taxas médias de crescimento anual do PIB per capita, 1820-1998
5. Taxas de crescimento demográfico, países selecionados, 1820-1998
6. Variação do volume das exportações, países selecionados, 1820-1998
7. Exportações de mercadorias em % do PIB, 1820-1998
8. Desvio histórico comparativo do PIB per capita do Brasil, 1820-1998
9. Evolução histórica comparada do PIB per capita, 1820-1998
10. Evolução comparada do comércio exterior, 1800-1912
11. Exportações mais importações de bens e serviços sobre o PIB, 2005
12. PIB per capita e taxas de crescimento de países selecionados, 1995-2004
13. Relação do crescimento do PIB com o crescimento do PIB mundial, 1988-2005

Capítulo III
A estrutura constitucional das relações internacionais no Brasil
1. O controle constitucional das relações exteriores
2. A experiência constitucional brasileira
3. As relações internacionais segundo a Constituição de 1988
4. Implicações para a política externa do Brasil
5. As emendas constitucionais da ordem econômica
6. Estrutura constitucional e sistema político
Quadros analíticos:
1. Emendas constitucionais com impacto nas relações econômicas internacionais
2. Dispositivos constitucionais discriminatórios ao investimento estrangeiro

Capítulo IV
A periodização das relações internacionais do Brasil
1. Tipologia cronológica das relações internacionais do Brasil
2. A era colonial como parte constitutiva da periodização
3. Cronologia temática das relações internacionais do Brasil
4. Dos primórdios ao processo de independência, 1415-1808
5. Independência e consolidação do Estado, 1808/1822-1844/1850
6. Apogeu e declínio do Império: 1850-1889
7. A República se afirma, 1889-1902
8. A era do Barão, 1902-1912
9. A República dos bacharéis, 1912-1930
10. Crise e fechamento internacional: 1930-1945
11 Uma política exterior tradicional: 1945-1960
12. A política externa independente: 1961-1964
13. A volta ao alinhamento, 1964-1967
14. Revisão ideológica e busca de autonomia tecnológica: 1967-1985
15. Redefinição das prioridades e afirmação da vocação regional: 1985-2006
Quadros analíticos:
1. Vetores das relações econômicas internacionais do Brasil, 1500-2006
2. Estrutura e contexto da diplomacia econômica no Brasil, 1808-1891
3. Evolução conceitual da diplomacia econômica no Brasil, séculos XIX-XX

Capítulo V
Cronologia das relações internacionais do Brasil, 1415-2006
1. Primórdios das descobertas, 1415-1498
2. Do descobrimento à união ibérica, 1500-1639
3. A economia colonial, 1641-1755
4. Crise do sistema colonial, 1756-1808
5. O processo da independência, 1808-1822
6. A consolidação do Estado, 1822-1850
7. Ascensão e declínio do Império, 1850-1889
8. República Velha: a diplomacia do café, 1889-1929
9. O Brasil na crise do entre-guerras, 1930-1939
10. No turbilhão do conflito militar, 1939-1945
Quadros analíticos:
1. Brasil: evolução da política comercial, 1889-1945
2. Brasil: evolução da política comercial, 1945-2006
3. Relações internacionais, processos multilaterais e regionais e política externa do Brasil, 1944-2006

Guia da produção em relações internacionais do Brasil e bibliografia geral
Guia de periódicos nacionais e estrangeiros em relações internacionais
Livros do autor 

Frontspício: 
24 horas por dia...
lendo, refletindo,
sobre o Brasil e o mundo,
sete dias por semana...
informando, esclarecendo,
o Brasil para o mundo,
todas as semanas do mês...
estudando, pesquisando, escrevendo
sobre o Brasil e sobre o mundo,
12 meses por ano...
negociando, representando, defendendo,
o Brasil no mundo
ano após ano...
concebendo, idealizando, promovendo,
um futuro para o Brasil neste mundo,
sempre!

Para Carmen Lícia…

A te, che mi sei compagna diletta negli studî, nelle gioie e nei dolori della vita, dedico questo libro con un affetto che invano cercherei parole a descrivere.

Da dedicatória de Pasquale Villari a Linda Villari, na sua monumental obra Niccolò Machiavelli e i suoi tempi (3ª edizione, riveduta e corretta dall’autore; Milano: Ulrico Hoepli, 1912, 3 vols.; prima ed.: Firenze, 1877).

…e para Paulo Joppert Crissiuma,
in memoriam

Um verdadeiro amigo, “presente na criação” de uma carreira que também enfrentou as alegrias e as tristezas de uma vida toda ela dedicada à defesa honesta, constante, muitas vezes apaixonada, mas jamais desinteressada, do interesse nacional.

…sei que uma dor assim pungente,
não há de ser inutilmente...

Informação sobre a capa: 
         Arte da capa de autoria de Samuel Tabosa Pessoa sobre mapas da era dos descobrimentos; frente: detalhe relativo ao continente americano retirado de planisfério portulano desenhado por Antonio Sanches (Portugal), em 1623, retratando a extensão máxima do poder marítimo e colonial dos impérios português e espanhol ao início do século XVII (British Library); fundo: detalhe relativo à extração de pau-brasil pelos índios da “Terra Brasilis” no mapa do Atântico Sul de autoria do cartógrafo português Jorge Reinel (1519), constante do Atlas dito “Miller” (Bibliothèque Nationale, Paris).

Texto das orelhas

         O Brasil do século XXI certamente avançou com respeito à última década do século XX, quando a primeira edição deste livro foi publicada. Os progressos não foram apenas quantitativos, com respeito ao PIB (aliás, crescendo a uma taxa medíocre), ao comércio exterior, aos indicadores sociais, cuja melhoria foi mais consistente. Eles foram, também, qualitativos e se refletiram, sobretudo, na crescente inserção internacional, ou seja, na interdependência econômica efetiva, tanto em escala regional, a exemplo do Mercosul e de outros esquemas preferenciais, como em âmbito mundial, sob o impacto multiforme da globalização. 
         O que se registrou, igualmente, foi uma verdadeira explosão dos estudos e pesquisas relativos às relações internacionais do Brasil, seja no plano puramente acadêmico, sob a forma de novos cursos nessa área, seja ainda no âmbito profissional, com uma crescente osmose da diplomacia com os setores da sociedade civil engajados no estudo das relações internacionais do Brasil. Essas duas vertentes se reforçam mutuamente, como aqui evidenciado no estudo da produção acumulada desde o final dos anos 1990.
         Este livro trata justamente dessa proliferação de iniciativas didáticas, dessa explosão do ensino e da pesquisa nesse campo relativamente novo de concentração universitária, tal como refletidas no incremento da literatura especializada e, também, na multiplicação de grupos de pesquisa e de instituições voltadas para a interface externa do país. Ele também aborda o desenvolvimento econômico no longo prazo do Brasil, em perspectiva comparada com países de desempenho similar, ou melhor do que aquele alcançado pelo país no último quarto de século. A visão histórica comparece ainda nos capítulos relativos à periodização e à cronologia das relações internacionais do Brasil, enquanto a abordagem institucionalista se faz presente no ensaio sobre a estrutura constitucional dessas relações, ainda marcadas por certo espírito introspectivo. 
         Um livro relevante para todos os estudiosos das relações internacionais do Brasil, professores, pesquisadores, diplomatas ou alunos da área, por um especialista que estabelece uma ponte natural entre a diplomacia e a academia.

Paulo Roberto de Almeida é doutor em ciências sociais, mestre em economia internacional, diplomata de carreira desde 1977 e autor de livros sobre a história diplomática do Brasil, sobre suas relações econômicas internacionais, sobre a integração regional, com ênfase no Mercosul, e sobre a construção da ordem internacional contemporânea. Sua página na internet (www.pralmeida.org) tornou-se uma referência para os estudantes dos cursos de relações internacionais. 

O Estudo das Relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia
Brasília: LGE Editora, 2006, 385 p.; ISBN: 85-7238-271-2
Relação de Tabelas e Quadros Analíticos
(Formato horizontal)

Sumário
Capítulo I: A produção brasileira em relações internacionais: avaliação, tendências e perspectivas, de 1946 a 2006
Quadros analíticos: 
1.1. Cursos de bacharelado em relações internacionais, Brasil, 1974-2007  
1.2. Cursos de pós-graduação stricto sensu relacionados à temática de relações internacionais, Brasil, 1969-2007  
1.3. Instituições voltadas para ensino, pesquisa e promoção de eventos em relações internacionais, Brasil, 1930-2006 
1.4. Periódicos no campo das relações internacionais, Brasil, 1839-2006    
1.5. Produção brasileira em relações internacionais, 1945-2006     

Capítulo III: A estrutura constitucional das relações internacionais no Brasil
Quadros analíticos: 
3.1. Emendas constitucionais com impacto nas relações econômicas internacionais       
3.2. Dispositivos constitucionais discriminatórios ao investimento estrangeiro        

Capítulo IV: A periodização das relações internacionais do Brasil
Quadros analíticos: 
4.1. Vetores das relações econômicas internacionais do Brasil, 1500-2006      
4.2. Estrutura e contexto da diplomacia econômica no Brasil, 1808-1891     
4.3. Evolução conceitual da diplomacia econômica no Brasil, séculos XIX-XX    

Capítulo V: Cronologia das relações internacionais do Brasil, 1415-2006
Quadro analítico:
5.3. Relações internacionais, processos multilaterais e regionais e política externa do Brasil, 1944-2006  

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Olavo de Carvalho: o Rasputin de Bolsonaro - Walter Maierovitch (CBN)

QUARTA, 08/04/2020, 18:07Justiça e Cidadania - Wálter Maierovitch

'Como na Rússia czarista, Bolsonaro conta com um Rasputin para trapalhadas'

Trata-se do ex-astrólogo Olavo de Carvalho, que se autoproclama filósofo. 'Tem influência nefasta e ajuda Bolsonaro a virar a Constituição de cabeça para baixo', afirma Wálter Maierovitch, ressaltando que ele indicou 'os dois piores ministros' ao presidente - Ernesto Araújo e Abraham Weintraub. Ele comenta a briga que Eduardo Bolsonaro e o ministro da Educação compraram com a China.


  • DURAÇÃO: 00:07:42

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Olavo de Carvalho critica deputados. Foto: Reprodução (Crédito: )

Olavo de Carvalho critica deputados. Foto: Reprodução



Permito-me inserir os dois últimos comentários que elaborei a propósito do Rasputin de subúrbio, o subsofista da Virgínia: 

3625. “Olavo de Carvalho sobre o Brasil como protetorado chinês (1)”, Brasília, 7 de abril de 2020, 3 p. Primeira parte de comentários à postagem do guru bolsonarista sobre o Brasil dominado pela China e o fracasso do chanceler acidental. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/04/olavo-de-carvalho-sobre-o-brasil-como.html).

 

3626. “Olavo de Carvalho sobre o Brasil como protetorado chinês (2)”, Brasília, 7 de abril de 2020, 4 p. Segunda parte de comentários à postagem do guru bolsonarista sobre o Brasil dominado pela China e o fracasso do chanceler acidental. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/04/olavo-de-carvalho-sobre-o-brasil-como_7.html).