"O QUE VOCÊ GOSTARIA DE SABER SOBRE O ACORDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE O MERCOSUL E A UNIÃO EUROPEIA, MAS NÃO TINHA PARA QUEM PERGUNTAR: a questão ambiental explicada".
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
O que você gostaria de saber sobre o acordo Mercosul-UE, livro de Elisa de Sousa Ribeiro - publicado
As várias noções de liberdade em José Guilherme Merquior - a partir de A Natureza do Processo (1982)
As várias noções de liberdade em José Guilherme Merquior
Trechos selecionados por:
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
Extratos de seu pensamento, a partir do livro A Natureza do Processo (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982).
Para José Guilherme Merquior havia cinco tipos de liberdade, tal como expressas em seu livro supracitado (p. 73-77):
(1) A liberdade segurança, que é a ausência de opressão;
(2) A liberdade de expressão: tudo o que não é proibido é permitido; opinião;
(3) A liberdade política: participação nos negócios públicos; cidadania
(4) A liberdade de oportunidade: perseguir aspirações individuais; mérito;
(5) A liberdade como tal: se confunde com o livre arbítrio; opõe-se ao determinismo.
Merquior levanta a pergunta: “Qual terá sido a ordem de entrada em cena, na peça chamada história, desses tipos sociais de liberdade?” (p. 75)
“Da liberdade de opressão, pode-se pensar que acompanha, desde os seus primórdios, toda a vida em sociedade. Mesmo nas épocas em que o indivíduo era mais preso de um controle social pormenorizado, como na estrita ‘moral dos costumes’ do universo tribal, cheio de imperativos, tabus e interditos, mesmo dentro do império mais rigoroso das convenções tradicionais, cada pessoa guarda uma área mínima de atuação própria suscetível de ser violada pela arbitrariedade alheia, o capricho dos poderosos. (...) Qualquer cultura, por mais tradicional, sabe distinguir os usos dos abusos.” (p. 75)
“Os outros três tipos de liberdade pressupõem todos, historicamente, certo grau de individualismo. Não admira que a legitimação da liberdade de palavra e de cidadania tenha sido obra da democracia da pólis, na Grécia antiga; ou que a primeira, convertida em ‘liberdade de consciência’, tenha renascido, como reivindicação coletiva, no cristianismo da Reforma, de vocação acentuadamente individualista.
De todos esses três tipos individualistas de liberdade, o mais moderno é a liberdade de oportunidade. Por quê? Porque, para materializar com amplitude, para se diversificar, essa liberdade de escolher formas de ocupação e de lazer se alicerçou no crescimento da divisão do trabalho e na afluência (em relação à penúria crônica da economia tradicional) que este crescimento foi assegurado, paulatinamente, embora em doses desiguais, ao conjunto da sociedade. Somente a partir de certos níveis, historicamente muito elevados de riqueza social é que a liberdade puramente psicológica, de aspiraçõesse transformou em liberdade concreta de oportunidade: em ocasiões efetivas, para o indivíduo, de orientar mais livremente sua vida, ou pelo menos uma grande parte dela.
Foi só quando o progresso econômico e a conquista de níveis básicos de saúde e educação para a maioria da população criaram largas avenidas de mobilidade social que, por exemplo, o velho sonho burguês de ‘carreira aberta ao talento” passou a ter alcance popular. As taxas de mobilidade poderiam ser bem mais altas, mesmo nos países ricos; o acesso às carreiras de maior renda e status, bem mais largo; contudo, comparada com qualquer sociedade estratificada de estilo tradicional, a sociedade moderna se afigura muitíssimo mais plástica às ‘opções de vida’ dos seus membros. É isso que estamos chamando de liberdade de oportunidade – e que, obviamente, pressupõe os outros tipos. A tal ponto, que ela configura nitidamente uma grande instância de indubitável progresso histórico.” (p. 76-77)
O destruidor do Mercosul, vulgo PG, volta a atacar, no próprio Itamaraty - Agência Brasil
O destruidor do Mercosul prova, uma vez mais, que não tem a menor ideia do que seja o Mercosul, não sabe a diferença entre união aduaneira e zonas de livre comércio, não conhece as regras do Gatt e nunca soube nada de políticas comerciais. Não é apenas o "Bad Guy", mas um DESTRUIDOR, apenas isto.
Paulo Roberto de Almeida
Chanceler diz que busca resolver pendências em acordo Mercosul–UE
Questões climáticas e ambientais travam formalização do tratado
Publicado em 26/10/2021 - 19:41 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Itamaraty está trabalhando para resolver as pendências que impedem a formalização do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, disse hoje (26) o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Segundo ele, a ampliação de acordos comerciais é uma prioridade do governo.
O chanceler fez a declaração no lançamento da agenda legislativa da Frente Parlamentar do Comércio Internacional e Investimentos (FrenComex), no Palácio do Itamaraty. Assinado em 2019, o acordo Mercosul–UE precisa ser aprovado pelos parlamentos dos países dos dois blocos para entrar em vigor. No entanto, questões ambientais e climáticas têm travado as votações.
“Os desafios são complexos, mas a diplomacia brasileira está e permanecerá atenta”, disse França. Segundo o ministro, o Oriente Médio e os países do sul e do leste asiático são prioridades do Brasil na busca de acordos comerciais.
O ministro das Relações Exteriores defendeu a modernização do Estado brasileiro por meio do ingresso do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela agenda de privatizações. Na avaliação dele, existe espaço para que o Brasil diversifique as exportações, sem deixar de lado as commodities (bens primários com cotação internacional).
“Há espaço para diversificação da pauta exportadora sem negligenciar nossa estratégia de exportação de commodities, ampliando exportação de serviços e bens industrializados”, comentou.
Agressividade
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também esteve presente ao evento e defendeu que o Brasil seja mais agressivo nas negociações comerciais, como a redução da tarifa externa comum do Mercosul e o afrouxamento das regras que permitem a cada país do bloco negociar individualmente acordos tarifários bilaterais.
“Parabenizo [o chanceler Carlos] França por avançar na agenda de tornar o Itamaraty mais agressivo. Ele é o good guy [sujeito bom], eu sou o bad guy [sujeito mau]. Acho que o Itamaraty devia ter muito mais agressividade. Nos Estados Unidos, os embaixadores são quase homens de negócio”, disse Guedes. Ele pediu mais aproximação entre os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores.
Eixos
Ao lançar a agenda da FrenComex pelos próximos dois anos, o presidente da frente parlamentar, deputado federal Evair de Melo (PP-ES), disse que o Brasil está fortalecendo suas relações comerciais e que o país sairá “maior do que entrou” da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26). O encontro ocorrerá de 1º a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.
Em nota, a FrenComex informou que a agenda da frente parlamentar pelos próximos dois anos tem cinco eixos: facilitação do ambiente de negócios para o investidor estrangeiro, negociação e assinatura de acordos comerciais, melhoria da infraestrutura logística para exportação, simplificação e desburocratização das operações de comércio exterior e políticas de fomento à exportação.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2021-10/chanceler-diz-que-busca-resolver-pendencias-em-acordo-mercosul-ue
Instituto Millenium: dezenas de especialistas, só dois diplomatas
Diplomatas liberais? Só dois?!?!
Verifiquei a lista de “especialistas” do Instituto Millenium, dentre os quais (são exatamente 148) eu e o meu ex-chefe, embaixador Rubens Barbosa, somos os DOIS ÚNICOS diplomatas!
Não acredito que somos os dois únicos diplomatas liberais entre 1.500 membros do corpo diplomático brasileiro. Não deve ser verdade: o Itamaraty tem de tudo, liberais, esquerdistas, tucanos, malufistas, lulistas, direitistas, reacionários, anarquistas, românticos, surrealistas e talvez até um ou dois bolsonaristas (sempre é possível).
Vou fazer a enquete de sociografia que imaginei fazer assim que ingressei no Itamaraty, mais de 43 anos atrás…
Paulo Roberto de Almeida
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