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domingo, 17 de novembro de 2019

Mendonça de Barros sobre a retomada do crescimento

Pois eu, sem ser pessimista, apenas realista, concordo inteiramente com Mendonça de Barros, mas alerto que a sabotagem cruzada — não necessariamente deliberada, mas resistência a mudanças que afetam privilégios consolidados e ganhos rentistas — de mandarins, agentes públicos (parlamentares) e capitalistas predadores vai afetar a marcha desses três processos, delongando inutilmente a retomada do crescimento.
Resumo e me desculpo pela previsão pessimista: continuaremos a caminhar de maneira medíocre, nos arrastando penosamente em direção ao futuro.

Guardem o que escrevi para me cobrarem em 2023.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17/11/2019

Copiando de uma postagem de Carmen Lícia Palazzo:

Um dos meus economistas prediletos...
Copio o texto para quem não é assinante do Estadão.

"A convicção de que a relação dívida/PIB começará a se reduzir é fundamental para manter ajustadas as expectativas
      
José Roberto Mendonça de Barros*, 
O Estado de S.Paulo
03 de novembro de 2019 | 04h00

Depois de uma profunda recessão e de três anos de [baixo] crescimento, inclusive no ano que finda, a grande pergunta que se faz é se será possível voltarmos a crescer de forma sustentável. 

Qual seria a pauta mínima para que esse evento viesse a ocorrer?

Minha resposta a essa questão é positiva, isto é, poderemos voltar a crescer se pelo menos três condições se verificarem simultaneamente. São elas:  

1) Se houver convicção por parte dos agentes e analistas de que a relação dívida/PIB voltará a cair, mesmo antes de um crescimento mais acelerado da economia. Isso ocorrerá se, além da reforma da Previdência agora finalizada, o Congresso aprovar um mínimo de regras que garantam que as despesas correntes não cresçam em termos reais de forma quase autônoma, ao contrário dos últimos muitos anos. 

A convicção de que a relação dívida/PIB, hoje mantida a duras penas com controles e contingenciamentos, começará a se reduzir é fundamental para manter ajustadas as expectativas e permitir a continuidade da redução da taxa Selic, dando suporte a planos de expansão do crédito, de gastos de consumo e investimento.

Embora a apresentação de uma proposta abrangente seja importante para dar uma visão da rota a seguir, parece-me fundamental ter foco numa primeira rodada (provavelmente a chamada PEC Emergencial) de sorte a consolidar um avanço fiscal que, com a Previdência, permita destravar mais rapidamente os pontos 2 e 3 apresentados a seguir.

Na minha percepção, no caso da reforma tributária ainda estamos longe de qualquer consenso, sendo preciso muito mais discussão dentro e fora do Congresso para chegarmos ao ponto de uma proposta que possa ir a voto. Embora ela seja fundamental para melhorar a alocação na economia e diminuir custos das empresas, o arranque inicial do crescimento pode ser dado sem ela. 

Finalmente, vale repetir que se não houver esse avanço mínimo na pauta fiscal, a melhora no crescimento não será sustentável.

2) O segundo ponto necessário para crescer é, naturalmente, uma retomada dos investimentos. Esses terão de se concentrar na infraestrutura, dada sua precariedade e a grande capacidade ociosa no setor industrial.

Também é certo que, com as agruras fiscais do Tesouro, os investimentos só ocorrerão como consequência de concessões, especialmente na área de logística. O Ministério da Infraestrutura nos informa que vários projetos relevantes estarão prontos para ir a leilão no ano que vem. Se bem-sucedidos significarão canteiros de obras em 2021, reforçando os novos investimentos em petróleo que se iniciarão em 2020, consequência dos leilões já ocorridos e a ocorrer.

Também deveremos ter em 2020 novos investimentos em telecomunicações (desde que a ideologia não adie por pressão externa os leilões de 5G) e em saneamento, cujo novo marco regulatório deve ser aprovado pelo Congresso ainda este ano. Também alguma coisa em energia elétrica deverá avançar.

Note-se que em meu cenário não espero nada relevante na área de privatização (exceto grandes promessas), dadas as notórias dificuldades enfrentadas por aqueles responsáveis pelas áreas. Apenas vendas de lotes de ações no mercado de capitais podem ocorrer, a exemplo do que fez a Caixa Econômica com ações da Petrobrás. Bom para o Tesouro, mas isso não é privatização.

3) A última peça necessária para uma retomada sustentável é, exatamente, a que está mais garantida nos dias de hoje: uma importante redução no custo do crédito, como resultado da baixa inflação, da queda da taxa Selic, das regulações do Banco Central (como a redução dos depósitos compulsórios) e dos efeitos competitivos da expansão dos novos bancos digitais e de empresas de serviços financeiros. 

Caso esses avanços ocorram, o PIB voltará a crescer mais aceleradamente a partir de 2021. Nossas projeções são: 0,9% neste ano, 1,6% no ano que vem e 2,8% e 3% para 2021 e 2022.

Os riscos desse cenário são dois: a situação internacional caminha para uma crise no futuro próximo e, mesmo sendo o Brasil um país bastante fechado, seremos afetados por ela. O segundo risco é o mais óbvio: conflitos políticos atrasando a agenda legislativa, elevando a incerteza e reduzindo o otimismo.

A conturbada semana que finda é o exemplo mais evidente do que estamos falando."

sábado, 16 de novembro de 2019

STF: prepotência contra investigações de corruptos (Fausto Macedo, OESP)

Um caso escandaloso de conivência entre corruptos, corruptores e defensores da imoralidade.

Procuradores do Rio dizem a Toffoli que decisão no caso Flávio Bolsonaro ‘desborda’ recurso no Supremo

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro enviou ao presidente do STF manifestação indicando que os Relatórios de Inteligência Financeira produzidos e encaminhados pelo Coaf não têm 'qualquer relação' com o recurso que está pautado para análise do Plenário da Corte na quarta, 20 
Pepita Ortega e Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo, 16 de novembro de 2019 | 17h00
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Foto: Gabriela Biló / Estadão
Ministério Público do Estado do Rio enviou ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, manifestação indicando que a decisão de suspender todos os processos e investigações que abrigam Relatórios de Inteligência Financeira do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ‘desborda por completo’ o tema do recurso que será analisado pela Corte no próximo dia 20.
Para o Ministério Público do Rio a decisão precisa ser reformulada, não só pelos efeitos práticos mas para preservar um ‘sistema investigatório legalmente constituído e que preserva os ditames republicanos’.

Documento

O documento, de 20 páginas, é subscrito pelo subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais e Direitos Humanos Ricardo Ribeiro Martins e pelo assessor-chefe da Assessoria de Recursos Constitucionais e Criminais da Procuradoria-Geral de Justiça Orlando Carlos Neves.
A ordem do presidente do Supremo foi dada a partir de um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o 01, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
O senador é alvo de investigação da Promotoria do Rio por suposta lavagem de dinheiro quando exercia o mandato de deputado estadual fluminense.
Nesta quarta, 20, o Supremo vai apreciar a liminar deferida por Toffoli no Recurso Extraordinário nº 1.055.941/SP, a pedido de Flávio, que não era parte no processo.
O ponto central do caso se refere à possibilidade de o antigo Coaf – atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF) -, necessitar ou não de prévia autorização judicial para informar a existência de operações suspeitas ao Ministério Público e à Polícia.
Em sua decisão, Toffoli suspendeu todas as investigações e processos judiciais no País, inclusive aquela que alcançava Flávio e seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz.
“Determino a suspensão do processamento de todos os processos judiciais em andamento, que tramitem no território nacional e versem sobre o Tema 990 da Gestão por Temas da Repercussão Geral; a suspensão do processamento de todos os inquéritos e procedimentos de investigação criminal (PICs), atinentes aos Ministérios Públicos Federal e estaduais que foram instaurados à míngua de supervisão do Poder Judiciário e de sua prévia autorização sobre os dados compartilhados pelos órgãos de fiscalização e controle (Fisco, COAF e Bacen), que vão além da identificação dos titulares das operações bancárias e dos montantes globais, consoante decidido pela Corte”, ordenou Toffoli, na ocasião.
A petição da defesa de 01 foi apresentada no âmbito de um recurso que tramita desde 2017 no STF, e que, com repercussão geral conhecida, será analisado pelo Plenário da Corte máxima neste dia 20.
O processo trata do compartilhamento de dados da Receita com os órgãos de investigação sem prévia autorização judicial. Segundo o Ministério Público do Rio, o caso a ser apreciado pelo Plenário do Supremo não inclui o intercâmbio de informações entre o Coaf e os órgãos de investigação.
Nesse sentido, no entendimento do Ministério Público do Rio não seria possível ‘alargar’ o tema do julgamento, ‘inclusive sob pena de violação da cogente cláusula de reserva de plenário’.
Nessa linha, a Procuradoria do Rio diz que os ministros do Supremo não poderiam discutir o caso concreto de Flávio, uma vez que o recurso do senador não teria relação com o envio de informações pela Receita diretamente ao Ministério Público sem autorização judicial precedente.
O documento assinala que o Supremo já havia deliberado, por meio de decisão do ministro Marco Aurélio, em fevereiro, ‘não ter competência para conhecer diretamente das questões pertinentes à investigação em relação a Flávio Bolsonaro conduzida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, declarando a competência da Justiça Estadual em primeiro grau para o eventual processamento e julgamento, afastando a incidência do foro por prerrogativa de função do senador’.
“Dessa forma, deve ser observada a eventual pendência de julgamento na Justiça Estadual do Rio de Janeiro, em primeiro grau, não havendo justificativa para que o Supremo Tribunal Federal, na atual fase processual, se pronuncie diretamente sobre o caso concreto do senador Flávio Bolsonaro, mediante supressão das instâncias inferiores, o que ensejará, possivelmente, a violação ao princípio do juiz natural”, diz a manifestação a Toffoli.
Segundo a manifestação do Ministério Público do Rio, o entendimento de que todos os processos com compartilhamento de dados pelos órgãos de fiscalização e controle sem autorização judicial estariam suspensos faria com que a decisão de Toffolli tivesse um alcance ‘amplíssimo’, paralisando ‘dezenas de milhares de investigações envolvendo organizações criminosas em todo o país, envolvendo não somente casos de corrupção, mas também tráfico de entorpecentes, tráfico de armas e milícias, dentre vários outros delitos nos quais corriqueiramente se promove o intercâmbio de informações’.
O documento aponta que, de acordo com dados do último Relatório de Atividades do Coaf, houve 42.465 encaminhamentos de RIFs para autoridades, entre os anos de 2013 e 2018.
Somente o Ministério Público Federal tem 700 investigações e ações penais paralisadas por causa da decisão de Toffolli, aponta levantamento da Câmara Criminal da Procuradoria.

A relação entre o julgamento do dia 20 e os dados do Coaf

O processo que será analisado no próximo dia 20 pelos ministros do Supremo foi interposto pelo Ministério Público Federal contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3), em São Paulo.
A Procuradoria contestava o entendimento do TRF-3 de que, no caso em questão, a Receita não poderia ter compartilhado com o Ministério Público Federal, sem autorização judicial, os dados obtidos mediante exame dos registros das instituições financeiras, sob pena de afronta ao artigo 5.º, XII da Constituição Federal.
Na manifestação enviada a Toffoli, os integrantes do Ministério Público do Rio argumentam que o tema que será analisado no Plenário do STF na próxima quarta, 20, diz respeito, única e exclusivamente, à eventual necessidade de autorização judicial para que o Fisco compartilhe com o Ministério Público dados obtidos mediante o ‘acesso irrestrito a documentos, livros e registros de instituições bancárias’- garantido à Receita pelo artigo 6.º da Lei Complementar nº 105/01.
Dentro dessa perspectiva, o Ministério Público Estadual alega que o tema submetido ao STF ‘não guarda qualquer relação com o encaminhamento de Relatórios de Inteligência Financeira pelo Coaf’.
Isso porque os Relatórios de Inteligência Financeira emitidos pelo Coaf não decorrem do acesso à totalidade das informações bancárias dos clientes, mas sim da obrigatória remessa de comunicações que versam única e exclusivamente sobre as operações específicas em que tenha sido identificado risco de lavagem de dinheiro.
Na avaliação do Ministério Público do Rio a decisão de Toffoli tem de ser ‘redimensionada’ uma vez que pretende submeter as comunicações de operações atípicas encaminhadas pelas instituições financeiras ao Coaf à mesma normatização prevista para o encaminhamento de informações sobre movimentação financeira à Receita Federal.
O Coaf foi instituído a partir da Lei nº 9.613/98, que criou um sistema de prevenção à lavagem de dinheiro e a Procuradoria salienta que a decisão de Toffolli, dada a partir do pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, não faz nenhuma referência a qualquer dispositivo de tal norma, somente à de que trata dos dados da Receita.
“Trata-se de duas situações absolutamente distintas e inconfundíveis, e pretender submetê-las à mesma regulamentação, o que não seria hermeneuticamente compatível”, destaca a manifestação.

A diferença entre os dados da Receita e os Rifs do Coaf

O Ministério Público do Rio indica que as informações encaminhadas pelas instituições financeiras ao Coaf compõem uma base de dados autônoma, que se restringe exclusivamente às operações em que se tenha vislumbrado risco de lavagem de dinheiro, e que não se confunde com a base de dados em poder das instituições financeiras.
“Evidentemente, o sistema de prevenção à lavagem de dinheiro restaria privado de qualquer efetividade, se a função do Coaf se limitasse ao recebimento das comunicações de operações em espécie e de operações suspeitas, sem que nada pudesse ser feito a partir dessas informações”, diz o Ministério Público do Rio.
Além disso, as comunicações de operações em espécie ou de operações suspeitas encaminhadas ao Coaf não são repassadas automaticamente para autoridades no Ministério Público ou na Polícia, mas somente quando o órgão verificar a existência de ‘fundados indícios’ de lavagem de dinheiro ‘ou de qualquer outro ilícito’.
A manifestação registra ainda que o sistema de intercâmbio de informações entre a UIF e as autoridades com competência para investigar é ‘um mecanismo perfeitamente usual e corriqueiro’, com ‘legitimidade e legalidade pacificamente reconhecida pela jurisprudência dos Tribunais Superiores’.

O Caso Flávio Bolsonaro

No dia 15 de julho, a defesa do senador pediu a suspensão da tramitação do procedimento investigativo contra ele até que a Corte julgasse o processo pautado para o próximo dia 20.
A manifestação do Ministério Público do Rio registra que, segundo os advogados de 01, haveria ‘inequívoca similitude [com] o Tema 990 de Repercussão Geral’, na medida em que ‘o Coaf teria ido ‘muito além do mero compartilhamento ou envio de movimentações consideradas atípicas’, ao (supostamente) ‘entrar em contato com as instituições financeiras para obter informações solicitadas pelo Ministério Público estadual’.
A Procuradoria do Rio alega que a própria defesa do senador ressalvou que seu questionamento não se referia ao trabalho típico do Coaf, mas partia ‘da (infundada) suposição de que o Coaf teria excedido tal missão para abastecer o Ministério Público de informações’.
Flavio Bolsonaro. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Diante do teor do pedido e da investigação do senador, no entanto, não poderia ser discutido no âmbito do julgamento marcado para o próximo dia 20, diz o Ministério Público. Isso porque o caso não se concentra no envio de informações da Receita.
A manifestação diz, ainda, que, nessa linha, não seria cabível o requerimento da Procuradoria Geral da República sobre o pronunciamento Supremo sobre a necessidade de autorização judicial para remessa de informações do Coaf.
“A razão para tal assertiva, repita-se, está no fato de que tal tema não foi ventilado no recurso extraordinário, nem no incidente de repercussão geral decorrente, não fazendo parte do objeto de cognição do processo, inclusive sob pena de violação da cogente cláusula de reserva de plenário”, diz o texto.
Segundo o Ministério Público do Rio, o pedido, além de ‘indevidamente ampliar o objeto’ do processo em discussão, também viola decisão anterior do próprio Supremo que afastou a sua competência para processar e julgar eventual processo criminal contra Flávio Bolsonaro.

Trump comanda um governo mafioso - Paul Waldman (WP)

Trata-se, provavelmente, da primeira vez que os Estados Unidos são comandados por um corrupto confirmado e um equivalente a chefe mafioso.
Paulo Roberto de Almeida

Yovanovitch hearing confirms that Trump is running a thugocracy

Whether this is technically witness tampering, it’s undeniably appalling. Even on Fox News, Ken Starr called Trump’s attack on Yovanovitch during her testimony “extraordinarily poor judgment.”
What it shows — as does all of the former ambassador’s testimony, along with lots of other evidence we have seen — is that Trump has been running a thugocracy, one in which the president talks and acts like a Mafiosi and so do the people who have the greatest influence over him.

There’s an irony here, which is that Yovanovitch’s story is tangential to the case for impeachment. Trump’s firing of her was disturbing, undermined U.S. interests and was despicable in many ways, but it wasn’t in and of itself impeachable. It doesn’t bear directly on the pressure campaign to strong-arm Ukraine into helping Trump’s reelection by launching a sham “investigation” of Joe and Hunter Biden.
Yovanovitch, a respected diplomat with decades of service to the United States, came to Ukraine determined to help the country fight corruption, as was U.S. policy through successive administrations. This garnered her enemies among people who were profiting from that corruption, including two of the country’s chief prosecutors, Viktor Shokin and Yuri Lutsenko, and Dmytro Firtash, a Ukrainian oligarch with reported connections to Russian organized crime.
The story of the smear campaign against Yovanovitch is complex, but it involves Shokin and Lutsenko feeding bogus information about her to Trump lawyer Rudolph W. Giuliani and his recently arrested colleagues Lev Parnas and Igor Fruman (who are linked to Firtash), as well as to American right-wing media.
In their efforts to get Yovanovitch removed, the corrupt Ukrainians revealed an imperfect understanding of what motivates Trump. Lutsenko spread a bogus story that she had given him a list of people not to prosecute, an allegation widely dismissed as preposterous. This kind of thing could damage a person’s reputation in Ukraine, but no one thinks Trump actually cares about whether corrupt people are being prosecuted.
People who knew Trump better understood what would turn him against Yovanovitch: The allegation that she was insufficiently loyal to Donald Trump.
Which is why Joe diGenova — a Trump ally who is the lawyer for both Rudy’s goons Parnas and Fruman and for Firtash, the oligarch — went on Fox News in March and said that Yovanovitch “is known and reported by people there to have bad-mouthed the President” and “to have told Ukrainians not to listen to him or obey his policy, because he was going to be impeached.” He repeatedthis to Sean Hannity, and then the allegation quickly spread through conservative media.
DiGenova has never said where he learned Yovanovitch was supposedly “bad-mouthing” Trump. In her testimony, Yovanovitch was emphatic that it never happened. But Parnas worked the same angle; he recounts that at a gathering, he told Trump that Yovanovitch didn’t support him, and Trump reacted by saying she should be fired.
In addition, Parnas and Fruman directed huge contributions to then-Rep. Pete Sessions’s campaigns. On the same day that Parnas visited him in his Capitol Hill office, Sessions wrote to Secretary of State Mike Pompeo complaining that Yovanovitch was not loyal to Trump and should be fired.

So what we see is that the people who understand Trump knew exactly how to manipulate him. Knowing that he values personal loyalty far more than competence or the interests of the United States, all they had to do was keep telling him that Yovanovitch wasn’t loyal to him, and she’d be gone.
“How could our system fail like this?” Yovanovitch asked in her opening statement Friday. “How is it that foreign corrupt interests could manipulate our government?”
Thought she didn’t say it herself, the answer is two words: Donald Trump.
Corrupt interests (some foreign, some domestic) could manipulate our government because the president is himself corrupt. And insecure, and vindictive and someone who talks and acts like he’s running an organized crime family.
Stunningly, as Yovanovitch was calmly explaining how all this happened, Trump let everyone know what a thug he is, trying to intimidate her one more time. It’s probably too late for that, though; all he did was remind everyone who he is.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Churchill, and his Cold War speech, in Fulton, Missouri (PRA e CLP, 2013)

Reproduzo aqui uma parte de meus registros relativos à parada, no meio da viagem através dos EUA, em 2013, em Fulton, Missouri, a pequena cidade onde Winston Churchill pronunciou seu famoso discurso sobre a "cortina de ferro" separando a Europa ocidental, de democracias livres, da Europa central e oriental, dominada pelo comunismo soviético.
Vou tentar localizar as fotos feitas na ocasião, e que ilustravam a minha postagem, feita a cada noite nos hotéis em que parávamos.
O relato completo da viagem está neste link: 
https://www.academia.edu/12251995/Across_the_whale_in_less_than_a_month_USA_coast_to_coast_2013
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15/11/2019


Across the whale in a month 
(3): Churchill's Cold War speech at Fulton, Missouri
Numa segunda-feira em que 99,99% dos museus americanos permanecem fechados, tivemos uma sorte danada ao poder visitar o memorial Churchill, localizado na pequena cidade de Fulton, no coração do Missouri, onde o famoso líder britânico da Segunda Guerra Mundial pronunciou o mais famoso discurso da Guerra Fria, na verdade, inaugurando, antecipadamente, a própria guerra fria.
Depois de sair de Saint Louis um pouco tarde, seguimos pela estrada que segue em direção a Kansas City. Exatamente no meio do caminho, e no meio do caminho entre a estrada principal e a capital do Missouri, uma sonolenta cidade de apenas 50 mil habitantes que responde pelo nome de Jefferson City (em homenagem ao terceiro presidente americano), fica esta pequena cidade que abriga o Westminster College (mesmo nome, talvez, do distrito eleitoral de Churchill, na Grã-Bretanha), que formulou o convite com o apoio do presidente Harry Truman, um caipira do Missouri (existe uma presidential library Harry Truman em Independence, pouco antes de Kansas City). 

Sempre tive curiosidade em saber por que, diabos, Churchill teria ido falar sobre tema tão importante quanto a dominação soviética na Europa central e oriental numa cidadezinha sem qualquer importância no plano mundial como essa aldeia perdida na caipirolândia americana. Pois bem, soube agora como isso foi acontecer, um discurso memorável que colocou no mapa do mundo, e da História (com H maiúsculo) esta pequena cidade dotada de um belo museu dedicado ao maior inglês do século 20, um detestável imperialista, um indefectível colonialista, mas um grande líder militar, um estrategista razoável e um grande mestre das palavras. Ele ganhou os ingleses basicamente pela palavra e pelos escritos, pelas frases geniais, cheias de espírito. 
Relato abaixo como isso foi possível, que soube pelo guia do museu, ou doutorando em História dos EUA pelo Westminster College, e pela informação disponível na internet.

Tenho o prazer de apresentar, portanto, o

National Churchill Museum

no subsolo (ou térreo) desta bela igreja inglesa do século 17 (na verdade, do século 11, mas destruída por um incêndio, e reconstruída depois, em 1677), trazida pedra por pedra de Londres, para figurar nesse memorial construído especialmente para servir como uma espécie de panteão especial para Churchill e toda a sua história de vida, desde a juventude, até seu aparecimento inédito em Fulton.

Na verdade, a história cobre até o final da Guerra Fria, e um pedaço do muro de Berlim figura no pátio da igreja, onde falou Gorbachev, em 1992 (ver foto abaixo).
Transcrevo uma informação sobre o local, retirada da atual "mãe dos burros", a Wikipedia.

The National Churchill Museum, (formerly the Winston Churchill Memorial and Library) located on the Westminster College campus in FultonMissouriUnited States, commemorates the life and times of Sir Winston Churchill. In 1946, Winston Churchill delivered his famous "Sinews of Peace" address in the Westminster Historic Gymnasium. His speech, due to one particularly famous phrase ("an ‘Iron Curtain’ has descended across the continent"), has come to be known as the "Iron Curtain" speech. One of Churchill's most famous speeches of all time, "Sinews of Peace" heralded the beginning of the Cold War.
The National Churchill Museum comprises three distinct but related elements: the Church of St Mary Aldermanbury, the museum, and the "Breakthrough" sculpture.

Aí estou eu, refletido no vidro da porta da entrada, para uma visita memorável, que me lembrou em algumas passagens as "catacumbas" do gabinete de guerra de Churchill em Londres, que visitamos um ano e meio atrás, quando fui dar uma palestra sobre o Brasil no King's College

Continuo com a informação: 
Beneath the church is the Churchill museum, renovated in 2006. Through interactive new exhibits, the museum tells Churchill's story, discussing his personal and political life and his legacy. Additionally, the Clementine-Spencer Churchill Reading Room houses an extensive research collection about Churchill and his era.
Outside the church stands the "Breakthrough" sculpture, formed from eight sections of the Berlin Wall. Churchill's granddaughter, artist Edwina Sandys, designed the sculpture in order to commemorate both the "Sinews of Peace" speech and the fall of the Berlin Wall.

In 1946, Winston Churchill travelled to Westminster College in order to deliver his famous "Sinews of Peace" address as a part of the Green Lecture series. An extraordinary confluence of circumstances conspired to bring Winston Churchill to Westminster. At the time, the College had a unique connection to U.S. President Harry S. Truman's administration—Major General Harry Vaughan, a graduate of Westminster College. College president Franc McCluer asked Vaughan to see what President Truman could do to induce Churchill to come to Westminster. President Truman thought the idea of bringing Churchill to Missouri (Truman's native state) was a wonderful idea. On the bottom of Churchill's invitation from Westminster College Truman wrote: "This is a wonderful school in my home state. Hope you can do it. I will introduce you."
So it was that two world leaders, Winston Churchill and President Harry Truman, descended onto the little campus of Westminster College in Fulton, Missouri.
Churchill arrived on the Westminster College campus on March 5, 1946 and delivered his address. Churchill's "Sinews of Peace" delineated the complications and tensions of that moment in world history—less than a year after World War II and at the dawn of the Cold War. Churchill had been watching the Soviet Union with increasing concern. Churchill feared another war. "A shadow has fallen upon the scenes so lately lighted by the Allied victory," he said; adding, "whatever conclusion may be drawn from these facts…this is certainly not the liberated Europe we fought to build up. Nor is it one which contains the essentials of permanent peace."
Churchill noted the tensions mounting between Eastern and Western Europe. "From Stettin in the Baltic to Trieste in the Adriatic," he said, "an ‘iron curtain’ has descended across the continent." Churchill then predicted what he called the formation of the "Soviet sphere.

Agora uma descrição do museu, em si: 

Winston S. Churchill: A Life of Leadership gallery
Renovated in 2006, in honor of the 60th anniversary of the "Sinews of Peace," the Churchill museum strives to bring Churchill to life for new generations born years after Churchill's death. The objective of the museum is to tell the story of Churchill's life, giving due proportion both to his successes and his failures, and to let visitors make their own determinations about the man and his place in history.
This narrative is presented in the form of a "walkthrough" experience, organized chronologically. The exhibition begins with Churchill's birth and proceeds through the major events of his life, alongside an examination of the critical events of the 20th century. The exhibit relates the story of Churchill's entire life—not only his experiences in World War II—examining his pursuits as a politician, soldier, journalist, family man, and painter.
Some of the highlights of this exhibition include the "Admiralty, Army & Arsenal: 1914-1919" room. This portion of the exhibit is housed within a recreation of a World War I trench—complete with barbed wire, sandbags, and spent ammunition—that gives visitors a sense of a British soldier's experience on the Western Front. A periscope mounted on the trench wall gives visitors a glimpse of a real World War I battlescape from period footage. An accompanying ambient audio track plays the sound of soldiers’ conversations interspersed with distant gunfire and shell bursts. The World War I room also examines Churchill's role in the disasters of the Dardanelles and Gallipoli and his contributions to the technology of warfare.
Another highlight of the exhibition is "The Gathering Storm: 1929-1939" room which discusses Churchill's suspicion of Hitler and the Nazi movement. In this room, five video monitors play excerpts from Nazi propaganda films interspersed with images of the impending war, demonstrating how Nazi rhetoric differed from policy. Against this backdrop, the exhibit examines Churchill's view of the Nazis and his disgust for Britain's pre-war appeasement politics.
Yet another room, "Churchill's Finest Hour: World War II, 1939-1945", portrays World War II and Churchill's pivotal role in that conflict. Here, a sound and light show replicates an air-raid on London during the "Blitz". Simulated rubble surrounds the room and the room reverberates with the sounds of bombs detonating and air raid sirens sounding. Flashes of anti-aircraft fire and the prodding beams of searchlights illuminate the exhibit. Segments of war-time broadcasts add to the atmosphere. After the conclusion of the Blitz demonstration, a short film, narrated by Walter Cronkite, examines Churchill's role as prime minister during the war. Around the walls of his room, more interactive displays describe the war-time skills of code breaking and plane spotting.
Other museum highlights include "The Sinews of Peace" room and the "Winston's Wit & Wisdom" room. "The Sinews of Peace" tells the story of how and why Churchill came to visit Westminster College. Featured in this exhibit are the lectern and chair used by Churchill during his speech and the ceremonial robes he wore. In "Winston's Wit & Wisdom" visitors sit in a simulated British club while listening to an audio presentation of Churchill stories. Visitors to this room may also search through a database of Churchill's most famous quotations and quips on a host of topics.

Foi, até agora, o ponto alto de nossa travessia pelos Estados Unidos.
Carmen Lícia fez várias fotos do museu, e minhas, fora e dentro do museu. Posto aqui uma delas.

Amanhã, ou melhor, hoje, terça-feira, dia 17, tem mais: vamos visitar o Memorial da Primeira Guerra Mundial em Kansas City, onde tem uma exposição especial sobre os dez anos que precederam a guerra.
A viagem continua.
Paulo Roberto de Almeida