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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Educacao brasileira: para tras, a toda velocidade...

Não sei de quem é a culpa. Provavelmente de todos: dos pais, dos alunos, dos professores, dos diretores de escolas, do MEC, das secretarias estaduais de educação, dos sindicatos de professores, do tempo, da seca, dos tsunamis políticos, da falta de vergonha de todos esses personagens juntos, enfim, não acredito que haj um único culpado na tragédia educacional brasileira.
A única coisa de que tenho absoluta certeza é de que não existe nenhum risco de melhorar no futuro previsível.
Os erros, de todos esses, em especial das "otoridades pedagógicas", são tão clamorosos, contínuos, regulares, crescentes e cumulativos, que não existe nenhuma chance de que esse panorama venha a mudar any time soon (mais exatamente, tampouco existe chance de melhorias later on, no médio e longo prazo.
O Brasil é um país que faz tudo errado em educação, e quando eu digo tudo errado é TUDO ERRADO MESMO, uma verdadeira Lei de Murphy à enésima potência, duplicada em seguida, e agravada pela absoluta inconsciência do que está errado.
Claro, só se pode melhora algo quando se tem consciência de que algo vai mal, se tem um diagnóstico preciso do que está errado, e existe disposição política de que algo precisa ser feito, e rápido.
Como nada disso existe, não existe a menor chance, volto a repetir, de que a situação seja corrigida no horizonte visível (invisível também).
Eu estava quase desistindo, mas continuarei fazendo meu trabalho de chamar a atenção para o que está errado. Já escrevi algo a este respeito. Acho que deve poder ser lido em meu site, na rubrica "educação" (na verdade vou passar a escrever "deseducação brasileira").
Reparem que estamos falando de"escolas de elite", ou seja, até os ricos no Brasil se contentam com uma educação medíocre para os seus filhos. Vão plantar batatas...
Paulo Roberto de Almeida

Em um ano, nota média no Enem cai em 68% das escolas de elite de SP

Colégios afirmam que seus melhores alunos não se inscrevem no exame porque USP e Unicamp não utilizam a nota no vestibular

Mariana Mandelli, Fernanda Bassette e Alexandre Gonçalves

O Estado de S. Paulo, 12 de setembro de 2011 | 3h 15
Entre as 50 escolas da cidade de São Paulo com melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, 34 (ou 68%) tiveram queda nas notas em 2010. Com isso, alguns colégios saíram do ranking das 30 mais bem colocadas no ano passado. Mesmo o líder na capital, o Colégio Vértice, teve queda na nota média, de 749,70 para 743,75 pontos - e caiu do 1.º para o 3.º lugar no ranking nacional.
Nesse grupo de colégios de elite, 27 tiveram aumento da participação de alunos no exame de 2010 - o que também pode explicar uma oscilação na nota. Em cinco foi mantida a mesma proporção de participantes e em apenas dois houve redução.

Uma das principais justificativas das escolas para explicar a piora no Enem é o fato de duas das principais universidades públicas do Estado - Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - não usarem a nota da prova como critério de seleção no vestibular.

É o caso do Colégio Bandeirantes, que caiu 7,97 pontos. Segundo o diretor, Mauro Aguiar, os melhores alunos das turmas de Exatas e de Humanas deixaram de fazer o exame porque, além de darem prioridade para a USP, não existem muitas opções desses cursos nas federais da capital que usam o Enem.

“É como o time do São Paulo entrar em campo sem o Lucas, o Dagoberto e o Rogério: mesmo que jogue bem, os melhores jogadores não estão jogando”, diz Aguiar. “A nota do Bandeirantes ainda se sustenta porque alunos de Biológicas fazem o Enem por conta da Medicina da Unifesp.”

Na Escola Lourenço Castanho - cuja nota caiu 22 pontos -, a situação é parecida. “Os alunos preferem o Insper e a Fundação Getúlio Vargas, além da Fuvest. Poucos querem federais fora de São Paulo”, diz o diretor Alexandre Abbatepaulo. Ele avalia que a queda na pontuação do colégio foi muito pequena.

Além da preferência por vestibulares que não usam o Enem, os diretores apontam outros motivos. “Muitos se desinteressaram por conta dos percalços que a prova sofreu, criando ansiedade e insegurança”, afirma Aleksej Kozlakowski, professor do Elvira Brandão, que caiu 11 pontos.

Peso diferente
. Os dois colégios que tiveram a queda mais acentuada no desempenho foram o Pioneiro - cuja média caiu 55,1 pontos - e o Maria Imaculada, com uma redução de 46,68. Em 2009, o Pioneiro ocupava a 9.ª posição e o Maria Imaculada, a 11.ª. Agora, eles não aparecem entre os 30 primeiros.

Surpreso, Fernando Isao Kawahara, diretor do Pioneiro, diz que as turmas são muito pequenas - em torno de 20 alunos -, o que faz as notas oscilarem mais. “Se dois dos melhores alunos não fazem a prova, por exemplo, a nota cai.” Procurada, a irmã Carmem De Ciccio, diretora pedagógica do Maria Imaculada, não quis falar sobre o Enem.

Três unidades do Objetivo - Paz, Luís Goes e Cantareira - perderam de 24 a 28 pontos em 2010. Para João Carlos Di Genio, diretor do Objetivo, essa queda “não tem significância”. “Não tem problema. E a redução dos pontos é de cerca de 4%. A gente considera normal.”
Enquanto isso, o Objetivo Integrado ficou em 2.º lugar na capital, com pelo menos 70 pontos a mais que outras unidades da rede. “Evidente que esse está melhor. As aulas são em turno integral e a tendência é prepararmos alunos para o Enem e os vestibulares da USP e Unicamp.”

PARA ENTENDER
Notas são comparáveis

Esta é a primeira vez que é possível comparar o desempenho das escolas no Enem ano a ano. Isso porque, em 2009, o Ministério da Educação adotou a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), que atribui pesos diferentes a cada questão, dependendo do grau de dificuldade. Dentro das quatro áreas avaliadas pelo Enem, a média é baseada no número de acertos, consistência das respostas e na dificuldade das questões respondidas correta e incorretamente. Assim, a cada ano, as edições mantêm o mesmo nível de exigência. As escolas têm 30 dias para recorrer da nota, diz o MEC.

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