O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Livro: A política como ela é, de Alberto Carlos de Almeida e Renato Janine Ribeiro (lançamento)

Alberto Carlos de Almeida envia o seguinte anúncio: 

https://albertocarlosalmeida.com.br/politica/renato-janine-ribeiro-e-eu-lancaremos-nosso-livro-a-politica-como-ela-e/

Renato Janine Ribeiro e eu lançaremos nosso livro A política como ela é

por  | maio 8, 2024 | Política | 0 Comentários

Prezadas e prezados, na terça-feira 14 de maio, em São Paulo, na Livraria da Vila da Rua Fradique Coutinho na Vila Madalena, o professor Renato Janine e eu lançaremos nosso livro A política como ela é. No evento nós falaremos sobre o livro e sobre política e respoderemos a perguntas dos participantes. Será um prazer encotnrar com nossos leitores e com pessoas que gostam de acompanhar a política. Posto abaixo os capítulos desse trabalho:

1.Presidencialismo
2.Parlamentarismo
3.Depoimento de um ex-ministro: o governo visto por dentro
4.Sistema eleitoral proporcional e sistema eleitoral distrital
5.Voto facultativo e voto obrigatório
6.Esquerda e direita
7.Partidos políticos
8.Social-democracia
9.Comunismo
10.Fascismo
11.Revoluções
12.Capitalismo e democracia
13.Desigualdade e democracia
14.Democracia direta e democracia representativa
15.Fake news na política
16.República
17.Mídia e política
18.As instituições estão funcionando?
19.Conservadorismo
20.Liberalismo e neoliberalismo
21.Orçamento público e democracia
22.A expansão do voto
23.Participação política e movimentos sociais
24.Religião e política
25.Militares e política
26.Opinião pública
27.Financiamento de campanha eleitoral
28.A Justiça como ela é — conversas com Bárbara Lupetti
29.Quatro mitos sobre a política


Estamos chegando perto do fim da era nuclear? E do próprio planeta, com uma guerra nuclear? Winslow Myers (WP)

 A hipótese é aterradora, mas plausível, dada a proliferação nos últimos anos e a existência de ditadores malucos. O autor convida os EUA a se desnuclearizarem unilateralmente, com precauções. Não sei se funcionaria, com os generais paranoicos do Pentágono. PRA


The Nuclear Age Is Already Over

 WINSLOW MYERS

The Washington Post, May 9, 2024

 

Either nuclear weapons kill us or we move beyond them, soon. Via mass death or the building a new security system, the nuclear age is finished. The nuclear deterrence system that the world presently relies upon for its security is rotten, evil, completely unworkable, and obsolete. It is nuclear war waiting to happen, a war no one can or would win. But we remain ostriches with heads deep in sand, waiting passively for an inevitable holocaust apparently too big to prevent.

Somebody somewhere on this small planet has got to begin the process of leading the way out of this morass

• of paradox: the assumption that mutual assured destruction can preserve life forever.

• of hypocrisy: our nuclear weapons are good and necessary but yours are bad and we will not allow you to possess them.

• of illusion: the experts will somehow prevent nuclear war from ever happening.

• of collective insanity: our launch-on-warning policy allows our leaders only minutes to decide our collective fate. And to retaliate against a bolt-from-the-blue attack by North Korea, for example, the U.S. would have to fly its ICBMs over the land mass of Russia, presently our mortal adversary. But even without nuclear weapons, the armed forces of the United States could utterly obliterate North Korea, and Kim Jong Un knows it.

The United States, based in core principles like the value of life, liberty and the pursuit of happiness, should make a precious gift to the world and sign the United Nations Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons. It would be the first of the nine nuclear powers to sign and the initiative would be welcomed with relief and jubilation by the vast majority of the world’s citizens.

Then what? Rapid and destabilizing American unilateral disarmament? No. Begin instead with well-advertised gestures over time. Have the generals and political leaders admit freely in an international forum like the United Nations that military advantage via nuclear war is impossible, that the nuclear arms race toward ever faster delivery vehicles leads nowhere good, and that resources presently expended on nuclear weapons programs are desperately needed for meeting the global climate emergency.

Pledge no-first-use, and no nuclear retaliation against aggression, on the basis of the potential of nuclear winter as planetary suicide. Bring home five nuclear-armed submarines. Shut down one of our programs of nuclear weapons modernization. Aggressively initiate arms control proposals, which, combined with an ongoing series of gestures, would add credibility to our overall stance.

Then watch for mutual responses from the other nuclear powers. Worst case scenario, there would be none, in which case we can always reverse course, either gradually or rapidly as the situation may demand. What are we so afraid of?

It is an important fact that Putin, a leader as ruthless in his own way as Hitler, has more nuclear weapons at his disposal than any other nation, but so far, and may it continue, he has not used them. Why? Is it because he fears our nuclear weapons? Or is it because in spite of his gross deficit of compassion for Ukraine, he knows that turning swaths of that nation into radioactive desert does not fit any sane conception of military conquest?

Of course “conventional” war itself is equally insane. The October 7th Hamas attack and what has followed is a tragic case in point. The immense loss of life in the Israeli military’s “conventional” response can only concentrate our minds upon what the massive loss of life in a nuclear war would look like. But if we must carry on with deterrence, think of it as a stage in moving beyond war altogether, and base it instead upon our conventional weapons, which are more than adequate for the job. Especially emphasize defensive weapons like those which protected Israel from Iran’s recent missile and drone attack, making possible the de-escalation which followed.

A world beyond war itself is possible. Viable alternative security systems have been elaborated in great detail. But we can take a sensible step in that ultimate direction quite safely, which is to unilaterally start backing off the nutty, silly, irrational hair-trigger nuclear system presently holding the whole world hostage.

 

Winslow Myers is author of “Living Beyond War: A Citizen’s Guide.” He serves on the Advisory Board of the Washington Post.


Instituto Montaigne: sempre postagens inteligentes, como o próprio - Les défis de la France

 


quarta-feira, 15 de maio de 2024

Como deve se comportar um presidente da Petrobras de Lula, por Carlos Graieb (Antagonista)

Jornalismo de verdade, explicativo e opinativo. PRA 

O “desafio zero” de Magda Chambriard

Carlos Graieb - colunista O Antagonista


Único desafio para quem preside a Petrobras é resistir à instrumentalização da petroleira por Lula. A nova ocupante do cargo não fará isso.

Tem gente falando dos “desafios” que Magda Chambriard terá de enfrentar como nova presidente da Petrobras. 


O desafio importante para quem ocupa essa posição, possivelmente o único, é resistir à instrumentalização da petroleira para fins políticos. 


Como Magda foi escolhida com o endosso de Rui Costa, pela proximidade com Dilma Rousseff e por ter crenças “nacionalistas”, é forçoso concluir que ela não gastará um segundo de seu tempo (muito bem remunerado) tentando domar a sanha de Lula para mandar na estatal.


Só Lula manda


O recém-demitido Jean Paul Prates saiu atirando contra seus desafetos no primeiro escalão do governo – o próprio Rui Costa e o hiperambicioso ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira. Disse que eles se “regozijaram” com a sua demissão. 


Não duvido que seja assim. Mas a pressão desses adversários não deve ser superestimada. Sobretudo a de Silveira, que não é petista. Ninguém derrubaria um presidente da Petrobras respaldado por Lula. Supõe-se que Magda tenha equacionado a “questão Silveira” antes de sentar na cadeira. 

Que ninguém se engane: Prates só caiu porque desagradou a Lula. 


No episódio do bloqueio à distribuição de dividendos, o agora ex-CEO recusou-se a validar a escolha do Palácio do Planalto. Não aderiu ao desejo de Lula, para quem acionistas minoritários não são gente que decidiu confiar numa empresa, mas apenas e tão somente “o mercado financeiro”, essa abstração. 


Prates foi defenestrado por cometer o erro de se posicionar contra uma ordem de Lula relativa à Petrobras, o fetiche máximo do chefão petista. 


Em todo o resto, ele foi um cordeirinho. Mesmo assim, foi chutado. 


Prates, o cordeirinho


Como Lula prometeu na campanha eleitoral, Prates “abrasileirou” o preço dos combustíveis, Em outras palavras, desmontou a política de paridade de preço de importação, não para aperfeiçoá-la (o que seria possível) mas para definir reajustes sem critérios transparentes.


Atenção, esse foi o verdadeiro sentido do “abrasileiramento”: a substituição de um critério claro por cálculos obscuros, de conveniência política.


Prates também retomou a agenda de investimentos que no passado, sob governos petistas, foi sinônimo de corrupção e perdas financeiras para a Petrobras. 


Em meados de março, ele celebrou o encerramento da licitação que propicia a retomada das obras na refinaria de Abreu e Lima, símbolo máximo do esquema de cartel e desvio de dinheiro público desvendado pela Lava Jato.


Vencedoras do certame, por meio de subsidiárias, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Novonor (a eterna ex-Odebrecht) puderam voltar ao local de seus crimes.


Pisar no acelerador


O que Magda Chambriard precisa fazer? Pisar no acelerador. Usar o peso mastodôntico da Petrobras para tirar do papel mais obras, mais investimentos. 


Talvez o desastre ambiental do Rio Grande do Sul tenha tornado difícil neste momento fazer avançar a exploração de petróleo na foz do Amazonas, dado o estigma anti-ecológico que a empreitada carrega. 


Magda deverá tirar do papel em breve até mesmo o incentivo eternamente fracassado a uma indústria naval, de plataformas e de sondas, que faça uso prioritário de conteúdo nacional.


Isso, sem se importar com o fato de que nem secou ainda a tinta do pedido de falência da fabricante de sondas Sete Brasil, outro delírio/falcatrua petista desmascarado pela Lava Jato.


Alma de intervencionista


Como os interesses do governo e da poderosa Federação Única de Petroleiros (FUP) estão em grande parte alinhados, Magda Chambriard não deverá encontrar grandes resistências internas na Petrobras. Ela mesma tem uma longa história profissional na empresa, o que ajuda.


Se entendeu direitinho a missão e beijou a mão de Lula, a nova presidente da Petrobras não tem desafios de monta a superar. No máximo, driblar algumas regras internas de conformidade e ignorar os interesses dos acionistas minoritários, tratando-os como inimigos.


Para quem tem alma de intervencionista, está fácil.

Carlos Graieb - colunista

O Antagonista - Jornalismo vigilante