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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Si la Russie ne met pas fin à la guerre en Ukraine d'ici à 2026, elle perdra son rang de puissance mondiale - Léo Pierre Le Monde

Si la Russie ne met pas fin à la guerre en Ukraine d'ici à 2026, elle perdra son rang de puissance mondiale

Léo Pierre
Le Monde, 31 mars 2025

L'effort de guerre et les sanctions fragilisent le pays qui pourrait vite être distancé par les États-Unis et la Chine. Un rapport d'espionnage ukrainien affirme que le Kremlin sait qu'il ne lui reste pas beaucoup de temps.

«Si la guerre continue encore cinq à dix ans, la Russie ne pourra jamais rattraper son retard et atteindre le même niveau que les États-Unis et la Chine», selon le major-général ukrainien Vadym Skibitsky

Derrière les apparences triomphales que la Russie du président Vladimir Poutine tente de se donner, ne se cacherait-il pas l'inquiétude de voir la guerre causer un décrochage économique irréversible face à ses concurrents sur la scène internationale? C'est ce que semble penser le renseignement militaire ukrainien (GUR), qui a récemment publié un rapport allant dans ce sens.
Mardi dernier, le major-général et porte-parole du GUR, Vadym Skibitsky affirmait que la Russie pensait probablement devoir résoudre sa guerre avec Kiev d'ici à 2026, sous peine de perdre toute chance de rivaliser avec les États-Unis et la Chine sur la scène mondiale. Une perspective impensable pour Vladimir Poutine, qui, depuis son arrivée à la tête du pays en 2000, s'efforce de faire de la Russie un acteur international incontournable.
La fiabilité des documents auxquels le GUR aurait eu accès n'a pas pu être vérifiée, ce qui invite à prendre cette information avec le recul nécessaire, la guerre informationnelle battant toujours son plein des deux côtés de la ligne de front. Un constat d'autant plus vrai que les deux camps sont en pleines négociations en vue d'éventuels cessez-le-feu.
«Nous pouvons dire que la Fédération de Russie a clairement défini dans ces documents que la question ukrainienne doit être résolue d'ici 2026, a glissé Vadym Skibitsky, avant d'ajouter que, si la guerre continue encore cinq à dix ans, la Russie ne pourra jamais rattraper son retard et atteindre le même niveau que les États-Unis et la Chine.»

Des conséquences économiques dramatiques
Il y a de nombreuses raisons de penser que la Russie pourrait connaître un décrochage économique dramatique en raison de la guerre en Ukraine et des sanctions qu'elle a engendrées. Il n'est pas surprenant de voir le Kremlin négocier un allègement de ces sanctions, alors que les pourparlers sur une cessation des hostilités en mer Noire ont débuté, indique le New York Times, revenant sur les exigences de la Russie pour qu'un arrêt des combats puisse être envisagé.
Le directeur du GUR, Kyrylo Boudanov, a lui aussi indiqué que Moscou souhaitait voir la guerre s'arrêter à l'horizon 2026, avant tout pour des raisons économiques: «S'ils ne mettent pas fin à cette guerre d'ici 2026, ils perdront toute chance de leadership mondial. Il ne leur restera, au mieux, qu'un leadership régional, ce qui est absolument inacceptable pour eux», a-t-il confié à l'agence de presse nationale ukrainienne Ukrinform le 27 février.

Photo:
Des bénévoles de l'organisation ukrainienne «Platsdarm» collectent et transportent les corps de soldats russes décédés depuis les positions de combat dans le cadre des efforts d'identification des corps, qui seront ensuite envoyés en Russie pour être remis à leurs familles, dans l'oblast de Donetsk, en Ukraine, le 2 mars 2025. | Diego Herrera Carcedo / ANADOLU / Anadolu via AFP

Ukraine: 100.000 soldats russes ont été tués ou blessés en trois mois, mais l'armée de Poutine avance toujours

Ces informations entrent en contradiction avec de récentes révélations du quotidien américain The Washington Post, qui affirmait qu'un groupe de réflexion proche des services de renseignements russes jugeait impossible une résolution pacifique du conflit en 2026. Après trois ans de guerre, et malgré quelques gains territoriaux, la campagne d'Ukraine est un échec sur tous les plans pour la Russie. Humain et matériel bien sûr, mais aussi économique, diplomatique et géopolitique. Poutine peut-il encore pousser pour tenter de renverser la situation, ou doit-il chercher à sortir du conflit le plus vite possible?
Quoi qu'il en soit, le Kremlin continue d'avancer masqué dans les négociations, plutôt enclin à formuler des exigences maximalistes lors des pourparlers avec Washington, visiblement disposé à accepter certaines de ses demandes. Cette situation a poussé le président ukrainien Volodymyr Zelensky à intervenir lors d'un rassemblement pour la paix à Paris, le 25 mars, où il a déclaré que, bien souvent, Donald Trump reprenait certains éléments du discours narratif russe.

A Internacional autoritária está configurada… - Luis Favre (Le Monde)

 A Internacional autoritária está configurada…

… do lado da Direita. Mas existe também a Internacional autoritária do lado da Esquerda. Acho que alguns no Brasil percebem para qual lado o governo de Lula 3 pende. PRA

EM APOIO A MARINE LE PEN

De Trump a Bolsonaro, passando por Orbán, Salvini e Wilders: a “internacional reacionária” se associa ao Kremlin em apoio a Marine Le Pen

Le Monde - Serviço Internacional - Publicado em 1º de abril de 2025

Diversos líderes políticos nacionalistas criticaram a pena de inelegibilidade imposta à deputada de extrema-direita, na segunda-feira, 31 de março. Para Moscou, a decisão marca a “agonia da democracia liberal”.

Raras são as decisões da Justiça francesa que provocam tantas reações internacionais. A condenação de Marine Le Pen a cinco anos de inelegibilidade, por desvio de fundos públicos no caso dos assistentes dos eurodeputados da Frente Nacional (FN), desencadeou na segunda-feira, 31 de março, uma enxurrada de comentários por parte daquilo que Emmanuel Macron apelidou, em janeiro, de “internacional reacionária” — com Donald Trump à frente, acompanhado nesta ocasião pelo Kremlin.

“É um grande caso. Eu sei tudo sobre isso. Muitas pessoas achavam que ela não seria condenada, mas ela foi impedida de se candidatar por cinco anos, e era a favorita. Isso se parece com o nosso país”, comentou o presidente americano durante uma de suas coletivas de imprensa improvisadas no Salão Oval. Mais cedo naquela tarde, seu filho, Don Jr., ironizou na rede X: “Eles estão apenas tentando provar que J. D. Vance estava certo em tudo?”, referindo-se às críticas reiteradas do vice-presidente americano aos europeus, à repressão supostamente exercida contra vozes dissidentes em seus países e aos ataques alegados contra a liberdade de expressão. “Vai haver um efeito bumerangue, assim como aconteceu com os ataques judiciais contra o presidente Trump”, alertou Elon Musk em seu próprio perfil na X.

Como para sublinhar a inversão das alianças entre Washington e Moscou, as manifestações de apoio também vieram da Rússia, que, fora de suas fronteiras, não se furta a dar lições de democracia. “Cada vez mais capitais europeias seguem o caminho da violação das normas democráticas”, avaliou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante seu briefing diário. Embora tenha afirmado não querer interferir em “um assunto interno da França”, não deixou de comentar a decisão judicial: “Nossas observações sobre o que se passa nas capitais europeias mostram que por lá não hesitam nem um pouco em ultrapassar os limites da democracia no processo político.” Para Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a decisão representa “a agonia da democracia liberal”.

Durante muito tempo, Vladimir Putin foi suspeito de apoiar Marine Le Pen. O presidente russo a recebeu nos salões do Kremlin em 24 de março de 2017, às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial. Antes de romper com o Kremlin devido ao início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o partido de extrema-direita — FN e depois RN — havia contraído um empréstimo com um banco russo, em 2014, logo após a anexação unilateral da Crimeia pela Rússia.

“Je suis Marine!”

Na época, o partido de Marine Le Pen não cessava de criticar as sanções ocidentais impostas a Moscou. Em junho de 2023, um relatório parlamentar francês denunciou o vínculo “de longa data” do RN com a Rússia e os “contatos frequentes” entre parlamentares do partido e autoridades russas. O RN foi descrito como uma “correia de transmissão” dos interesses russos, enquanto Marine Le Pen classificou o relatório de “desonesto” e “politizado”.

Desta vez, seus problemas com a Justiça também mobilizaram rapidamente seus aliados dentro da própria União Europeia. Viktor Orbán não esperou nem mesmo a leitura completa da sentença de Marine Le Pen para declarar seu apoio. “Je suis Marine!”, escreveu em francês o primeiro-ministro nacionalista húngaro na rede X (ex-Twitter), às 12h22, quando a presidente do tribunal ainda lia seu veredicto. “As batalhas políticas devem ser decididas nas urnas, e não nos tribunais”, reforçou mais tarde seu ministro dos Assuntos Europeus, Janos Boka, ao questionar a condenação de Le Pen.

Aliado do Reunião Nacional no Parlamento Europeu, o líder húngaro aposta há tempos na chegada de Marine Le Pen ao poder na França. Foi, inclusive, um banco húngaro próximo ao governo que concedeu ao RN um empréstimo para financiar sua campanha presidencial de 2022. Soma-se a isso um sentimento de solidariedade, já que Orbán e seu entorno são suspeitos, há anos, de desviar fundos europeus em benefício próprio. No entanto, como o Ministério Público húngaro é chefiado por um aliado de Orbán, até hoje recusou-se a investigar seriamente essas alegações.

Outro aliado de longa data de Le Pen se manifestou: o vice-presidente do Conselho de Ministros da Itália, Matteo Salvini (Liga, extrema-direita), criticou a “declaração de guerra de Bruxelas”, que estaria por trás dos problemas judiciais da ex-eurodeputada. “Quem teme o julgamento dos eleitores costuma se tranquilizar com o julgamento dos tribunais. Em Paris, condenaram Marine Le Pen e querem excluí-la da vida política. Um filme ruim que também vemos em outros países como a Romênia”, declarou o membro do governo de Giorgia Meloni.

“Um novo totalitarismo”

Segundo Salvini, a inelegibilidade de Le Pen ecoa a anulação da eleição presidencial romena em novembro de 2024, após o candidato de extrema-direita, Calin Georgescu — um pró-russo até então pouco conhecido — liderar o primeiro turno. A votação foi anulada pelo Tribunal Constitucional, o que levou o vice-presidente americano, J. D. Vance, a criticar duramente as autoridades romenas, que “têm tanto medo de seu povo que tentam silenciá-lo”.

Na Alemanha, a presidente do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, não se manifestou diretamente, mas vários parlamentares do partido publicaram mensagens de apoio na noite de segunda-feira. Björn Höcke, deputado da Turíngia e influente dentro do partido por suas ideias radicais, questionou na rede X: “Onde está o princípio da igualdade de tratamento? Onde está o princípio da proporcionalidade? Marine Le Pen foi retirada da corrida presidencial mesmo sendo a candidata mais promissora. Essa sentença política abala a Europa e abre caminho para um novo totalitarismo.” Marine Le Pen havia, em maio de 2024, mantido a AfD fora do grupo Patriotas pela Europa no Parlamento Europeu, considerando o partido excessivamente radical.

Na Holanda, o populista Geert Wilders, líder do Partido pela Liberdade — que se tornou a principal força política do país em 2023 e participa da coalizão governamental — afirmou estar “chocado” com a pena imposta a Marine Le Pen, que considerou “incrivelmente severa”. Próximo há anos da dirigente do RN, o líder de extrema-direita declarou: “Estou convencido de que ela vencerá no recurso e que se tornará presidente da França.”

“Essa decisão é claramente resultado do ativismo judicial de esquerda. Em todos os lugares onde a direita está presente, a esquerda e o sistema tentam afastar seus adversários”, teorizou o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro em uma entrevista. “Parece que esse movimento está se espalhando pelo mundo. A esquerda encontrou um jeito fácil de se manter no poder usando o ativismo judicial.” O ex-chefe de Estado foi condenado a oito anos de inelegibilidade em 2023 por seus ataques ao sistema de votação eletrônica e agora está oficialmente acusado de tentar organizar um golpe de Estado em 2022, durante a reeleição de Lula. Ele deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal e pode enfrentar até 42 anos de prisão. É improvável, portanto, que possa se candidatar à presidência em 2026.

📷: A "internacional reacionária" se associa ao Kremlin em apoio a Marine Le Pen. (imagem e tradução do texto do Le Monde gerados pela IA ChatGPT), por Luis Favre

terça-feira, 1 de abril de 2025

O mundo, com Putin e Trump, segundo Lionel Jospin - Le Monde

 Grato a Olympio Pinheiro pela postagem:

A CAPITULAÇÃO DA UCRÂNIA SERIA TAMBÉM A DOS EUA

Lionel Jospin ao “Le Monde”: “A capitulação da Ucrânia seria também a dos Estados Unidos”

O ex-primeiro-ministro socialista analisa a guinada geopolítica conduzida por Donald Trump e a maneira pela qual ele está ‘corrompendo a essência democrática do sistema político americano’.

Entrevista concedida a Sandrine Cassini, Solenn de Royer e Thomas Wieder  

Le Monde - Publicado em 30 de março de 2025, atualizado em 31 de março 2025


Como o senhor analisa os primeiros passos de Donald Trump na Casa Branca?


Donald Trump e sua equipe iniciam uma inversão da política externa americana. Eles tratam seus aliados tradicionais como adversários. Afastam-se do sistema internacional construído desde a Segunda Guerra Mundial com o aval dos Estados Unidos. Rejeitam as organizações multilaterais, ignoram o direito internacional e expressam ambições predatórias (sobre a Groenlândia ou o Canadá). Lançam dúvidas sobre seu compromisso com a OTAN e com os princípios de solidariedade entre aliados previstos no artigo 5 do tratado.


Por outro lado, tratam Vladimir Putin — inimigo das democracias — como parceiro. Baseiam-se numa ilusão perigosa, tanto para a Europa quanto para os EUA.


Essa política e suas consequências, especialmente na Ucrânia, lhe parecem irreversíveis?


Não. Trump enfrentará três realidades: a vontade da Ucrânia de existir como nação soberana, a resistência europeia que começa a emergir, e o maximalismo da Rússia.


Trump quer se apresentar como um pacificador e acredita que Putin lhe dará essa chance. Mas o objetivo de Putin é um só: a eliminação da Ucrânia como nação livre e soberana. Ora, a capitulação da Ucrânia seria também a capitulação dos Estados Unidos. O macho alfa que Trump gosta de encarnar correria um grande risco — inclusive perante os próprios americanos — ao iniciar seu mandato cedendo tudo a Putin. Enviaria também um estranho sinal à China.


Observa-se um impulso europeu pelo rearmamento. O senhor vê isso com bons olhos?


Os países europeus se acostumaram a viver em paz e, com razão, não adotaram uma política agressiva frente à Rússia. Quando a Alemanha — maior potência econômica da União Europeia — aceita depender 90% do gás russo, não dá para dizer que foi a Europa que ameaçou a Rússia, como afirma a propaganda do Kremlin. Hoje, com a Rússia de Putin se tornando uma ameaça real, a Europa precisa reagir. Por isso, aprovo essa conscientização e determinação.


Como financiar esse esforço de rearmamento sem cortar gastos sociais nem aumentar impostos?


Seria mais fácil se o atual presidente e seus governos não tivessem permitido que o déficit e a dívida pública aumentassem de forma tão irresponsável. Quando deixei o poder em 2002, as finanças da França estavam em ordem. Hoje, fala-se em recorrer a empréstimos nacionais e europeus. É um caminho possível. Vamos ver o que o governo propõe.


Deve-se confiscar os 209 bilhões de euros em ativos russos congelados na Europa para ajudar a Ucrânia?


Diante de um regime que sequestra crianças ucranianas para torná-las russas, a ideia de confiscar ativos congelados não me choca.


Macron afirma que a Rússia é uma “ameaça existencial” para a Europa. O senhor concorda?


Quando fui primeiro-ministro, Putin começava a consolidar seu poder. Mas não era uma ameaça à Europa. Ainda assim, durante a coabitação com Jacques Chirac, modernizamos a defesa da França e esboçamos uma defesa europeia junto ao Reino Unido, no encontro de Saint-Malo (1998).


A radicalização de Putin se acentuou após os protestos de 2011, contra fraudes eleitorais. Ele viu uma ameaça à sua permanência no poder e tornou-se mais brutal internamente e agressivo externamente.


Macron usou um tom alarmista para alertar os franceses?


O problema não é o tom do presidente, mas a agressão russa à Ucrânia, os crimes de guerra contra civis e o impulso imperialista. Macron quer alertar os franceses sobre os riscos que vão além da Ucrânia. Isso é legítimo e necessário.


A França, no entanto, não deve isolar-se. É positivo tomar iniciativas com o Reino Unido, mas é preciso envolver outros países, sobretudo os que têm peso econômico e capacidade de defesa.


Mas ao mesmo tempo Macron mantém deferência com Trump. Ele está certo?


Está certo em não tratar Trump como caso perdido. É preciso tentar convencê-lo a não cometer erros diante de uma decisão crucial. Putin reafirmou recentemente seu objetivo de eliminar a Ucrânia como nação livre. Diante disso, Trump vai ceder ou recuar? Devemos trabalhar para que ele recue.


Deve-se enviar tropas à Ucrânia?


A questão não está posta, embora alguns governos — inclusive o nosso — reflitam sobre isso. As “tropas de garantia” citadas — mas não aceitas — pressuporiam um acordo de paz. E hoje não há nem acordo nem cessar-fogo total. Há apenas discussões sobre um cessar-fogo parcial entre EUA e Rússia, mas sem assinatura. Os russos continuam a guerra. O que precisamos é ajudar a Ucrânia a resistir.


Como o senhor vê as negociações de cessar-fogo?


Um cessar-fogo seria útil, mas não avança, porque é a Rússia quem bloqueia. Para nós, há dois pontos inegociáveis: a desmilitarização da Ucrânia e a exigência russa de que a Europa cesse sua ajuda ao país.


Deve-se acelerar o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia?


Ajudar a Ucrânia a se defender é nosso dever, e apoiar sua reconstrução será uma obrigação. Quanto à adesão, a decisão política deve considerar critérios econômicos e jurídicos.


Estamos vendo nos EUA uma deriva autoritária, iliberal ou até fascista?


A deriva autoritária é evidente. Trump e sua equipe atropelam o cenário político interno como perturbam o cenário internacional. As duas ações são complementares. Atacar ou subjugar o Estado federal é atacar aquilo que faz dos EUA uma nação, e não uma colcha de retalhos. Enfraquecer os contrapoderes — Congresso, justiça independente, imprensa livre — é corromper a essência democrática do sistema americano. Mas haverá resistência.


O que o leva a acreditar nisso, já que Trump foi amplamente eleito e o povo parece passivo?


Esse “amplamente eleito” é discutível. Trump venceu por uma das menores margens desde o século XIX. Mas tem maioria no Senado e na Câmara. Os americanos não vão rejeitar um presidente eleito democraticamente após apenas cinco meses.


Mas e no fim do próximo ano, nas eleições de meio de mandato? Aceitarão seu comportamento despótico, os privilégios dados aos ultrarricos, sua política econômica simplista e o aventureirismo internacional? Deixarão que governe sem freios ou preferirão contê-lo — mudando a maioria no Congresso — nos dois anos finais do mandato? 


Trump não é a América. Eu acredito na lucidez do povo americano.


O que o senhor achou do vazamento no Signal dos planos militares dos EUA no Iêmen?


Mostra o amadorismo da equipe de Trump e o descaso com a segurança nacional e com os próprios soldados. 


Como figuras de tão alto escalão, que nos dão lições, podem discutir planos de ataque por um aplicativo mal protegido?


Alguns também ficaram chocados com o tom de desprezo em relação aos europeus. Mas esse tom Trump, J.D. Vance (vice-presidente) e até Elon Musk usam contra qualquer um que os contradiga — inclusive dentro dos EUA.


Falam até em “parasitismo europeu”. É verdade que alguns governos europeus contaram por muito tempo com o guarda-chuva americano. Mas os EUA imprimem dólares à vontade para financiar seus déficits. Em termos de parasitismo... ninguém faz melhor — ou pior.


O senhor acredita que o Estado de Direito está ameaçado na França, quando o ministro do Interior, Bruno Retailleau, diz que ele não é “imutável” nem “sagrado”?


Não se deve brincar com as palavras. O estado do direito evolui — leis podem mudar. Mas o Estado de Direito, ou seja, os princípios fundamentais da democracia, é intocável.


Trump pode atrapalhar ou fortalecer a extrema direita na Europa e na França?


Na França, o RN está desconfortável desde que Trump apareceu. Nacionalismos são, por definição, ideologicamente próximos, mas concorrentes. Na história, os nacionalismos mais fracos muitas vezes se alinharam aos mais fortes. Os dirigentes do RN se sentem atraídos por esse novo e inesperado movimento, mas sabem que Trump choca os franceses. É possível que a onda trumpista não os impulsione — mas os derrube.


O que pensa das posições da França Insubmissa (LFI), que defende o “não alinhamento”?


Na LFI há uma negação da realidade e muita dificuldade em formular uma política internacional coerente. Daí esse refúgio retórico no “não alinhamento”. Mas não se pode colocar Europa, EUA e a Rússia de Putin no mesmo plano.


O escritor franco-argelino Boualem Sansal foi condenado a cinco anos de prisão na Argélia. Como o senhor vê essa grave crise entre Paris e Argel?


Nem a França nem a Argélia têm interesse em prolongar uma crise, apesar do passado doloroso. Lamento que Emmanuel Macron tenha alimentado esse impasse, ao abandonar a prudência tradicional da França sobre o Saara Ocidental.


Quanto a Bruno Retailleau, ele está certo ao dizer que a Argélia deve aceitar de volta seus cidadãos com ordem de expulsão. Mas se ilude ao pensar que poderá resolver o impasse forçando a mão das autoridades argelinas.


O presidente Abdelmadjid Tebboune parece disposto a dialogar com Macron. Espero que ele conceda um perdão e devolva a liberdade a Boualem Sansal. Isso ajudaria a reabrir o diálogo.


O que pensa do Partido Socialista cogitar uma moção de censura?


Seria absurdo. Diante da gravidade da situação, seria irresponsável derrubar o governo, já que a esquerda não tem hoje uma alternativa viável. Não devemos precipitar os acontecimentos — isso só serviria à LFI ou ao RN.


O que o senhor aconselha aos seus amigos socialistas?


Que sigam como força de oposição, realizem com sucesso o congresso convocado e iniciem um trabalho político e intelectual profundo até 2027. Os franceses não esperam que os socialistas derrubem o governo, mas que apresentem propostas sérias e um projeto de sociedade crível.


Traduzido por IA ChatGPT, via Luis Favre

sexta-feira, 28 de março de 2025

O mito do DeepSeek chinês e a apropriação de tecnologias ocidentais pela China - Isabelle Feng (Le Monde)

 Agradeço a Mauricio David o envio deste 1/3 de artigo do Le Monde, mas suficientemente esclarecedor.  

Deu no Le Monde, publicado com data de sábado 29 de março de 2025

https://www.lemonde.fr/idees/article/2025/03/20/intelligence-artificielle-le-mythe-d-une-ia-chinoise-sobre-et-a-faible-cout-incarne-par-deepseek-pourrait-s-ecrouler-aussi-vite-qu-il-est-apparu_6583845_3232.html

Dica de leitura : "O mito de uma Inteligência Artificial chinesa, sóbria e a baixo custo, encarnada pela DeepSeek, poderá se esborrachar tão de pressa como apareceu"


« Le mythe d’une IA chinoise, sobre et à faible coût, incarné par DeepSeek, pourrait s’écrouler aussi vite qu’il est apparu »

Tribune

Isabelle Feng

Juriste

 

La juriste Isabelle Feng rappelle, dans une tribune au « Monde », que les dirigeants chinois sont aussi passés maîtres dans l’art de revendiquer des succès technologiques qui ne sont pas forcément au rendez-vous. Derrière la « réussite » de DeepSeek, elle voit surtout une opération de communication très bien huilée.

Publié le 20 mars 2025 à 13h00, modifié le 20 mars 2025 à 16h39 Temps de Lecture 4 min. 

Article réservé aux abonnés

 

Lors d’une conférence de presse, le 3 mars, le ministre singapourien des affaires étrangères et de la justice a admis que des puces américaines produites par Nvidia ont transité par son pays avant d’être envoyées en Malaisie, qui n’était pas forcément leur « destination finale ». L’éléphant dans la pièce s’appelle la Chine qui, en 2024, a cédé à Singapour la place de deuxième marché mondial pour Nvidia. Selon le site financier The Kobeissi Letterles ventes de Nvidia à Singapour ont augmenté de 740 % depuis la création de DeepSeek, en juillet 2023 !

Washington avait lancé, le 30 janvier, une enquête pour savoir si la Chine ne s’était pas procuré illégalement des puces Nvidia via des pays tiers, contournant ainsi l’embargo américain. Le mythe d’une intelligence artificielle (IA) chinoise, sobre et à faible coût, incarné par DeepSeek, célébré par les médias occidentaux et glorifié par Pékin, pourrait bien s’écrouler aussi vite qu’il est apparu.

Pour gagner la course à l’IA, Pékin a déployé la même stratégie qu’il a utilisée pour faire grandir ses champions nationaux, tels Alibaba ou Tencent : les pousser à intégrer le marché global… tout en excluant les concurrents étrangers du marché chinois.

 

Lire le décryptage | Article réservé à nos abonnés La start-up chinoise DeepSeek bouleverse le secteur de l’intelligence artificielle

 

La presse occidentale s’est précipitée pour tresser des lauriers au « ChatGPT chinois », reprenant les chiffres annoncés par l’entreprise – un budget de 5,5 millions de dollars (5 millions d’euros) – sans pouvoir vérifier ces mêmes informations. Les analystes ont encensé la fulgurante ascension de l’ovni dans le classement des téléchargements, en oubliant que 1,4 milliard de Chinois n’ont le droit de télécharger aucune application étrangère similaire, que ce soit ChatGPT, Llama, Gemini ou la française Mistral…

A point nommé

D’ordinaire décriés comme des fabricants de mensonges antichinois, les médias occidentaux ont soudain trouvé grâce aux yeux du régime totalitaire, qui les cite comme des sources fiables pour auréoler DeepSeek du titre d’« IA révolutionnaire ». Ce qui est présenté comme une guerre technologique a en fait commencé par une bataille de communication que Pékin a remportée sans coup férir.

 

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

Eleições francesas, por Jean Quatremer (Le Monde)

 Os eleitores franceses que votaram no RN não são todos racistas, xenófobos e fascistas (apenas alguns o são). Eles são contra o que havia, e expressaram sua insatisfação contra os partidos tradicionais votando contra todos eles: deu os idiotas nacionalistas do RN e os idiotas irracionais do LFI. Ou seja: venceu ser do contra, e escolheram passar a viver com as contradições do que havia do contra, sem progrsma claro. PRA

Jean Quatremer:

Voici mon analyse du scrutin qui n’engage strictement que moi: le résultat des législatives confirme que les citoyens ne votent pas pour le RN pour son programme, puisqu’il change de minute en minute et que personne ne le connait plus (on sait seulement qu’ils sont contre tout et pour tout ce qui est contre…), ni pour des leaders qui ont démontré leur incompétence et leur méconnaissance totale des dossiers et de tous les fondamentaux économiques, juridiques, constitutionnels, ni pour des candidats locaux qui sortent des fonds de tiroir et sont d’une nullité tout aussi grasse que celle leurs leaders. Bref, rationnellement, le vote RN est un défi à l’intelligence.

C’est pour cela que je ne crois pas un « vote d’adhésion » (ce qu’est le vote LFI aussi puant soit-il -je parle ici de Jean-Luc Mélenchon et de sa campagne communautaire flirtant -je suis gentil- avec l’antisémitisme, pas du LFI de François Ruffin ou de Clémentine Autain). Non, je pense que 11 millions de personnes ont voté contre tous les autres partis parce qu’ils n’ont pas su prendre en compte leurs préoccupations. C’est un ras-le-bol que s’amplifie année après année et qui s’est amplifié depuis l’automne dernier.

Je rappelle le sondage IPSOS post-européennes (lien ci-dessous) qui montre que les électeurs RN placent l’immigration (ce qui recouvre la question des valeurs, de la sécurité, mais aussi de la concurrence économique) en tête des raisons de leur vote (le pouvoir d’achat vient en second) à hauteur de 79 % contre 43 % pour l’ensemble des électeurs (en seconde position derrière le pouvoir d’achat, 45 %). Donc on peut se pincer le nez d’un air dégouté, les traiter de racistes (ce qu’ils ne sont pas ou pas seulement), de fascistes, considérer que ces peurs sont fantasmées, mais quand ces peurs amènent au pouvoir des néo-fascistes, il faudrait peut-être se réveiller, arrêter de penser qu’on est le camp du bien et donc qu’on a forcément raison, et essayer d’analyser et enfin répondre aux angoisses de ces Français, comme l’a fait la gauche nordique avec succès, que cela plaise ou non. Le pacte républicain est brisé et le RN n’en est que le symptôme, pas la cause.

lemonde.fr/societe/articl…


segunda-feira, 18 de março de 2024

"Espionner, mentir, détruire. Comment le cyberespace est devenu un champ de bataille" - Martin Untersinger (Le Monde)

Comment la France a découvert une cyberattaque de haute volée et démasqué la Russie : extraits du livre « Espionner, mentir, détruire »

Martin Untersinger, journaliste au service Pixels du « Monde », publie, le 20 mars chez Grasset, « Espionner, mentir, détruire. Comment le cyberespace est devenu un champ de bataille ». Il y raconte la guerre désormais ininterrompue que se livrent les grandes puissances dans l’univers numérique. 

Le Monde, 18 Mars 2024


https://www.lemonde.fr/pixels/article/2024/03/18/comment-la-france-a-decouvert-une-cyberattaque-de-haute-volee-et-demasque-la-russie-extraits-du-livre-espionner-mentir-detruire_6222648_4408996.html?lmd_medium=pushweb&lmd_campaign=pushweb&lmd_titre=comment_la_france_a_decouvert_une_cyberattaque_de_haute_volee_et_demasque_la_russie_extraits_du_livre_espionner_mentir_detruire&lmd_ID=6222714

Bonnes feuilles. Ce 14 décembre 2022, [Guillaume Poupard] est las. Les traits tirés derrière son costume gris, il est auditionné par les députés pour la dernière fois. Dans deux jours, il quittera ses fonctions de directeur de l’Anssi [l’Agence nationale de sécurité des systèmes d’information, organisme chargé de la protection numérique de l’Etat]. Mais il a un ultime message à faire passer. Un refrain qu’il a souvent entonné mais qui n’imprime pas. Ou pas assez. Alors, il se lance dans une longue tirade.

« Il y a une menace dont on parle très peu car elle est très dérangeante. C’est celle de l’espionnage. Les victimes n’ont pas envie d’en parler, les attaquants encore moins. On est condamnés à dire que c’est très grave sans pouvoir donner beaucoup de détails, mais sachez que la pression qui est mise sur notre économie, sur nos institutions et sur nos administrations est absolument colossale. Face à nous, on a affaire à des Etats qui ont bien compris que l’information se trouvait au fin fond des systèmes informatiques et que la manière la plus rapide et la moins risquée d’aller chercher l’information la plus sensible, c’était l’attaque informatique. Je suis incapable de vous faire un bilan des conséquences de cet espionnage. En mettant bout à bout ce que j’ai eu à connaître, ça donne froid dans le dos. En termes d’impact économique, mais aussi en termes d’impact sur notre sécurité nationale. Nos adversaires savent où il faut attaquer. Cet espionnage est massif, il nous coûte très cher et il nous met probablement en danger. »

En quelques phrases, Guillaume Poupard a décrit les caractéristiques de l’espionnage informatique contemporain : omniprésent, ultra-sophistiqué, inlassable et extraordinairement difficile à repérer. A l’époque [des piratages] de Bercy, d’Areva ou de Safran, les Chinois ne se cachaient pas. Ils n’en avaient pas besoin, tant les défenses étaient abaissées. Désormais, c’est une autre histoire. Les espions sont de plus en plus nombreux, infiniment talentueux, repoussant les limites de ce que l’on pensait possible.



terça-feira, 22 de agosto de 2023

A Kiev, l’autopsie des missiles russes livre leurs secrets - Emmanuel Grynszpan (Le Monde)

A Kiev, l’autopsie des missiles russes livre leurs secrets

Le Monde, 19/08/2023

Les experts ukrainiens dissèquent les missiles et drones tirés sur leur territoire par les forces du Kremlin. Leurs entrailles révèlent des informations militaires et des composants venus de l’Occident. 

Certains des secrets militaires les plus sensibles des forces russes gisent, éventrés, sur le sol d’un modeste laboratoire, dans les faubourgs de Kiev. « Voici Kartograph, un drone ultrasecret du FSB [les services de sécurité russes], présente Oleksandr Vysikan, technicien expert judiciaire en explosifs. Nous identifions chaque pièce de cet appareil pour en déterminer l’origine. Regardez le bloc optique, pas moins de douze caméras ! » Comme son nom l’indique, Kartograph sert à établir des cartes numériques en 3D. « Ce bloc optique fabriqué en Autriche coûte environ 100 000 dollars [92 000 euros] », reprend l’expert. Il montre une liste des composants de valeur trouvés dans les entrailles du drone. Ceux-ci viennent des Etats-Unis (processeurs Xilinx et Marvell), de Taïwan (Wizmart), de Corée du Sud (Samsung) et surtout d’Autriche (Austrian Optic Technologies).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

L’appel du 18 juin 1940 du général de Gaulle - Charles-Henry Groult et Benoît Hopquin (Le Monde)

Um documento histórico.

https://www.lemonde.fr/international/article/2023/01/18/appel-du-18-juin-le-general-de-gaulle-enfin-de-vive-voix_6158274_3210.html

L’appel du 18 juin du général de Gaulle reconstitué pour la première fois

Le Monde, 18/01/2023

Récit Aucun enregistrement n’a été conservé d’un des discours les plus célébrés de l’histoire de France. Reste sa mythologie, que « Le Monde », en partenariat avec l’Ircam, a tenté de reconstituer en clonant la voix radiophonique de De Gaulle. 

C’est l’un des discours les plus célébrés de l’histoire de France et l’un des moins connus. L’exhortation à poursuivre le combat, lancée par le général de Gaulle depuis Londres, au micro de la BBC, le 18 juin 1940, est dans toutes les mémoires. Cet Appel, avec sa majuscule de noblesse, cette voix à nulle autre pareille, chacun croit encore les entendre sonner à son oreille. Et pourtant, il n’en existe aucun enregistrement. Cette lacune entretient la confusion, et parfois la méprise, avec d’autres moments et discours de la geste gaullienne.

Non, le général rebelle n’a pas dit ce jour-là : « La France a perdu une bataille ! Mais la France n’a pas perdu la guerre ! » Non, il n’a pas clamé : « Moi, général de Gaulle, j’entreprends ici, en Angleterre, cette tâche nationale », se posant ainsi en chef militaire et politique du pays. Oui, il a conclu : « Quoi qu’il arrive, la flamme de la résistance française ne doit pas s’éteindre et ne s’éteindra pas », donnant à ce mot, « résistance », un sens qui n’a cessé de s’ennoblir à son tour en Résistance. Non, enfin, la version canonique, entérinée par de Gaulle dans ses Mémoires de guerre (Plon, 1954), n’est pas exactement celle qu’il prononça au micro.

Voilà pourquoi Le Monde, l’Institut de recherche et coordination acoustique/musique (Ircam) et sa filiale technologique Ircam Amplify, grâce à une nouvelle technologie d’intelligence artificielle et le concours de l’acteur François Morel, ont tenté de reconstituer ce qu’avait pu être la voix radiophonique ce fameux 18 juin 1940. Le résultat de cette évocation ou suggestion est accessible ci-dessous.

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L’appel du 18 juin du général de Gaulle reconstitué pour la première fois

Par Charles-Henry Groult et Benoît Hopquin
Aujourd’hui à 05h00, mis à jour à 10h50.
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Récit Aucun enregistrement n’a été conservé d’un des discours les plus célébrés de l’histoire de France. Reste sa mythologie, que « Le Monde », en partenariat avec l’Ircam, a tenté de reconstituer en clonant la voix radiophonique de De Gaulle. 
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C’est l’un des discours les plus célébrés de l’histoire de France et l’un des moins connus. L’exhortation à poursuivre le combat, lancée par le général de Gaulle depuis Londres, au micro de la BBC, le 18 juin 1940, est dans toutes les mémoires. Cet Appel, avec sa majuscule de noblesse, cette voix à nulle autre pareille, chacun croit encore les entendre sonner à son oreille. Et pourtant, il n’en existe aucun enregistrement. Cette lacune entretient la confusion, et parfois la méprise, avec d’autres moments et discours de la geste gaullienne.

Non, le général rebelle n’a pas dit ce jour-là : « La France a perdu une bataille ! Mais la France n’a pas perdu la guerre ! » Non, il n’a pas clamé : « Moi, général de Gaulle, j’entreprends ici, en Angleterre, cette tâche nationale », se posant ainsi en chef militaire et politique du pays. Oui, il a conclu : « Quoi qu’il arrive, la flamme de la résistance française ne doit pas s’éteindre et ne s’éteindra pas », donnant à ce mot, « résistance », un sens qui n’a cessé de s’ennoblir à son tour en Résistance. Non, enfin, la version canonique, entérinée par de Gaulle dans ses Mémoires de guerre (Plon, 1954), n’est pas exactement celle qu’il prononça au micro.

Voilà pourquoi Le Monde, l’Institut de recherche et coordination acoustique/musique (Ircam) et sa filiale technologique Ircam Amplify, grâce à une nouvelle technologie d’intelligence artificielle et le concours de l’acteur François Morel, ont tenté de reconstituer ce qu’avait pu être la voix radiophonique ce fameux 18 juin 1940. Le résultat de cette évocation ou suggestion est accessible ci-dessous.

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Nunca foi tão baixo o número de democracias liberais: apenas 34 (Le Monde)

Recesso democrático temporário ou duradouro?

https://www.lemonde.fr/international/article/2022/12/21/le-nombre-de-democraties-liberales-estime-a-seulement-34-n-a-jamais-ete-aussi-bas-depuis-1995_6155234_3210.html

« Le nombre de démocraties libérales, estimé à seulement 34, n’a jamais été aussi bas depuis 1995 »

Chronique
Gilles Paris
Editorialiste
Le Monde, 22/12/2022

Les démocraties libérales sont réduites à faire le dos rond en espérant que s’épuise la vague autoritaire, analyse, dans sa chronique, Gilles Paris, éditorialiste au « Monde ». 
Hier à 05h00, mis à jour hier à 08h16.Lecture 3 min.
Article réservé aux abonnés

Les défenseurs des normes démocratiques qui se retournent sur l’année écoulée ne peuvent que le constater : cela aurait pu être bien pire. Si l’armée russe s’était révélée aussi modernisée et dominatrice que Vladimir Poutine le professait avec assurance, un pouvoir fantoche serait aujourd’hui installé à Kiev à la place de celui, certes perfectible, qui accompagne l’affermissement dans la guerre d’une nation, et ce pouvoir serait actionné du Kremlin. Il serait aussi légitime que celui d’Alexandre Loukachenko à Minsk, c’est-à-dire qu’il ne représenterait rien des aspirations de son peuple et reposerait exclusivement sur les mêmes ressorts répressifs.

L’Ukraine ne serait plus indépendante, ni souveraine. Il lui serait intimé l’ordre de tourner le dos à l’Europe, alors qu’il s’agit d’une aspiration profonde, à l’origine de la révolution de 2014 à laquelle Vladimir Poutine ne s’est jamais résigné. La contagion autoritaire qui a saisi le monde depuis plus d’une décennie aurait avancé un peu plus. La Géorgie et la Moldavie y seraient plus exposées que jamais. Le discours devenu obsessionnel du Kremlin et de ses épigones d’un déclin irréversible du camp occidental aurait trouvé de nouveaux relais et de nouveaux idiots utiles pour le présenter comme une réalité.

Cela aurait également pu être bien pire, si, aux Etats-Unis, la fièvre de la contestation des résultats électoraux par une partie du camp républicain, lorsque ces derniers lui sont défavorables, n’avait pas reflué lors des élections de mi-mandat, le 8 novembre. Il y avait matière à inquiétude depuis qu’une minorité significative de ce camp justifie désormais le recours à la violence contre le parti adverse.

La mise en garde de Joe Biden à propos de cette dérive, à la veille de ces élections, a cependant rencontré un écho suffisant, y compris de la part d’électeurs républicains modérés. Ces derniers ont en effet refusé de soutenir certains candidats appuyés par Donald Trump, qui prétendaient occuper au niveau des Etats les plus disputés des postes stratégiques dans la perspective de la présidentielle de 2024.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Kherson liberée de l’occupation russe - Le Monde

Dans la ville de Kherson libérée, des habitants incrédules : « Ces drapeaux ukrainiens partout, je n’en crois pas mes yeux »

Après huit mois et demi d’occupation russe, les forces ukrainiennes ont été accueillies avec émotion par la population qui n’avait pas fui la ville du sud de l’Ukraine. 
Par Rémy Ourdan (Kherson, envoyé spécial)
Le Monde, 13/11/2022 à 06h57
Des habitants célèbrent la libération de la ville sur la place de la Liberté dans le centre-ville, à Kherson, le 12 novembre 2022.
Des habitants célèbrent la libération de la ville sur la place de la Liberté dans le centre-ville, à Kherson, le 12 novembre 2022. RAFAEL YAGHOBZADEH POUR « LE MONDE »

Le brouillard de l’aube enveloppe encore Kherson lorsque des premiers habitants apparaissent place de la Liberté. Ils ne sont d’abord qu’une vingtaine. Rares sont ceux ayant eu le privilège de participer aux premières célébrations de libération de la ville, la veille au soir, en dansant autour d’un brasero. D’autres, dans Kherson coupée du monde, n’ont encore eu qu’un lointain et incertain écho de l’événement historique du 11 novembre, par des récits de voisins, ou parce qu’ils ont vu, dans leur rue, une colonne de soldats russes partir ou de combattants ukrainiens entrer en ville.

La première confirmation visuelle de la reconquête de Kherson par les forces armées de Kiev, pour ces gens qui n’ont eu accès ni aux télévisions ni aux réseaux sociaux dans la nuit, est, samedi 12 novembre à l’aube, ce drapeau ukrainien planté, place de la Liberté, devant le bâtiment déserté de l’administration régionale. Il flotte au vent sur ce qui fut un monument dédié aux héros de la révolution de Maïdan, détruit par les forces russes dès les premiers jours d’occupation militaire.

Il y a aussi ces quatre policiers en faction autour d’une fourgonnette, qui semblent un peu se demander ce qu’ils font là, seuls à cette heure matinale, dans une ville dont l’état-major ukrainien craint qu’elle soit encore infestée d’agents russes en civil, ou de soldats de Moscou ayant raté l’heure du départ avant que les ponts la reliant à l’autre rive du Dniepr ne soient coupés.

(…)


domingo, 2 de outubro de 2022

A segunda maior potência militar do mundo vergonhosamente derrotada pela Ucrânia - Le Monde

 Se não fosse pela ajuda ocidental, especialmente americana, os ucranianos não teriam conseguido dertotar as forças russas de ocupação, não apenas pelas armas, mas pela inteligência e aconselhamento tático e estratégico.

O fator mais relevante, porém, é a moral das tropas, nos russos abaixo de zero!

Viva a Ucrânia!

Guerre en Ukraine : d’Izioum à Lyman, comment la contre-offensive de Kiev a déstabilisé l’armée russe dans l’Est

L’armée ukrainienne affirme avoir repris des milliers de kilomètres carrés en septembre, avec une importante aide américaine. Pendant que l’armée russe recule, comme à Lyman, Vladimir Poutine a décrété une mobilisation militaire « partielle ». 
Le Monde, 2 Octobre 2022,  14h54

Le 29 août, l’armée ukrainienne lançait sa plus importante contre-offensive depuis le début de l’invasion russe, le 24 février. Trois semaines plus tard, le 21 septembre, Vladimir Poutine a annoncé la mobilisation de 300 000 réservistes pour soutenir son effort de guerre, sérieusement déstabilisé par cette opération éclair.

Le Monde fait le point sur les événements qui ont permis, à ce jour, à l’Ukraine de reprendre à l’armée russe plus de 6 000 kilomètres carrés de territoire, selon le président Volodymyr Zelensky.

Une opération rapide et bien préparée

INFOGRAPHIE LE MONDE

Kiev a conçu sa contre-offensive sur deux axes principaux : en direction de l’oblast de Kharkiv (dans le Nord-Est), dont la capitale du même nom est la deuxième ville du pays – 1,4 million d’habitants avant la guerre –, et vers celui de Kherson (dans le Sud). Dans le secteur de Kharkiv, saisi par la Russie en février, il aura suffi de six jours, du 6 au 11 septembre, pour que les forces ukrainiennes déciment ou mettent en déroute leurs ennemis.

La prise majeure a été la ville d’Izioum(47 000 habitants avant la guerre) : il s’agissait de la base arrière du Kremlin pour attaquer le nord du Donbass voisin. Mais c’est toute la région qui a été regagnée. Le vent de panique parmi les soldats du Kremlin a permis aux Ukrainiens de conquérir des milliers de kilomètres carrés, de tuer ou de faire prisonniers des centaines, au moins, de soldats russes et de capturer beaucoup de matériel ennemi.

L’opération a commencé par la percée de dix brigades ukrainiennes concentrées autour du village de Iavirske. En deux jours, les Ukrainiens ont avancé de quinze kilomètres. Selon l’analyse de l’ex-colonel et chef de guerre russe Igor Guirkine, sur le réseau social Telegram, cette percée fulgurante leur a permis de s’approcher de l’ennemi au point de l’empêcher de riposter avec son artillerie.

Plusieurs unités des forces spéciales ont ensuite foncé vers Koupiansk, 50 kilomètres plus loin, coupant l’une des principales routes d’approvisionnement de l’armée russe vers le nord du Donbass. Les Russes ont été repoussés jusqu’à la frontière, au nord de Kharkiv.

Au sud de cette zone, plusieurs localités ont été reconquises, mardi 20 septembre, dans le nord de la région de Donetsk. Les Ukrainiens ont aussi repris pied dans la région de Louhansk en s’emparant de Bilohorivka. Le 2 octobre, Volodymyr Zelensky a revendiqué la reconquête de la ville stratégique de Lyman, un important nœud ferroviaire dans la région de Donetsk.

La contre-offensive dans la région de Kherson, commencée le 29 août, a progressé plus laborieusement, sur un front de 200 kilomètres de long. La préparation s’est faite par des frappes continuelles sur les nœuds logistiques venant de Crimée, les moyens de transport, les concentrations de troupes et d’équipements, les dépôts de munitions et les centres de commandement.

Les opérations ont été minutieusement préparées. Dans l’oblast de Kharkiv, la couverture fournie par les forêts et la connaissance des heures de passage des satellites de surveillance russes ont permis à Kiev d’installer son dispositif discrètement, selon l’analyse de Joseph Henrotin, chargé de recherche à l’Institut de stratégie comparée.

Dès le mois de juin, l’état-major ukrainien avait laissé entendre qu’une opération se préparait dans le sud du pays. Cette rumeur avait eu pour effet de desserrer l’étau exercé par les troupes de Moscou dans le Donbass, et de dégarnir le nord du front, les Russes décidant d’envoyer une partie de leurs forces dans la région de Kherson pour y fortifier leurs positions.

Les gains de l’Ukraine signent le second échec majeur du Kremlin après celui de l’offensive initiale sur Kiev, au tout début des hostilités. Forts de ces succès, le président ukrainien, Volodymyr Zelensky, ainsi que son ministre de la défense, Oleksii Reznikov, n’ont pas caché leur intention de parvenir à rétablir la frontière russo-ukrainienne de 1991, ce qui implique de reprendre le Donbass, mais aussi la Crimée annexée par la Russie en 2014

Le rôle décisif des Etats-Unis

L’aide militaire considérable accordée à Kiev, principalement par les Etats-Unis, fait la différence sur le terrain, tout comme la formation de soldats ukrainiens d’une redoutable efficacité tactique. « Nous n’aurions pas pu reprendre ces territoires sans l’aide des Etats-Unis », a reconnu M. Zelensky, lors d’une visite du secrétaire d’Etat américain, Antony Blinken, à Kiev, le 8 septembre.

Depuis le 24 février, Washington a livré à Kiev pour 14,5 milliards de dollars de matériel, dont :

  • Plus de 40 000 missiles antichars portatifs,
  • 126 canons M777 de 155 mm,
  • 1 400 drones suicides,
  • 20 hélicoptères Mi-17,
  • 1 400 missiles antiaériens portatifs Stinger,
  • 8 batteries de missiles sol-air Nasam,
  • 200 véhicules blindés M113 et plusieurs centaines de Humvees.

Ce n’est pas seulement le nombre, mais aussi la qualité de ces matériels qui a aidé Kiev à faire pièce à Moscou, certains d’entre eux permettant de frapper les forces russes avec efficacité jusqu’à 80 kilomètres derrière la ligne de front. Les Etats-Unis ont aussi livré suffisamment de munitions – dont 800 000 obus de 155 mm – pour faire face à la puissance de feu de l’artillerie russe.

Le Pentagone a également révélé, lundi 12 septembre, avoir entraîné ces derniers mois quelque 1 500 militaires à l’utilisation de son matériel. Les Américains partagent également les informations de leur service de renseignement avec l’Ukraine et prennent part à la planification des opérations.

Macabres découvertes dans le sillage de la retraite

Après la reconquête de la ville d’Izioum par les forces de Kiev, 445 tombes et une fosse commune ont été découvertes par hasard, dans une pinède, le 15 septembre, à la faveur d’une opération de déminage. Selon des témoins et un enquêteur ukrainien, certaines victimes ont été tuées par balle et d’autres, par des tirs d’artillerie, des mines ou des frappes aériennes. Certains corps présentent des signes de torture, a affirmé le chef du bureau du procureur de Kharkiv, Oleksandr Filtchakov. Au moins un cadavre exhumé avait les mains liées avec une corde. Les victimes sont probablement « en majorité » des civils, selon les autorités locales.

La Russie agit de « manière épouvantable », a commenté le chef de la diplomatie américaine, Antony Blinken. « La Russie, ses dirigeants politiques et toutes les personnes impliquées dans les violations continues du droit international et du droit humanitaire international en Ukraine devront rendre des comptes », a estimé le chef de la diplomatie européenne, Josep Borrell. Quant à Volodymyr Zelensky, il a dénoncé les crimes d’une armée de « tortionnaires », et promis un « châtiment terriblement juste ».

Dans la région de Kharkiv (Nord-Est), près de Koupiansk, vingt-quatre civils ukrainiens, dont une femme enceinte et treize enfants, ont été retrouvés tués par balle dans leur voiture, a affirmé le 1er octobre le gouverneur régional Oleh Synehoubov. Selon lui, « les occupants [l’armée russe] ont attaqué ces civils qui tentaient d’échapper aux bombardements ».

L’armée du Kremlin en panne de soldats

De son côté, l’armée russe connaît des lacunes. Sa défense antiaérienne, bâtie autour des systèmes S-300 et S-400, réputés parmi les meilleurs du monde dans leur genre, n’a notamment pas réussi, à plusieurs reprises, à déjouer les attaques ukrainiennes venues du ciel.

Mais elle souffre surtout d’une panne d’effectifs. En six mois, ses pertes se situent entre 25 000 soldats – selon la moyenne des estimations des services de renseignement européens – et 80 000 soldats selon le Pentagone, qui agrège les morts et les démobilisés. Ces estimations sont très loin du bilan officiel avancé le 21 septembre par le ministre de la défense russe, Sergueï Choïgou, qui a évoqué 5 937 tués. Le contingent russe participant directement à l’invasion de l’Ukraine compterait entre 150 000 et 200 000 militaires.

Face aux difficultés, le Kremlin a annoncé, mercredi 21 septembre, la mobilisation de 300 000 réservistes, âgés de 65 ans pour les plus vieux. Deux jours plus tôt, les députés russes avaient adopté une loi prévoyant des peines de prison – trois ans – pour ceux qui refuseraient de répondre à l’appel. Le 5 septembre, Vladimir Poutine avait déjà ordonné au gouvernement de garantir aux engagés volontaires qu’ils pourraient retrouver leur emploi. Enfin, plusieurs sources, dont Vladimir Ossetchkine, le fondateur de l’ONG de défense des droits de l’homme Gulagu.net, et le site d’information russe The Insider, rapportent qu’une campagne de recrutement de détenus est en cours.

Poutine annexe illégalement quatre régions après des consultations fantoches

Dans le sillage de la contre-offensive ukrainienne, les autorités prorusses des régions ukrainiennes de Zaporijia, Kherson, Louhansk et Donetsk ont revendiqué, mardi 27 septembre au soir, la victoire du oui en faveur d’une annexion par la Russie, à l’issue de référendums d’annexion organisés à la hâte par Moscou. Leur légalité a été dénoncée en des termes très fermes, par Kiev, la totalité de ses soutiens occidentaux et les organisations internationales.

Le 30 septembre, Vladimir Poutine a signé le décret d’annexion en affirmant, depuis Moscou, que « les habitants de Louhansk, Donetsk, Kherson et Zaporijia deviennent nos citoyens pour toujours », et en agitant à nouveau la menace nucléaire. « Lorsque l’intégrité territoriale de notre pays est menacée, nous utilisons certainement tous les moyens à notre disposition pour protéger la Russie et notre peuple, ce n’est pas du bluff », avait-il déjà dit le 21 septembre à la télévision russe.

Par ailleurs, la centrale de Zaporijia, dont les six réacteurs de 1 000 mégawatts chacun font du site nucléaire le plus important d’Europe, reste sous occupation militaire russe.