Recordando – debates em abertoby mansueto |
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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terça-feira, 8 de abril de 2014
Mansueto Almeida e as verdades desagradaveis
domingo, 6 de abril de 2014
Brasil: o lado ruim do distributivismo, os recursos nao bastam...
A verdade é que os recursos nunca bastam para fazer bondades sociais demagógicas como pretendem fazer políticos incompetentes, trapaceiros e mentirosos.
Não é normal que uma sociedade possa viver com um quarto de sua população -- repito: UM QUARTO -- vivendo de um mensalão estatal, dependentes do Estado assistencialista, que arranca recursos de todos os outros, dos três quartos de trabalhadores produtivos, para entregar a uma parcela da população, por mais frágil que esta possa parecer. Nunca ninguém se suicidou por falta de comida: no máximo o que acontece é roubar, mas na prática as pessoas começam a trabalhar, em qualquer coisa.
Isto é demagogia, isto é curral eleitoral, e é preciso denunciar.
Nunca o Brasil avançará por meio dessas políticas perversas, que transformam pessoas que poderiam trabalhar, e fazer a sua renda no mercado, em assistidos da caridade estatal (na verdade, do nosso dinheiro).
A deformação que o partido totalitário está fazendo no Brasil vai ser muito difícil de terminar, pois cria essa mentalidade de assistidos e de preguiçosos que fazem a massa de manobra fácil para seus propósitos eleitoreiros de monopolização do poder. Pode até não ser um valor relevante dentro do PIB brasileiro, mas os efeitos sobre o mercado de trabalho, e, sobretudo, no plano psicológico, são muito mais relevantes.
Os companheiros estão construindo a pior herança maldita que o Brasil vai ter pelos anos à frente...
Infelizmente, a oposição não conteve a maldade a tempo, aliás ela até promete continuar, oficializar, eternizar essa herança maldita.
Pobre Brasil, vai continuar pobre durante muito tempo, com sua economia e sociedade deformados por esse tipo de prática fisiológica, e detestável.
Entrevista de Samuel Pessoa ao Estado de São Pauloby mansueto |
Brasil: debate entre intervencionistas e sensatos sobre industria e desenvolvimento
Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil – FGVby mansueto |
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sábado, 5 de abril de 2014
O Brasil é um país caro: o exemplo da ZARA - Mansueto Almeida (via Estadao)
Paulo Roberto de Almeida
O Estado de São Paulo publicou hoje uma matéria sobre o preço dos produtos da loja “ZARA” no Brasil (clique aqui: Brasil tem roupas mais caras do mundo, aponta ‘Índice Zara’). Essa marca e o seu modelo de fast fashion com o lançamento várias coleções sucessivas é admirado no mundo todo e muitas empresas imitam o business model da ZARA.
Esse modelo implica em ter a cadeia de valor perto do ponto de venda para alimentar de forma rápida as novas coleções. É por isso que aqui no Brasil a loja trabalha com vários fornecedores locais, o que significa custo elevado. A matéria do Estadão baseada nos estudos do Fabio Monteiro e Thiago Andrade do BTG Pactual mostra que os produtos da Loja ZARA aqui são quase 50% acima do preço dos EUA (sem o efeito cambial) e, junto com a Polônia, temos os preços mais caros.
Fonte: Estado de São Paulo
Apesar do custo caro, possivelmente o modelo ZARA funciona no Brasil apesar dos custos elevados da produção porque o modelo de negócios da marca é fortemente voltado para o varejo – a empresa é muito menos indústria e muito mais varejo e “brand building”.
Como o mercado no Brasil é muito protegido, apesar do elevado custo de produção e dos preços a companhia consegue crescer no Brasil. Mas consegue porque a ZARA não é indústria. E mesmo empresas na área de caçados e confecção que são indústrias passaram a investir fortemente no varejo. Hoje, varias das lojas da Nike no Brasil são de uma fábrica calçados doméstica. O Brasil é um país caro para produzir e, como 49% de nossa arrecadação é via imposto indireto, os preços de produtos aqui são muito acima do resto do mundo.
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O academico aloprado (petista, claro) e o economista sensato: o primeiro quer enganar, o segundo apenas explica...
Como explica Mansueto, alguém precisa pagar a conta.
A herança maldita que está sendo deixada pelos companheiros já está pesada demais.
Paulo Roberto de Almeida
Fazia tempo que não lia um artigo tão “bom” em defesa do aumento da carga tributária, impostos indiretos e a continuidade do processo de desindustrialização como este do professor André Singer na Folha de São Paulo (clique aqui).
Explico. O professor explica algumas das demandas das centrais sindicais em passeata que ocorrerá esta semana como uma luta de “cada classe social no jogo que se arma em torno da eleição de outubro e do programa a ser executado pelo futuro governo, qualquer que seja ele”.
O que o professor não esclarece é que para atender integralmente essas demandas (legítimas) das centrais sindicais será necessário um brutal aumento da carga tributária. Quando falo “brutal” quero dizer elevar a carga tributária em pelo menos 10 pontos do PIB nos próximos 4 anos. Assim, não se trata de uma luta do bem contra o mal, como parece sugerir o professor da USP. Vamos ver os quatro pontos levantados pelo professor André Singer que são as demandas das centrais sindicais.
(1) Continuidade de valorização do salário mínimo (SM): Sim, o crescimento real do SM desde 2003 foi de 72%. Mas até mesmo as centrais sindicais reconhecem que não será possível continuar com aumentos reais acima do crescimento da produtividade. Com salários crescendo acima da produtividade, ganha quem consegue repassar aumento de custo para preços, ou seja, ganha o setor de serviços e perde a indústria. Adicionalmente, além dos efeitos no mercado de trabalho, crescimento do salário mínimo implica maior despesa previdenciária e assistencial, isso não ocorre nos outros países.
A sociedade quer manter a politica de valorização do salario mínimo nos moldes atuais? OK, mas então será preciso explicar quem pagará mais impostos. Como 49% da arrecadação de impostos no Brasil é imposto indireto, isso significa mais imposto indireto e produtos mais caros ainda. Em outra ocasião explico porque não dá para conseguir esse extra via imposto direto.
(2) Fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias: aqui vou confiar na declaração do próprio governo do PT. O ministro da previdência do governo Dilma, Garibaldi Alves, tem afirmado recorrentemente que é impossível acabar com o fator previdenciário sem estabelecer uma idade mínima para aposentadorias e o próprio ministro, em mais de uma vez, já falou da grande distorção que é o sistema de pensões no Brasil (ver aqui). O Brasil gasta com pensões em torno de 3% do PIB, o dobro da média de países desenvolvidos que gastam 1,5% do PIB.
Assim, quando Singer fala que: “cresce a exigência do capital para que se estabeleça uma idade mínima de aposentadoria e haja menos gastos com pensões por morte e com o seguro-desemprego” não está sendo honesto. Essa agenda não é do capital, mas sim do próprio governo que sabe que, se nada for feito, precisaremos aumentar mais ainda a carga tributária. Será que o ministério da previdência é um representante do grande capital?
(3) Redução dos juros e do superávit primário: Novamente o professor passa a impressão que o aumento de juros é injusto pois tira recursos públicos de outras áreas essenciais. O problema é que com uma inflação de 6% ao ano mesmo com o quase congelamento dos preços administrados, sem o aumento de juros a inflação estaria ainda maior. Se o governo não quer aumentar a taxa de juros, ele poderia fixar o centro da meta de inflação em 6,5% e não em 4,5%. Quanto maior for a meta de inflação, menor será a taxa de juros necessária para trazer a inflação para o centro da meta. Mas será que os trabalhadores querem isso? Será que é bom ter mais inflação para ter uma taxa de juros menor? será os trabalhadores votariam em um candidato que prometesse elevar a meta de inflação para 10% ao ano para reduzir os juros?
(4) Transporte público de qualidade, 10% do Orçamento da União para a saúde, 10% do PIB para a educação: Esse é o meu grupo preferido. Quem é contra essa agenda? Que eu saiba ninguém, mas o problema é sempre quem paga a conta. O Brasil gasta com educação algo perto de 5,5% do PIB. De onde vamos tirar 4,5% do PIB a mais? Aumentando impostos?
Transporte público de qualidade exige mais recursos. No âmbito dos municípios, prefeitos podem aumentar IPTU e, no caso do governo federal, é possível o governo aumentar novamente a CIDE (que hoje está com alíquota “zero”) e utilizar recursos para investir em transporte público. Novamente, estamos falando de aumento de carga tributária. É isso que a sociedade quer?
Por fim, o aumento do gasto com saúde para 10% do orçamento da União. O gasto com saúde do governo federal no ano passado, 2013, foi de R$ 83,3 bilhões, ou 9,1% da despesa total não financeira do Governo Central que foi R$ 914 bilhões. Chegar aos 10% em valores do ano passado significaria um gasto adicional de 8 bilhões. Esse valor que falta já está em restos a pagar, valor foi empenhado mas não gasto.
Agora se os 10% for em cima do orçamento total (que inclui as transferências para estados e municípios) o valor seria muito maior. Por exemplo, a receita primária esperada pelo Governo Central este ano é de R$ 1,3 trilhão. Logo, 10% disso significa R$ 130 bilhões; ou um crescimento de 56% em relação ao executado no ano passado para a função saúde. Esse crescimento seria equivalente a 1 ponto do PIB.
Conclusão:
Seria muito bom os trabalhadores entrarem nesta briga, mas seria bom que suas demandas fossem também seguidas de um debate sobre como financiar o aumento dos gastos. A agenda acima só é possível com um aumento brutal da carga tributária em mais de 10 pontos do PIB nos próximos quatro anos.
E os juros? O gasto do governo com juros, em 2013, foi de 5,2% do PIB. Mesmo com a hipótese heróica de um calote total na dívida pública, a economia seria de 5 pontos do PIB. Não seria suficiente para financiar a agenda acima e precisaríamos também de mais carga tributária. Infelizmente, sonho não resolve problemas. Essa foi a frase que faltou no artigo do professor André Singer.
Faltou também na lista de demandas das centrais sindicais o fim imediato dos subsídios para os ricos, ou seja, acabar imediatamente com os empréstimos do Tesouro para bancos públicos e aumentar a TJLP. Não entendo porque as centrais sindicais não batem neste ponto. Ao que parece, todo mundo está querendo aumento de carga tributária ou, como fizemos no passado, que a inflação resolva nossos problemas. E ai, quando teremos a passeata em defesa do aumento de 10 pontos do PIB de carga tributária?
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quinta-feira, 20 de março de 2014
Brasil desarrumado? Chame o batalhao dos "chatos" - Mansueto Almeida
Há um grupo de economistas no Brasil que, tradicionalmente, são apontados por muitos como chatos porque gostam de lembrar uma lei máxima da economia: “não existe almoço grátis”. Eu conheço todos eles por circunstâncias diferentes.
Um desses economistas é o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore. Quando fui estudante na USP eu era louco para conhecê-lo, mas tinha medo de me aproximar dele. A clareza de pensamento do Pastore e sua critica, quase sempre correta, intimida um estudante de 23 anos de economia. O meu trauma foi solucionado quando nos conhecemos, em 2011, graças ao blog, e desde então temos mantido contato. Pastore é um dos economistas mais técnico e brilhante do Brasil e, apesar de seu vasto conhecimento, deixa à vontade o seu interlocutor no debate. Os seus relatórios são agradáveis de ler e baseados em análises econométricas rigorosas. Pode-se até discordar dele, mas duvido que alguém tenha coragem de insinuar algo sobre a qualidade de suas análises.
Outro do grupo dos “chatos” é o Alexandre Schwartzman. Fomos contemporâneos de USP e, para infelicidade dos estudantes, a sala do Alexandre era vizinho ao local do café, o que significa que todos nós levávamos bronca dele que queria estudar e ficávamos fazendo barulho na porta da sala. Só voltei a encontra-lo, em 2009, por circunstância do Blog. Trocamos alguns e-mails e de vez em quando nos encontramos. Perdi o medo das broncas do cafezinho!
O terceiro do meu grupo de economista chatos é o Fábio Giambiagi. Já escutei muita gente criticá-lo pelas suas posições em relação à reforma da previdência e pelo fato dele escrever sobre tudo em economia. Fábio escreve sobre tudo por dois motivos. Primeiro, ele lê sobre tudo. Segundo, eles conversa com os melhores especialistas em todas as áreas. Tem um talento natural de descobrir pessoas jovens competentes e é, sem dúvida, o melhor editor de economia. Dada a sua imensa facilidade e disciplina para escrever é uma das pessoas que mais contribuem para o debate econômico no Brasil. Nos conhecemos, em 2004, quando ele estava no IPEA e desde então matemos contato.
O quarto economista chato é o Armando Castelar. Apesar de ambos sermos do IPEA, há um mundo entre o IPEA Rio e o IPEA Brasilia. Eu devo conhecer no máximo 5 ou 6 pessoas do IPEA Rio. Nos encontramos em 2011 em uma reunião da FIESP, em São Paulo. Armando é outro economista que gosta de olhar cuidadosamente para os dados e faz suas análises de forma desapaixonada. Faz aquelas perguntas lógicas que “acabam com a festa”. Antes de começar o ciclo atual de concessões, advertiu que os empréstimos subsidiados do BNDES deveriam ter como indexador um índice de preço porque, em algum momento, o governo teria que aumentar a TJLP que se deslocou fortemente da Selic e isso alteraria os subsídios das empresas que apostaram em uma tarifa menor, contando com subsídios elevados dos empréstimos do BNDES. Esse problema já chegou e está sem solução. Uma diferença de mais de 5 pontos de percentagem entre TJLP e Selic é insustentável.
Mas por que estou falando desses quatro economistas? Porque nas últimas discussões que tivemos e baseado no que eles escrevem este grupo sempre esteve mais pessimista do que eu em relação ao comportamento da economia para os próximos anos. Nesses últimos dias, confesso que comecei a “comprar” o cenário deles. O Brasil, a partir do próximo ano, vai precisar conciliar o aumento do superávit primário para algo como 2,5% a 3% do PIB; e fazer frente ao inevitável crescimento do gasto público não financeiro ligado às áreas de educação e saúde e passivos a serem reconhecidos – subsídios do PSI via BNDES, conta de energia, etc.
O que tudo isso significa? Uma busca desesperada por receita cuja primeira tentativa foi justamente a MP 627/2013 que trata da tributação do lucro de empresas no exterior (o economista Marcos Jank da brf fez um bom resumo do problema – clique aqui). Qual será o tamanho da mordida do Leão dependerá do sucesso no controle no crescimento do gasto, que por enquanto é incerto.
O meu cientista político preferido, Marcus André Melo da UFPe, acredita que não dá mais para tentar equilibrar o desejo de maior gasto com a necessidade de aumentar o primário via carga tributária e o ajuste vem pelo lado da despesa – clique aqui. Acho que ele subestima a capacidade da Receita de extrair impostos da sociedade, o uso da contabilidade criativa e superestima a real convicção da sociedade por um ajuste da despesa.
Há meses falo que o meu cenário para o Brasil é moderadamente otimista. Não é mais. " Senhor, eu tenho dúvidas". O próximo governo, seja ele quem for, tem uma agenda difícil pela frente. Será preciso muita convicção para arrumar a casa como foi feito em 1994/95, 1999 e 2003. Assim, os nomes da nova equipe econômica serão essenciais. Não é só questão de nomes bons, mas de nomes de economistas com independência (como Armínio Fraga e Henrique Meirelles) para até discordar de quem seja o presidente, que precisará de um esforço redobrado para se comunicar com a sociedade e viabilizar (i) aumento de carga tributária; e/ou (ii) controle do gasto. Nos dois casos, muita gente vai ficar com raiva.
Infelizmente, os economistas “chatos” parecem estar corretos. O Brasil está quebrado? Claro que não e o grupo acima não fala isso. Não era preciso o Krugman falar isso por dezenas (ou centenas) de milhares de dólares. Eu e outros falaríamos de graça. Mas os economistas que falam que tudo está bem não dizem absolutamente nada de concreto sobre como resolver a situação de conciliar aumento do primário com o desejo da sociedade por maiores gasto em educação, saúde e transferências. Acho até que muito deles adorariam ver a reencarnação dos seus ídolos que já se foram (como Keynes por exemplo) para solucionar os problemas. Sim, se você não sabe fique sabendo que há um grupo de economistas que tentam adivinhar o que Keynes pensaria, o que Milton Friedman faria, se duvidar até o que Marx hoje falaria sobre o problema da renda dos 1% nos EUA. Não seria melhor simplesmente olhar para evidência empírica?
O próximo governo precisará escutar com mais cuidado os economistas "chatos". E claro que esses economistas não têm nada de chatos, apenas um grande defeito para alguns: eles gostam de falar a verdade e têm convicção do que falam. Em geral, eles mais acertam do que erram e, por isso, são respeitados. Eles têm a solução para os problemas do Brasil? claro que não e nem se propõe a isso. Mas eles sabem apontar na área macro o que está errado e alertar para o duvidoso sucesso de planos mirabolantes. Muita gente reclama deles, mas ninguém deixa de ler o que eles escrevem ou de conversar com eles.
De quem eu gosto mais? claramente do grupo mais espírita que quer convocar o espírito de Keynes (e o espírito animal) para resolver os nossos problemas e que sempre nos enche de otimismo e não falam de custo algum. Mas aprendo mais com os "chatos".
Sentiu falta de alguns nomes na lista dos chatos? é porque esses outros nomes não participam muito do debate de conjuntura apesar da presença maior que passaram a ter pelo seus artigos (Pedro Cavalcanti e Renato Fragelli) ou porque estão no meu grupo dos quase chatos: Samuel Pessoa, Marcos Lisboa, Ricardo Paes de Barros, Edmar Bacha, etc.
PS: vem ai um livro de dois dos economistas aqui mencionados. Vou comprar. ler, criticar e fazer propaganda.
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terça-feira, 18 de março de 2014
Politica economica: entrevistas com economistas, 2 - Blog MansuetoAlmeida
Debate na Revista Época Negócios -2
Politica economica: entrevistas com economistas, 1 - Blog Mansueto Almeida
Debate na Revista Época Negócios – 1
segunda-feira, 17 de março de 2014
Eleicoes 2014: a equipe de Aecio Neves - Rodrigo Constantino
A equipe de Aécio Neves é um alento para os liberais
domingo, 16 de março de 2014
Debate: um economista sensato e um keynesiano de botequim - Mansueto Almeida
O debate econômico de Samuel Pessoa e Luiz Gonzaga Belluzzoby mansueto, 16/03/2014 |