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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Roberto Campos: materia no Jornal do Senado (18/04/2017)

Eis a ficha do trabalho e de sua repercussão:


3102. “Sessão especial no Senado em homenagem a Roberto Campos”, Brasília, 10 abril 2017, 3 p. Texto lido na sessão especial do dia 17/04/2017. Divulgado antecipadamente no blog Diplomatizzando (16/04/2017; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/04/roberto-campos-sessao-especial-no.html), e no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1493626460700799). Vídeo da sessão disponível no YouTube (26/04/2017; link: https://youtu.be/XobuvjMuy7k). Notas no Jornal do Senado (ano XXIII, n. 4680, 18/04/2017, p. 1, 6-7). Relação de Publicados n. 1255.






Roberto Campos: sessao especial do Senado, livros - Paulo Roberto de Almeida

Finalmente, destacado do conjunto dos pronunciamentos feitos na sessão especial em homenagem ao Roberto Campos, meu pronunciamento em sua homenagem, feito no plenário do Senado Federal no dia em que o insigne diplomata, economista, ministro, senador, deputado, enfim estadista e grande intelectual, estaria completando cem anos, em 17 de abril.
Neste link do YouTube: 
https://youtu.be/XobuvjMuy7k

Para maiores desenvolvimentos, e análise sintética de cada uma de suas obras, desde a tese de mestrado, defendida na George Washington University em 1947, até seus últimos escritos, recomendo a leitura destes dois livros: 
 
Paulo Roberto de Almeida (org.):

       O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos

       (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0)



            Roberto Campos foi, possivelmente, um dos maiores intelectuais brasileiros da segunda metade do século XX, com a peculiaridade de que, além de ser diplomata, se tratava também de um dos grandes economistas, homens públicos e estadistas, que dedicou sua vida a tentar salvar o Brasil de si mesmo, sem no entanto conseguir êxito na empreitada. Organizado por um diplomata que leu, ou releu, toda a sua obra, desde a tese defendida na George Washington University em 1947, até seus últimos escritos, passando pelas suas indispensáveis memórias, o livro também contou com a colaboração de outro diplomata, Carlos Henrique Cardim, que discorreu sobre a participação de Roberto Campos nos encontros internacionais da UnB, que ele também organizou. Paulo Roberto de Almeida traçou sua magnífica trajetória intelectual.

e: 


Ives Gandra da Silva Martins; Paulo Rabello de Castro (orgs.):


       Lanterna na proa: Roberto Campos Ano 100

       (São Luís: Resistência Cultural, 2017, 342 p.; ISBN: 978-85-66418-13-2)



Sessenta e dois colaboradores nesta outra homenagem a Roberto Campos, entre eles quatro diplomatas: Eduardo dos Santos (sobre a sua chefia, de 1974 a 1982, da embaixada em Londres), Paulo Roberto de Almeida (Bretton Woods, BNDE e receita para desenvolver um país), Rubens Barbosa (Um homem adiante de seu tempo) e Sérgio Eduardo Moreira Lima (“Bob Fields”: o estigma, o diplomata e os valores nacionais). Cada um deles desenvolve diferentes aspectos da vida, da obra e das atividades econômicas ou diplomáticas de Roberto Campos, sempre enfatizando seus ideais de liberdade, de economia de mercado, de reformas estruturais para arrancar o Brasil de uma situação de pobreza evitável para colocá-lo numa condição de prosperidade possível.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Roberto Campos: obras, videos - Paulo Roberto de Almeida

Revisei a compilação das obras de Roberto Campos e acrescentei vídeos recentes na última parte, alguns deles feitos no próprio dia do seu centenário, em 17/04/2017, quando eu estava lançando o livro por mim organizado, abaixo referido.
Destaco o vídeo da sessão especial em homenagem ao Roberto Campos, mas (se me permitem) destaco apenas a seção final, com minha intervenção, pois os demais discursos achei por demais enfadonhos:  https://www.youtube.com/watch?v=mAsK9F4hlbo
Paulo Roberto de Almeida  



Obras de Roberto Campos

Paulo Roberto de Almeida
 [Compilação das obras de Roberto Campos; para o livro O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos; Appris]


1947:
Some Inferences concerning the International Aspects of Economic Fluctuations. M.A. thesis, George Washington University; Edição brasileira, em inglês: Foreword by Ernesto Lozardo. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2004, 260 p.

1950:
“Lord Keynes e a teoria da transferência de capitais”, artigo publicado na Revista Brasileira de Economia, ano 4, n. 2, junho de 1950; baseado em capítulo de sua tese de mestrado (1947), incorporado posteriormente ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963), p. 105-123.

1952:
“Uma interpretação institucional das leis medievais da usura”, Revista Brasileira de Economia (ano 6, n. 2, junho de 1952), incorporado posteriormente ao livro: Ensaios de história econômica e sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 7-34.
“Programa de estabilização monetária”, Digesto Econômico (ano 6, n. 2, junho de 1952).
“Observações sobre a teoria do desenvolvimento econômico”, conferência realizada na Escola de Guerra Naval (Rio de Janeiro), em novembro de 1952; publicada no Digesto Econômico (março de 1953); incorporada ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 83-104.
“Planejamento do desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos”, Digesto Econômico (abril de 1953); incorporado posteriormente ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 7-51.

1953:
“O Poder Nacional: seus fundamentos econômicos”, conferência proferida na Escola Superior de Guerra, em duas sessões: 20 de março e 31 de março de 1953; incorporada ao livro: Ensaios de história econômica e sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Apec, 1964, 1a parte: p. 35-66 e 2a parte: p. 67-81.
 “A crise econômica brasileira”, trabalho apresentado na Associação Comercial do Rio de Janeiro, em 9/09/1953; publicado no Digesto Econômico (novembro de 1953); incorporado ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 53-82.

1955:
Discurso de posse no cargo de diretor-superintendente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (14/03/1955); incorporado posteriormente ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 157-160.
‘‘Três falácias do momento brasileiro’’, conferência proferida no Ciclo de Estudos Roberto Simonsen (São Paulo, 22 de julho de 1955); incorporada ao livro: Ensaios de história econômica e sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Apec, 1964, p.117-142.
‘‘Pontos de Estrangulamento na Economia e seus Reflexos na Produtividade do Capital e no Desenvolvimento Econômico’’, conferência no Conselho Nacional de Economia (21 de setembro de 1955); incorporada ao livro do autor: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 161-185.
Memorando (secreto) dirigido ao Ministro da Fazenda José Maria Whitaker sobre a reforma cambial; in: Whitaker, J. M. (ed.), O milagre de minha vida. São Paulo: Hucitec, 1972.

1956:
‘‘Considerações sobre a vocação mineira do Brasil’’, palestra proferida no Centro Moraes Rego, de São Paulo e publicada no Digesto Econômico (julho/agosto de 1956); incorporada ao livro Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: APEC, 1963, p. 187-215.
“Reforma cambial”, Digesto Econômico (n. 130, jul.-ago. 1956, p. 75-91).

1957:
‘‘Cultura e Desenvolvimento’’, palestra proferida no Instituto Superior de Estudos Brasileiros, do Rio de Janeiro, e publicada no Digesto Econômico (março/abril de 1957); incorporada ao livro: Ensaios de História Econômica e Sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: APEC, 1964, p. 103-116.
‘‘As 4 ilusões do desenvolvimento’’, discurso pronunciado na Conferência da Cepal (La Paz, Bolívia – maio de 1957); incorporado ao livro: Ensaios de História Econômica e Sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 84-101.
Discurso pronunciado na sessão de encerramento do sétimo período de sessões da comissão econômica para a América Latina (La Paz, Bolívia – 29 de maio de 1957); incorporado ao livro do autor: Economia, Planejamento e Nacionalismo (Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 263-269.
“Inflação e crescimento equilibrado”, trabalho apresentado em mesa redonda da Associação Econômica Internacional (Rio de Janeiro, agosto de 1957), publicado na Revista de Ciências Econômicas (n. 3, setembro de 1960); incorporado posteriormente ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 125-155.

1959:
‘‘A questão do petróleo boliviano’’, depoimento prestado, em 17 de janeiro de 1959, pelo Ministro Roberto de Oliveira Campos, Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as acusações formuladas pelo Presidente do Conselho Nacional do Petróleo contra a Administração da Petrobrás; incorporado ao livro do autor: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 217-253.
Discurso proferido por ocasião da transmissão do cargo de presidente do BNDE (29/07/1959; incorporado ao livro do autor: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 255-262.

1960:
Fundação da Editora Apec, criada por Roberto Campos e associados.
‘‘O déficit ferroviário – suas causas e suas consequências’’, conferência promovida no Clube de Engenharia (Rio de Janeiro, 24 de junho de 1960); incorporado ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 305-324.

1961:
“Visão da paisagem nacional”, discurso no jantar da revista Visão, ao ser escolhido “Homem de Visão de 1961”; incorporado ao volume A moeda, o governo e o tempo. Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 182-189.
“Oportunidades de comércio para os subdesenvolvidos”, conferência proferida no Banco Pan-Americano de Café; incorporada ao volume A moeda, o governo e o tempo. Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 191-198.
“Controle da remessa de lucros de empresas estrangeiras”, incorporado ao livro: Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963, p. 271-303.
“Inflation and balanced growth”, in: Ellis, H. (ed.), Economic development for Latin America. Londres: McMillan, 1961; edição brasileira: Desenvolvimento Econômico para a América Latina. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1964.
“Two views of inflation in Latin America”, in: Hirschman, A. (ed.). Latin American Issues. Nova York: Twentieth Century Fund, 1961.

1962:
‘‘Relações Estados Unidos-América Latina’’, palestra na conferência sobre Tensões de Desenvolvimento no Hemisfério Ocidental (Salvador, Bahia – agosto de 1962); incorporada ao livro: Ensaios de história econômica e sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 143-184.
‘‘Sobre a necessidade de perspectiva histórica’’, discurso na Pan-American Society (New York, 19/12/1962); incorporado ao livro: Ensaios de história econômica e sociologia. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 185-198.
Planejamento do Desenvolvimento Econômico dos Países Subdesenvolvidos. 2a. ed.: Fundação Getúlio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública, 1962; a 1a. ed. tinha sido publicada sem o nome de RC nos Cadernos de Administração Pública, em 1954.

1963:
Economia, Planejamento e Nacionalismo. Rio de Janeiro: Apec, 1963. Constante de ensaios, estudos e discursos produzidos nos anos 1950 e início dos 60, sobre planejamento, desenvolvimento, recursos minerais e questões de infraestrutura.
Ensaios de história econômica e sociologia. Rio de Janeiro: Apec, 1963; 2a. ed.: 1964; nova edição Apec: 1969. Constante de ensaios e estudos de caráter histórico e econômico sobre teoria e prática do desenvolvimento e do planejamento, em período relativamente similar.
“Os dilemas da ajuda externa”, discurso proferido na Conferência sobre Comércio e Mercados Mundiais, Albany, capital do estado de Nova York, em 13/11/1963; incorporada ao volume A moeda, o governo e o tempo. Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 209-218.
“Economic development and inflation, with special reference to Latin America”, trabalho apresentado na terceira reunião anual de diretores de institutos de treinamento econômico, patrocinado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Berlim, 9-11 de setembro; publicado em versão francesa: “Développement économique et inflation en égard en particulier à l’Amérique Latine”, in: OCDE, Planification et programme de développement. Paris: Études de Développement, 1963, 1.

1964:
“Os assassinos do capitalismo”, Jornal do Brasil (23/02/1964), transcrito no volume A moeda, o governo e o tempo. Rio de Janeiro: Apec, 1964, p. 225-232.
A moeda, o governo e o tempo. Rio de Janeiro: Apec, 1964; Prefácio de Gilberto Amado, p. 7-13; artigos escritos entre 1960 e 1961, publicados no Correio da Manhã, no Jornal do Brasil e na revista Senhor; conferências e discursos.

1965:
Política econômica e mitos políticos. Rio de Janeiro: Apec, 1965. Constante de três ensaios: “Uma conversa com o Sargento Garcia”, “Alguns sofismas econômicos” e “Da necessidade de mudar o Grande Costume”, do início dos anos 1960.

1966:
A técnica e o riso. Rio de Janeiro: Apec, 1966. Constante de ensaios de natureza sociológica sobre os temas elencados: A Sociologia do Jeito; Elogio da Ineficiência; Uma Reformulação das Leis do Kafka; Elogio do Supérfluo; O Ministério da Derrota; A Teoria Animista do Subdesenvolvimento; Sobre a Imbecilidade dos Slogans; Conselhos a um Economista enquanto Jovem; Autocrítica.

1967:
“Duas opiniões sobre a inflação na América Latina”, in: Hirschman, A. (ed.), Monetarismo vs. Estruturalismo. Rio de Janeiro: Lidador, 1967.
Reflections on Latin American Development. Austin: University of Texas Press, 1967.

1968:
Ensaios contra a maré. Rio de Janeiro: Apec, 1968; 2a. ed.: 1969; prefácio de Mário Henrique Simonsen, p. 9-13.
Do outro lado da cerca: três discursos e algumas elegias. Rio de Janeiro: Apec, 1968; 3a. ed.: 1968; prefácio de Gilberto Paim: p. 11-31.

1969:
Temas e sistemas. Rio de Janeiro: Apec, s.d. [1969]; coletânea de artigos publicados em jornais brasileiros entre 1968 e 1969, sendo o primeiro em 7/10/1968 e o último em 29/07/1069, entre eles uma série de três sobre “A América Latina Revisitada” (nos dias 29/04, 6/05 e 14/05/1969), que constituem, na verdade, tradução de discurso proferido no Harvard Business School Club of New York, em 15 de abril de 1969.

1972:
“A Teoria do Colapso”, in: Ensaios Econômicos: homenagem a Octavio Gouvêa de Bulhões. Rio de Janeiro: Apec, 1972, p. 93-111; Roberto Campos foi o presidente do comitê organizador das homenagens a OGB.

1973:
O Brasil e o mundo em transformação; exposição no quadro do “Seminário sobre problemas brasileiros”, promovido pelo Congresso Nacional. [Brasília:] Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessoria do Congresso, setembro de 1973.

 1974:
A Nova Economia Brasileira, com Mário Henrique Simonsen. 2a. ed.; Rio de Janeiro: José Olympio, 1974; coleção de estudos e ensaios sobre a economia brasileira.

1975:
Formas Criativas no Desenvolvimento Brasileiro, com Mário Henrique Simonsen. Rio de Janeiro: Apec, 1975.
“Um repertório de crises”, discurso pronunciado na convenção anual do Institute of Directors, Royal Albert Hall, Londres (6/11/1975); incorporado ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 285-299.

1976:
O mundo que vejo e não desejo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.
“A arte da economia”, palestra na BBC, Londres, em 23/07/1976; incorporado ao livro Além do cotidiano. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Record, 1985, p. 133-39. 

1977:
“A nova ordem econômica internacional: aspirações e realidade”, conferência proferida no Massachusetts Institute of Technology, Boston, 4/04/1977; incorporado ao livro Além do cotidiano. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Record, 1985, p. 31-51. 

1979:
“Sobre o conceito de dependência”, artigo redigido em Londres (15/02/1979); incorporado ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 201-203.
“O refluxo da onda”, artigo redigido em Londres (2/05/1979); incorporado ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record,1987, p. 309-313.
“Os novos espectros”, artigo redigido em Londres (24/05/1979); incorporado ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 129-131.
“O profeta sem cólera” (sobre os 93 anos de Eugênio Gudin); artigo redigido em Londres (25/07/1979); incorporado ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record,1987, p. 362-64.
“Notas para agenda”, In: Encontros Internacionais da UnB. Alternativas políticas, econômicas e sociais até o final do século. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980, p. 3-12; incorporado como “Notas para uma Agenda de Fim de Século”, ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record,1987, p. 142-49.
“Aprendendo por fadiga”, Londres, 18/10/1979; incorporado ao livro Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 150-57.

1980:
“O ‘Ópio dos Intelectuais’: um tratado contra o fanatismo”, apresentação à tradução do livro de Raymond Aron, O Ópio dos Intelectuais. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980, p. 1-8; também incorporado ao livro Ensaios Imprudentes. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 132-141.

1981:
“Antevisão e realidades do socialismo francês, I: Perspectivas do socialismo francês”, In: Além do cotidiano. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Record, 1985, p. 84-94.
“Antevisão e realidades do socialismo francês, II: O socialismo europeu revisitado”, In: Além do cotidiano. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Record, 1985, p. 95-98.

1985:
Além do cotidiano. 2a. ed.; Rio de Janeiro: Record, 1985; artigos e discursos dos anos 1970 ao início dos 80. 

1987:
Ensaios imprudentes. Rio de Janeiro: Record, 1987; ensaios, artigos e discursos, do final dos anos 1960 aos 80.

1988:
Guia para os perplexos. Rio de Janeiro: Nórdica, 1988; ensaios, artigos e discursos, do final dos anos 1980.

1990:
O século esquisito: ensaios. Editora Topbooks, 1990; prefácio de Antonio Olinto, p. 11-14; artigos publicados entre julho de 1988 e setembro de 1990.

1991:
Reflexões do crepúsculo: ensaios. Rio de Janeiro: Topbooks, 1991; prefácio de Josué Montello, p. 11-13; artigos e discursos dos anos 1990 e 1991.

1992:
Depoimentos dados ao Cpdoc, em 1992-93; o Acervo do Cpdoc consigna mais de 4.500 documentos (manuscritos, entrevistas, audiovisuais, artigos diversos) sob o nome Roberto Campos, com acesso no link: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo.

1994:
A lanterna na popa: memórias. Rio de Janeiro: Topbooks, 1994; 4a. ed., revista; Rio de Janeiro: Topbooks, 2001, 2 vols.

1996:
Antologia do bom senso: ensaios. Rio de Janeiro: Topbooks, Bolsa de Mercadorias e Futuros, 1996; prefácio de Manoel Francisco Pires da Costa, presidente da Bolsa de Mercadorias e Futuros; artigos dos anos 1990 a 1995.

1997:
Discurso de posse na Academia Brasileira de Filosofia (24/03/1997); inserido na 4a. edição de A Lanterna na Popa. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001, p. 1421-25;
“Na curva dos oitenta”; discurso por ocasião do jantar de comemoração dos seus 80 anos (Rio de Janeiro, Copacabana Palace; 17/04/1997); inserido na 4a. edição de A Lanterna na Popa. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001, p. 1426-31.

1998:
Na virada do milênio: ensaios. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998; prefácio de Gilberto Paim, p. 13-17.; artigos dos anos 1995 a 1998.

1999:
Discurso de despedida na Câmara dos Deputados (28/01/1999); inserido na 4a. edição de A Lanterna na Popa. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001, p. 1432-41;
Discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (26/10/1999); inserido na 4a. edição de A Lanterna na Popa. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001, p. 1442-60 disponível igualmente no site da ABL, com a saudação inicial do confrade Antonio Olinto (link: http://www.academia.org.br/academicos/roberto-campos/discurso-de-posse).
  
2001:
A lanterna na popa: memórias. 4a. ed., revista; Rio de Janeiro: Topbooks, 2001, 2 vols.; incorporando um apêndice suplementar, contendo: (a) o discurso de posse na Academia Brasileira de Filosofia (24/03/1997), p. 1421-25; (b) o discurso por ocasião do jantar de comemoração dos seus 80 anos (Rio de Janeiro, Copacabana Palace; 17/04/1997), p. 1426-31; (c) o discurso de despedida na Câmara dos Deputados (28/01/1999), p. 1432-41; (d) o discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (26/10/1999), p. 1442-60; disponível igualmente no site da ABL, com a saudação inicial do confrade Antonio Olinto (link: http://www.academia.org.br/academicos/roberto-campos/discurso-de-posse).

2002:
Orelhas no livro de José Osvaldo de Meira Penna. Da Moral em Economia; Rio de Janeiro: UniverCidade, 2002.
“Depoimentos sobre Mario Henrique Simonsen”, depoimentos dados ao Cpdoc, em 1992-93, coletados seletivamente no livro organizado por Alberti, Verena; Sarmento; Carlos Eduardo; Rocha, Dora (orgs.). Mario Henrique Simonsen: um homem e seu tempo. Rio de Janeiro: FGV, 2002, passim.


Vídeos:

Sessão solene do Senado Federal em homenagem a Roberto Campos, 17/04/2017

Tribunal do Povo: Luis Carlos Prestes x Roberto Campos (1985);

Roda Viva; Roberto Campos (1991);

Conexão Roberto D’Ávila: Roberto Campos: (1997);

Roda Viva: Roberto Campos (4 de maio de 1997);

TV Senado: Grandes personalidades:

100 anos de Roberto Campos: O Antagonista; 17/04/2017

O Centenário de Roberto Campos: José Nivaldo Cordeiro, 17/04/2017

Os cem anos de Roberto Campos e a falta que ele faz: Robinson Casal, 17/04/2017


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21 de abril de 2017

Roberto Campos: Repetindo o obvio (9/01/2000)

Repetindo o óbvio (09/01/2000)

126417*Roberto de Oliveira Campos
 

Aceito o risco de parecer repetitivo. Diante das grandes questões que preocupam mais no nosso país, a originalidade do articulista fica em segundo lugar. Estamos atravessando dias pesados, um ambiente de insatisfações e sombras. Os mais jovens sentem-se angustiados diante das incertezas do futuro, da ameaça de desemprego, de falta de horizontes. Os mais velhos tentam lembrar-se daqueles períodos em que o Brasil não atravessava um estado de crise permanente. Salvo alguns breves anos do começo do Plano Real, parte da Era Kubitschek e o otimismo do "milagre econômico" do fim dos anos 60 - que, no entanto, foi tisnado pela situação política de exceção -, todo o resto de nossa História contemporânea é um confuso mosaico de problemas e condições institucionais instáveis.

Não chegamos felizmente ao extremo dos gulags, campos de extermínio, "limpezas étnicas" e coisas que tais. Nossos chamados "anos de chumbo", comparados às experiências de outras nações (e certamente aos "anos de aço" dos regimes comunistas), pareceriam antes de papel de cigarro metalizado. Se afundamos numa situação crítica injustificável, é por nossa própria culpa, por falta coletiva de bom senso e de responsabilidade.

O público exprime sua perplexidade naquela conhecida anedota de como Deus, tendo presenteado nossa geografia com uma abundância de vantagens materiais, colocou no Brasil, como contrapeso, um "povinho ruim". Essa autodepreciação está errada. O trabalhador brasileiro, ainda que subinstruído, é diligente e flexível, como as empresas estrangeiras são as primeiras a reconhecer. Os engenheiros e gerentes especializados têm em alguns casos nível bastante alto. Somos a oitava economia do mundo e temos conseguido adaptar-nos a mudanças tecnológicas complexas. Falta-nos reduzir os excessivos contrastes em matéria de educação, informação e saúde - demanda social justa, mas não um impedimento real ao nosso desenvolvimento tecnológico ou industrial.

A verdade é que nosso grave subdesenvolvimento não é só econômico ou tecnológico. É político. Somos um gigante preso por caguinchas dentro de estruturas disfuncionais. A máquina político-administrativa que rege hoje nossos destinos é uma fábrica de absurdas distorções cumulativas. O regime presidencialista e o voto puramente proporcional, cada um dos quais, já de si, dificilmente funcionam bem, transformam-se, quando combinados, numa crise quase ininterrupta. O presidencialismo americano, que nos serviu de modelo, é conjugado ao voto distrital, e a federação é autêntica, porque foram os Estados que a criaram, enquanto que no Brasil estes resultaram do desfazimento do império unitário.

Não é que os políticos só pensem em si ou sejam "corruptos" de nascença. Essa é uma visão popular deformada. A maioria é dedicada e séria. Mas o deputado, o senador, o prefeito, o governador e, obviamente, o presidente têm de ser eleitos, ponto de partida do qual não há escapatória. Nas eleições proporcionais de hoje, os deputados são obrigados a catar votos por todo o Estado, garimpando aqui e ali - um processo caro e tremendamente incerto, porque eleitor em geral não sabe como discriminar entre dezenas de representantes eleitos. Como é que o eleitor médio vai se lembrar de quem propôs medidas ou leis, para poder avaliar quem merece o seu voto? Um americano ou um inglês pode falar no "seu" deputado: sabe exatamente quem ele elegeu e tem como cobrar respostas ao representante do "seu" distrito. O alemão, com um sistema misto, tem o "seu" deputado distrital e também o da lista do seu partido. E, como o regime é parlamentarista, pode cobrar de ambos.

No Brasil, cobrar o quê? De quem? Mal acaba de ser eleito por um partido, o deputado ou senador se sente à vontade para mudar de partido. Não existe sanção. A eleição presidencial então é sempre um trauma violento, agravado pela percepção de que o vencedor passará a controlar a máquina pública, os mecanismos de dar ou negar favores. Gerir a coisa pública é, entre nós, um contínuo varejo. Dá para estranhar que, desde o início da República, raros tenham sido os governos que não se envolveram em conflitos com o Congresso, com riscos de descontinuidade institucional? Contra um sistema tão ruim, tanto faz se os políticos são santos ou bandidos. Num ônibus sem freios, o perigo de desastre é o mesmo para todos. Há perto de três séculos e meio, Colbert, o famoso ministro protecionista da França monárquica, assim se lamentava na Carta de Luís XIV aos funcionários e ao povo de Marselha (26 de agosto de 1764):

"Como desde a morte de Henrique IV temos tido só exemplos de carências e necessidades, precisamos determinar como aconteceu que, durante tão longo tempo, não tenhamos tido, se não abundância, pelo menos uma renda toleravelmente satisfatória..." Colbert põe a culpa no sistema fiscal e afirma que piores do que os muitos corruptos foram aqueles altos funcionários "cuja incompetência prejudicou mais o Estado e o povo do que os roubos pessoais". Entre os vícios da burocracia fiscal da época, Colbert lista os seguintes: "Consumir com despesas correntes as receitas ordinárias e extraordinárias dos dois próximos anos..." e "negligenciar as receitas gerais ordinárias afazendadas, dedicando-se ativamente à busca de fontes de renda extraordinárias..."

Colbert se revelou um reformista e desenvolvimentista avant la lettre. Mas a França já estava politicamente entalada, e ele não conseguiu realizar sua "reforma fiscal". O mundo está cansado de esperar pelas "reformas" brasileiras. E de ouvir lamentações sobre a nossa pobreza. Há muito, exceto em regiões desérticas da África ou gravemente sobrepovoadas da Ásia, a pobreza deixou de ser uma fatalidade. É um acidente histórico de povos que preferem externalizar a culpa em vez de fabricar seu próprio destino.