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domingo, 14 de dezembro de 2025

Um prefácio meu sobre um livro de Dennys Xavier apresentando a obra de Thomas Sowell (2020) - Paulo Roberto de Almeida

Reproduzo novamente uma postagem minha de 2020, quando foi publicado o livro de Dennys Xavier sobre Thomas Sowell 

quarta-feira, 4 de março de 2020

Breves Lições com Dennys Xavier: Thomas Sowell (LVM)


Hoje tive o prazer de receber não um, o mais recente, mas QUATRO livros editados pela LVM, todos eles sob o emblema unificado de "Breves Lições", ensaios organizados pelo professor Dennys Garcia Xavier em torno da vida e da obra de quatro grandes economistas liberais: Friedrich Hayek (também um filósofo), Hans Hoppe (igualmente filósofo e sociólogo), Ayn Rand (mais uma romancista e filósofa do que propriamente economista) e, sobretudo, Thomas Sowell, um livro que tive a honra e o privilégio de prefaciar.

Thomas Sowell é, possivelmente, um dos maiores economistas americanos vivos, e já
deveria ter recebido o Prêmio Nobel, não tanto por suas elaborações "matemáticas", mas sobretudo pelo seu imenso trabalho de "educação popular" nas mais variadas vertentes da economia, não só relativas a problemas tipicamente americanas, como o racismo, por exemplo, mas sobretudo pelo trabalho enciclopédico que ele desenvolve em escala universal, de "pedagogia econômica" num terreno que os franceses chamariam de haute vulgarisation, ou seja, traduzir fenômenos complexos em linguagem acessível ao leigo, ao leitor não especializado. Tenho vários livros dele, sobretudo o Thomas Sowell Reader, que é um compêndio de seus mais importantes ensaios e artigos de opinião, todos eles rigorosamente embasados num enorme conhecimento da história do mundo, em todas as épocas.

Dennys Xavier conduziu um trabalho primoroso de coordenação de ensaios sobre os grandes pensadores da liberdade em seus quatro livros até agora produzidos sobre esses gigantes da filosofia social de cunho liberal, até libertário.

Meu prefácio ao livro de Thomas Sowell começa por uma confissão: demorei muito tempo a descobri-lo, mas também quando o fiz, comecei a comprar os seus livros sequencialmente.

“Thomas Sowell: um intelectual completo”; Brasília, 12 julho 2019, 9 p. Prefácio a livro organizado por Dennys Garcia Xavier com contribuições de estudos sobre o grande economista americano por estudiosos do Brasil. Publicado no livro intitulado Thomas Sowell e a aniquilação de falácias ideológicas: Breves Lições, com organização de Dennys Xavier (São Paulo: LVM, 2019, 312 p.; ISBN: 978-6550520168).

Nele eu digo basicamente o seguinte: 


"Um dos livros de Sowell que mais aprecio, porque talvez também combine com meu espírito contrarianista, é o seu famoso Economic Facts and Fallacies (2008), na verdade um tipo de abordagem que ele seguiu, invariavelmente, em muitos dos seus demais livros, em especial aqueles voltados a desmentir políticas distributivistas, ações afirmativas, supostos efeitos do racismo ou das disparidades sociais, demonstrando aos incautos, com base em certezas acachapantes, como nosso julgamento superficial sobre a aparente “racionalidade” de certas opções políticas não fazem nenhum sentido do ponto de vista da eficiência ou da consistência econômica. O frontispício dessa obra, uma citação de John Adams, deixa transparecer sua atitude básica em face de opiniões subjetivas ou de percepções de senso comum: 
Fatos são coisas teimosas; e quaisquer que sejam nossos desejos, nossas preferências, ou os ditados de nossas paixões, eles não podem alterar o estado dos fatos e das evidências.


Paradoxalmente, ele trata os principais postulados econômicos como evidências de alcance geral, tal como revelado no título de seus livros mais conhecidos, e mais usados como text-booksBasic Economics: A Citizen's Guide to the Economy (2000) e Basic Economics: A Common Sense Guide to the Economy (3ª. edição, 2007). Em consonância com essa atitude inerente à sua metodologia, ele nunca hesitou em marchar contra a corrente, seja nas questões raciais – um tema especialmente delicado num país com remorso de seu apartheid passado, talvez nunca terminado, e que empreendeu uma cruzada nas ações “afirmativas” –, seja nos problemas de desigualdades de renda dentro e entre os países. Ele não apenas toma posição contra essas verdades de senso comum, que nada mais são do que pensamento politicamente correto envelopado em belas frases progressistas, como demonstra, com apoio em estudos empiricamente embasados, como a visão dos bem pensantes e das almas caridosas não passam no teste da realidade prática ou da eficiência econômica. Nisso ele se aproxima de um outro intelectual que também nadou contra a corrente durante a maior parte da sua vida: o francês Raymond Aron, tão denegrido em sua terra natal quanto, entre nós, Roberto Campos ou Eugênio Gudin, dois liberais clamando no deserto. 
O debate econômico nos Estados Unidos – em grande medida graças aos grandes bastiões do liberalismo clássico que são os think tanks da linha hayekiana ou miseniana, e escolas de pensamento econômico como Chicago – nunca foi tão dominado pela vertente social-democrática quanto o foi na Europa continental, em especial na França e nos países latinos. Na França, por sinal, durante muito tempo se repetiu que era “melhor estar errado com Jean-Paul Sartre do que ter razão com Raymond Aron”, mas é também verdade que a praga do politicamente correto teve início nas universidades americanas para depois se espalhar como erva daninha por instituições congêneres de quase todos os países do mundo. Na América Latina, a chegada da praga foi mais delongada, pois o desenvolvimentismo estava na linha de frente do debate público, sujeito às controvérsias conhecidas e que foi abordado em várias das obras tipicamente econômicas de Sowell: como seria de se esperar ele recusa as teorias vulgares da dependência e da exploração como causas do atraso.
A maior parte das falácias econômicas é partilhada por pessoas não formalmente instruídas na teoria ou na história econômica. Mas mesmo economistas podem ser levados a defender algumas falácias simplesmente por ignorar certos fatos econômicos – a verdadeira obsessão de Sowell com a fundamentação empírica de todas as suas demonstrações – ou por operar um corte seletivo na realidade econômica, sem observar uma metodologia rigorosa que os teria levado a outras “descobertas” ou argumentos. No caso da América Latina, por exemplo, não só a opinião pública educada (entre elas políticos e acadêmicos), mas também economistas se deixaram seduzir pela “teoria”, aparentemente “comprovada pela evidência histórica”, da “deterioração dos termos do intercâmbio”, ou seja, a baixa relativa e contínua dos preços das matérias primas comparativamente ao valor dos produtos industrializados. O confronto tendências opostas entre preços de commodities e de manufaturas alimentou vários programas de industrialização substitutiva, com todas as consequências criadas pelo excesso de protecionismo e de dirigismo estatal nas décadas seguintes à disseminação dessa “teoria” a partir de suas fontes cepaliana e prebischianas. A França, por sua vez, é um dos poucos países do Ocidente avançado onde livros de economistas recomendando a adoção explícita e aberta do protecionismo recebem certa adesão entre colegas."

Eu recomendaria a todos os meus leitores que adquirissem não só o Thomas Sowell, mas os três outros: Hayek, Rand, Hoppe, pois os ensaios neles contidos – dezenas de brilhantes textos de intelectuais brasileiros – equivalem a uma grande aula de economia.

 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

O milagre alemão e como ele funcionou: Barry Eichengreen, Carl-Ludwig Holtfrerich, Tobias Straumann (livros)

 Barry Eichengreen’s Perspective

The German Economic Miracle, Then and Now
By Barry Eichengreen
Why did Germany, defeated in both World War I and WWII, recover so strongly after the latter, but not after the former? Two recent books suggest that conventional accounts of the Wirtschaftswunder – West Germany’s miraculous economic ascent after WWII – get it wrong.

Edward A. Tenenbaum and the Deutschmark:
How an American Jew Became the Father of Germany’s Postwar Economic Revival
By Carl-Ludwig Holtfrerich

Eichengreen says: According to Holtfrerich, the subject of this biography, Edward Tenenbaum, was the “real author” of the West German currency reform of 1948, with which Ludwig Erhard is often credited.s freedom.”


Out of Hitler’s Shadow: Debt, Guilt, and the German Economic Miracle
By Tobias Straumann

Eichengreen says: In this political narrative, Straumann argues that Germany’s postwar economic recovery was “far from secure following the reforms of 1948.”

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Livros História Diplomática: Visconde do Uruguai e o Direito das Gentes na América, 1849-1865 - Pedro Gustavo Aubert

Fazermo-nos fortes, importantes e conhecidos: o Visconde do Uruguai e o direito das gentes na América: 1849-1865

Descrição:

Paulino José Soares de Souza, Visconde do Uruguai, atuou fortemente no âmbito da política externa do Brasil Império no período compreendido entre 1849 e 1865. Apesar de já ter ocupado o Ministério dos Negócios Estrangeiros entre 1843 e 1844, é somente a partir de sua segunda gestão à frente da referida pasta que se pode vislumbrar a adoção de uma política exterior mais ativa. Grande parte da historiografia considera o ano de 1849 como um ponto de inflexão na política exterior do Império, que, se até então lidava com questões pontuais, passou a ter uma atuação mais ampla. Saindo do ministério em 1853, não deixou de ser figura central na área, sendo membro atuante da Seção de Justiça e Negócios Estrangeiros do Conselho de Estado, além do papel que cumpriu nas discussões acerca da abertura do rio Amazonas à navegação estrangeira. Ainda que a historiografia já tenha se dedicado a analisar as questões externas do governo imperial (mas dando preferência a tratamentos pontuais), e também a própria atuação política de Paulino de Souza, nenhum trabalho se debruçou especificamente sobre as concepções de política externa do futuro visconde, e tampouco sua importância singular para essa reconfiguração da atuação brasileira frente às nações estrangeiras, e que marcaram os rumos da política externa

nas décadas subsequentes (e nas quais se envolveu diretamente até 1865).


Detalhes
Autor(a)Pedro Gustavo Aubert
EditoraFUNAG - Fundação Alexandre de Gusmão
AssuntoHistória – América, 1849-1865 | História política - Brasil - Século XIX | Paulino José Soares de Souza | Uruguai | Visconde de, 1807-1866
Ano2024

Edição1ª edição

Nº páginas340

IdiomaPortuguês
ISBN978-65-5209-070-6

 

Pedro Gustavo Aubert, nascido em São Paulo, em 15 de maio de 1984, é doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (2017), mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (2011) e graduado em Ciências Sociais Bacharelado (2007) e Licenciatura (2011) pela Universidade de São Paulo. Integra o Grupo de Trabalho de História e Relações Internacionais da Associação Nacional de História – Seção São Paulo (ANPUH-SP), do qual foi coordenador entre 2020 e 2024. Pesquisador do Laboratório de História da Política Internacional Sul-Americana, sediado no Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (INEST-UFF). Atuou como professor substituto na UNESP de Franca em 2022. Atualmente, integra o quadro docente da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Pardo. É coautor do livro Hungria 1956: e o muro começa a cair (2006), organizado por Ladislao Pedro Szabo em parceria com Ângelo Segrillo

e Maria Aparecida de Aquino.

domingo, 15 de junho de 2025

Livros de Paulo Roberto de Almeida nas duas Amazons

Livros de Paulo Roberto de Almeida nas duas Amazons

Com exceção de alguns poucos homônimos – faltando a particula aristocrática "de", ou com algum sobrenome adicional –, a Amazon.com e a Amazon.com.br listam a quase totalidade de meus livros publicados, incluindo alguns desaparecidos, out of print, em sebos, digitais etc. Não contei quantos são, pois tem várias repetições, mas vou tomar essa listagem como base para uma nova relação dos disponíveis, agregando alguns links próprios em minhas plataformas de interação acadêmica:




Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas da era contemporânea (2023)







Oliveira Lima: um historiador das Américas (2017, com André Heráclio do Rêgo)

















quinta-feira, 29 de agosto de 2024

O menino e os livros: da importância das bibliotecas

O menino e os livros

 

Quando entrei pela primeira vez numa biblioteca fiquei enfeitiçado e nunca mais consegui sair do seu labirinto. Eu era menino, acomodado no meu silente e tenro mundo...

Eu era inocente, disputado pelos volumes alinhados ao meu redor.

Sobre o teto da minha pequena estufa abriu-se uma chaminé por onde sussurraram, a um só tempo, os mundos por descobrir acenados pelas capas e páginas coloridas. E eu embarquei sem mesmo fazer minhas malas. De enseada em enseada, em cabotagem interior, minha pequena embarcação ancorou perante grandes obras e me trouxe os amigos e mestres que me entenderiam. Advertido por Ícaro, nunca me lancei ao vôo; avisado por Teseu, aprendi a desenrolar um fio sem entrelaçar-me nele...

(...)

Hoje vou ocasionalmente à janela da biblioteca para respirar o ar que vem de fora e observar a vida em movimento. Passei a me interessar pelas personagens vivas, pelas cidades, pelo riso. Os que me acenam de fora já me vêem um homem feito, embarcação estável e segura a simplesmente cortar os oceanos em silêncio solitário.

Mas não consigo ir-me completamente, mesmo terminado o expediente: a primeira cadeira onde sentei, o primeiro abraço dos volumes, a primeira sensação de um chamado me envolvem, até hoje, em acolhimento que busco espraiar.

 

8 novembro 2004

 


segunda-feira, 15 de julho de 2024

Bertrand Russell, o mais importante pacifista e humanista do século XX: livros Por que os homens vão à guerra, Por que não sou cristão

Por que os homens vão à guerra, por Bertrand Russell

Bertrand Arthur William Russell (1872-1970) foi um dos mais importantes filósofos do Reino Unido

Bertrand Russell, Por que os homens vão à guerra, publicada pela Editora Unesp em 2014.

O livro contitui potente reflexão sobre os elementos que levam o homem a estados de beligerância e os níveis em que isso poderia ou deveria ser evitado, contribuindo decisivamente para a fama de Russell como crítico social e pacifista. “O princípio supremo, tanto na política quanto na vida privada, deveria ser o de promover tudo o que for criativo e, assim, diminuir os impulsos e desejos que giram em torno da posse.”

Russell discute ideias como educação, expansão dos direitos femininos e defesa do divórcio livre. Para ele, se os indivíduos fossem capazes de viver apaixonadamente, talvez pudessem conter os desejos de guerra e matança. A razão ou a repressão excessiva levaria os homens a viver de modo não natural e aumentaria ainda mais o conflito entre eles. 

As investigações do autor geraram inúmeros livros em diversas áreas que lhe renderam vários prêmios, com destaque para o Prêmio Nobel de Literatura, em 1950, "em reconhecimento dos seus variados e significativos escritos, nos quais ele lutou por ideais humanitários e pela liberdade do pensamento". Russell faleceu em 2 de fevereiro de 1970, aos 97 anos.  

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POR QUE NÃO SOU CRISTÃO

Bertrand Russell

 

 PRÊMIO NOBEL 1950

"O mais poderoso e espirituoso infiel desde Voltaire, que aguça a compreensão dos humanos tanto sobre a crença quanto sobre a descrença." (The Spectador)

Por que não sou cristão é um livro que coloca ao leitor questões que nunca mais poderão ser ignoradas. E que é considerado um dos mais blasfemos documentos filosóficos jamais escritos. Se a religião fornece respostas às perguntas que sempre atormentaram a humanidade – por que estamos aqui, qual a razão da vida, como devemos nos comportar –, Russell dissipa esse conforto, deixando-nos com alternativas mais perturbadoras: responsabilidade, autonomia e consciência do que fazemos.

Normalmente citado junto ao Cândido de Voltaire, à Idade da Razão, de Thomas Paine, A ultima tentação de Cristo, de Martin Scorsese, e A vida de Brian, do Monty Python, Por que não sou cristão, apesar do tom bem-humorado, coloca ao leitor questões que nunca mais poderão ser ignoradas.

POR QUE NÃO SOU CRISTÃO

Coleção L&PM E-books


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...