O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador ditadura abjeta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ditadura abjeta. Mostrar todas as postagens

domingo, 19 de janeiro de 2014

Cuba: uma ditadura decrepita e seus apoiadores externos - editorial Estadao

Os companheiros estão contentes com seu apoio ao processo de reformas em Cuba, que como mostra este editorial, é uma farsa. Enfim, condiz com tudo o que fazem os apoiadores.
Paulo Roberto de Almeida

A farsa da abertura em Cuba

19 de janeiro de 2014 | 2h 09

Editorial O Estado de S.Paulo
Na palavra dos gerontocratas de Cuba, acredita quem quer. A expectativa dos incautos de que a "abertura econômica" promovida por Raúl Castro pudesse sinalizar uma mudança mais ampla na ilha - digamos, ao estilo chinês - não resiste aos fatos. O último golpe de propaganda do regime foi o anúncio do fim das restrições à venda de carros. Como Cuba, além das praias, dos charutos e da ditadura, é conhecida por seus imensos carros americanos dos anos 50 - os últimos que puderam entrar no país antes da revolução de 1959 -, a medida soou como um avanço e tanto. Na prática, tudo não passou de mais um escárnio da ditadura cubana.
Quem foi a alguma das lojas de carros autorizadas pelo Estado, na esperança de, enfim, conseguir trocar seu decrépito Buick por um automóvel mais moderno, deparou-se com preços sem paralelo em nenhum lugar do mundo. Um Peugeot 508, modelo 2013, custava nada menos que US$ 262 mil - seu equivalente em lojas capitalistas não passa de US$ 30 mil. A média salarial em Cuba é de US$ 20. Logo, a venda de carros pode até estar autorizada, mas não haverá ninguém em Cuba rico ou louco o bastante para comprá-los. "O que eles pensam que estão vendendo? Aviões?", disse à revista The Economist um dos frustrados clientes. "Eles não querem vender nenhum carro. É tudo um show", reclamou outro.
A Economist especula que, na verdade, a autorização para a venda de carros é apenas uma forma de acabar com o mercado paralelo de licenças para compra de automóveis novos. Essas licenças eram concedidas pelo governo como prêmio a esportistas, artistas e destacados militantes do Partido Comunista Cubano (PCC). Em vez de comprar o carro, porém, o laureado passava adiante a preciosa autorização, faturando cerca de US$ 12 mil, segundo a última cotação. Como agora, em tese, todos podem comprar um carro, a licença não vale mais nada.
Seja como for, está claro que a economia de Cuba não passa por nenhum processo de liberalização, nem mesmo simbólica. E o discurso de Raúl Castro no 55.º aniversário da revolução, em 1.º de janeiro passado, deixou claro que a intenção é, ao contrário, reforçar os controles estatais.
Ele não fez menção senão marginal aos ajustes do modelo econômico anunciados no 6.º Congresso do PCC, em 2011, e rechaçou "tentativas de introduzir sutilmente plataformas de pensamento neoliberal e de restauração do capitalismo neocolonial" em Cuba. Em lugar disso, cobrou a adesão incondicional aos compromissos ideológicos assumidos no 6.º Congresso, a respeito dos quais, disse ele, "não se avançou o necessário". Deve-se esperar, portanto, uma radicalização ainda mais acentuada do comunismo na ilha, a despeito do fato, notório, de que foi essa radicalização que condenou Cuba à paralisia econômica depois que a fonte soviética secou.
Mas o instinto de sobrevivência dos Castros manda que Cuba alivie um pouco a carga do depauperado Estado - e essa é a razão pela qual Raúl permitiu que os cubanos abrissem pequenos negócios e pudessem vender seus imóveis, pois dessa maneira deixarão de ser funcionários públicos, que são mais de 90% da força de trabalho no país.
Também é o que explica a aposta na chamada Zona Especial de Desenvolvimento, na qual, tal como em seu similar chinês, são permitidas experiências de perfil capitalista. Nas palavras do Granma, "nessa zona serão colocadas em prática políticas especiais, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico sustentável, estimulando o investimento estrangeiro e nacional, a inovação tecnológica e a concentração industrial". Essa zona engloba o Porto de Mariel - cuja construção, feita pela Odebrecht, contou com mais de US$ 600 milhões de crédito do BNDES. Como se nota, trata-se de uma boa oportunidade de negócios, tanto para investidores externos - o Brasil, em particular - quanto para a nomenklatura comunista cubana.
Já os cubanos comuns, sem condições de investir em nada que não seja a sua sobrevivência cotidiana, terão de continuar a se contentar com seus carros velhos e com os favores do Estado.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Internet socialista em Cuba, mas a um custo de capitalismo de luxo...


Una hora de Internet en Cuba: 4,5 dólares

Una hora de navegación internacional por Internet: 4,5 pesos cubanos convertibles (4,5 dólares estadounidenses). Una hora de navegación nacional por Internet, con activación de correo electrónico internacional: 1,5 pesos convertibles. Una hora de navegación nacional: 0,60 pesos convertibles. Estas son las tarifas que cobrarán los 118 nuevos centros de conexión estatales que comenzarán a operar en Cuba el próximo 4 de junio, como parte del plan de ampliación del acceso público a Internet anunciado este martes por el Gobierno de Raúl Castro. Así, con un mes completo de salario, un cubano promedio podrá comprar cuatro horas y media de conexión a la Red.
(...)
La noticia de la ampliación del acceso público al ciberespacio fue recibida con reservas por los ciberactivistas cubanos, que han hecho de las redes sociales su tribuna. “Ahora, con 1/3 del salario mensual, compramos 1 hora de mala #Internet”, escribió este 28 de mayo el bloguero Henry Constantin a través de su cuenta de Twitter @constantincuba. En Cuba, el salario promedio de un ciudadano no supera los 20 dólares y con estas tarifas, un mes de sueldo alcanza para comprar cuatro horas y media de Internet. “¿Si pudiera guardar estos kilobytes? ¿Si pudiera llevarme en un bolsillo un trozo del ciberespacio? :-0”, fue el mensaje de la bloguera Yoani Sánchez, quien este miércoles volará de regreso a La Habana luego una gira de 80 días por América y Europa, a propósito de los costos y las restricciones que prevé la ampliación del servicio.
El acceso a la Red desde hogares, teléfonos móviles o computadores portátiles aún no será posible, aunque está en los planes de futuro, según el Gobierno. “Está previsto que los cubanos puedan tener conexión en sus casas, pero la prioridad inicial, en las actuales circunstancias, la tendrán los puntos de acceso colectivos, para lograr con menos inversiones llegar a un mayor número de personas”, ha dicho el viceministro de Comunicaciones de Cuba, Wilfredo González, en una entrevista publicada este miércoles por el diario oficial Granma. Según González, las únicas limitaciones al uso privado de internet en Cuba responden a razones “tecnológicas y financieras”.
Lo que hay, aseguran las autoridades cubanas, es solo posible gracias a la puesta en funcionamiento, el 24 de enero pasado, del cable submarino de fibra óptica que conecta a Cuba con Venezuela y Jamaica. El tendido del cable, de unos 1.600 kilómetros de largo, tuvo un costo de 70 millones de dólares y culminó en febrero de 2011. En agosto de 2012 comenzó a emplearse en forma experimental para llamadas telefónicas y conexiones de Internet, de acuerdo a la información ofrecida por Etecsa. Las autoridades cubanas nunca dieron explicaciones sobre la demora en el inicio de operaciones, pero sí advirtieron: “Cuando concluya el proceso de pruebas, la puesta en operación del cable submarino no significará que automáticamente se multipliquen las posibilidades de acceso (a Internet en Cuba)”.
El Gobierno cubano ha atribuido las limitaciones de conectividad de la isla al embargo económico que mantiene Estados Unidos en su contra desde la década de los sesenta. Hasta ahora, además de los centros de conexión habilitados en hoteles y oficinas de correos, solo había acceso a la red desde las escuelas y los institutos científicos, y apenas algunos profesionales autorizados por el Gobierno –médicos, periodistas, entre ellos– gozan del privilegio de navegar desde sus casas; en el caso de los médicos, con limitaciones de acceso. Así, por ejemplo, de acuerdo a cifras oficiales, unos 68.000 especialistas de la salud pueden consultar desde sus hogares la intranet pública de salud de Cuba a Infomed. Lo que indican estudios independientes es que Cuba se sitúa en el último puesto de América Latina, con una tasa de 3% de conectividad a la red internacional.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ascensao do sovietismo, pela forca - Anne Applebaum

Dessa autora, eu já li sua monumental história do "Gulag", que recomendo, para aqueles que pretendem saber a verdade sobre os milhões de mortos ou escravizados sob o regime soviético.
Agora ela comparece com um outro livro sobre a extensão do gulag, misturado com gulash, servido uniformemente a milhões de cidadãos da Europa central e oriental obrigados a se submeter aos tacões do Exército Vermelho, vigiados pelos diversos serviços de espionagem da mais formidável máquina totalitária que já existiu em todos os séculos de história "civilizada" (em termos, já que durante nove décimos dessa história a humanidade conviveu com a escravidão, e no último a escravidão respondeu pelo nome de sistema soviético).
Paulo Roberto de Almeida 


Europe after the second world war

The power of red

How the Soviet empire’s ambitions contained the seeds of its own destruction

Iron Curtain: The Crushing of Eastern Europe 1944-1956. By Anne Applebaum. Allen Lane; 614 pages; £25. Doubleday; $35. Buy from Amazon.com,Amazon.co.uk
IN THE spring of 1945 the Polish city of Lodz was swamped with refugees. Local women organised themselves to help. Opening a shelter at the city railway station, they called themselves the Women’s League. Five years later the league had been transformed. It had a central office in Warsaw, which controlled its regional offices, and its goals were to “raise the level of women’s social consciousness” and to mobilise them “to the most complete realisation of the goals of the Six-Year Plan”. It had become, in other words, the women’s section of the Polish Communist Party. All over central Europe fledgling elements of civil society—clubs, associations, schools and churches—were thus co-opted into new, Soviet-occupied communist states. How did this happen, and why did the Soviet Union’s attempt to impose totalitarianism on its new empire ultimately fail? These are the questions that lie at the core of Anne Applebaum’s illuminating new book.
Though from the outset, central Europeans suffered arbitrary expropriations and arrests, initially the Soviet authorities sought to create the semblance of national independence and political pluralism. Local communist parties ruled in notional coalitions. National symbols were reinstated. In Berlin, the future spymaster Markus Wolf hosted a radio programme entitled “You Ask, We Answer”, which as well as praising Russian communism, answered listeners’ queries on vegetable supplies and the reopening of the Berlin zoo.
The mask dropped with the first post-war elections. These were held, Ms Applebaum stresses, because central Europe’s “little Stalins” sincerely believed they would win. In the event, in Hungary’s national elections of November 1945, the communists took just 17% of the vote, and in January 1947 the Polish Peasants’ Party, led by a former member of General Wladyslaw Sikorksi’s government-in-exile, won a parliamentary election so thoroughly, despite violent intimidation, that the results had brazenly to be falsified. Nowhere were the real victors allowed to take power, and opposition leaders were subsequently arrested or fled into exile.
The solution to this, Moscow believed, was not less communism but more. Central Europeans, like Russians, could be moulded into Homo sovieticus: conformist, optimistic, hard-working and socially conscious. Across the block, schoolchildren, like their Russian counterparts before them, started learning ditties in praise of Stalin. In factories, workers competed to become Stakhanovite “shockworkers”. Writers and artists, lured home by promises of fat commissions and vast print runs, found themselves turning out unreadable novels and Socialist Realist murals.
But Stalinism contained the seeds of its own destruction. In a system that seeks to control everything, Ms Applebaum points out, any sort of spontaneity or individuality, however apolitical, becomes a form of protest. And spontaneity there was. In newly built steel towns, anxious officials reported, workers failed to attend the theatre after work, haunting instead pubs and underground brothels. Young people began sporting drainpipe trousers, ducktail quiffs, kipper ties andmakarturki, named for the style of sunglasses worn by General Douglas MacArthur. In Germany, hundreds of thousands crossed from East to West, despite ever-tightening Soviet border controls. Everywhere, people told bitterly satirical jokes.
The cracks widened dramatically with Stalin’s death in March 1953. Within months, strikes broke out in several German cities, demands for better pay being underlined by attacks on party headquarters and Russian-language bookshops. Walter Ulbricht and his puppet government holed up in the offices of the Soviet ambassador, and Russian tanks, not East German police, fired at the demonstrators. Three years later a second shock (Nikita Khrushchev’s “Secret Speech” to the 20th party congress, denouncing Stalin’s purges and personality cult) sparked the Hungarian uprising. It was crushed, but so too was the totalitarian dream.
Human beings, as Ms Applebaum rousingly concludes, do not acquire “totalitarian personalities” with ease. Even when they seem bewitched by the cult of the leader or of the party, appearances can deceive, she writes. When it seems as if they buy into the most absurd propaganda—marching in parades, chanting slogans, singing that the party is always right—the spell can suddenly, unexpectedly, dramatically be broken.

domingo, 19 de agosto de 2012

Plebiscitando a ditadura: a historia se repete?

Algo quase parecido andou ocorrendo perto daqui, muito perto, cada vez mais perto...

On This Day: August 19

Updated August 18, 2012, 2:28 PM
On Aug. 19, 1934, a plebiscite in Germany approved the vesting of sole executive power in Adolf Hitler as Fuhrer.


Vejamos como foi:


Hitler Endorsed by 9 to 1 in Poll on his Dictatorship, but Opposition Is Doubled



Absolute Power Is Won
38,279,514 Vote Yes, 4,287,808 No on Uniting Offices
871,056 Ballots Spoiled
Negative Count Is Larger in Districts of Business Men and Intellectuals
Hamburg Has 20% Noes
Reich Bishop at Victory Fete Says Hitler's Anti-Semitism Is Fight for Christianity
By FREDERICK T. BIRCHALL
Special Cable to THE NEW YORK TIMES
OTHER HEADLINESSpeaker H.T. Rainey Dies of Pneumonia and Heart Attack: End Comes Unexpectedly: Presiding Officer of the House III at St. Louis Only a Short Time: Had Shown Improvement: Wife Had Left His Hospital Bedside, Believing His Recovery Assured: 74th Anniversary Today: Born on Illinois Farm, Mr. Rainey Served 14 Terms Before Attaining Gavel
Navy Cheers Roosevelt on Visit to Battleships
Cosyns Descends Safely in Balloon: He and van der Eist End Stratosphere Fight in a Field in Yugoslavia: Pond and Sabelli Crash: Not Seriously Hurt as They Hit Mountain in Wales on Rome-Dublin Hop
Business Upswing in Many Nations Shown by Surveys: Foreign Policy Association and Reserve Board Report a Gradual Expansion: Laid to Internal Activity: Decline in Commercial Bank Loans Appears Checked in Some of the Countries
Helen Jacobs Is Victor in Final of U. S. Tennis
Charges Long Aims at a Revolution: Walmsley Says the Senator Told Him He Would Direct a Rebellion in Nation: Congress Coup Planned: New Orleans Moves to Void 'Hitler' Laws as Leaders See a Primary Day Peril
Economic Council Urged by Wallace to Avert Dictator: Secretary Suggests National Body to Coordinate Work of the NRA and AAA: Covering All Interests: Farming, Labor and Finance Would Be Represented, With Government as 'Referee.'
Capone Taken on Barred Cars to Alcatraz With 42 Other Convicts Leaving Atlanta
Japan Will Seize Road, Soviet Fears: Moscow Papers Predict the Forcible Taking of Chinese Eastern Railway: 'Dangerous Result' Seen: Izvestia Says Western World Has Not Been Deceived by Japanese Charges
Irish Blue Shirts Vote to Omit Taxes: Pledge Refusal to Pay Land Annuities While Trade War With Britain Continues: Riots in Dublin Streets: Violence Marks Annual Meeting -- Cork Farmers Fell Trees to Halt Seizures
Berlin, Monday, Aug. 20 -- Eighty-nine and nine-tenths per cent of the German voters endorsed in yesterday's plebiscite Chancellor Hitler's assumption of greater power than has ever been possessed by any other ruler in modern times. Nearly 10 per cent indicated their disapproval. The result was expected.
The German people were asked to vote whether they approved the consolidation of the offices of President and Chancellor in a single Leader-Chancellor personified by Adolf Hitler. By every appeal known to skillful politicians and with every argument to the contrary suppressed, they were asked to make their approval unanimous.
Nevertheless 10 per cent of the voters have admittedly braved possible consequences by answering "No" and nearly [text unreadable] made their answers, ineffective by spoiling the simplest of ballots. There was a plain short question and two circles, one labeled "Yes" and the other "No," in one of which the voter had to make a cross. Yet there were nearly 1,000,000 spoiled ballots.
38,279,514 Vote "Yes."
The results given out by the Propaganda Ministry early this morning show that out of a total vote of 43,438,378, cast by a possible voting population of more than 45,000,000, there were 38,279,514 who answered "Yes," 4,287,808 who answered "No" and there were 871,056 defective ballots. Thus there is an affirmative vote of almost 90 per cent of the valid votes and a negative vote of nearly 10 per cent exclusive of the spoiled ballots which may or may not have been deliberately rendered defective.
How Chancellor Hitler's vote declined is shown by a comparison with the result of the Nov. 12 plebiscite on leaving the Disarmament Conference and the League of Nations. The tabulation follows:
YesterdayNov. 12
Yes38,279,51440,600,243
No4,287,8082,101,004
Invalid371,058750,282
Per cent of noes9.84.8
These results therefore show that the number of Germans discontented with Chancellor Hitler's course is increasing but is not yet seriously damaging to it. He is the Fuehrer [leader] of the Reich with absolute power by the vote of almost 90 per cent of the Germans in it but the number of dissentients has doubled since the last test.
It is not yet a matter for international concern but there are other considerations which may be.
Dictatorship Now Complete
The endorsement gives Chancellor Hitler, who four years ago was not even a German citizen, dictatorial powers unequaled in any other country, and probably unequaled in history since the days of Genghis Khan. He has more power than Joseph Stalin in Russia, who has a party machine to reckon with; more power than Premier Mussolini of Italy who shares his prerogative with the titular ruler; more than any American President ever dreamed of.
No other ruler has so widespread power nor so obedient and compliant subordinates. The question that interests the outside world now is what Chancellor Hitler will do with such unprecedented authority.
Nazi opinion is not disposed to be altogether cheerful about the result. When one high official was asked by this correspondent to comment on it he said:
"Obviously we feel the effects of June 30."
He referred to the execution of Ernst Roehm and other Storm Troops chiefs.
That is also the opinion of many other Germans, especially among the more substantial classes. They interpret the result as the beginning of a protest against the rule of arbitrary will and as an effort to force Chancellor Hitler back to the rule of law.
In their view the vote may induce the Fuehrer to steer henceforth a more moderate course and take account of the sensibilities of general opinion. Some of the more optimistic even hope it may induce him to get rid of some of his radical advisers to whom the opposition within Germany is great.
This view, however, is not shared generally and the dissent is borne out by the remark of a Nazi official who said bitterly, "We have become too soft."
Ex-Marxists Support Hitler
A feature of the election was that former Marxists cast a far heavier vote for Chancellor Hitler than the so-called bourgeoisie. In Berlin especially, judging by their vote, former Communists still are Leader Hitler's most loyal followers. In one voting district in Wedding, where a few years ago Communists fought from behind barricades against the police, the "yes" votes amounted to 949; the "no" votes and invalid ballots totaled 237.
In one district west of Berlin, inhabited mainly by business men and intellectuals, the "yes" vote only 840 and the "no" votes and invalid ballots totaled 351. Other tests provided similar results.
In the Communist districts protest votes with Communist inscriptions were rare. In Western Berlin they were more frequent. In one district five ballots had the name "Thaelmann" written in. [Ernst Thaelmann is an imprisoned Communist leader.] One ballot contained this inscription, "Since nothing has happened to me so far I vote 'Yes.'" It was signed "Non-Aryan."
Interesting also are the following results: the hospital of the Jewish community in one district cast 168 "Yes" votes, 92 "Noes," and 46 ballots were invalid. The Jewish Home for Aged People in another district cast 94 "Yes" votes, four "Noes" and three invalid ballots. This vote is explainable, of course, by the fear of reprisals if the results from these Jewish institutions had been otherwise. It is paralleled by other results outside Berlin.
In all Bavaria Chancellor Hitler received the largest vote in his favor in the concentration camp at Dachau where 1,554 persons voted "Yes" and only eight "No" and there were only ten spoiled ballots.
Hamburg Leads Opposition
Hamburg, which only two days ago gave Herr Hitler the most enthusiastic reception he had ever received anywhere, led the country in the opposition vote. The official figures were: Total vote cast, 840,000; "Yes," 651,000; "No," 168,000; invalidated ballots, 21,000.
The "No" vote, in other words was 20 per cent of the total vote. Counting the invalid ballots as negative in intent, the total opposition votes exceeded 22 per cent. The percentage of the electorate voting was 92.4.
Hamburg is the home city of Ernst Thaelmann and on his triumphant entry into the city on Friday, Herr Hitler made it a point to drive past herr Thaelmann's former home.
As far as observers could ascertain, the election everywhere was conducted with perfect propriety, and secrecy of the ballot was safe-guarded. The ballots were marked in regular election booths and placed in envelopes and these were put in the ballot boxes. After the voting had ended the ballot box was emptied on a large table and the vote was counted publicly in the regular manner. Appraising of individual votes seemed impossible.
One check on possible non-voters, however, was exercised by instructions that the voting authorizations issued to those who for one reason or another planned to be outside their regular voting district on election day must be returned unless used. The number of such authorizations issued for this election exceeded anything known before.
Throughout the day Storm Troopers stood before each polling place with banners calling on the voters to vote "Yes." Otherwise voters remained unmolested. Inside the polling places uniforms and even party emblems had been forbidden, but the execution of this order was lax. In some apparently doubtful districts brown uniforms dominated the scene as a warning to would-be opponents.
Nazis Try for Record Vote
All past efforts in getting out the German vote were eclipsed in this election. During Saturday night a huge final poster was plastered on billboards everywhere. It said:
Your leader [Hitler] has traveled 1,500,000 kilometers by airplane, railway and motor car in the cause of Germany's rebirth. You have but to walk 100 meters to your voting booth to vote "yes."
All over Germany means were taken to get the Sunday late-sleeping population out of bed early. The polls opened at 8 o'clock, but in Berlin Storm Troops, Hitler Youth Troops and Nazi labor union groups took to the streets as early as 6 o'clock to wake the populace by shouting at them to do their duty.

terça-feira, 20 de março de 2012

Um discurso, um artigo: toda a diferenca entre dois mundos opostos...

O tema é o mesmo: Cuba; o assunto é o mesmo: o prisioneiro de consciência cubano morto de greve de fome numa prisão cubana, pouco antes da última visita do presidente Lula a seu amigo Fidel Castro.
A confrontação de declarações, absolutamente opostas (em sentido, em intenção, em filosofia e até em humanidade), foi feita com base em uma entrevista à imprensa do então presidente brasileiro, bem falante, como sempre, e em um artigo publicado do ex-presidente Oscar Arias, da Costa Rica, bem pensante e bem escrevente, se ouso dizer.
Os trechos foram selecionados pelo jornalista Augusto Nunes, em seu blog:

LULA: - “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome. Vocês sabem que sou contra greve de fome porque já fiz greve de fome”.
ARIAS: - “Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria DA solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em Nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde”.

LULA: - “Eu acho que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto para libertar pessoas em Nome dos direitos humanos. Imagine se todos OS bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.
ARIAS: - “Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos OS presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como OS outros, nem há em Cuba um Estado de Direito. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime”.

LULA: - “Temos de respeitar a determinação DA Justiça e do governo cubanos”.
ARIAS: - “Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos OS esforços retóricos para vender a ideia de que é uma “democracia especial”. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa”.

LULA: - “Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele”.
ARIAS: - “Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. (…) O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar OS direitos humanos, sobretudo OS direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse OS presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas”.

LULA: - “Não vou Dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo”.

ARIAS: - “Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: DO IMPÉRIO DA RAZÃO, DA COMPAIXÃO E DA LIBERDADE. Não me calo quando OS direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. VIVI O SUFICIENTE PARA SABER QUE NÃO HÁ NADA PIOR QUE TER MEDO DE DIZER A VERDADE.”
----------
Nada a acrescentar. (PRA)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A decadencia moral no Brasil: partidos gramscianos legalizam o crime

O que vai escrito abaixo, em relação ao PCdoB -- e por extensão ao PT -- aplica-se, na verdade, ao amplo espectro das formações políticas esquerdistas (ou seja, aquelas que pretendem certas afinidades eletivas com o marxismo) e de algumas outras também.
Por que chamei de decadência moral?
Porque no Brasil se está legalizando o crime em nome de não se sabe bem qual missão de "salvar o povo", "liberar o Brasil das garras do subdesenvolvimento" (teoricamente produzido pelo capitalismo e pelo imperialismo), de fazer "avançar o progresso, a justiça e a igualdade social".
Tudo empulhação, claro, mas esses anões morais se pretendem progressistas. São não apenas reacionários, como criminosos, em primeiro lugar ao tentar vender uma mistificação como se fosse a verdade histórica.
Seres abjetos, moralmente falando (em outros sentidos também).
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 26/10/2011

O problema do Ministério do Esporte não é a pessoa do ministro Orlando Silva, ainda que ele não pareça especialmente competente. O problema do Ministério do Esporte é o que o PCdoB fez com ele, transformando-o num aparelho, que é o que costumam fazer as esquerdas no poder.
O aparelhamento partidário se estendeu à rede de ONGs e é comprovadamente incompetente. Quem quer que assuma vai ter de desmontar essa máquina. É prudente entregar a missão a um quadro do próprio partido, como o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP)? Só se Aldo estiver disposto a ser o Krushev do Ministério do Esporte, mas acho pouco provável. Os comunistas do Brasil ainda não aceitaram o Krushev original…
Gosto do deputado Aldo Rebelo. Até onde sei, ele é uma pessoa séria. Foi um bom presidente da Câmara e teve a coragem de enfrentar desafios importantes no caso do Código Florestal. Por isso mesmo, para usar uma imagem cristã, deveria manter afastado esse cálice. O risco de que não consiga moralizar a máquina e de que a sua própria reputação seja enredada pela lambança criada pela dupla Agnelo Queiroz-Orlando Silva é imensa.
“A nossa moral e a deles”
Lula viajou outro dia com Dilma Rousseff. O ex-presidente, que havia convocado o partido e Orlando Silva a resistir, estava jururu, um tantinho deprimido. É que ele achava que o PCdoB não pode ser tratado como um partido qualquer. Partido qualquer, para o Babalorixá de Banânia, é o PMDB, por exemplo. Wagner Rossi e Pedro Novais foram despachados sem velas nem lágrimas. Partido qualquer é o PR. Alfredo Nascimento foi defenestrado sem manifestações de pesar.
Mas um comunista do Brasil? Ah, aí se convoca na memória o mito fundador da esquerda. O que quero dizer com isso? Leiam o estatuto do PCdoB, cuja ética, nesse particular, é idêntica à do PT. O objetivo declarado dos partidos que se dizem de esquerda não é servir à nação e aos brasileiros. Sua primeira tarefa é construir “o partido”. Porque é “o partido” que vai construir o futuro. Entenderam? Se esse partido conhece a forma e o conteúdo do porvir, tudo o que se fizer para fortalecê-lo é bom; tudo o que não concorre para a sua grandeza é ruim. É a essência daquela formulação de Gramsci (não estou dizendo que Gramsci tenha inspirado o PCdoB; estou apenas lembrando alguém que sintetizou a ética esquerdista), segundo quem o partido deve se impor como um “imperativo categórico”.
Não custa lembrar a passagem de novo. Gramsci chama “o partido” de “Moderno Príncipe”:
“O Moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Moderno Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”.
Está tudo dito aí. A SOCIEDADE É QUE NASCE DO PARTIDO, NÃO O PARTIDO DA SOCIEDADE, entenderam? É evidente, e isto é muito importante, que os próprios esquerdistas, no íntimo, não levam mais essa porcaria totalitária a sério. No dia-a-dia, o que vemos é essa gente se locupletar como qualquer outra. Mas eles fingem, até para si mesmos, que O SEU ROUBO É MORALMENTE SUPERIOR AO ROUBO DOS OUTROS. É por isso que não se vertem lágrimas para larápios de legendas ditas “conservadoras” ou “de direita”. Vejam ali: se é para o bem do partido, o crime deixa de ser crime.
Essa gente pretende fingir que a demissão de um comunista ou de um petista representa, realmente, uma agressão ao projeto de “libertação do povo”. Uma ova! Para o brasileiro que trabalha e estuda, que estuda e trabalha; para o brasileiro que arca com uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo; para o brasileiro que suporta um dos estados mais incompetentes e perdulários do mundo; que diferença faz se o sujeito rouba para encher a própria pança ou a pança do partido?
Por incrível que pareça, a cada vez que o passado de suposto martírio e heroísmo da esquerda é relembrado com o ânimo da reparação — sim, a “Comissão da Verdade” é um desses episódios —, usa-se um passado de suposta superioridade moral para justificar os roubos do presente. Enquanto houver um partido ou um grupo que acredita ter direito a uma moral exclusiva, diferente daquela “pequeno-burguesa”, o caminho para a roubalheira supostamente ética estará aberto.
Volto ao início
Quem quer que assuma o Ministério do Esporte tem como tarefa desmontar a rede de pilantragens criadas pelo PCdoB. É uma questão institucional, não partidária. Aldo teve uma trajetória reta até agora. Seria uma estupidez sacrificá-la em nome do partido que, idealmente, segundo a moral comunista, é a fonte dessa retidão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cuba: taxation without representation - uma Carta Magna a caminho?...

...ou uma revolução (não dos nobres, mas) dos pobres?
O Estado cubano quer taxar os cidadãos trabalhadores para melhor pagar os seus milhares de burocratas, aparatchiks e outros funcionários que já não acreditam no comunismo oficial, mas não sabem muito bem como fazer para retornar o país ao capitalismo.
Na dúvida, eles começam cobrando impostos.
No ex-socialismo, os trabalhadores fingiam que trabalhavam e o Estado fingia que os pagava.
Na transição ao capitalismo, os novos pequenos capitalistas fingem que ganham um décimo do que ganham na verdade, e o Estado finge que acredita (mas se prepara para cobrar mais).
Acho que vamos caminhar para uma fronda tributária dentro em pouco...
Paulo Roberto de Almeida



Taxes in Cuba

Get used to it

The Castros’ subjects get acquainted with that other sure thing

Half your monies are belong to us
WHEN Raúl Castro, Cuba’s president, announced last year that the government would cut its payroll by up to 20% and promote self-employment, state media hailed the birth of a “tax culture”. As most Cubans had never paid income tax, the Communist newspaper published a guide to the concept. Government economists predicted a 400% increase in tax revenue from individuals.
The experiment has been bumpy. Last October Cuba published a tax code for workers in its 181 newly authorised occupations, ranging from furniture repairer to professional clown. As in the early 1990s, the last time Cuba tried economic liberalisation and taxation, the rates were punitive: 10% on turnover, 25% for social security and up to 50% on income. Such levies discouraged some people from risking self-employment. By May applications for job licences were tailing off.
Moreover, Mr Castro failed to beef up the National Tax Administration Office (ONAT), which was soon overwhelmed by filings. That has delayed revenue collection, and allowed both intentional and inadvertent tax cheats to go unpunished. “They seem even more confused about this than we are,” says Ernesto, an engineer who obtained a licence to set up a plumbing business in March. He admits that he simply guesses how much he has earned each month and declares a tenth as much.
But Mr Castro seems more flexible than his brother and predecessor Fidel, who blamed the self-employed for sowing inequality and happily taxed private firms out of existence. Eager to find jobs for up to 1m public workers he plans to fire, he has carved out exemptions from the social-security tax and twice increased the scope for deductions. He has also ordered ONAT to retrain its staff and hire new inspectors. “There certainly is an element of making up the rules as they go along,” says one European diplomat based in Havana. “But Raúl seems totally determined to make this work.”
Further reforms are on the way. By the end of 2011, Cubans will be allowed to buy and sell homes and cars. It remains to be seen how long they will accept taxation without representation. “They happily take our taxes,” says Michel, a barber who recently founded a business. “But they still keep their secrets.”